quinta-feira, 14 de maio de 2015

Cultura Digital e Ensino Médio

Por Luciano Meira

A missão da escola é criar ambientes físicos ou virtuais de aprendizagem capazes de fomentar o interesse dos alunos pelos conteúdos do currículo.
Os contextos interacionais e de circulação de conteúdos na escola de ensino médio são naturalmente complexos, pois resultam da articulação de diferentes dimensões, incluindo as formas próprias de participação social e engajamento cognitivo dos jovens, a história cultural da instituição escolar, a experiência singular dos educadores, a atualização cotidiana de currículos e práticas didáticas, além de muitas outras condições emergentes.

O sucesso ou fracasso da articulação dessas diferentes dimensões depende mais das metáforas e premissas educacionais que regulam e direcionam estrategicamente os espaços físicos e simbólicos da escola e menos dos artefatos específicos que habitam o cenário tecnológico do ambiente escolar, sejam analógicos (como livros didáticos em papel, por exemplo), sejam digitais (como qualquer instrumento ou ambiente computacional: smartphones, por exemplo), sendo que o uso que se dá a essas tecnologias depende das metáforas pedagógicas em curso. 

Possivelmente, devem fa­lir todos os modelos de educação escolar baseados em metáforas de “transmissão do conhecimento”, “absorção de informação”, “retenção da aprendizagem”, “seriação” como modo de hierarquizar conteúdos e “controle” como modo de hierarquizar pessoas ou papéis na sala de aula. A aula baseada nessas metáforas é restritiva e desinteressante aos propósitos de alunos e professores. A aula como metáfora faliu; porém, mesmo metáforas potencialmente mais adequadas ao mundo escolar, como aquelas inspiradas nos modelos construcionistas de todas as origens teóricas, não nos ajudarão a produzir uma ambiência educacional de alto desempenho e engajamento de alunos e professores se não forem abertas às expressões culturais contemporâneas, às formas de vida próprias dos jovens de agora, às preocupações mais comuns e atuais dos seus professores.

O centro e a periferia das manifestações mais autênticas e legítimas da juventude hoje se espelham na cultura de mídias, em arranjos sociais construídos nas redes sociais virtuais, na mobilidade da comunicação, na diversão como meio de aprendizagem. Contudo, diferentemente do mundo real fora da escola, o mundo real da escola aliena dos jovens os artefatos e atividades da cultura digital da qual são nativos. Ao retiramos sua ambiência singular de produção de sentidos, ao subtrairmos a cultura de mídias, criamos uma escola alheia aos propósitos dos jovens e cega às suas modalidades de engajamento social e aos seus modos de aprendizagem. Podemos fazer diferente em termos da produção de um novo conjunto de práticas educacionais e metáforas pedagógicas capazes de acolher o engajamento animado de alunos e professores?

Gostaria de propor qua­tro campos de atuação para a cultura digital no ensino médio, organizados como na figura. Trata-se da criação de cenários de aprendizagem através de plataformas imersivas, em contextos comunicativos de redes sociais, enriquecidas pela possibilidade de virtualização do conhecimento através de nuvens de aplicativos, tudo isso organizado de sorte a produzir dados que geram inteligência educacional para a escola. Comento na sequência cada um desses campos da cultura digital como vetores de inovação na escola de ensino médio.

1. Imersão: plataformas de aprendizagem
A escola, historicamente, tem-se ocupado em especial do ensino na forma da apresentação de conteúdos. Tal prática, comumente monológica, com o professor no centro da “transmissão do conhecimento” (uma das metáforas clássicas da escola), produz um divórcio entre o ensino e a aprendizagem, como se esta última fosse menos responsabilidade da escola. O contrário deveria ser o caso: a principal missão da escola deveria ser garantir a aprendizagem dos alunos, ainda que para isso fosse necessário ensinar. 

Mais que isso, acredito que a missão da escola seja criar ambientes imersivos de aprendizagem capazes de fomentar o interesse dos alunos pelos conteúdos do currículo, seu engajamento em modalidades diversificadas de pesquisa e produção criativa de conhecimentos, seja valorizando o vínculo entre professores e alunos, seja fomentando novos arranjos sociais na sala de aula. Físicos ou virtuais, esses ambientes deveriam funcionar como plataformas nas quais “plugamos” inovações didáticas fundadas na cultura de mídias, cuja linguagem está no imaginário e no cotidiano dos alunos de ensino médio. 

Por exemplo, o uso de processos de “gamificação” (através da aplicação de elementos do mundo dos games a processos específicos do mundo da escola) pode ajudar a transformar a vida escolar em uma aventura imersiva de aprendizagem, como o faz a escola Quest to Learn (www.q2l.org), nos Estados Unidos, ao montar aulas de todas as disciplinas com foco na ludicidade e narratividade típicas dos videogames. Ainda no campo das práticas imersivas de aprendizagem e na perspectiva das plataformas digitais, temos o poder de escalabilidade dos massive online open courses (MOOCs), cursos multimídia abertos na internet para grandes audiências, e das plataformas lúdicas de aprendizagem, com foco na construção de competências e na aprendizagem de conteúdos específicos, como é o caso, aqui no Brasil, do trabalho que realizamos com as Olimpíadas de Jogos Digitais e Educação (OJE: www.joystreet.com.br). 

Em qualquer desses casos, o que está em jogo nessa dimensão é o design de ambientes instrucionais capazes de mobilizar e garantir a adesão de alunos e professores em um processo de aprendizagem rico em perguntas interessantes, argumentos plausíveis e respostas que explorem a curiosidade dos atores envolvidos. 

2. Comunicação: redes sociais 
A segunda dimensão trata do reconhecimento do diálogo como matriz da aprendizagem significativa e da participação legítima de alunos e professores na vida escolar. A escola é basicamente um conjunto de microrredes de interação presencial, com enorme potencial para a emergência de redes sociais virtuais distribuí­das entre alunos e professores, no contexto das quais seria possível, em tese, fazer circular toda a informação e alguns processos de aprendizagem desejados pelos formuladores de currículo. O potencial existe porque, fora da escola, tanto os alunos quanto os professores já habitam muitos desses espaços de comunicação e diá­logo virtualizados: o Brasil figura entre os países com maior número de usuários e de interações em ambientes como Facebook e YouTube. 

Existem muitas questões em debate acerca do uso de redes sociais na escola, da manutenção da privacidade dos jovens e dos professores à eficácia como canal de ensino e aprendizagem. E existem na internet dezenas de recomendações acerca dessas questões (procure no Google, por exemplo, “facebook para educadores”). Gostaria apenas de enfatizar que se deve evitar o aproveitamento das redes sociais como (mais um) instrumento de controle dos atores da educação na escola e, caso não se usem as redes virtuais, por qualquer das questões já mencionadas, deve-se procurar ao menos apropriar-se de seu estilo comunicativo, dos memes e personagens criados pelos jovens para divertir, informar, argumentar, organizar, aprender.  

3. Virtualização: nuvens de aplicativos
As estatísticas mais atuais da distribuição de smartphones e tablets e de acesso móvel à internet no Brasil são surpreendentes de uma maneira bastante positiva. Por exemplo, somos líderes mundiais no tempo de uso diário de aparelhos móveis (84 minutos contra 74 minutos da média mundial) e perdemos apenas para a Coreia no acesso médio diário aos mais diversos tipos de aplicativos para comunicação, notícias, entretenimento e educação, entre outros.

Ainda assim, da mesma forma que dificultou a entrada do Tamagotchi no Brasil na década de 1980, a escola hoje se esforça para limitar o uso da computação móvel em seus espaços, enclausurando os jovens nos já ultrapassados “laboratório de informática”. Conectados a uma rede Wi-Fi e providos da função “modo avião”, que bloqueia a comunicação via ligação telefônica e o recebimento de mensagens por SMS, esses aparelhos podem tornar-se instrumento de uma aventura educacional sem precedentes na escola, funcionando ao mesmo tempo como “veículo” e “sonda” da jornada que articula professores, alunos e conhecimentos. 

Como veículo, esses recursos são capazes de conduzir os atores dos sistemas de educação às plataformas de aprendizagem e comunicação. Existem milhares de aplicativos úteis à escola e ao ensino (ver, por exemplo, esses poucos, mas muito interessantes, no link bit.ly/escolapps), em torno dos quais podemos montar incontáveis novas práticas didáticas de apoio à aprendizagem (ver, por exemplo, o uso do acelerômetro de smartphones em uma atividade sobre força centrípeta em bit.ly/escolapps1 e bit.ly/escolapps2).

Como sonda, essas ferramentas podem devolver-nos o rastro de aprendizagem deixado pelos usuários dos sistemas de informação, com o qual criamos inteligência educacional, marcado no círculo central da figura e discutido a seguir. 

4. Inteligência educacional
Finalmente, como parte da arquitetura necessária ao entendimento e reinvenção inovadora dos processos de ensino e aprendizagem na escola, coloquei no centro as atividades de monitorar e gerar novos conhecimentos acerca de todas as outras atividades de alunos e professores nas camadas de imersão, comunicação e virtualização. Realizada com base em algoritmos proprietários e sob a tutela de conceitos da moda como Big Data, ou realizada com o apoio de instrumentos de análise de dados disponíveis na internet (como o Qedu em www.qedu.org.br), o importante nessa dimensão está na capacidade de agir rapidamente em função da atividade dos alunos e professores nas plataformas de aprendizagem, nas redes sociais e nas nuvens de aplicativos que formarão os novos sistemas de educação.

Uma arquitetura de escola baseada nas dimensões antes discutidas pressupõe um processo contínuo de inovação. Em educação, os processos de inovação deveriam estar vinculados principalmente à criação de ambientes que incentivem a criatividade, a imaginação, a experimentação, a exploração engajada e desejante, capazes de capturar a atenção e o imaginário de alunos e professores. Assim, a inovação na escola pode ser realizada na forma de aulas que acontecem em redes sociais ou, bem ao contrário, pela abolição da aula como arranjo social adequado à aprendizagem.

Por isso, tenho convidado alunos e educadores para o que chamo “hackear a escola”, ou seja, criar plataformas diferenciadas e contextualmente relevantes para a aprendizagem, que apoiem a emergência, em escala, de novos arranjos sociais para a educação. Os requisitos para tal empreendimento incluem desde uma gestão preparada para entender as demandas e tendências de uma cultura digital cada dia mais entranhada no cotidiano dos jovens até a habilitação dos professores à escuta e ao diálogo com seus alunos, passando por questões bem mais simples, como o provimento de banda larga em rede Wi-Fi e de programas tecnológicos do tipo BYOD (bring your own device), que incentivam na escola o emprego dos artefatos de que o jovem já dispõe e dos quais faz uso fora dela.

Penso que a transição de uma escola da manutenção de pressupostos e metáforas seculares para uma escola da reinvenção de sua arquitetura pedagógica e institucional poderia empregar diferentes tipos de inovação para diferentes partes da atividade escolar, num modelo do tipo 70-20-10, que poderia iniciar assim no ano 1:
  • aumentar continuamente a eficiência e promover a eficácia de 70% das ações que já praticamos;
  • substituir 20% de nossas práticas atuais por outras já validadas na pesquisa acadêmica ou na experiência de outros educadores;
  • transformar radicalmente 10% dos métodos, conteúdos e arranjos didáticos e interacionais empregados, inclusive com inspiração nas práticas de sucesso em ambientes essencialmente não escolares (do mundo profissional das startups tecnológicas aos mundos virtuais imersivos dos videogames, por exemplo).
Se procedêssemos assim, a cada ano transformando entre 10 e 20% das nossas práticas educacionais, em cerca de cinco anos teríamos transformado profundamente a escola em direção ao atendimento das demandas de seus principais usuários: alunos, professores, famílias e gestores educacionais.
  • Luciano Meira é doutor em Educação Matemática, professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e pesquisador associado da JoyStreet. luciano@meira.com
Fonte: https://www.grupoa.com.br/revista-patio/artigo/9902/cultura-digital-e-ensino-medio.aspx

Os perigos da rede


Por Silvana Azevedo

Ignorando o alcance da internet e desconhecendo a legislação, muitos jovens expõem sua privacidade sem cautela, usam redes sociais antes da idade permitida, praticam e sofrem bullying virtual. Saiba como ajudá-los a se proteger.
 
Em 2009, um vídeo com cenas de sexo entre adolescentes, gravado em uma escola em Belém do Pará, chegou à internet, causou indignação, chocou pais e professores e preocupou psicólogos. “O relato que eu tive do educador que acompanhava o caso foi de que o vídeo circulou na cidade toda, em muitas escolas e, ao invés de gerar constrangimento, fez com que os envolvidos se tornassem microcelebridades no contexto escolar”, conta o psicólogo Rodrigo Nejm, da associação SaferNet. Em sua opinião, o caso estimulou outros adolescentes a também fazer esse tipo de vídeo. “Para eles, teve um efeito positivo. Isso me surpreendeu muito”, afirma.
 
Em vez de apontar os meios de comunicação digitais e as redes sociais como vilões, o especialista entende que esse tipo de comportamento não é fruto da internet, mas sim de uma sociedade que supervaloriza a exposição do corpo e da erotização precoce da infância e da adolescência, o que pode ser visto em contextos como a música, o cinema, a televisão e a moda. “De certa maneira, os jovens só estão respondendo a esses estímulos e reproduzindo os conceitos culturais presentes nas outras mídias”, acredita.
 
Fundada em 2005 por um grupo de cientistas da computação, professores e bacharéis em Direito, a SaferNet é uma referência nacional no tratamento aos crimes e violações aos direitos humanos na internet. Rodrigo Nejm é diretor de prevenção e trabalha no sentido de provocar esse tipo reflexão, partindo para uma postura mais proativa nas escolas, incorporando questões de ética e cidadania na pauta curricular.  
 
Cerca de 20 mil educadores já participaram do programa da SaferNet, porém ainda há muito a ser feito nesta área. De acordo com a instituição, o Brasil é um dos países onde as crianças e os adolescentes passam o maior número de horas diante das telas de celulares, computadores e televisores. “As estatísticas demonstram que o uso intenso é limitado ao lazer e ao entretenimento”, revela Nejm. “Também ficou explícito nas pesquisas que eles não dominam as próprias ferramentas das redes sociais”, relata o psicólogo, que cursa doutorado em gerenciamento da privacidade em ambientes digitais na Universidade Federal da Bahia (UFBA). Para ele, este é um risco, pois a maioria dos usuários demonstra que não lê os termos de uso dos sites e desconhece as ferramentas de configuração de privacidade. Além disso, o adolescente não se dá conta da dimensão do que publica nas redes sociais e acaba, muitas vezes, em situação vulnerável.
 
A idade é outro problema, já que menores de 13 anos não estão autorizados a criar perfis na maior parte das redes sociais. Segundo a advogada Guataí de Paula, especialista em direito digital, uma pesquisa realizada pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil mostra que 25% das crianças e dos adolescentes brasileiros entre 9 e 16 anos não só têm um perfil na rede social, como ele ainda é aberto ao público: 57% delas informam a idade, o que pode ser considerado um ato infracional, previsto no artigo 299 do Código Penal.

Responsável pelo iStart, instituto fundado pelo escritório Patrícia Peck Pinheiro Advogados, que oferece aos jovens conteúdos relacionados a ética e segurança digital, Guataí alerta para a importância de educá-los para o uso da internet.  O movimento Criança Mais Segura na Internet (www.criancamaissegura.com.br), que integra o iStar, tem como objetivo principal a educação de crianças, jovens, pais e professores, por meio da orientação para o uso seguro das ferramentas digitais. No site do movimento são disponibilizados gratuitamente vídeos e cartilhas que ensinam a comprar com segurança na internet, a adotar posturas adequadas nas redes sociais e outras condutas importantes. As escolas podem solicitar palestras de conscientização sobre o uso ético, legal e seguro das tecnologias digitais.
 
A SaferNet também tem criado instrumentos pedagógicos para as escolas a fim de levar os jovens a refletir sobre o tema, pensando bem antes de divulgar uma informação em um ambiente que reúne bilhões de pessoas. Para Rodrigo Nejm, o grande desafio é conectar a educação para o exercício da cidadania, o exercício dos direito humanos e o respeito à diversidade. “Pais e professores podem não saber usar tão bem a internet como os filhos e os alunos, mas certamente têm um domínio maior, ou deveriam ter, sobre as noções de cidadania”, adverte. “A criança pode aprender sozinha a usar o Facebook, mas não aprende sozinha a ter cuidados nos ambientes públicos”.
 
Socorro on-line
Além de dialogar com as escolas, desenvolver videoaulas e cartilhas e promover palestras, a SaferNet inaugurou mais uma frente de trabalho em 2012. Trata-se do HelpLine (www.canaldeajuda.org.br), um canal que possibilita a pessoas de qualquer lugar do Brasil falar on-line, das 13h às 19h, ou por e-mail, 24 horas por dia, com um psicólogo especializado, sem qualquer tipo de custo. “Em um ano já tínhamos mais de mil pedidos de ajuda”, informa a psicóloga Juliana Cunha, coordenadora do programa, que atende ocorrências que vão do arrependimento de postagem de um conteúdo gerado pelo próprio usuário a situações de sexting (exposição de fotos íntimas ou de conteúdo sexual).
 
Ofensas, discriminação étnica, intimidação e amea­ças, o chamado cyberbullying, também são recorrentes, e a profissional explica que, muitas vezes, o canal é acionado por adolescentes que temem contar para os pais. “O cyberbullying é diferente do bullying e ainda mais nocivo, porque o constrangimento não fica restrito a um espaço físico determinado, como a escola”, destaca. “Para onde quer que o indivíduo vá, o problema vai junto. As vítimas sofrem consequências que afetam a sua vida social, os seus relacionamentos e a sua saúde”, explica Juliana, que, além de dar suporte psicológico, também orienta a respeito de questões legais.
 
Segundo a especialista, para muitos adolescentes, existir é estar na rede. Ela alerta, porém, que esse comportamento requer cuidados redobrados e que gerenciar a própria privacidade tornou-se um desafio. “Antigamente as pessoas cometiam ou falavam pequenas bobagens na adolescência e as histórias caíam no esquecimento ou se transformavam em motivo de risos nos encontros de amigos. Hoje não se tem mais direito ao esquecimento”, ressalta.
 
Registro permanente
Essa opinião é compartilhada pelo sociólogo e educador em mídias e tecnologias educacionais Yuri Bastos Wanderley, coordenador geral da Rede Anísio Teixeira do Estado da Bahia. “Na internet, a informação fica registrada permanentemente, não se pode voltar atrás no que foi dito, e o dado está acessível a qualquer pessoa, a qualquer momento”, observa. Ele também lembra que muitas opiniões tendem a mudar no decorrer da vida, por isso é preciso tomar cuidado com os posicionamentos publicados nas redes sociais. Por isso, defende que os valores éticos de um indivíduo devem ser replicados da vida real para o mundo virtual, embora os diferentes espaços requeiram comportamentos diferenciados. 
 
“O nosso dever, como educadores da rede pública, é educar para a ética cidadã. É uma educação que vai para além da sala de aula”, afirma.
 
O Instituto Anísio Teixeira, vinculado à Secretaria de Educação, oferece programas de difusão das mídias e tecnologias da informação e da comunicação na rede de ensino para formar professores dos núcleos de tecnologia educacional e professores de projetos pedagógicos, os quais desempenham o papel de multiplicadores. Assim, os ensinamentos chegam às 1.400 escolas estaduais, através dos 36 mil professores da rede, beneficiando 1,2 milhão de estudantes. Videoconferência são realizadas em parceria com a SaferNet, que promove debates e discussões a respeito do uso seguro e ético da internet, disponíveis para qualquer educador da rede estadual da Bahia. “Entendemos que os novos meios de comunicação tecnológica são mais uma forma de expressão da nossa sociedade, mais um espaço onde as pessoas estão se encontrando, se relacionando e construindo coisas em comum. Contudo, as redes sociais não substituem as relações face a face”, observa Yuri Bastos Wanderley.
 
Em sua trajetória como educador em tecnologia, o coordenador da rede Anísio Teixeira reuniu subsídios para analisar o comportamento dos jovens na internet e verificou que aqueles que têm dificuldade de se socializar nas relações do bairro e da escola acabam transferindo as expectativas para o mundo virtual, criando perfis que valorizam suas qualidades e escondem características que muitas vezes os fazem sofrer bullying nas relações presenciais. “É importante analisar por que o jovem prefere passar o tempo dele na internet. Será que a internet é perfeita? Ou será que as relações que ele mantém fora são repressoras? O uso excessivo da internet talvez seja uma consequência da maneira como as pessoas estão se relacionando fora dela”, alerta.
 
Liberdade vigiada
O subsecretário de Novas Tecnologias Educacionais da Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro, Rafael Parente, vê a internet como uma ferramenta muito recente, em constante transição, e acredita ser necessário um processo de educação que torne os jovens mais críticos e conscientes: “A ética, que já é tão rara no mundo presencial, é praticamente inexistente no mundo virtual”. Ele aposta no desenvolvimento de habilidades e competências para que os educadores possam apropriar-se das ferramentas tecnológicas da melhor forma possível.
 
Para isso, a Secretaria Municipal do Rio de Janeiro desenvolveu um curso on-line para os professores da rede, o Transformação 3.0, cujo conteúdo aborda temas relacionados a segurança na rede, ética e riscos a que os usuários estão expostos. “Acreditamos em um processo de educação complexo, trabalhoso, que exige diálogo e reflexão”, diz o subsecretário. “Também vemos a proibição como um caminho mais curto e menos eficiente, por isso a melhor atitude a se tomar é trabalhar com uma conscientização aprimorada para que os alunos se tornem autônomos, conscientes dos limites para suas ações e seus comportamentos”, explica.
 
Esse método já é aplicado no Ginásio Experimental das Novas Tecnologias Educacionais (GENTE), escola instalada na Rocinha, cujo ensino é personalizado, sem separação de turmas, e tornou-se possível graças ao uso intensivo do computador. Nessa escola, quanto mais o aluno prova que é responsável, mais o professor o deixa livre. Quando existem excessos, como o acesso a páginas indevidas, o estudante sofre consequências, que variam de acordo com a gravidade.
 
Os computadores não têm filtros, mas há softwares que permitem ao professor enxergar as telas de todos os alunos. Segundo o subsecretário, em toda a rede municipal de ensino há 670 mil alunos, e as ocorrências oscilam entre 10 e 30 por mês. “Não podemos ir pelo caminho mais fácil e pensar que, se temos problemas, devemos proibir e abrir mão dos recursos tecnológicos”, observa. Para ele, também é papel dos educadores propor esse tipo de educação e de reflexão na escola. “É um desafio essencial para o futuro dos nossos alunos. Eles usarão essas ferramentas e precisarão estar conscientes de que devem agir com civilidade também no mundo on-line”, afirma Parente. 
 
Como usar a internet de maneira ética e segura
 
  1. Leia os termos de uso dos aplicativos e dos sites.
  2. Use senha. Além de impedir o acesso não autorizado a um dispositivo, ela identifica o usuário e é imprescindível para a configuração de um crime.
  3. Mantenha o antivírus atualizado.
  4. Seja prudente ao baixar conteúdos. Arquivos “piratas” podem configurar crime de violação de direitos do autor, previsto no artigo 184 do Código Penal.
  5. Esteja atento ao compartilhamento de imagens. Evite expor excessivamente a intimidade, arriscando a própria segurança e a de sua família.
  6. Tenha cuidado para não violar direitos de imagem ao compartilhar fotos com amigos ou conhecidos. 
  7. Use os mecanismos de privacidade dos aplicativos e sites.
  8. Lembre-se que vítimas de cyberbullying devem recolher provar, denunciar o agressor e buscar ajuda especializada. Muitas vezes, as agressões podem caracterizar-se como algum dos crimes contra a honra, previstos nos artigos 138 a 140 do Código Penal. É importante que a vítima não se transforme em agressor.
  9. Há quem se sinta protegido por um perfil falso para praticar crimes e agressões na internet. O artigo 307 do Código Penal estabelece uma pena para esses casos, podendo variar de multa ou detenção de três meses a um ano, dependendo da gravidade do crime.
  10. Quem tem o computador violado, sem autorização expressa, está protegido pela Lei nº 12.737/2012. Apelidada com o nome da atriz Carolina Dieckmann, que teve seu computador invadido e imagens divulgadas sem autorização, a lei alterou o Código Penal para incluir a tipificação de alguns crimes digitais, como o de invasão de dispositivo informático. A pena pode ser de até dois anos de prisão. 
  11. O usuário também pode contar com leis que tratam de temas específicos, como o Estatuto da Criança e do Adolescente.
 
Fonte: https://www.grupoa.com.br/revista-patio/artigo/9909/os-perigos-da-rede.aspx

terça-feira, 5 de maio de 2015

Professor Criativo

Muito falamos em Tecnologia na Educação recentemente, e também maneiras de aplicá-la. Porém sabemos que o professor moderno tem que desenvolver competências que vão além do ensinar. Atualmente é exigido muita criatividade para que o professor desenvolva atividades educativas que sejam ao mesmo tempo, lúdicas, atraentes e principalmente criativas. Pensando nisso preparamos o Guia do Professor Criativo com 16 sugestões de atividades educativas para explorar a criatividade.
Atividades Educativas

16 Dicas de Atividades Educativas

Muitos educadores e mesmo os alunos consideram as atividades atuais ultrapassadas e não acompanham mais os alunos online. Por isso o professor deve adaptar as atividades em sala de aula.
Entendemos que o professor tem diversas atividades além da aula. São várias turmas, tantos atividades, provas, etc. Os conteúdos precisam ser desenvolvidos e trabalhados. Tudo exigindo do professor atenção, solução e crescimento.
Confira a seguir 16 dicas de atividades em sala de aula que são simples de desenvolver e irão despertar a atenção dos alunos. Procure colocá-las em prática, fazendo as devidas adaptações, conforme a sua realidade:
1. Use jogos educativos: Jogos normalmente são envolventes. Você pode usar, desde um simples jogo de memória como FlashCards ou uma competição entre times usando um Quiz.
2. Estimule a criatividade do aluno: Proponha atividades que estimulam o aluno a criar algo, o Mapa Metal é uma ótima ferramenta para isso.
atividades educativas
3. Elabore situações problemas para os seus alunos resolverem: As pessoas naturalmente gostam de desafios. Estudos de caso com problemas a serem resolvidos são uma ótima atividade principalmente para matérias de ciências e exatas.
4. Desenvolva atividades fora da sala de aula: Pode ser dentro da própria escola, mas mude o ambiente. Use o pátio, biblioteca ou um laboratório. Isso desperta o interesse e motivação dos alunos.
5. Envolva os alunos: Dê responsabilidade a eles. A técnica de sala de aula invertida funciona bastante. Cada aluno ou grupo fica responsável por apresentar um tema e trazer a sala de aula. O conteúdo é apresentado por eles, o professor atua como um mentor no processo.
6. Crie atividades em Grupos: Crie grupos de estudo por afinidades ou interesses, proponha atividades dentro da sala de aula, sugira que eles desenvolvam um projeto que perdurará o período do curso. As atividades podem ser online, conheça a função de grupos de estudo online.
7. Introduza cada conteúdo de forma diferente: Hora inicie a aula com um Quiz, outra vez envieFlashCards com os principais temas como dever de casa. Proponha uma leitura, ou uma pequena discussão. Atividades diferentes fazem com que o aluno memorize o momento e relacione o conteúdo a atividade.
8. Mude o formato da sala de aula: Altere a disposição das mesas e cadeiras. Use o formato de grupos, auditório, etc. Isso quebra a rotina e os alunos se sentem mais confortáveis.
9. Use a Tecnologia: Utilizar computadores e celulares é positivo pois aproxima o aluno da rotina dele. Desenvolva atividades com computadores ou tablets por exemplo, usando as ferramentas do ExamTime. A atividade deve ser bem estruturada para que não se perca o foco.
atividades educativas
10. Transforme os alunos em Co-autores: Estimule com os alunos preparem as aulas, o professor atua como mentor orientando no processo. Cada aluno apresenta um tema. Isso ajudará não só no envolvimento com a matéria mas o prepara para outras situações.
11.Utilize Redes Sociais: Atividades com blog ou twitter são dinâmicas. Sugira que a classe crie um Blog como se fosse um personagem da história. Ou use o twitter para corrigir o português dos famosos!
atividades educativas
12. Sinergia entre as matérias: Como a geografia pode casar com história. Isso pode ajudar os alunos a melhorar compreensão dos fatos e torna o assunto mais interessante.
13. Traga Jornais e Revistas: Mantenha-os atualizados e conecte notícias diárias com o tema da aula.
14. Introduza novas técnicas de didática: Desenvolva atividades educativas de acordo com o aproveitamento da turma. Faça uma pesquisa com eles.
15. Explore Recursos com áudio e Imagem: Utilize vídeos, músicas, além da própria internet como já citamos. Isso desperta a atenção dos alunos e trabalha vários sentidos no processo de aprendizagem.
16. Desafie os alunos: Coloque atividades e problemas sempre um grau mais difícil. Mostre para eles como são capazes de ir sempre além!
Ao unir a pedagogia tradicional com atividades mais próximas da vivência diária dos alunos, o professor provoca maior interesse nos estudantes pela aprendizagem.
Atualmente temos nossa atenção desviada para outras atividades, por isso o professor precisa buscar alternativas atraentes para que os jovens sintam prazer em aprender. E não tenha receio de introduzir atecnologia no processo de educação, afinal a tecnologia faz parte da rotina dos estudantes fora da sala e eles se sentirão confortáveis com a proposta. Leia mais matérias sobre TIC no nosso blog.
Confira o Mapa Mental que criamos para te ajudar:
Atividades Educativas

Fonte: https://www.examtime.com/pt-BR/blog/atividades-educativas/

Dia da Língua Portuguesa e da Cultura


Idioma falado em vários países
O português é a língua oficial em Portugal, Ilha da Madeira, Arquipélago dos Açores, Brasil, Moçambique, Angola, Guiné-Bissau, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe. É a quinta língua mais falada do planeta e a terceira mais falada entre as línguas ocidentais, atrás do inglês e do castelhano. Por toda essa importância, seu ensino é obrigatório nos países que compõem o Mercosul.
Não oficialmente, o português também é falado por uma pequena parte da população em Macau (território chinês que foi até 1999 administrado pelos portugueses); no estado de Goa, na Índia (que foi possessão portuguesa até 1961) e no Timor Leste, na Oceania (até 1975 administrado pelos portugueses, quando então foi tomado pela Indonésia, atualmente é administrado pela ONU).

Dia da Língua Portuguesa e da Cultura
No dia 5 de maio é comemorado o Dia da Língua Portuguesa e da Cultura entre os países de Língua Portuguesa. Nesta data os países do espaço lusófono procuram desenvolver atividades que promovem a Língua Portuguesa e a cultura lusófona pelo mundo. O dia 5 de maio também é conhecido como Dia da Cultura Lusófona.
Origem da data
Em 2005 ficou dedido em Luanda, Angola, que o dia 5 de maio seria o Dia da Língua Portuguesa, mas a data só foi oficalizada em Junho de 2009 em Cabo Verde, quando os países que pertencem à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) se reuniram e chegaram a acordo no XIV Conselho de Ministros da CPLP, realizado em Junho de 2009, em Cabo Verde.
Países que Celebram o Dia da Língua Portuguesa e da Cultura
O Dia da Língua Portuguesa e da Cultura é celebrado nos oito países que pertencem à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.
Fontes: http://www.oabsp.org.br/portaldamemoria/datas-comemorativas/dia-da-lingua-portuguesa 
             http://www.calendarr.com/brasil/dia-da-lingua-portuguesa-e-da-cultura/

segunda-feira, 4 de maio de 2015

Fotor - Um excelente serviço web para colagem de imagens


Já divulgamos no blogue alguns serviços web/aplicações que permitem a criação de imagens
recorrendo à técnica de "colagem de imagens".
Um dos meus preferidos é o pizap, no entanto por estes dias descobri o fotor.
fotor é muito mais que um serviço de criação de imagens em torno da colagem de imagens,
isto porque permite também a edição de uma imagem e a criação de cartões.

No entanto na questão da colagem de imagens o fotor  tem um potencial muito grande, digamos
que é muito profissional.
Para já tem uma interface muito limpinha, sem grandes ruídos e de fácil manipulação. Depois
tem imensos modelos para se fazer a colagem e divididos por tema. Acabando num que permite
a manipulação completa da colagem.
A edição de imagem é muito forte com as técnicas habituais doutros serviços mas tem fontes
incluídas bastante apelativas.
Fiquei muito agradado e não vou substituir o pizap por este mas sempre que pedir trabalhos aos
meus alunos vou explorar este com eles não deixando de lhes sugerir também outros serviços web.

Fonte: http://theblogteacher.blogspot.com.br/2015/04/fotor-um-excelente-servico-web-para.html