sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Proposta Pedagógica: Organização dos instrumentos de trabalho do professor



Para que o (a) professor (a) que atua na Educação Infantil  de fato assuma sua importante função de ensinar, ou seja, atuar como um importante mediador entre a criança e o conhecimento que ela precisa ou deseja apropriar-se, é necessário que ele conheça a principio como a criança se desenvolve, bem como, identificar as necessidades de aprendizagem decorrentes do  processo de desenvolvimento infantil.

Contudo, compreendemos que o processo de desenvolvimento não é algo dado a priori, mas também pode ser determinado por influências do contexto sócio-cultural no qual se insere a criança, dessa forma, entendemos que não é possível encontrar um "manual" que caiba a toda e qualquer criança. Por isso, a avaliação e o planejamento tornam-se instrumentos fundamentais para o trabalho do professor.

Nesse sentido, Faria e Salles (2010, p.36-38) ressaltam a necessidade de a Proposta Pedagógica das IEI explicitar as formas como irão organizar oPLANEJAMENTO de seu trabalho cotidiano com as crianças, bem como, a AVALIAÇÃO delas e de seu próprio trabalho

Significa, ainda, explicitar outros instrumentos que irão viabilizar o planejar e o avaliar, entre eles, aobservação e o registro, justificando essas formas de utilização de acordo com as concepções de criança, de desenvolvimento/aprendizagem e de Educação Infantil que orientam a proposta.

Ao tratar do planejamento, a Proposta Pedagógica deve explicitar como esse ocorre nas IEI: a periodicidade, os instrumentos utilizados, o papel do pedagogo nesses momentos, que aspectos são contemplados no planejamento (organização da rotina, projetos, sequência de atividades, atividades permanentes, entre outros) e como os professores se agrupam para planejar suas aulas.

Quanto à avaliação, a Proposta Pedagógica, precisa esclarecer de que modo ocorrerá: a periodicidade e os instrumentos utilizados (descritiva, objetiva - com múltiplas escolhas para que o (a) professor (a) marque aquelas que mais se assemelham as suas crianças, auto-avaliação da criança, portfólios, diários de campo, entre outros).


Para nós do CRINFANCIA, avaliar é: refletir para agir (reflexão) e, planejar é: traçar objetivos, conteúdos, estratégias e recursos (ação refletida). Entretanto, reconhecemos que esse processo é um ciclo que não se fecha, posto que, após colocar o plano em prática, o professor precisa avaliar novamente para: certificar-se de que houve aprendizagem, auto-avaliar as estratégias e recursos utilizados e planejar novamente (replanejar). Desse modo,



No texto, Planejamento na Educação Infantil: Mais que atividade, a criança em foco, de Luciana Esmeralda Ostetto, é possível encontrar importantes considerações à respeito das diferentes abordagens de planejamento até o planejamento com foco na criança, como sujeito de direito. Ao tratar do planejamento com foco na criança, percebe-se que a autora, mesmo que implicitamente, ressalta a importância do olhar, da escuta e do registro sobre a criança, para conhecer o texto clique aqui .

REFERÊNCIAS: Faria, Vitória; Salles, Fátima. Currículo na Educação Infantil: Diálogo com os demais elementos da Proposta Pedagógica. Coleção Percursos. 2010, 1ª edição, São Paulo-SP, editora Scipione.

Ramsey Musallam: 3 regras para estimular a aprendizagem

Numa apresentação divertida e pessoal, Musallam partilha as 3 regras para despertar a imaginação e o conhecimento, e fazer com que os alunos fiquem curiosos sobre o funcionamento do mundo.

Bill Gates: Os professores precisam de uma verdadeira avaliação

Já ouviu o Bill Gates falar? Não? Então essa é a sua chance!

Fonte: http://www.tedxdantealighierischool.com.br/bill-gates-os-professores-precisam-de-uma-verdadeira-avaliacao/

domingo, 25 de agosto de 2013

Desvendando os Segredos do Texto - Ingedore Kock

KOCH, Ingedore G. Villaça - Desvendando os segredos do texto by Marina Legroski

"> Fonte: http://pt.scribd.com/doc/63801178/KOCH-Ingedore-G-Villaca-Desvendando-os-segredos-do-texto

Ipsis litteris

Linguista Sírio Possenti condena mania atual de tentar ‘corrigir’ expressões correntes e populares da língua para torná-las mais literais. O que dizer de ‘risco de vida’, ‘Matar a cobra e mostrar a cobra’ e, pior, ‘Quem tem boca vaia Roma’?
Por: Sírio Possenti
Ipsis litteris
Mania de literalidade evidencia desconhecimento da língua. As palavras não têm um sentido original a ser mantido e nem sempre as empregamos em referência direta a coisas’, defende Possenti. (fotos originais: wojciech wolak/ Scx.hu | Ji-Elle/ CC BY-SA 3.0)
É corrente a crença de que os sentidos antigos das palavras são mais verdadeiros do que os atuais. É um caso específico do mito da língua perfeita, que teria existido em algum momento, em algum lugar. A crença explica o sucesso de livrinhos sobre a origem das palavras.
Ora, nunca se poderá descobrir o pretenso sentido original. Não se pode ir ao início dos tempos. Sempre há o limite dos documentos. A pesquisa deve se deter em um momento dado da história, que não é seu início. Além disso, em geral, descobre-se que então os sentidos já eram muitos...
Apesar de tudo, a crença permanece. Um de seus efeitos menos inteligentes é certa mania recente de ‘corrigir’ as interpretações correntes, atuais, populares. A tendência ataca indistintamente expressões idiomáticas, textos populares e provérbios, entre outros.
Ora, nunca se poderá descobrir o pretenso sentido original. Não se pode ir ao início dos tempos. Sempre há o limite dos documentos
Um caso que se tornou notável foi a intervenção do mandachuva de uma emissora poderosa, que encrencou com a expressão ‘risco de vida’ e determinou que deveria ser substituída por ‘risco de morte’. A alegação foi que ninguém corre risco de vida (de viver), e sim de morte (de morrer). Segundo sua filosofia, contrária à de Riobaldo, viver não é perigoso!
A tese parece óbvia, mas não é. ‘Perigo de vida’ não quer dizer ‘perigo de viver’, mas ‘perigo para a vida’. Um argumento em favor da manutenção da forma ‘original’ é que há expressões equivalentes, ou quase, em italiano (pericolo di vita) e em francês (au péril de sa vie).
Há muitas expressões cujo sentido não é ‘literal’. Os provérbios e os idiomatismos são os casos mais óbvios. ‘A vaca foi pro brejo’ não se aplica nem a vacas nem a brejos, e vale para numerosos eventos: o time perde, o político é cassado, o carro pifa, o aluno é reprovado, o professor se engana etc. ‘Filho de peixe peixinho é’ pode não ter nada a ver com peixes. Talvez se possa dizer, com algum exagero, que o provérbio vale para todos os casos em que filhos têm habilidades semelhantes às dos pais, exceto se se tratar de peixes! É que ninguém enuncia o provérbio quando vê um peixinho nadando ou fazendo bocas, mas o profere a respeito de jogadores, músicos, atores, jornalistas, médicos etc.
‘Matar a cobra e mostrar o pau’ significa ‘fazer algo e dar provas de que fez’, ‘defender uma posição e explicitar o argumento’, ‘alegar alguma tese e provar que é verdadeira’ etc. Mas já se disse que o ‘verdadeiro’ provérbio deveria ser ‘matar a cobra e mostrar a cobra’ (esta, sim, seria uma prova de que a cobra foi morta!), enquanto que ‘matar a cobra e mostrar o pau’ seria comportamento de gente falsa.

Febre de correção

A febre da correção atingiu também quadras populares. O correto não seria ‘batatinha quando nasce / se esparrama pelo chão...’, mas ‘põe a rama pelo chão’, porque os ‘pés’ de batata produzem ramas que se espalham pelo chão. Mas, se devemos ser literais, como explicar que a quadra continua dizendo que ‘menininha quando dorme / põe a mão no coração’ se a menininha não rasga ou corta seu corpo para colocar de fato a mão no coração?
Provérbios também têm sofrido ataques. Por exemplo, já se disse que é errado dizer ‘quem não tem cão caça com gato’, porque o correto é ‘... caça como gato’. Mas o melhor exemplo dessa onda de estultícia é o caso seguinte. Corre por aí que o verdadeiro provérbio não é ‘quem tem boca vai a Roma (o argumento é que não se viaja com a boca, vejam só!), mas ‘quem tem boca vaia Roma’ (porque é com a boca se vaia!).
Quem tem boca vai a Roma
Quem tem boca ‘vai a’ Roma ou ‘vaia’ Roma? Para linguista, a segunda proposta é o melhor exemplo da ‘febre de correção’. (fotos: Julia Freeman-Woolpert/ Sxc.hu | Dominique Sanchez/ Flickr – CC BY 2.0)
Ora, na versão antiga, que é correta, Roma representa qualquer lugar para o qual se queira ir (pode ser um boteco da moda cujo endereço se desconhece). E essa representação não é gratuita, convenhamos. Afinal, nenhum lugar pode representar melhor um lugar qualquer do que Roma. Além disso, ir a Roma oferece certa dificuldade (a cidade não fica aí na esquina). O provérbio quer dizer exatamente que certa dificuldade pode ser superada fazendo perguntas, pedindo informações etc. O que não significa que isso seja sempre verdade.
‘Boca’ é uma metonímia para ‘perguntar’, ‘saber falar’ etc. Afinal, é com a boca que se faz isso, tipicamente. Alguém até poderia alegar que o provérbio é anterior à escrita etc., mas certamente esse seria um exemplo de superinterpretação, que desprezaria exatamente as ‘figuras’ em favor de uma suposta literalidade.
Além disso, por que alguém vaiaria Roma? E, principalmente, por que haveria um provérbio francês que diz ‘Qui langue a, à Rome va’, um espanhol que reza que ‘Preguntando se va a Roma’ e um italiano cujo texto é ‘Chi língua ha, a Roma va’? A tradição de todos os outros é idiota?
Se os latinos antigos diziam ‘mendacia curta semper habent crura’, por que acharíamos que ‘a mentira tem pernas curtas’ é um provérbio que foi inventado recentemente porque havia um senhor de baixa estatura (que implica ter pernas curtas) conhecido por não ser amigo de verdade?

Falácia do sentido original

Por trás da proposta de corrigir ditados está uma crença errada sobre o funcionamento das línguas. Segundo ela, as palavras deveriam ter sempre sentido literal e referir-se ao mundo ‘real’. Se isso não ocorrer, que se mudem as expressões. Mas o fato é que as palavras não têm um sentido original que deve ser mantido e nem sempre as empregamos em referência direta a coisas.
Os sentidos das palavras e das expressões são os que elas vão adquirindo ao longo do tempo
Os sentidos das palavras e das expressões são os que elas vão adquirindo ao longo do tempo. Muitas vezes, não há meio de saber como os sentidos surgiram, e muito menos como surgiram algumas expressões ou provérbios com seus diversos sentidos ou com suas diversas aplicações a contextos análogos.
Mas o melhor argumento contra a suposta necessidade de uma interpretação única e que seria ‘literal’ é dar-se conta de que dizemos ‘Ele vai de Piracicaba a S. Paulo’, ‘A Bandeirantes vai de Piracicaba a S. Paulo’ e também ‘O mandato vai de 2011 a 2014’.
Logo vai aparecer alguém que sustentará que devemos corrigir as duas últimas expressões, alegando que uma rodovia não vai. Menos ainda um mandato. Santa ignorância!  

Sírio PossentiDepartamento de Linguística
Universidade Estadual de Campinas

TV Escola: A História da Palavra - A Revolução dos Alfabetos

História da escrita

Fonte: http://www.slideshare.net/EletromecanicaIFBA/trabalho-de-historia-8278966

sábado, 24 de agosto de 2013

Muita teoria e pouca prática formam os professores

Por  FÁBIO TAKAHASHI

Quem educa os educadores?
"Não dá para formar um professor só lendo Piaget."
A frase é do ministro da Educação, Aloizio Mercadante, em alusão à carga teórica dos cursos que formam docentes para a escola básica, como a literatura de Jean Piaget, pensador do século 20.

Foi dita recentemente em encontro com mil secretários municipais da área de ensino. Arrancou aplausos.
A declaração sintetiza a avaliação dos gestores de que a formação universitária dos futuros professores da educação básica é um dos entraves para a melhoria da qualidade do ensino no país.
A reclamação é que os futuros docentes têm muito contato com teóricos da educação, mas terminam o curso despreparados para enfrentar salas de aulas.


CARGA HORÁRIA
Um dos mais amplos estudos no país sobre currículos das licenciaturas foi feito recentemente pelas fundações Victor Civita e Carlos Chagas.
O trabalho apontou que nos cursos de licenciatura do país que formam professores de português e de ciências, a carga horária voltada à docência fica em 10%.
Já o tempo destinado aos conhecimentos específicos das áreas passa dos 50%.
"Os professores chegam às escolas com bom conhecimento da sua disciplina, mas não sabem como ensinar", disse à Folha o secretário estadual de Educação de São Paulo, Herman Voorwald.
Na opinião do secretário, cuja rede tem 200 mil professores, um docente de matemática, por exemplo, é muito mais um matemático do que um professor.
Para Voorwald, as licenciaturas deveriam ter menos conteúdos específicos das matérias e mais técnicas sobre como dar aulas.
Presidente da comissão de graduação da Faculdade de Educação da USP, Manoel Oriosvaldo discorda que a formatação dos cursos de pedagogia e de licenciatura seja responsável pela má qualidade do ensino básico.
"Com o salário que se paga ao professor, é difícil convencer um jovem a assumir uma sala de aula", afirma. "Se as condições de trabalho melhoram, sobe o nível de quem seguirá na carreira."
Especificamente sobre os currículos, ele diz que diminuir a teoria dos cursos "simplifica o papel do professor".
Para Oriosvaldo, a teoria permite que o professor consiga refletir sobre sua atividade constantemente. E corrigi-la quando necessário.
Além disso, o docente deve ter condição de ensinar aos alunos o histórico que levou à resolução de uma equação, por exemplo. Assim, o jovem conseguirá também produzir conhecimento.

Editoria de Arte/Folhapress

SEM MUDANÇAS
A maioria dos alunos e dos coordenadores dos cursos de formação de professores tem avaliação semelhante à do professor da USP, mostra estudo feito pela Fundação Lemann, a pedido da Folha.
O trabalho aponta que há menos coordenadores de cursos de pedagogia ávidos por mudanças em seus currículos (38% das respostas) do que em engenharia civil (50%), por exemplo.
A pedagogia forma professores para atuar com os alunos de seis a dez anos. A partir daí, os demais professores vêm das licenciaturas.
A opinião sobre os cursos foi tabulada a partir das respostas dadas nos questionários do Enade 2011, exame federal de ensino superior.
As respostas mostram também que os formandos em pedagogia se sentem mais bem preparados para a profissão (68%) do que os de engenharia de produção (57%).
Contraditoriamente, o Enade revela que os concluintes dos cursos de formação de professores estão entre os que possuem notas mais baixas em conhecimentos gerais. Pedagogia está na 46ª pior posição, entre 59 cursos.
Editoria de Arte/Folhapress

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/educacao/2013/08/1321237-formacao-do-professor-tem-muita-teoria-e-pouca-pratica.shtml

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Os desafios da Educação no Brasil



O diretor de Educação a Distância da Capes, Prof. Dr. João Carlos Teatini, deu uma entrevista para a Universidad Nacional de Educación a Distancia (UNED), da Espanha, neste ano, no qual aborda aspectos da educação no Brasil, enfocando particularmente a EAD e suas politicas no Brasil.

Fonte: http://blog.midiaseducacao.com/2013/08/os-desafios-da-educacao-no-brasil.html