quarta-feira, 27 de abril de 2016

Gêneros digitais


Todo mundo já ouviu falar sobre os gêneros textuais, certo? Mas gêneros digitais? Se você ainda não sabe o que são, preste atenção no que explicaremos a seguir.
Gêneros digitais
Foto: Reprodução
Em diversas situações de nossas vidas, precisamos usar determinados gêneros textuais, estes sempre a serviço da comunicação, para sermos entendidos corretamente. Quando você está escrevendo para um professor, assim como quando estiver falando com ele, você deverá manter uma linguagem mais adequada, diferente daquela que você usa com seus amigos nos intervalos. Apesar de não existirem formas de determinar precisamente a quantidade destes gêneros, eles podem ser identificados e diferenciados.

Mas o que isso tem a ver com os gêneros digitais?

É exatamente isso que vamos explicar agora. Como os gêneros textuais estão sempre auxiliando na comunicação e a internet e as inovações tecnológicas passaram a estar presentes na rotina da maioria das pessoas, a comunicação acabou adaptando-se para estes ambientes. Essas inovações fizeram com que novos gêneros surgissem, como o do e-mail – semelhante à carta –, por exemplo. Além disso, temos as postagens, compartilhamentos e outras formas de expressão nas redes sociais que comprovam essas adaptações.

Características dos gêneros digitais

Em ambientes digitais, damos preferência a grafia de forma abreviada, encurtando os textos, além de usarmos hipermídias e links que criam um hipertexto.
Estes, no entanto, nada mais são do que uma grande transformação dos gêneros que já existiam, portanto suas características e identificação são mais simples, como no caso dos e-mails.
Não podemos pensar, no entanto, que sempre que falamos de gêneros digitais, poderemos ser informais e usar abreviações. Tudo isso irá depender dos níveis de formalidade existente, assim como os gêneros ainda assim serão definidos a partir de determinados elementos fixos. Ficou difícil entender? Vamos citar novamente o e-mail como exemplo. Este, assim como as cartas, apresentam a estrutura de identificação do remetente, despedida, entre outras coisas.
O que muda, em grande parte, são as redes sociais que estão repletas de gêneros, sendo que o mais comum é o post. Este pode ser marcado por linguagem informal ou formal, dependendo de seu objetivo, tendo, inclusive, alguns emoticons que compensam a ausência da entonação que facilita a comunicação verbal. Nestes ambientes encontramos ainda textos verbo-visuais, como a transposição de quadrinhos, pinturas, propagandas, entre outros.
Quando em situações informais, no entanto, é comum encontrarmos o uso de abreviações, como eram usadas nos antigos telegramas. Entre elas, podemos citar “vc”, “tb”, “vlw”, “abç”, “bj”, entre muitas outras.
Fonte: http://www.estudokids.com.br/generos-digitais-caracteristicas-e-exemplos/

Linguagem digital no contexto escolar

Diante das novas formas de comunicação oferecidas pelas novas tecnologias; novos gêneros digitais vão surgindo, os chats, blogs, facebook, msn; é a chamada era digital. Para tanto faz-se importante conhecer e usar esses espaços e ferramentas na escola, visto que, os alunos estão inseridos nas mídias digitais diariamente.

A língua é dinâmica. Muda no tempo e no espaço. Novos gêneros sempre vão surgindo ao longo do tempo. Os textos digitais são mais interacionais, mais flexíveis, mais móveis, mais dinâmicos e podem ser conectados virtualmente em qualquer lugar por qualquer pessoa. São considerados não lineares, dando infinitas possibilidades de percurso para leitura conforme o interesse do leitor, um hipertexto.

As inovações da era digital atingiram também a escrita de certos gêneros como chats, orkut, msn e estendido para mensagens de celulares. Com a intenção de facilitar a redação da mensagem e garantir expressividade com o máximo de rapidez e emoção, usuários criam seus próprios códigos . O texto é abreviado e marcado pela oralidade e pelo uso de símbolos como pontos de exclamação e outros que são repetidos, bem como o uso de emotions. É uma conversa teclada e precisa de expressividade e instantaneidade.

O papel da escola é ensinar a aprender e para tanto ela deve acompanhar as transformações que estão se processando do lado de fora da sala de aula para enriquecer o processo ensino aprendizagem nos diferentes meios de comunicação. Saber fazer uso da língua é o principal meio de conquistarmos a cidadania. Para isso faz-se necessário sabermos usar tanto a língua culta falada e escrita, quanto reconhecer a forma não-padrão com suas variações.

Quanto às formas da língua, Mário Perini, no livro intitulado “Sofrendo a gramática”, discute e reconhece que existem duas línguas no Brasil, o português, língua escrita e o vernáculo, língua falada. Línguas muito parecidas, mas não idênticas. Porque ninguém fala como escreve. Observe um exemplo:
Escrevemos: Machuquei-me na quina da mesa.
E falamos: Me machuquei na quina da mesa.

Essa observação é uma pequena amostra de que falamos e escrevemos de modos diferentes e isso não acontece somente com pessoas de baixo nível de escolaridade, ocorre com pessoas letradas também, comprovado através de pesquisas já realizadas. Nesta observação podemos nos certificar daquilo que muito discutem os lingüistas, de que a escrita não é a transcrição da fala e vice e versa.

Com a era digital surgem muitos trabalhos criticando o uso de internetês, pois essa linguagem é vista como tentativa de depreciar a língua portuguesa. Há quem diga que a linguagem cifrada do sites de relacionamento acabam por causar confusão nos alunos que começam a usar este tipo de linguagem em outros contexto mais formais.

De acordo com os conceitos de Maria da Costa Val (1999),
o texto é uma unidade que se constrói, no aspecto sociocomunicativo, através de fatores pragmáticos (intencionalidade, aceitabilidade, situcionalidade, informatividade e intertextualidade); no aspecto semântico, através da coerência: e no aspecto formal, através da coesão.

A partir destes princípios é que escrevemos e falamos ou pelo menos deveríamos, pois as mensagens sempre buscam um destinatário. Se a escola continuar cobrando dos alunos textos sem sentido, ou seja somente para avaliação, então estamos infringindo estes princípios.

A linguagem digital atinge seus objetivos de comunicação dentro do contexto em que se realiza. O crescimento da comunicação entre pessoas nos sites de relacionamentos já faz parte da nossa cultura, que é construído e reconstruído ao longo do tempo.
ATIVIDADE NA SALA DE AULA:
É importante que na escola seja abordada a questão dos gêneros. Por isso, quando o professor for ensinar um texto como a carta, seria interessante abordar a questão do gênero e-mail que hoje é mais usado como meio de comunicação do que a carta. Não desfazendo e nem influenciando em relação à preferência de um ou de outro, mas, como vivemos em tempos em que não se pode negar o desenvolvimento tecnológico, é interessante que a escola se preocupar em formar cidadãos que saibam as diferenças e semelhanças entre estes dois gêneros e outros tantos que circulam na internet.

Pode-se trazer aos alunos o contexto de circulação, a estrutura destes gêneros, a linguagem usada, tipos de pessoas que costumam usar estes meios, etc. A partir disso pode analisar o nível de linguagem usada, se formal ou informal. Também é possível analisar um texto eletrônico par trabalhar analise linguística devido o grande uso dos pronomes pessoais nestes textos.
Carta: “é um gênero discursivo em que o autor do texto se dirige a um interlocutor específico, com o qual pretende estabelecer uma comunicação à distância” (ABAURRE, 2007, p.53).

Mensagem eletrônica: “é um gênero discurso que surgiu como advento da internet. Caracteriza-se por permite uma comunicação escrita muito rápida entre interlocutores conectados em uma rede virtual” (ABAURRE, 2007, p. 53).

Por meio destes dois gêneros é possível manter uma conversa por escrito. A diferença é que a carta é mais longa do que o e-mail e demora mais tempo até chegar ao seu interlocutor. O e-mail é mais breve e a cada dia cresce mais o numero de usuário deste meio eletrônico de comunicação que acabou tomando o espaço da carta enviada por correio. Pode-se constatar que a preferência por este meio de comunicação aumenta consideravelmente mesmo que o acesso a Internet ainda não está ao alcance de todos.

Para enfatizar a importância de conhecer diversos tipos de linguagem, principalmente, a digital e a necessidade acompanhar a evolução dela nos meios de comunicação se propõe assistir o filme “Central do Brasil” de Walter Salles no qual ´retratado o sofrimento das pessoas analfabetas. Neste sentido,se percebe que cada vez mais ser se torna importante ser uma pessoa letrada em nossa sociedade,é uma questão de sobrevivência.

Propor um debate:
Considerando alguns pontos como:
a) No vídeo o que se pode perceber em relação a importância dão leitura e da escrita na vida das pessoas;
b) Em que nível se encontra a exclusão no vídeo e na nossa sociedade;
c)Considerando o uso da internet atualmente , é possível aumentar a exclusão digital? Justifique. Comente.
d) O que podemos fazer para que a exclusão social não aumente, ou que possa ser amenizada e quem sabe não venha ocorrer no futuro? Comente.
e) Qual seu ponto de vista em relação às linguagens digitais? 
Fonte: http://usodalinguagem.blogspot.com.br/2010/06/linguagem-digital-no-contexto-escolar.html

O texto na era digital

Para além do internetês, a internet está mudando a maneira como lemos e escrevemos

Edgard Murano

Na ponta do lápis: escrever tornou-se uma atividade mais banal depois da internet, consequência de blogs, e-mails e redes sociais
Houve um tempo em que o hábito de manter cadernos de anotações era algo bastante corriqueiro. Os chamados de "livros de lugares-comuns" (oucommonplace books ) eram utilizados pelos leitores para o registro de trechos e passagens interessantes com que se deparavam em suas leituras. Mas além de transcrições, esses cadernos também reuniam apontamentos sobre a vida cotidiana, conforme relata o historiador Robert Darnton em A Questão dos Livros(Cia. das Letras, 2009, p.164). Essas informações eram grupadas e reorganizadas à medida que novos excertos iam sendo acrescidos. O hábito espalhou-se por toda a Inglaterra no início da era Moderna, e muitos escritores famosos - entre eles John Milton e Francis Bacon - cultivaram essa maneira especial de absorver a palavra impressa, fundada na não linearidade e na fragmentação da informação.

Tradição viva
Hoje, com mais de 37 milhões de usuários de internet só no Brasil, essa tradição de escrita parece mais viva do que nunca, impulsionada por novas tecnologias e amplificada pela comunicação em rede. Não é exagero afirmar que e-mails, blogs e redes de relacionamento já deixaram sua marca na produção textual contemporânea. Para o escritor Michel Laub, autor dos romances O Gato Diz Adeus e Longe da Água (ambos pela Cia. das Letras), a internet tornou os textos mais naturais e coloquiais, embora não seja a única responsável por essas mudanças.

- O texto da internet é um texto em geral mais coloquial, menos "literário", no sentido de ser mediado por truques de estilo. A internet não inventou a coloquialidade, mas fez com que ela passasse a soar mais natural para muito mais gente e, estatisticamente ao menos, virou um certo padrão - afirma.

Com cada vez mais usuários - o acesso à rede no Brasil aumentou 35% entre 2008 e 2009 - a internet está criando novos hábitos de comunicação entre as pessoas, que acabam se adaptando às facilidades da nova tecnologia. Isso vale tanto para a leitura, em vista da profusão de textos veiculados na rede, quanto para a escrita, principal meio de expressão do internauta (pelo menos até que as conversas "via voz" se tornem mais corriqueiras).

Superficialidade 
Há quem veja nessa torrente de informações que jorra na internet um fator negativo, dificultando nossa concentração em textos de fôlego como romances, por exemplo. Em artigo controverso publicado na revista The Atlantic em 2008, intitulado "O Google Está nos Deixando Idiotas?", o crítico de tecnologia Nicholas Carr defende a tese de que a navegação na internet está interferindo em nossa capacidade de leitura. Se antes, afirma Carr, ele se sentia um "mergulhador num oceano de palavras", hoje ele literalmente se sente "esquiando nesse oceano", dando a entender que a experiência de ler proporcionada pela internet é bastante superficial.

Por falar em imersão, para Roseli Deieno Braff, supervisora de língua portuguesa da editora COC, essa geração que já nasceu imersa na tecnologia não possui carência de informações, pois está sempre conectada. Porém falta muitas vezes a capacidade de se aprofundar mais no que leem e, consequentemente, de separar o joio do trigo. 

- Não falta informação para esses jovens, mas muitas vezes falta a capacidade de processar e refletir sobre tudo o que leem. Ansiosos e inquietos, consideram uma tarefa muito difícil ler um livro de cem páginas. Nesse sentido, a ausência de concentração torna-se muito negativa, obstáculo inclusive para a resolução dos problemas que a vida certamente vai oferecer - afirma Roseli.

Ainda que o processo de reflexão não esteja acompanhando o ritmo acelerado com que esta geração vem consumindo informações, a professora de português Rosangela Cremaschi, do curso de Comunicação Escrita da FAAP, acredita que a diversidade de códigos e linguagens tem deixado os jovens mais atentos e receptivos.

- A internet deixou o leitor mais receptivo e participativo, pois recebe informações em diferentes linguagens e por meio de leituras não lineares. O texto até então "sagrado" se torna mais acessível. Se antes o ato de ler era algo distante, a internet acabou com isso, o que é positivo - defende Rosangela.

O escritor Michel Laub também vê com bons olhos os novos hábitos de leitura incutidos pela tecnologia. Para ele, a propensão a textos mais curtos em sites e blogs não nos tornou necessariamente mais dispersos ou desatentos. Ao contrário: lê-se mais do que antigamente.

- Os que leem textos mais longos e difíceis são uma minoria como sempre foram. Mas o restante das pessoas, que há uma década não lia nada, hoje trabalha com o texto escrito boa parte do tempo, e isso cria um certo hábito de leitura, mesmo que diluído - afirma.

O historiador Robert Darnton: a leitura e a escrita fragmentadas tiveram precedentes na era Moderna
Mais leitores 

Não por acaso, segundo a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, realizada pelo Instituto Pró-Livro na última década, o Brasil saltou de 26 para 66,5 milhões de leitores no que diz respeito a livros impressos. Esses números por si só já desfazem qualquer "má" influência da internet sobre os hábitos de leitura do brasileiro.

- A internet não deve ser vista como algo negativo, pois amplia nossas possibilidades de leitura. É claro que é preciso um olhar crítico, e este é o papel do educador, o de orientar a busca, seleção e gerenciamento das informações que estão disponíveis na rede - afirma Valéria Caratti, consultora do portal Planeta Educação.

Não só a leitura como também a escrita foram favorecidas pela explosão da comunicação na internet observada na última década, que proporcionou um contato maior das pessoas com atividades que envolvam a escrita - como deixar um recado na página de um amigo, escrever um e-mail ou postar textos num blog. Também é inegável que sites de relacionamento - como Orkut, Twitter e Facebook, só para citar os mais conhecidos - tornaram o ato de escrever mais banal e cotidiano, sem nenhum prejuízo nisto, uma vez que a escrita elaborada deixou de ser algo exclusivo de escritores e das atividades escolares.

Os números atestam a presença incontornável das redes sociais no dia a dia das pessoas. Segundo uma pesquisa realizada pela empresa Hitwise Serasa Experian, essas redes são responsáveis por 62% do tráfego de internet no Brasil. Em julho de 2009, 21,4 milhões de pessoas usaram algum tipo de rede social no país, isto é, cerca de 83% dos internautas residenciais, de acordo com o Ibope Nielsen Online.

O que já havia sido deflagrado nos anos 90 pela comunicação via e-mail, mensageiros eletrônicos e pela cultura escrita dos blogs, as redes sociais elevaram à enésima potência ao garantir interatividade e visibilidade às pessoas em torno de interesses em comum. O próprio microblog Twitter, intensamente debatido na mídia por sua contribuição à concisão (ver a matéria " O que é possível dizer em 140 caracteres? ", Língua 54), de certa forma cristalizou uma tendência a textos enxutos.  Gêneros de texto como o aforisma, o haicai e o epigrama, entre outras formas breves, encontram no Twitter o suporte ideal.

Para além dos modismos que nascem e morrem na grande rede mundial de computadores, o advento do microblog Twitter extrapolou essa esfera para cair na boca de grandes homens de letras, muitas vezes avessos a novidades tecnológicas, como o escritor José Saramago, que chegou a declarar: "Os tais 140 caracteres reflectem algo que já conhecíamos: a tendência para o monossílabo como forma de comunicação. De degrau em degrau, vamos descendo até o grunhido". Por mais que autores torcessem o nariz para a ferramenta, muitos deles aderiram, dando corpo ao que se chamou de "tuiteratura". No Brasil, escritores como Fabrício Carpinejar, Marcelino Freire, Carlos Seabra, entre muitos outros, aderiram ao novo gênero, emprestando-lhe uma dicção própria.

Para o escritor Michel Laub, a internet tornou os textos mais naturais e coloquiais
Coexistência 

Essa diversidade estilística introduzida na literatura pelo texto praticado na internet, com suas formas mais soltas e coloquiais, criou dois caminhos possíveis para escritores, afirma Michel Laub. Ele argumenta que, por um lado, parte dos leitores ficaram mais impacientes com a prosa de feições literárias - mais lentas, de vocabulário mais amplo, verbos no mais-que-perfeito etc. - ao passo que outros leitores passaram a valorizar ainda mais esse tipo de escrita, justamente pela superexposição a textos mais simples encontrados na internet. No entanto, o escritor acredita que essas duas vertentes de prosa podem coexistir.

- Sempre é possível a diversidade na literatura. Cito dois exemplos de autores que escreviam assim muito antes da internet: William Faulkner, mais "oral", e Marcel Proust, mais "literário" - explica Laub.

Para Roseli, no entanto, os resultados dessa coexistência são variáveis, com resultados nem sempre positivos.

- Do mesmo modo que a oralidade intervém na norma culta do idioma, e que foi uma das bandeiras dos modernistas brasileiros na Semana de 1922, a linguagem "ligeira", às vezes cifrada e só para iniciados, também afeta a modalidade culta, e o resultado nem sempre é positivo - afirma.

Anos antes de o microblog cair na preferência de internautas no mundo inteiro, os blogs já ocupavam um lugar privilegiado na internet, que pela primeira vez oferecia aos usuários a possibilidade de escrever, editar e publicar seus próprios textos.

- O espaço reduzidíssimo do Twitter opõe-se ao blog, este sim uma ferramenta capaz de abrigar fotos, textos próprios ou alheios, comentários, tudo organizado em forma de mural ou diário eletrônico, utilíssimo para desenvolver nos estudantes as habilidades de leitura e escrita - explica a professora Roseli.

A partir daí, navegar pela internet deixou de ser um ato solitário, em que o usuário apenas entrava nas páginas e lia seus conteúdos. Com os recursos de interação cada vez mais expandidos, qualquer site é um convite a comentários, críticas e observações, obrigando os internautas a desenvolverem discursos de improviso e a defender seus pontos de vistas. O Facebook, por exemplo, aprimorou as antigas listas de discussões e fóruns, acrescentando-lhes um visual mais limpo e elaborado, com diferentes graus de interação acompanhados de recursos audiovisuais, tornando a experiência de compartilhar informações ainda mais enriquecedora.

Embora não se possa afirmar categoricamente que a internet favoreceu o desenvolvimento de uma "cultura letrada", com ênfase em informações profundas e relevantes, ela reforçou o peso da palavra escrita no cotidiano das pessoas. Mais do que gírias e jargões, como o famigerado "internetês", as transformações pelas quais passam a escrita e a leitura estão por ser dimensionadas.
As regras de ouro do e-mail
Anterior à internet, o correio eletrônico continua sendo uma das formas de comunicação mais eficazes
Mais antigo do que a própria internet, o e-mail é uma das ferramentas mais importantes da comunicação virtual, e seu surgimento foi importante para que a rede mundial de computadores fosse aperfeiçoada e desenvolvida. A primeira troca de mensagens eletrônicas foi em 1965 e possibilitava a comunicação entre várias pessoas ao mesmo tempo.

A velocidade dessas mensagens pode ser um prato cheio para desatenções por parte de redatores, resultando em erros muitas vezes constrangedores. Para que isso não ocorra, o texto de um e-mail deve ser simples, exigindo cuidados com sua releitura e acertos no tom da mensagem.

No trabalho, onde a comunicação pode custar dinheiro ou mesmo o sucesso profissional, um e-mail deve ser redigido com toda a atenção para não dar margem a mal-entendidos. Deve priorizar três pontos: simplicidade, clareza e objetividade. 
  • O vocabulário deve pertencer à linguagem usual, sem expressões rebuscadas que possam complicar a mensagem;

  • Simplicidade não pode ser sinônimo de descuido. É preciso estar atento à repetição de termos sem necessidade, abreviações obscuras ou construções truncadas;

  • Para um texto conciso e claro, basta relê-lo e cortar termos desnecessários,evitando dizer em muitas palavras o que se poderia dizer em poucas;

  • Ter em mente o receptor de sua mensagem e tentar adequar o tom, com o cuidado de reler no final o texto

  • Cuidado com palavras mal colocadas e destinatários errados. Uma simples mensagem destinada à pessoa errada por engano pode causar ;grandes estragos.


A "netiqueta"
Como se comportar corretamente no mundo virtual
  • Maiúsculas:
     textos em maiúsculas (CAPS LOCK ativado), na maioria dos casos, dão a entender que você está gritando. Se quiser destacar algo, sublinhe ou coloque entre aspas. Se o programa utilizado na comunicação permitir, use o itálico ou o negrito , mas sempre de forma moderada para não poluir o texto.
  • Erros de grafia: em conversas informais é normal que a norma culta da língua seja posta de lado. O que não quer dizer que se possa escrever de qualquer jeito. Atenção para os erros que podem mudar o significado do que se quis dizer, como usar "mais" em vez de "mas", "e" em vez de "é", "de" em vez de "dê" e assim por diante.
  • Pontuação: por mais informal que seja, o interlocutor pode não conseguir acompanhar o fluxo de pensamento do redator. Daí a necessidade de pausas. Por isso atenção à pontuação e à divisão de parágrafos.
  • Respostas: ao enviar respostas em fóruns, listas de discussão ou debates em redes sociais como o Facebook, por exemplo, procure ser claro sobre o que está falando ou a que está se referindo. Copie e cole um trecho da questão, dê nome ao que você pretende responder e evite deixar sua réplica solta sem referências às mensagens prévias nas quais você se baseou.
  • Público x privado: questão cara em tempos de redes sociais, o cuidado com o que se publica é essencial para evitar mal-entendidos e situações constrangedoras. Como o meio virtual permite respostas muito rápidas e publicações instantâneas, pense antes de tornar públicos seus pensamentos. Por isso pense, escreva, leia o que escreveu e só depois publique na internet. Lembre-se que suas opiniões ficarão registradas e podem ser facilmente associadas ao seu nome numa busca rápida. Evite também publicar informações que possam lhe causar problemas, como críticas ao seu chefe ou seu endereço.

Um blog pra chamar de seu
Manter uma página com textos próprios pode melhorar suas habilidades de escrita e leitura 
A palavra "blog", redução de web log, foi criada em 1997 para designar sites cuja estrutura dinâmica e interface amigável facilitam a publicação imediata de textos, imagens e sons, sem a mediação dewebmasters ou especialistas em tecnologia. Sua estrutura favorece a ordem cronológica, cabendo ao post mais recente o lugar de destaque no topo da lista.

Atualmente há milhões de blogs em atividade na internet e sobre os mais variados temas. Tem-se atribuído um papel importante aos chamados "blogueiros" na mídia de hoje, veiculando informações exclusivas e conteúdos que dificilmente seriam publicados em veículos de expressão, seja por razões ideológicas ou por serem de interesse muito específico.

Educadores e especialistas em linguagem são unânimes ao afirmar que o cultivo de um blog pessoal traz benefícios às habilidades de escrita e leitura. A seguir, algumas dicas importantes para quem deseja tornar-se um editor dos próprios textos:
  • Escolha um serviço de blogs (Wordpress, Blogspot etc.) e crie uma conta com um endereço fácil de memorizar

  • Não se preocupe de imediato em definir um tema específico, que mais tarde poderá ser uma camisa de força. A ideia é que o blog seja abrangente o bastante para abarcar variados temas

  • Procure não emitir opiniões polêmicas ou preconceituosas. Isso pode lhe custar um processo

  • Procure escrever com regularidade. Se num mesmo dia tiver ideias para mais de um texto, publique apenas um e programe os outros para serem publicados em dias diferentes

  • Redes sociais como o Twitter e o Facebook são uma boa vitrine para o seu blog. Procure chamar a atenção de seus amigos e seguidores para seus posts publicando links,


Use o Twitter a seu favor
Extraia o máximo de sua comunicação com o mínimo de caracteres 
O Brasil é o segundo país com o maior número de usuários do Twitter, rede social criada em 2006 que permite ao internauta escrever mensagens de no máximo 140 caracteres. O serviço também permite que você "siga" outros perfis, cujas informações podem ser visualizadas em tempo real. A onda do Twitter chegou rapidamente ao mundo corporativo, que aos poucos começa a usá-lo de forma mais eficaz. A seguir, algumas sugestões que podem ser úteis para quem quer fazer bom uso da ferramenta.
  • Regularidade: muitos perfis no Twitter ficam inativos por tempo demais, não cumprindo assim a função a que se propõem. Portanto escreva, leia, siga, enfim, faça-o funcionar.

  • Pessoal x profissional: cuidar de um Twitter corporativo exige que você "pense" como a empresa ou o produto. Por isso nunca emita opiniões pessoais sobre temas polêmicos.

  • Interação: embora o Facebook seja mais propício à interação com outros usuá­rios, o Twitter também permite formas de interação com outros perfis. O ideal é que não se faça desse espaço uma espécie de sala de bate papo. Deixe as conversas longas e de caráter mais pessoal para o e-mail ou Facebook. Ouça opiniões, retuíte-as, responda e não fuja de questões delicadas, mantendo sempre a responsabilidade sobre o que está dizendo.

  • Não saia seguindo todo mundo: de nada adianta seguir 10 mil pessoas esperando ser seguido de volta. O que irá atrair seguidores do seu perfil certamente é o conteúdo do que você publica. Além disso, seguir muitas pessoas sobrecarregará sua timeline, impedindo que você absorva todas as informações.

  • "Unfollow": se acaso algum perfil estiver inundando-o de informações inúteis ou ofensivas, não hesite em parar de segui-lo (unfollow). Mas não é preciso alardear.

  • Honestidade: não tome como suas as ideias que você leu em outros perfis. Procure citar a fonte de seus tuítes.
  • Glossário do Twitter
    • Seguidores: da palavra follower, são os usuários que "seguem" (monitoram) um perfil.

    • RTs: abreviação de "retuítes", trata-se da citação do que alguém já tuitou antes. A pessoa citada logo é notificada de que foi mencionada e quem a mencionou.

    • Hashtags: palavras com o símbolo # à frente designam o tema tuitado. Se o usuário clicar nesse termo será levado a uma página que reúne todas as mensagens que possuírem a mesma hashtag. Por exemplo, #diadalinguaportuguesa.

    • Trending topics: literalmente "tópicos que são tendência". É o ranking de palavras e hashtags mais tuitadas, seja no Brasil ou em outros países.


    Fonte: http://revistalingua.com.br/textos/64/artigo249031-1.asp

    terça-feira, 19 de abril de 2016

    Por que usar o Blog como ferramenta pedagógica?

    blog como ferramenta pedagógica
    A geração atual dos alunos é nativa digital. E a dinâmica gerada pelas tecnologias inevitavelmente exige uma nova forma do ensinar e do aprender.
    Essa geração pensa rápido. São imediatistas devido aos inúmeros estímulos recebidos. E a comunicação ocorre sem a necessidade da presença física e do contato no olho.
    Nesse panorama, surgem ferramentas de comunicação viabilizadas pela Internet e novos meios de interação virtuais.
    Assim, é necessário considerar as necessidades sociais dessa geração com as novas possibilidades criadas pela realidade tecnológica atual.
    O blog surge então como um canal de comunicação que pode ser usado como ferramenta pedagógica e que proporciona ao aluno a interação com a informação e a co-autoria do seu próprio aprendizado.

    Sem barreiras técnicas

    Para começar, temos um conflito de gerações.
    Se os alunos são nativos digitais, os professores seriam imigrantes digitais. Não nasceram cercados pela tecnologia, mas tentam se adaptar a essa nova era digital.
    O blog surge como uma ferramenta de conciliação. É de interesse do aluno nativo digital e de fácil aprendizagem e manuseio para o professor imigrante digital.
    Assim, não há barreiras técnicas para o uso do blog e temos somente uma demanda que necessita de professores engajados e que queiram inovar suas aulas.

    Ferramenta do professor mediador

    O professor nesse contexto não é mais a autoridade no assunto, pois os alunos têm a informação disponível a qualquer tempo.
    Assim, surge a necessidade de um novo perfil de professor que reconhece que não sabe tudo, mas que deverá instigar a pesquisa, incentivar as discussões elucidativas, a escrita colaborativa e o pensamento crítico.
    Esse professor se posicionará como mediador da produção do conhecimento e desenvolvimento da autonomia dos alunos, para a formação de indivíduos críticos e capazes de fazer uma leitura consciente das situações que os cercam.
    Juntos, professor e alunos aprendem juntos. E o blog é o ambiente que permite esse aprendizado coletivo.

    Construção do conhecimento

    A educação tradicional se baseia na transmissão de verdades inquestionáveis, na memorização de informações, através de um ensino isolado.
    A nova abordagem leva um saber investigativo. O saber é coletivo e a interação e a comunicação são fontes para a construção do aprendizado e transformação das informações em conhecimento.
    O blog permite a interação entre o aluno e o objeto de estudo, devido as estratégias cognitivas para a escrita de novos textos, da possibilidade da criação coletiva de textos, comentários em que se aprimora a escrita de conclusão e a leitura de comentários de outros alunos.
    Assim, a construção do conhecimento ocorre nas associações feitas a cada nova interação e pela organização das relações entre os conceitos.

    Transformação da experiência do aprendizado

    Mas além do blog ser uma ferramenta que auxilia na construção do aprendizado, o blog surge como uma possibilidade para transformar a experiência do aprendizado.
    Quando há a utilização do blog na sala de aula, é possível recriar, reinventar o assunto tratado em sala de aula. Além do texto, é possível associar vídeos, músicas, imagens, slides ao blog, links para outros sites e páginas. Assim, há espaço para muita criatividade e a possibilidade de uma aula muito mais rica e interessante em conteúdo.
    Além disso, o aluno aprende a pesquisar, a analisar, a sintetizar a publicação da informação. Habilidades importantes e que tornam o processo do aprendizado muito mais dinâmico.

    Competências socioemocionais

    Ao emitir comentários, os leitores se transformam em interlocutores, estabelecendo diálogos e exercitando a socialização.
    A apresentação de opiniões, principalmente as contrárias propicia novas habilidades. Como se posicionar sem agredir ou ofender a ideia originalmente apresentada. Como receber opiniões contrárias diferentes da sua.
    Enfim, o blog permite o exercício do aprender a ser e a conviver. São habilidades de maior conscientização das emoções, para relações sociais positivas e com respeito.
    “A aprendizagem deve ser como uma condição não individualizada mas construída na interação social”
    Freire – 1996
    A JaCheguei preparou um conteúdo específico sobre blogs nas escolas.
  • Por que a sua escola deve ter um blog
  • Blog como ferramenta pedagógica do professor mediador
  • Ideias de conteúdo
  • Como criar um Blog
  • Dicas para o Blog da Escola ser um sucesso
  • Se você ainda não baixou, aproveite agora!

    Fonte: http://jacheguei.com.br/por-que-usar-o-blog-como-ferramenta-pedagogica/

    Redes Sociais na escola a favor do aprendizado

    Apresentamos mais um eBook da série “Canais de Comunicação Escolar”, com foco nas Redes Sociais na Escola.
    eBook: Redes Sociais na escola

    Você encontrará nesse eBook:

    Alguns números a considerar

    Inevitavelmente, as redes sociais fazem parte do cotidiano dos alunos.
    Cada vez com idade mais nova, as crianças ganham smartphones, aprendem a baixar aplicativos, assistir a vídeos e querem ter seu próprio perfil social.
    Conheça alguns números de uso da Rede Social no Brasil por crianças e adolescentes, conforme pesquisa do TIC Kids Online Brasil 2014, conduzida pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (cetic.br).
    ““As crianças e adolescentes brasileiros estão presentes nas redes sociais de forma muito marcante em comparação a outros países.” – Maria Eugênia, coordenadora da pesquisa

    Benefícios a favor do aprendizado

    Veja 5 benefícios de uso das redes sociais para tornar o ensino mais atraente, interativo e para que a experiência do aprendizado seja mais rica.
    O uso das redes sociais propicia o aprendizado de boas práticas de relacionamento, como ser gentil e educado ao fazer comentários, o uso correto da língua e também alguns cuidados de segurança, como não adicionar alguém que não seja conhecido da família.

    Principais preocupações e o que fazer

    Antes de iniciar o uso das redes sociais na sua escola, tenha ciência das principais preocupações e saiba o que fazer nessas situações.
    A direção e gestão da escola devem conhecer muito bem esses pontos, para que a equipe da escola seja bem orientada.

    Como monitorar e cuidados

    Uma das principais dificuldades é a monitoração da rede social. Qual deve ser a postura adotada no caso de comentários indevidos e para o combate ao cyber bullying?
    Aproveite!!
    Fonte: http://jacheguei.com.br/blog/