Marilda Aparecida de Oliveira Effting |
Universidade Federal de Santa Catarina |
INTRODUÇÃO:
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O percurso da EaD - Educação a Distância -, no cenário brasileiro, vem se intensificando e tomando vulto quantitativo, principalmente, a partir de 2005, com o programa da UAB – Universidade Aberta do Brasil -, criada pelo Ministério da Educação sob o apoio do Governo Federal, visando, prioritariamente, a formação de professores do ensino fundamental. A UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina -, ao aderir o Programa, em 2006, assumiu o compromisso de manter, na EaD, a qualidade consolidada nos cursos presenciais de graduação. O histórico das práticas pedagógicas presenciais estão sedimentadas na cultura acadêmica da Instituição, por décadas, abrangendo os 3 segmentos, que são: Docentes, Técnicos Administrativos e Discentes. Diante dos desafios de mudanças de paradigmas e posturas pelo quadro de pessoal e das necessárias adaptações físicas/estruturais à modalidade EaD, decidimos fazer um pequeno recorte do processo de trocas informacionais, no âmbito dos diálogos virtuais, considerando o fato de que a maioria das “falas” acontecem através da linguagem escrita. A intenção foi verificar a recepção das orientações, de parte dos conteúdos programáticos, através do ambiente virtual de aprendizagem, em duas disciplinas do curso de Letras Português, oferecido pela parceria UFSC/UAB. |
METODOLOGIA:
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No papel de professor tutor a distância, com atuação direta nas comunicações virtuais entre a Instituição e os pólos regionais, selecionamos, para este estudo, um pólo do interior do estado catarinense, com 34 alunos matriculados, no começo do Curso. Ao eleger um pólo catarinense, pensamos, inicialmente, na proximidade geográfica e cultural o que poderia ampliar os diálogos. Delimitamos a pesquisa em duas disciplinas, uma oferecida no primeiro e a outra no segundo semestre letivo de 2008. Verificamos as “falas” dos alunos acerca das propostas das atividades postadas nos fóruns de debates disponibilizadas, nos espaços virtuais previstos, para os fins específicos. Assim, o material de análise foram as manifestações dos alunos nos fóruns das disciplinas. |
RESULTADOS:
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Dos 34 alunos matriculados no pólo estudado, uma média de 14 participavam dos fóruns livres e os assuntos poucos evoluíam sobre as temáticas postadas. As “conversas” versavam sobre assuntos diversos, inclusive questões pessoais particulares. Quando os fóruns de discussões envolviam uma atividade com finalidade avaliativa aumentava o número de participantes, em média 25 alunos por assunto dirigido. Em nossas observações nenhuma atividade envolveu, efetivamente, todos os alunos. Registramos que, dos 34 iniciantes, 6 haviam desistido antes do término do segundo semestre. Alguns alunos alegavam não entender os enunciados e, até mesmo, os comentários subsequentes. Em algumas manifestações ficava evidente a falta de compreensão do assunto, por parte dos acadêmicos. Houve caso de mudança de tema e de redação da atividade como tentativas de atingir um número máximo desejável de participantes, o que não ocorreu. |
CONCLUSÃO:
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Entendemos que a qualidade para o ensino aprendizagem, em EaD, vai além das estruturas físicas oferecidas pelas instituições parceiras e da formação acadêmica dos profissionais da educação. Constamos que por mais sistematizada que seja a atividade em EaD, se não houver uma tentativa de aproximação, interpessoal, no uso das tecnologias, a linguagem escrita, como fonte de diálogo educacional, perde a sua função, com comunicações fragilizadas e, conseqüen - temente, desconectadas. O diálogo virtual, que tem base na leitura, fica interrompido. Todas as “falas” enunciativas na EaD precisam dizer o que o aluno precisa receber de informação, sem mais nem menos. Os discursos devem conter palavras chave às propostas da disciplina. O contexto universitário somado à modalidade a distância, pode representar para alguns alunos, de acordo com muitas realidades, uma sobrecarga que, dependendo da (des)motivação, acarreta em forças contrárias ao objetivo de inclusão, base do projeto de formação de professores, pelo programa UAB. Os discursos entre os facilitadores e os alunos necessitam ser potencializadores, de transformação e que traduzam, sem causar resistências, os conteúdos programáticos elencados nas ementas de cada disciplina. A proximidade geográfica e cultural não são garantias para diálogos educacionais em EaD. |
quinta-feira, 19 de março de 2015
A LINGUAGEM ESCRITA NO PROCESSO DE COMUNICAÇÃO PEDAGÓGICA EM EaD
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