segunda-feira, 24 de março de 2014

Participe do Desafio "De onde vêm as coisas?"

Participe do Desafio "De onde vêm as coisas?" O Edukatu acaba de lançar um novo desafio on-line para estimular discussões nas comunidades escolares sobre o consumo consciente e o ciclo de vida dos produtos a partir de objetos do seu cotidiano. O Desafio “De onde vêm as coisas?”, que vai até 06 de junho, premiará as equipes em que mais pessoas completarem ao menos um percurso do Circuito Natureza e cumprirem os desafios propostos durante a campanha.
A ideia é que as atividades do Desafio orientem os participantes a ponderar os impactos desde a produção até o uso e descarte dos utensílios do seu dia a dia, além de estimulá-los a mapear como o material plástico está presente nesses produtos. Assim, possibilita o aprendizado sobre uma série de questões relacionadas a consumo consciente e sustentabilidade, como reciclagem, água virtual e emissão de gases de efeito estufa, e ainda ajuda os participantes a mobilizar mais pessoas para reduzir o uso e, principalmente, o desperdício de recursos naturais.
Participe do Desafio "De onde vêm as coisas?" “Entender o ciclo de vida dos produtos ajuda os alunos a entender melhor a complexidade presente em um simples ato de consumo e amplia o entendimento de questões atuais de nossa sociedade, como aquecimento global, escassez de recursos e a implementação da Política Nacional de Resíduos Sólidos”, afirma Silvia Sá, Gerente de Educação do Instituto Akatu.
O projeto ainda contempla maior esclarecimento dos consumidores, oferecendo conteúdo para a formação da opinião pública. “A expectativa é de que o estímulo a pensar sobre todas as etapas associadas a produção, uso e descarte responderá ainda a indagação: o que aconteceria se os produtos não fossem feitos de plástico?”, detalha Andre Leal, Líder de Responsabilidade Social da Braskem. “A educação é o caminho por meio do qual as pessoas desenvolvem ferramentas para avaliar melhor suas escolhas e tomarem suas decisões”, conclui.
Para participar, as equipes precisam fazer parte do Edukatu: um professor interessado cria seu perfil e cadastra o projeto da equipe, além de ler as regras do edital e inscrever a escola no desafio. Em seguida, esse mesmo professor convida seus alunos e outros professores da escola para sua equipe e libera a navegação em um dos percursos do Circuito Natureza: Terra, Água ou Ar.
Os participantes de cada equipe devem realizar todas as atividades ao menos desse percurso que foi liberado, registrando seu envolvimento por meio de relato escrito, material fotográfico e audiovisual.
Para selecionar a escola vencedora, serão avaliadas a qualidade e diversidade do material produzido pela equipe nas atividades propostas. A quantidade de participantes que concluírem um dos percursos e a relação entre o total de alunos da escola e o número deles envolvido na equipe também serão consideradas.
A escola que vencer o Desafio será contemplada com a visita da equipe do Edukatu, a produção de uma videorreportagem sobre o trabalho realizado e equipamentos de informática como tablets e câmeras fotográficas digitais. Segundo e terceiro colocados também receberão prêmios.
O Desafio "De onde vêm as coisas" é promovido pelo Instituto Akatu e tem a Braskem, líder mundial em biopolímeros, como correalizadora.
Fonte: http://edukatu.org.br/cats/13/posts/320

sábado, 22 de março de 2014

Morrendo de tédio - As representações dos estudantes na mídia digital



Fino psicólogo social, o filósofo Schopenhauer notara que os principais inimigos da felicidade humana são o tédio e a dor. Paradoxalmente, ao nos afastarmos de um desses sentimentos, o outro se torna mais provável. Assim, os pobres e necessitados, que precisam lutar por sua sobrevivência, têm sofrimento, mas não tédio. Já aqueles que escapam das dificuldades sociais e econômicas são mais propensos ao aborrecimento e à sensação de vazio. A reflexão me veio à mente a propósito de duas experiências culturais desse fim de ano, relacionadas ao tédio, ao sofrimento e à vida escolar.

Vamos primeiro ao sofrimento. No belo filme Pai Patrão (dirigido por Paolo e Vittorio Taviani, 1977), a primeira sequência é marcante. O pai vai à escola do filho disposto a tirá-lo de lá, pois entende que ele precisa trabalhar, seguindo as tradições da gente humilde de então (o filme, baseado numa história real, se inicia na Sardenha, na Itália da década de 1940). A figura autoritária do pai faz com que o menino levante-se de sua carteira e fique em pé; nervoso, urina nas calças. A professora tenta consolá-lo, mas não pode fazer nada e o menino deixa a aula com o pai. 

Logo após a saída dos dois, os alunos fazem uma algazarra, riem do xixi nas calças do colega. Porém, o pai retorna à sala e repreende os alunos, diz que eles não devem rir de seu filho e faz uma advertência: hoje é ele que é tirado da escola para trabalhar, mas em breve serão os outros. A classe fica em silêncio, e os diretores do filme mostram os pensamentos preocupados de alguns alunos. Aqui, há dor e sofrimento, mas não tédio. A escola era um anteparo a um cotidiano cinzento, feito de obrigações muitas vezes cansativas e dolorosas.

Cortando para 2013, nos dirigimos ao tédio. Ao tédio fortemente vinculado à escola e seu cotidiano. De acordo com a reportagem de Amanda Ripley (Bored to Death: To learn just how bored kids are in school, look at Twitter) para a New Republic, o tédio expresso pelos estudantes no mundo todo é uma espécie de epidemia. A matéria apresenta indicadores e casos interessantes. São mostrados tweets e fotos dos próprios estudantes sobre o que estariam sentido na (ou pela) escola. Algumas produções são imaginosas e divertidas, pois como nota uma aluna, com aguda consciência do caráter público de sua imagem/mensagem: “Tweetar um tweet chato parece contraproducente”.

Há uma distinção evidente entre uma escola rara e difícil, para poucos, e que era, em certo sentido, uma proteção contra as adversidades da vida (como a do filme Pai Patrão) e a escola marcada pela universalização do acesso e pelo tédio. É claro, essa polaridade é simplificadora: a “escola antiga” também era feita de dificuldades e sofrimento (quem duvida, deve ler O Ateneu ou “O conto da escola”, de Machado de Assis) e a escola dos dias de hoje não é, o tempo todo, percebida como uma prisão. 

O que é caracteristicamente novo, nos tempos atuais, é essa possibilidade dos estudantes elaborarem e manifestarem simbolicamente – em tempo real – sua relação com a escola.
Ao mesmo tempo, se deve desconfiar da ideia de que a “representação” é o próprio fenômeno. Para o sociólogo Erving Goffman, as pessoas representam papéis sociais e agem, em grande medida, conforme as expectativas relacionadas a eles. Nesse sentido, nem tudo que ocorre no “palco” corresponde exatamente aos “bastidores” da vida. E as mídias sociais se parecem cada vez mais com um palco (com um público) do que com bastidores. Essas noções inspiram a análise de uma sugestiva pesquisa sobre o uso de uma rede social por universitários no Reino Unido, do pesquisador Neil Selwyn (Faceworking: exploring students’ education-related use of Facebook

Em suas postagens relacionadas com a vida universitária, os estudantes geralmente expressam ironias sobre a educação, sobre si mesmos como alunos e sobre seus professores. O que predomina é o desengajamento, mas como uma forma de construir uma identidade (mais ou menos esperada). Como nota, o autor afirma que os alunos “pareciam estar (in)conscientemente replicando e reforçando papéis desenvolvidos em fases prévias da educação escolar, [...] a socialização leva as pessoas a apresentar apenas aquelas partes de suas personalidades que elas consideram apropriadas às normas de cada encontro situado”. 

Quando este “papel” – desengajado e irônico, cuja contraface é a aversão ao “CDF” – de estudante tornou-se tão forte na cultura de tantos países? Ao mesmo tempo, o que faz com que seja atrativo, de modo que, mesmo em sociedades que valorizam a educação, o tédio (não só escolar, basta pensar na atitude blasé de muitos ídolos juvenis) e a insatisfação parecem ser uma distinção positiva na autorrepresentação dos estudantes e dos jovens? 
Os desdobramentos da discussão são evidentes: como lidar com essa questão? Qual o papel das tecnologias (mais como causas ou consequências)? Entre a dor e o tédio, existe espaço para o prazer e o engajamento, em suma, para a felicidade, na escola? 

Por Richard Romancini

Como vimos na coluna anterior, há indicadores de que muitos jovens acham a escola entediante. Mas quando essa tendência começou (se é que podemos falar em tendência)? Um ponto de vista sobre a questão é que o aborrecimento escolar não tenha aumentado, mas sim que exista hoje maior chance dele ser expresso ou percebido. Além disso, a noção de que a escola deve ser agradável aos alunos talvez seja uma ideia mais recente do que pensamos. Foram os educadores modernos que salientaram a motivação e o envolvimento estudantil em relação à aprendizagem, porém, a noção de “bem-estar” do aluno se alargou sempre mais.

Quem argumenta que não foi apenas o instrumento de medida que se alterou, mas sim as próprias condições aferidas, possui, entretanto, outros pontos da questão. O principal diz respeito aos sinais adicionais de desconforto nos ambientes educativos. Os alunos não apenas se entediam, mas abandonam a escola. As queixas dos professores sobre os salários ou a carreira ganham cada vez mais a companhia de reclamações sobre as dificuldades do cotidiano escolar. 

Pensar sobre a questão pode ser mais útil do que apenas vivê-la. É claro, a reflexão só é produtiva se tem como objetivo buscar alternativas para as situações de desconforto. Nesse sentido, dois livros publicados em anos recentes são relevantes: Redes ou paredes: a escola em tempos de dispersão (2012), de Paula Sibilia, pesquisadora argentina radicada no Brasil, e Educomunicação: o conceito, o profissional, a aplicação (2011), do professor da ECA/USP Ismar de Oliveira Soares. Ambos fazem um diagnóstico similar sobre a “crise na escola”. As ênfases e alternativas apontadas são diferentes, embora possuam zonas de convergência.


“Será que a escola se tornou obsoleta?”. O argumento principal é que a instituição escolar é uma tecnologia (um artefato destinado a produzir algo) que se mostra inadequada aos dias atuais. A falta de sintonia decorre de a escola demandar um tipo de subjetividade incompatível com a das crianças e jovens dos dias de hoje. O ideal escolar nasceu de um projeto histórico moderno que parece “se dissolver em contato fluído com as lógicas do consumo e dos meios de comunicação”. Surge, assim, uma crise de significado na instituição. 

A autora nota que os dispositivos tecnológicos não são a única causa desse movimento histórico, porém fortalecem um ambiente que mina a autoridade escolar. Mas, sendo o fluxo social inevitável, ela defende que vale a pena explorar modos de incorporar a mídia e as redes à educação. No entanto, sem crença descabida na tecnologia, ressalta que essa operação só terá valor a partir do aprofundamento da reflexão sobre o papel da escola hoje. Uma tentativa de reinvenção desta, diz a autora, deveria ter o objetivo de, “contra o tédio e a dispersão, [...] dar sentido à experiência, despertando entusiasmo e vontade de aprender”. Interessados em conhecer melhor as ideias de Sibilia podem ler este artigo ou esta entrevista da pesquisadora.

A preocupação com os sentidos da escola é também desenvolvida no trabalho de Soares que, analisando alguns estudos sobre a juventude atual e a educação, nota que “os jovens estão em busca de novas propostas para a sua formação [...], desejam uma escola que responda a esses anseios e ofereça novos elementos ante suas realidades e vivências”.

Ao também observar o interesse dos jovens pela comunicação e pela cultura digital fora dos muros da escola, o autor defende a valorização do potencial comunicativo dos alunos nesta instituição. Destaca, por isso, experiências exitosas com o uso das mídias que ocorrem na educação não formal, e que poderiam inspirar práticas escolares. 

A partir da defesa de uma perspectiva relacionada com a educomunicação, que enfatiza um modo de comunicação mais aberto e democrático entre os indivíduos, o autor argumenta que a questão não é meramente tecnológica, mas ligada a uma preocupação de natureza ética, política e pedagógica. Trata-se de favorecer e enfatizar a participação dos jovens para compromissá-los com o seu aprendizado, idealmente voltado a conteúdos articulados com a vida cotidiana.

Nessa linha, Soares ressalta que a educomunicação pode estimular a interdisciplinaridade, uma vez que o estudante deve ser capaz de perceber para que serve o conjunto de conhecimentos de uma grade curricular, de modo, ainda, a aprender a atuar de maneira transformadora no mundo. Quando um jovem produz um programa de rádio, por exemplo, ao escrever o roteiro exercita e compreende a importância do uso adequado da língua e, conforme o tema abordado, pode recorrer aos saberes escolares para aprofundá-lo ou contextualizá-lo.

As ideias dos autores discutidos não fornecem um receituário pronto e acabado para reformas educativas, porém sugerem indicações importantes sobre o tema. Contra a angústia e o desalento que possamos sentir como educadores, a melhor alternativa é o ciclo reflexão/ação.

Fontes: http://www.neteducacao.com.br/noticias/Coluna/morrendo-de-tedio
            http://blog.midiaseducacao.com/2014/03/buscas-de-sentido-contra-o-tedio.html 
       http://www.neteducacao.com.br/noticias/Coluna/buscas-de-sentido-contra-o-tedio-escolar-as-redes-e-a-educomunicacao

quarta-feira, 19 de março de 2014

Escola de leitores

    O que é ?



O Instituto C&A está com inscrições abertas para a terceira edição do concurso Escola de Leitores. A iniciativa premiará projetos que promovam a formação de leitores de literatura nas redes municipais de ensino de Natal (RN), Rio de Janeiro (RJ) e São Paulo (SP). As inscrições vão até o próximo dia 2 de abril.

O concurso Escola de Leitores é uma ação do programa Prazer em Ler e tem o objetivo de mobilizar comunidades escolares para implementação e aprimoramento de projetos e políticas de formação de leitores de literatura, em redes municipais de ensino.

A iniciativa é realizada em parceria com as Secretarias Municipais de Educação dos municípios participantes e aberta a escolas públicas de educação infantil, ensino fundamental e Educação de Jovens e Adultos (EJA).

Em cada município participante, o concurso conta com o trabalho de uma organização que atuará na formação e no acompanhamento técnico das escolas selecionadas. As organizações formadoras são o Instituto de Desenvolvimento da Educação (IDE), em Natal; a Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ), no Rio de Janeiro; e o Centro de Estudos A Cor da Letra, em São Paulo.

* Conheça o edital de participação no concurso Escola de Leitores:
http://www.institutocea.org.br/midiateca/53/publicacao-institucional/edital-concurso-escola-de-leitores-2014.aspx

* Leia as dicas para o preenchimento do formulário de inscrição:
http://www.institutocea.org.br/midiateca/54/publicacao-institucional/dicas-para-preenchimento-do-cadastro-e-formulario-de-projeto-do-concurso-escola-de-leitores-2014.aspx

    Premiação
Serão selecionados até sete projetos no município do Rio de Janeiro, até sete projetos na cidade de São Paulo e até cinco projetos em Natal. As escolas vencedoras do concurso Escola de Leitores receberão:

* R$ 15 mil para desenvolvimento do projeto.
* Viagem à Colômbia para dois representantes da equipe do projeto, de modo que participem de um intercâmbio de experiências de promoção da leitura.
* Formação e acompanhamento técnico no período de setembro de 2014 a novembro de 2015.
* Apoio à apresentação e divulgação do projeto em congressos, seminários e similares no Brasil.

A relação de vencedores será anunciada na segunda quinzena de julho de 2014, neste site e nos sites das Secretarias Municipais de Educação parceiras do concurso.

* Acesse o portal de editais do Instituto C&A e inicie agora a inscrição da sua escola: 
Fonte: http://www.institutocea.org.br/acoes/default.aspx?id=68

segunda-feira, 10 de março de 2014

II Simpósio Internacional OBCOM USP: Censura e Liberdade de Expressão em Debate

Acontece nos dias 13 e 14 de março próximos o II Simpósio Internacional do OBCOM USP, reunindo pesquisadores brasileiros e portugueses para discutir os temas da censura e da liberdade de expressão. Você pode ver o programa e inscrever-se no evento no site.

Fonte: http://blog.midiaseducacao.com/2014/03/ii-simposio-internacional-obcom-usp.html