quinta-feira, 31 de março de 2016

CURRÍCULO, MOVIMENTO, PERCURSO, CAMINHO DA VIDA

O mais importante e bonito do mundo é isto; 
que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram 
terminadas, mas que elas vão sempre mudando. 
Afinam ou desafinam. Verdade maior. É o que a vida me ensinou.” 
João Guimarães Rosa, Grande Sertão: Veredas 

 A palavra curriculo é de origem latina e significa o caminho da vida, o sentido, a rota de uma pessoa ou grupo de pessoas. Currículo indicaprocesso, movimento, percurso, como a etimologia da palavra recomenda. Currículo é o ambiente do conhecimento, assim como, o espaço de contestação das relações sociais e humanas e também o lugar da gestão, da cooperação e participação. O currículo deve ser entendido como componente central do procedimento da educação institucionalizada.

O que é um currículo interdisciplinar? É o modo de viabilizar as interações e inter-relações entre as diferentes disciplinas existentes, consentindo que cada aluno perceba o conhecimento coletivo e construa o seu de maneira individual. Como vemos, currículo interdisciplinar não é apenas combinar algumas disciplinas em projetos, mas para que a interdisciplinaridade aconteça é necessário a colaboração e a parceria entre as disciplinas do currículo para se chegar a um finalidade única, que é a noção da realidade. O conceito de interdisciplinaridade foi organizado propondo-se restabelecer um diálogo entre as diversas áreas dos conhecimentos científicos. A interdisciplinaridade pode ser compreendida como sendo a troca de reciprocidade entre as disciplinas ou ciências, ou melhor, áreas do conhecimento. (FEREIRA in FAZENDA, 1993, p. 21-22).Nessa expectativa compete ao professor, articular teoria e prática, numa forma interdisciplinar sem perder de vista os objetivos fundamentais elencados para a sua disciplina. Ao buscarmos um novo olhar interdisciplinar chegaremos ao olhar transdisciplinar com mais entrosamento e fortalecimento. 
A transdisciplinaridade considera o que está ao mesmo tempo entre as disciplinas, através das diferentes disciplinas e além de toda disciplina e sua finalidade é compreender o mundo atual. A transdisciplinaridade é a investigação da acepção da vida através de relações entre os diversos saberes das ciências exatas, humanas e artes, estimulando a vinculação e indicando uma visão contextualizada do conhecimento, da vida e do mundo. A transdisciplinaridade busca a compreensão do conhecimento, busca a inclusão, procura parceria, adiciona, compartilha, coopera, agrega. Citando Paulo Freire, constatamos que a fala desse educador nos elucida ao colocar que devemos aproximar a atitude interdisciplinar da atitude transdisciplinar: porque encontraremos nas duas o coletivo instituinte, o trabalho em grupo, a transversalidade, o diálogo. 
O papel da educação como elemento de desenvolvimento social é reorientado, quando existe correlação entre as capacidades exigidas para o exercício da cidadania e para as ações produtivas. Devemos lembrar que a exclusão proveniente da sociedade do consumo e do capitalismo poderá sofrer diminuição através da idéia de currículos que privilegiem áreas que estão em crescimento no momento atual. Uma sugestão curricular de alcance para a sociedade contemporânea deverá agregar as tendências atuais da ciência e da tecnologia nas atividades produtivas e nas interações sociais. 
Mediante as demandas contemporâneas, educadores de todo o país estão reunidos para discutir o entendimento do currículo no ensino infantil e fundamental, pois a idéia é modernizar o debate sobre a importância do currículo, principalmente após a ampliação do ensino fundamental para nove anos. Os estudos serão estruturados em seis eixos temáticos: currículo e desenvolvimento humano; educandos e o currículo; organização dos tempos e espaços escolares; currículo, conhecimento e cultura; diversidade e inclusão social; e currículo e avaliação. 
Diante da constatação de necessidades contemporâneas, os eixos temáticos referentes aos estudos em andamento incorporam a preocupação dos educadores com a necessidade de um currículo que contemple a interdisciplinaridade e a transdisciplinaridade, porque o ser humano é ser de múltiplas dimensões e aprendem em tempos e em ritmos diferentes, o conhecimento deve ser construído e reconstruído, processualmente e sucessivamente, e o conhecimento deve ser abordado em uma perspectiva de totalidade. 
Referências:MEC
Autora: Amélia Hamze 
Fonte: http://educador.brasilescola.uol.com.br/trabalho-docente/curriculo-movimento-percurso-e-caminho-da-vida.htm

APRENDER PARA RESOLVER E RESOLVER PARA APRENDER.

A nova ênfase na educação muda o foco educacional, alterando o paradigma de formação da transmissão do conhecimento para construção de competências.Construir competências no ambiente educacional significa a constituição dos processos de mobilização dos conhecimentos, das emoções e do fazer. 

Esse novo projeto desenvolvido pela escola implica em fazer do aluno o agente do processo, sendo o sujeito central da aprendizagem porque faz, pesquisa, pergunta, descobre, cria e aprende. As competências então passam a ser ações e operações mentais de caráter afetivo, cognitivo e psicomotor. São enfatizadas através da Pedagogia de projetos e soluções de problemas, sempre estimuladas através do “aprender para resolver e do resolver para aprender”. 

As metodologias empregadas na construção das competências devem estar centradas na ação do sujeito que busca a aprendizagem. Na construção das competências as ações são desencadeadas através de desafios, problemas e de projetos que serão orientados pelo professor. O foco educacional está direcionado para a aprendizagem. 
Ao falarmos em construção de competências no ambiente escolar, enfatizamos que o currículo deve ser organizado e composto por um eixo de projetos, desafios e problemas significativos, que irão desencadear ações resolutivas dentro de um contexto de produção de conhecimentos. 

Quando os alunos aprendem a resolver problemas eles constroem a capacidade de aprender a aprender, buscam respostas para os desafios e problemas e através de questionamentos constroem a sua autonomia. 

Ao mobilizar conhecimentos para a resolução de uma situação específica o aluno mobiliza a competência para a construção da habilidade (um conjunto de comportamentos que está associado a uma ação tanto física como mental, indicadora da capacidade, “saber fazer” algo específico). 

O conjunto de habilidades humanas são traduzidas em várias capacidades: Lógico-matemática (domínio dos raciocínios lógico e dedutivo e compreensão de modelos matemáticos, estando diretamente associado ao pensamento científico) , Espacial (capacidade de formar um modelo mental preciso de uma situação espacial e de utilizar esse modelo para se orientar), Musical (aptidão para se expressar por meio dos sons, para organizá-los de maneira criativa), Corporal-cinestésica (domínio dos movimentos do corpo, que pode ser um instrumento eficiente de expressão. Agilidade de manipular objetos) , Interpessoal (capacidade de se relacionar bem como as outras pessoas),Intrapessoal (habilidade de estar bem consigo mesmo, administrar os próprios sentimentos), entre outras. 

Assim pensando, o profissional da educação precisa buscar de forma contínua, informação e conhecimento, pois esses são os mais valiosos recursos estratégicos; ter uma postura investigativa e crítica, de maneira a assumir essas mudanças de paradigmas educacionais de forma natural.Entender que competências profissionais compreendem o conjunto de habilidades, agilidades e conhecimentos, que um profissional da educação precisa contar para cumprir suas atividades educativas, oferecendo garantia dos resultados das ações planejadas, para a sociedade, encaminhando propostas que façam sentido para os tempos atuais. 

Amelia Hamze 

Fonte: http://educador.brasilescola.uol.com.br/trabalho-docente/aprender-para-resolver-e-resolver-para-aprender.htm

A QUALIDADE NA ORGANIZAÇÃO APRENDENTE


A escola como organização aprendente, constitui um ambiente, um momento e uma totalidade de ocasiões de aprendizagens e aperfeiçoamentos. A escola como organização reflexiva se sustenta na missão primordialmente social, tendo como pano de fundo os atores sociais, que se interagem. 

A construção experênciada e vivenciada da aprendizagem é um processo contínuo em constante reformulação dos conceitos, entendida como uma nova visão do mundo e de um novo paradigma cultural. A escola que se pensa e que se avalia como organização aprendente, dentro do seu projeto educativo, é uma instituição que se caracteriza como emancipatória e se estabelece como um local onde se vivencia a cidadania dos que ali trabalham e dos que ali estudam, contextualizando com a vida real. Essa instituição escolar tem que viver a cidadania, aceitando as diversidades, agindo com responsabilidade, usando o argumento da palavra em diálogos esclarecedores para a tomada de decisões, tendo consciência do seu profissionalismo, com comprometimento social. 

A Escola reflexiva, tem que se perceber como uma organização que aprende e se amplia pela interação mútua e continuada entre seus membros, só assim se sistematizará como um ambiente dinâmico, flexível e aberto. 

Nessa comunidade educativa reflexiva, com rosto especial, procura-se através das interações a qualidade e a excelência, onde as pessoas são capazes de dar respostas rápidas, eficazes, criativas, respondendo de maneira eficiente aos desafios do novo tempo. 

Em nível planetário, essa comunidade educativa reflexiva tem que ter a iniciativa de passar rapidamente à ação como apelo imperioso social e comunitário. Na sociedade planetária , nós nos reconhecemos como cidadãos do mundo, mas que se impõe como racionalização através da tecnologia. O conhecimento deve ser visto na perspectiva de uma aventura, para a qual a educação deve fornecer apoio indispensável. A contextualização é a condição essencial da eficácia da aprendizagem. 

Educação, no sentido abrangente, é o procedimento real do cultivo histórico da essência humana. Por esse olhar todas as analogias constituídas da pessoa com o mundo, com os outros e consigo mesma são partes da ação educativa. Educação, no sentido exato, é um procedimento social que tem a finalidade de contribuir, direta e intencionalmente, no procedimento de constituição histórica das pessoas. As pessoas se concebem como sujeitos históricos no encontro com outras pessoas. O convívio com o outro é um imprescindível processo de construção de si. As escolas existem para atuar no mundo, na comunidade e na história. As tecnologias criaram novos espaços do conhecimento. A sociedade do conhecimento é uma coletividade de inúmeras ocasiões de aprendizagem. 

O professor em uma escola como organização aprendente, passou a ser um aprendiz em formação continuada, um construtor de conhecimentos, um colaborador, e, sobretudo, um parceiro na organização da aprendizagem. A família e a escola estão perdendo a competência para transmitir eficientemente valores e preceitos culturais e sociais. O papel de socialização primária da família se perdeu, por causa de transformações que incidem no próprio cerne familiar. Novas questões sociais advindas da má formação da socialização primária levaram a escola a assumir novas peculiaridades , novos papéis, novos olhares e novos enfoques. 

Porisso o professor deve refletir sua prática docente, sob a ênfase da metodologia científica de pesquisa, adequando esta prática e compartilhando os resultados obtidos das ações desencadeadas. Há neste novo momento uma reivindicação real de transformação na identidade profissional e nas configurações de tarefas dos docentes. 
Esta nova sociedade que se apresenta, nos obriga a repensar . Esta é a "sociedade do conhecimento" com um feitio social que suplanta as atuais.A condição é de que este conhecimento é um bem disponível para todos de maneira que garanta igualdade de oportunidades e também os recursos para conseguí-lo. 

De acordo com Isabel Alarcão : “O professor reflexivo é aquele que pensa no que faz, que é comprometido com a profissão e se sente autônomo, capaz de tomar decisões e ter opiniões. Quando o professor faz isso corretamente, o aluno aprende a gerir seu estudo. Dificilmente ele será alguém que só decora, porque o mestre incute nele estratégias de interrogação e busca formá-lo como um indivíduo autônomo”. 


Autora: Amelia Hamze 

Fonte: http://educador.brasilescola.uol.com.br/trabalho-docente/qualidade-aprendente.htm

A IMPORTÂNCIA DA UTILIZAÇÃO DO TEXTO

A importância da utilização do texto e a articulação entre as áreas de conhecimento


Por Hiliana Alves dos Santos e Soraya Pedrosa B. B. da Silveira

Resumo: A leitura e a escrita são pontes incontestáveis para que haja uma inclusão do indivíduo dentro da sociedade. Tendo a escola à responsabilidade de sistematizar esses saberes, salienta-se que não é papel apenas do professor de língua portuguesa utilizar-se do texto para que haja uma aquisição significativa da linguagem. Outras disciplinas do Ensino Fundamental deveriam utilizar textos concretizados através dos gêneros disponíveis na sociedade e tipos formando conjunto com fim comum: a inserção do aluno no mundo letrado. Reconhecendo sua importância na sala de aula sugerimos que a utilização do texto aconteça com mais freqüência e que este uso possa articular-se coerentemente dentro de uma proposta interdisciplinar articulada entre as áreas de conhecimento.

Diante dos resultados obtidos nos exames que avaliam o nível de leitura dos como o ENEM, SAEPE entre outros, observar o espaço que essa prática ocupa no cotidiano escolar faz-se necessário uma vez que, mesmo com tantas pesquisas dedicadas ao tema, o fantasma do analfabetismo funcional acompanha os brasileiros em pleno séc. XXI.
No entanto, não podemos atribuir toda a culpa apenas ao professor, pois há diversos fatores que comprometem o processo de ensino-aprendizagem, como, por exemplo, os aspectos físicos da escola, condições de trabalho, entre outros.

Todavia, no presente trabalho, deter-nos-emos a observar qual o espaço dedicado à diversidade textual na sala de aula e, por conseguinte, qual o tratamento dado à leitura no cotidiano escolar mais especificamente nas aulas de outras disciplinas, uma vez que o trabalho com a diversidade textual já se incorporou nas aulas de língua portuguesa e língua estrangeira devido aos apelos dos Parâmetros Curriculares Nacionais e ao grande número de publicações na área, publicações estas geralmente divulgadas nos cursos de Letras.

Segundo as orientações apresentadas pelos PCN, todo professor, independente da sua área de formação, deve ter o texto como instrumento de trabalho. Este, por sua vez, deveria ocupar lugar de destaque no cotidiano escolar, pois, através do trabalho orientado para leitura, o aluno deveria conseguir apreender conceitos, apresentar informações novas, comparar pontos de vista, argumentar, etc. Dessa forma, o aluno poderá caminhar adiante na conquista de sua autonomia no processo de aprendizado. No entanto, o que se observa é que construir habilidades e competências que envolvam a leitura e a produção textual é papel atribuído apenas e tão somente aos professores de língua, limitando o espaço do texto na escola.

No presente trabalho, utilizamos o método etnográfico quantitativo através do qual pudemos verificar o espaço dedicado ao texto em seu cotidiano escolar, assim como investigar a formação dos professores. Nosso corpus é composto por oito professores do Ensino Fundamental II de escolas da região metropolitana de Recife.
Para orientar nosso trabalho, tomaremos como base as orientações dos Parâmetros Curriculares Nacionais apoiar-nos-emos nas contribuições de BAKTHIN (2003), SCHNEUWLY e DOLZ (1999), CRISTÓVÂO e NASCIMENTO (2006) e MATÊNCIO (2000).

O texto e seu espaço na sala de aula

Durante muito tempo o espaço do texto ficou relegado ao trabalho com análise lingüística, o ensino tradicional tomava como unidade de estudo a estrutura da oração e do período.
A partir da década de oitenta, opondo-se a essa maneira de ensino da língua portuguesa, começam a despontar propostas de trabalho que tomam o texto como unidade de estudo essencial e com o reflexo das contribuições da Lingüística Textual, da Teoria dos gêneros, da Sociolingüística, da Análise do Discurso, passou-se a ver o texto como unidade básica da interação verbal.

Tomamos como base, o conceito de gênero textual apresentado por Bakthin (1997). Segundo ele, os gêneros textuais são formas relativamente estáveis de enunciados que se definem por aspectos relacionados ao conteúdo, à composição estrutural e aos traços lingüísticos, extremamente ligados aos contextos (condições e finalidades) nos quais estão inseridos. É por esta dependência com relação ao contexto que eles são historicamente variáveis. Assim, a imensa diversidade de gêneros é que forma a língua.

As práticas pedagógicas de língua materna tem sido alvo de uma constante preocupação. Afinal, muitas são as dificuldades dos alunos no que diz respeito ao desenvolvimento da proficiência em leitura e compreensão de texto. No entanto, não podemos esquecer que é papel da escola como um todo tornar nossos alunos capazes de utilizar a linguagem como instrumento de aprendizagem, sabendo fazer uso de informações contidas nos textos, bem como conhecer e analisar criticamente os usos da língua como veículo de valores e preconceitos de classe, credo, gênero ou etnia.

Logo, não só o professor de Língua Portuguesa, mas o corpo docente como um TODO deve ser responsável pela a trajetória de sucessos e de insucessos que acompanha a formação do alunado. Se nosso objetivo enquanto educadores é promover o processo de ensino-aprendizagem, devemos perceber que a linguagem é o meio pelo qual nossa ação se concretiza, por isso devemos consubstancialmente desenvolvê-la.
Dessa forma, se compreendemos o texto como sendo a unidade básica da linguagem verbal, devemos utilizá-lo como instrumento em nossas aulas e torná-lo mais presente no cotidiano escolar dos nossos alunos trazendo para o contexto educacional os diversos gêneros textuais disponíveis na sociedade.
Quanto a isso, n os Parâmetros Curriculares Nacionais (1997, p.30) afirma-se que:

“Cabe a escola viabilizar o acesso do aluno ao universo dos textos que circulam socialmente, ensinar a produzi-los e a interpretá-los. Isso inclui os textos das diferentes disciplinas, com os quais o aluno se defronta sistematicamente no cotidiano escolar e, mesmo assim, não consegue manejar, pois não há um trabalho planejado com essa finalidade”. (PCN, 1997, p.30)

O gênero com meio de articulação entre as áreas de conhecimento

Considerando o que foi acima apresentado, percebemos a necessidade de um ensino de língua que esteja de acordo com o contexto no qual estão inseridos os indivíduos presentes no processo ensino-aprendizagem em evidência. Não se devem artificializar o contato desses indivíduos com sua língua materna. Ao contrário, a escola deve procurar envolver seus alunos em situações concretas de uso da língua, de modo que consigam, de forma criativa e consciente, escolher meios adequados aos fins que se deseja alcançar. Pois, como bem afirma Schneuwly e Dolz (1999), a escola é sim um lugar original de comunicação.

Ao inserirmos a diversidade de gêneros nas práticas didáticas, colocamos o aluno em contato com gêneros textuais que são produzidos fora da escola, em diferentes áreas de conhecimento, para que ele reconheça as particularidades do maior número possível deles, e possa preparar-se para usá-los de modo competente quando estiver em espaços sociais não escolares.

Além disso, ao explorar a diversidade textual, o professor aproxima o aluno das situações originais de produção dos textos não escolares, como situações de produção de textos jornalísticos, científicos, literários, médicos, jurídicos, etc. Essa aproximação proporciona condições para que o aluno compreenda como nascem os diferentes gêneros textuais, apropriando-se, a partir disso, de suas peculiaridades, o que facilita o domínio que deverá ter sobre eles.

Trabalhar com gêneros textuais permite ainda a articulação das atividades entre as áreas de conhecimento, contribuindo diretamente para o aprendizado significativo de prática de leitura, produção e compreensão.

De acordo com os Parâmetros curriculares Nacionais de Língua Portuguesa,
Quando entram na escola, os textos que circulam socialmente cumprem um papel modelizador, servindo como fonte de referência, repertório textual, suporte de atividade intertextual. A diversidade textual que existe fora da escola pode e deve estar a serviço da expansão do conhecimento letrado do aluno. (PCN, 1997, p.34)

Como podemos perceber, o texto deve ser um instrumento que deverá unir os conteúdos das disciplinas a um contexto social que deverá instigar a leitura, provocando reflexão, portanto, não tem sentido que aulas de Português, Matemática, História, Geografia, Ciências e outras tenham como referência para o ensino apenas o que for fornecido pelos livros didáticos, e também não tem sentido que mesmo trabalhando com outros gêneros, os utilizemos como pretexto apenas.

Dessa forma, uma seleção variada de gêneros seria muito útil para orientar a programação curricular, seja enquanto definição de princípios seja enquanto delimitação de objetivos, conteúdos e atividades. A diversidade textual, que existe fora da escola, pode e deve estar a serviço da expansão do conhecimento letrado do aluno (PCN, 1997, p.34).
Faz-se necessário que a inserção dos gêneros textuais nas aulas do ensino fundamental vise uma articulação com a sua utilização na sociedade e ano restrinja o ensinamento de LP em situações de análise lingüística, mas almeje alcançar dentro de uma proposta interdisciplinar resultados propícios ao uso do texto dentro e fora da escola.
Portanto, ressaltamos mais uma vez a importância da utilização dos gêneros textuais baseados em Cristóvão e Nascimento (2006, p.46) “é papel da escola assumir-se enquanto espaço oficial de intervenção para proporcionar ao aprendiz condições para que dominem o funcionamento textual com vistas a sua inserção”.

E se estão todos os professores, seja o de LP ou não, engajados na concretização dessa inserção, é necessário que credibilizemos o uso dos gêneros em nossas aulas.
Ao incorporar práticas de leitura e compreensão de textos como as sugeridas acima, o professor pode encontrar diversos desafios. Ao tomar os gêneros como ferramenta de reflexão para o trabalho na sala de aula, o professor deve tomar cuidado para não cair num modismo, mas deve estar consciente do objetivo a ser atingido.
Além disso, não podemos ignorar que, por mais que se resgate o contexto e a intenção comunicativa de uso do gênero, este, ao ser inserido em práticas escolarizadas, passa a ser um instrumento de estudo para construção de objetivos diversos.
Diante de tudo isso, observa-se que o trabalho com gênero na escola pode contribuir para a apropriação por parte das formas de dizer que circulam socialmente. Possuir um domínio maior dessas formas pode assegurar um pouco mais um exercício mais pleno de cidadania, objetivo maior de quase TODOS os programas curriculares, mas que, infelizmente, fica no nível da intenção, visto que na prática ainda é algo, muitas vezes, inatingível.

Para fundamentarmos nossas observações, realizamos uma pesquisa com alguns professores do Ensino Fundamental (5ª a 8ª série) de uma escola municipal e outras estaduais, ambas da região metropolitana de Recife, a respeito da utilização dos textos na sala de aula, das dificuldades encontradas para o ensino de sua disciplina e que textos utilizavam para ministrá-las.

Dentre os participantes da pesquisa estão oito (08) docentes entre eles dois (02) de Língua Portuguesa, dois (02) de Ciências, dois (02) de História, um (01) de Geografia e um (01) de Matemática. Todos graduados em licenciatura plena.
Quando questionados a cerca dos desafios encontrados para ministrar a disciplina, três (03) apontaram para as limitações na leitura e escrita, três (03) para o desinteresse do aluno em relação à leitura, um (01) para a dificuldade que os alunos apresentam para entender assuntos fundamentais e um (01) afirmou que os alunos não entendiam a necessidade de se aprender aquela disciplina.
Estes são dados que nos reportam as afirmações de Matêncio (2000 p. 97) onde afirma que

A despeito dessa situação, a escola tem responsabilizado o professor de língua materna quanto aos problemas de aprendizagem da palavra escrita. São freqüentes as reclamações de outras disciplinas a que estamos sujeitos no nosso dia a dia. Os demais professores alegam que seus alunos não sabem ler e escrever e nos perguntam o que podemos fazer por eles. Um aspecto que devemos nos deter é o fato de que a linguagem da escola tem se distanciado cada vez mais daquela utilizada pelos alunos. Nesse caso a organização escolar, que não admite a diferença, impede que se lance um olhar menos avaliativo à produção de nossos alunos, em que se perceberia as questões de identidade que estão em jogo na escola: e por isso eles não sabem ‘ler’ nem ‘escrever’.”.

Ou seja, os próprios professores são vítimas da ausência de práticas que estimulem as práticas de leitura e compreensão, o que nos revela o quão limitado ainda se encontra o espaço dos textos na escola.

Quando indagados sobre a freqüência de utilização dos textos em suas aulas, dois (02) professores de Língua Portuguesa afirmaram que os utilizavam sempre, cinco (05) disseram que utilizavam regularmente e apenas um (01) disse que utilizava com pouca freqüência (Matemática).

Ao serem perguntados sobre os gêneros que utilizavam para ministrar suas aulas em súmula, responderam que utilizavam os textos oferecidos pelo livro didático e que poderiam utilizar outros textos desde que trouxessem “algum proveito” para o aluno, complementando ou ilustrando o conteúdo.

Tais dados nos revelam que a importância de se explorar a diversidade de gêneros em sala está bem consolidada em muitas das práticas dos professores, no entanto, sabemos que não é a presença dessa diversidade que vai produzir alguma diferença, mas a utilização adequada dos mesmos em função de uma aquisição significativa da linguagem, pois de acordo com Schnewly e Dolz (2004 p.75).

A aprendizagem da linguagem se dá, precisamente, no espaço situado entre as práticas e as atividades de linguagem. Nesse lugar, produzem-se as transformações sucessivas da atividade do aprendiz, que conduzem à construção das práticas de linguagem. Os gêneros textuais, por seu caráter genérico, são um termo de referência intermediário para a aprendizagem. Do ponto de vista do uso e da aprendizagem, o gênero pode assim, ser considerado um megainstrumento que fornece um suporte para a atividade, nas situações de comunicação, e uma referência para os aprendizes.

. Muitos professores confessaram que utilizam os gêneros para “complementar” o Livro didático, o que nos sugere pensar que o LD ainda é usado como bíblia em sala de aula. Outros alegaram que os textos funcionam como lugar para os alunos “colherem” informações, o que nos revela um tratamento superficial do texto, pois ignora diversos fatores acima listados para o aprendizado da leitura e escrita.
A responsabilidade de todos diante o ensino da língua e promoção da leitura e escrita.

Mesmo diante de tais observações, não podemos atribuir à culpa tão somente aos professores, mas principalmente à lacuna existente na formação destes que por sua vez impede que a prática da leitura seja explorada com maior eficácia.
O desconhecimento de um saber científico acerca do funcionamento da linguagem e das concepções de língua atuais que norteiam o ensino talvez seja um dos responsáveis por tais eventualidades observadas.

Dessa forma, faz-se necessária a divulgação de saberes, que a princípio estão restritos aos estudiosos da linguagem, a fim de que estes sejam apresentados e divulgados em programas de formação continuada e inclusos nos programas curriculares dos cursos de licenciatura que deveriam ser revistos, a fim de adotarem uma outra forma de pensar o fazer pedagógico no que diz respeito ao ensino das outras disciplinas mantendo uma certa abertura para o ensino da língua visando à ascensão social dos alunos e, ao mesmo tempo, oferecer possibilidades para a criação de programas curriculares articulados a seqüências e simultaneidades coerentes, porque todo educador deve tomar para si um pouco da responsabilidade de consolidar a leitura e a escrita na sala de aula através dos textos, porque mesmo sendo o papel do professor de língua portuguesa sistematizar o ensino da língua todas as disciplinas devem ensinar a utilizar os textos de que fazem uso (PCN, 1997, p.30). 
Fonte: http://educador.brasilescola.uol.com.br/trabalho-docente/importancia-texto-articulacao-areas-conhecimento.htm

A ESCOLA DA GERAÇÃO DIGITAL

Digital quer dizer existência imaterial das imagens, sons, textos que podem ser entendidos como palco de possibilidades. E assim por não terem materialidade fixa, podem ser manuseados imensamente de acordo com as decisões dos usuários, que lidam com os periféricos de intercâmbio, como o mouse, a tela, o teclado, etc. O aluno da chamada "geração digital", aquela que se transporta da tela da televisão para a do computador, faz com que o professor da sociedade da informação (na sala de aula presencial e a distância) se conscientize de que está diante de um novo público. 

O professor da geração digital tem que ter noção que o livro de papel não pode e nem deve ser abolido e nem substituído, mas no ambiente pedagógico deve articular a leitura com o hipertexto (grande divisor de águas entre a comunicação massiva e a interativa, que democratiza a afinidade do usuário com a informação provocando uma atmosfera conversacional ). 

A necessidade da interatividade diz respeito ao acontecimento da sociedade da informação e manifesta-se nos campos sociais, mercadológicos e tecnológicos. Na escola com a interatividade, o aluno não pode mais ser passivo, olhando, ouvindo ou apenas copiando, mas interagindo, o educando inventa, transforma, constrói, acrescenta, tornando-se co-autor da situação. A interatividade diz respeito ao intercâmbio entre o usuário e as tecnologias digitais ou analógicas e às relações presenciais e virtuais entre os indivíduos humanos. O professor deve indicar a rota do conhecimento, transformar-se em problematizador de situações, fomentador de interrogações, disponibilizador de diversos dados em redes de conexões, mediador de grupos de trabalho. O colóquio e o conhecimento se estabelecem entre alunos e professor como co-autoria e não no trabalho individual. O professor deve mudar sua postura de contador de histórias e diante do mundo digital mudar o caminho propondo um enredo comunicacional e dialógico. 

Para haver democratização da sociedade do século XXI, a grande maioria da população deverá ter acesso às tecnologias de informação, em disposição real de as utilizar, para que não se transformem em fator de exclusão social. A nova proposta pedagógica sustentada pela interatividade supõe participação, cooperação, bidirecionalidade e pluralidade de conexões entre conhecimento, informação e atores participativos. Mesmo porque a sociedade da informação se relaciona com o computador no sentido centralizador, pois atualmente tudo passa por ele, se descentralizando no hipertexto. Devemos tomar conhecimento que já se fala em “setor quaternário”, com a intensificação dos serviços advindos da telemática, que inclui desde as televisões aos cartões de crédito, dos satélites às fibras óticas. (Balsemão). 
Ref: Marco Silva , Sala de Aula Interativa. 

Autora: Amelia Hamze 

Fonte: http://educador.brasilescola.uol.com.br/trabalho-docente/escola-geracao-digital.htm

terça-feira, 1 de março de 2016

Ferramentas para criar questionários ou sondagens



Uma lista extensa de serviços ou aplicações para criar questionários ou sondagens. Nem todas as possibilidades mostradas são especificas para esse efeito no entanto todas elas permitem a criação deste tipo de recursos.

São normalmente ferramentas que os alunos gostam de usar e que nos permitem fazer avaliação formativa e se bem o entendermos também sumativa.

Fonte: http://theblogteacher.blogspot.com.br/2016/02/ferramentas-para-criar-questionarios-ou.html

28 métodos de ensino centrados no alunos

O blogue an ethical island elaborou um excelente infográfico com 28 estratégias/atividades centradas no aluno.

Fonte: http://theblogteacher.blogspot.com.br/2016/02/28-metodos-de-ensino-centrados-no-alunos.html

60 formas de os alunos demonstrarem o que sabem



O site Teach Thought é um excelente site para os professores. Diariamente publicam ideias muito interessantes para os professores. Hoje partilho um post em que abordam 60 formas de os alunos demonstrarem o que sabem, algumas recorrendo a tecnologia.

Fonte: http://theblogteacher.blogspot.com.br/2016/02/60-formas-de-os-alunos-demonstrarem-o.html

Inovar os espaços de aprendizagem

Nove vídeos que mostram diferentes formas de modificar o espaço da sala de aula.


Neste link podem aceder à lista de reprodução que se encontra no Youtube. Uma seleção feita pelo blogueedutopia. Era muito bom podermos ter salas assim!

Fonte: http://theblogteacher.blogspot.com.br/2016/02/inovar-os-espacos-de-aprendizagem.html