quarta-feira, 29 de junho de 2011

Linguagem, educação e virtualidade


experiências e reflexões
Soto, Ucy - Mairynk, Mônica Ferreira - Gregolin, Isadora Valencise (Orgs.)

Disponivel em: http://www.culturaacademica.com.br/catalogo-detalhe.asp?ctl_id=40

Sinopse

A coletânea de textos deste livro analisa os desafios e as possibilidades de uma educação que transcenda os muros da sala de aula e se abra para as linguagens e práticas do mundo. No novo cenário que vai se delineando para a educação do século XXI, o contexto de ensino e aprendizagem de línguas já vem mostrando os efeitos da "Idade Mídia" em que vivemos, sinalizando, também, o importante papel que as novas ferramentas de natureza tecnológica vêm desempenhando na definição de novas posturas e modalidades pedagógicas. Tais aspectos são discutidos por pesquisadores de renomadas instituições de ensino superior, nacionais e internacionais, que propõem três eixos centrais de reflexão: linguagem, educação e virtualidade. Partindo de suas experiências didáticas e reflexões teóricas, os autores colocam em pauta assuntos de relevância para a compreensão das novas demandas que refletem diretamente em áreas como a formação inicial e continuada de professores, o trabalho docente na sala de aula presencial e virtual, o design de materiais didáticos e a forma como os novos meios e práticas incidem no funcionamento da linguagem e no surgimento de novos gêneros discursivos.

domingo, 19 de junho de 2011

MUITO AL�M DO NOSSO EU




Disponível em: http://www.companhiadasletras.com.br/detalhe.php?codigo=12715

Imagine um mundo onde as pessoas usam computador, dirigem seus carros e se comunicam entre si através do pensamento. Um mundo em que os paraplégicos podem voltar a andar e em que os males de Parkinson e Alzheimer são controlados. Parece cenário de ficção científica, mas tudo isso pode se tornar realidade. A humanidade está prestes a cruzar mais uma fronteira do conhecimento em direção à compreensão do imenso poder do cérebro, um conhecimento que poderá ser aplicado com grande proveito nas áreas de saúde e tecnologia.
Em Muito além do nosso eu, o premiado e internacionalmente reconhecido neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis revela suas ideias revolucionárias sobre essa nova tecnologia. Ele nos explica como o cérebro cria o pensamento e a noção que o ser humano tem de si mesmo (o seu self) - e como isso pode ser incrementado com o auxílio de máquinas. Este é o primeiro livro, destinado a um público leigo, a descrever com pormenores os enormes passos que a ciência vem dando para a criação das interfaces cérebro-máquina.
Nicolelis mostra como a tecnologia será capaz de transformar a sociedade humana e moldar uma nova “indústria do cérebro”, um empreendimento global com potencial de geração de trilhões de dólares. Essas interfaces, também chamadas ICMs, poderão um dia devolver a mobilidade a pacientes com paralisia grave, graças ao uso de “exoesqueletos” membranosos, que serão vestidos como uma roupa. As descobertas de Nicolelis e sua equipe oferecem também um caminho para a cura de distúrbios neurológicos como a doença de Parkinson e o mal de Alzheimer, sem contar as fascinantes perspectivas de comunicação tátil a longa distância e de exploração do fundo do mar e do espaço.
Muito além do nosso eu fala de um futuro tecnológico em que as visões catastrofistas dão lugar ao otimismo e à esperança. Essa é uma das maiores aventuras da ciência contemporânea, e Nicolelis nos proporciona uma compreensão profunda e iluminadora desse admirável mundo novo.

“É um verdadeiro prazer ler Muito além do nosso eu. O professor Miguel Nicolelis conseguiu fornecer uma visão provocativa, profunda e fluente acerca de como essa incrível máquina chamada cérebro processa e reage às informações que recebe do mundo.” - Thomas J. Carew, professor da Univerdade da Califórnia e presidente da Sociedade de Neurociência

“Neste livro maravilhosamente vívido e fascinante, Miguel Nicolelis nos proporciona uma nova visão do cérebro humano.” - Peter Agre, vencedor do prêmio Nobel de química em 2003

“Neste livro, eu proponho que, assim como o universo que tanto nos fascina, o cérebro humano também é um escultor relativístico; um habilidoso artesão que delicadamente funde espaço e tempo neuronais num continuum em> orgânico capaz de criar tudo que somos capazes de ver e sentir como realidade, incluindo nosso próprio senso de ser e existir. Nos capítulos que se seguem, eu defendo a tese de que, nas próximas décadas, ao combinar essa visão relativística do cérebro com nossa crescente capacidade tecnológica de ouvir e decodificar sinfonias neuronais cada vez mais complexas, a neurociência acabará expandindo a limites quase inimagináveis a capacidade humana, que passará a se expressar muito além das fronteiras e limitações impostas tanto por nosso frágil corpo de primatas como por nosso senso de eu.
Eu posso imaginar esse mundo futuro com alguma segurança baseado nas pesquisas conduzidas em meu laboratório, nas quais macacos aprenderam a utilizar um paradigma neurofisiológico revolucionário que batizamos de interfaces cérebro-máquina (ICM). Usando várias dessas ICMs, fomos capazes de demonstrar que macacos podem aprender a controlar, voluntariamente, os movimentos de artefatos artificiais, como braços e pernas robóticos, localizados próximo ou longe deles, usando apenas a atividade elétrica de seus cérebros de primatas. Essa demonstração experimental provocou uma vasta reação em cadeia que, a longo prazo, pode mudar completamente a maneira pela qual vivemos nossas vidas.
Nesse admirável mundo novo, centrado apenas no poder dos relâmpagos cerebrais, nossas habilidades motoras, perceptuais e cognitivas se estenderão ao ponto em que pensamentos humanos poderão ser traduzidos eficiente e acuradamente em comandos motores capazes de controlar tanto a precisa operação de uma nanoferramenta como manobras complexas de um sofisticado robô industrial. Nesse futuro, enquanto sentado na varanda de sua casa de praia, de frente para seu oceano favorito, você um dia poderá conversar com uma multidão de pessoas, fisicamente localizadas em qualquer parte do planeta, por meio de uma nova versão da internet (a “brainet”) sem a necessidade de digitar ou pronunciar uma única palavra. Nenhuma contração muscular envolvida. Somente por meio de seu pensamento.
A perspectiva dessa maravilhosa alforria, que hoje ainda pode soar para alguns como magia, milagre ou alquimia, não mais pertence ao domínio da ficção científica. Esse mundo do futuro está começando a se delinear, diante de nossos olhos, aqui e agora.”

quarta-feira, 15 de junho de 2011

A incrível história da Mídia e da Comunicação Literária




Disponivel em: http://www.netmundi.org/cibercultura/2011/04/a-incrivel-historia-da-midia-e-da-comunicacao-literaria-fase-ideias-livres/

Muito se discute hoje sobre o destino da literatura e do livro impresso na era digital. O livro, como símbolo maior da cultura ocidental, parece estar ameaçado pelas novas tecnologias. Mais uma vez surge o debate entre os “integrados” e os “apocalípticos”. Os “integrados” defendem as vantagens da virtualização da literatura enquanto os “apocalípticos” afirmam que as novas mídias podem imbecilizar e fazer com que as pessoas, aos poucos, percam a habilidade de ler e interpretar.

Ao contrário do que afirmam as posições radicais, o que estamos presenciando é uma nova relação com o saber promovida pelas mídias digitais. O trabalho individual e autoral começa a perder espaço para uma dinâmica colaborativa. Essa dinâmica não é nova, pois já ocorria na tradição oral e na tradição escrita. Uma rápida visão da história da mídia e da comunicação literária pode, acredito, nos dar algumas respostas sobre essa dinâmica.

Este post foi inspirado no texto Processos Midiáticos e Comunicação Literária, de Heidrun Krieger Olinto.

A Cultura Oral
A transmissão de conhecimentos sofreu várias modificações na sua mídia ao longo da história da humanidade, considerando que a mídia é o suporte da mensagem que é transmitida. Assim, a transmissão oral, cantada e falada, foi responsável por grande parte dos conhecimentos que nos chegaram da antiguidade e até mesmo de épocas anteriores à escrita. A mensagem oral atingia todos os sentidos do receptor, que eram as pessoas que, ao redor das fogueiras, ouviam histórias milenares de mitos, lendas e heróis, contos de sabedoria impregnados de encantamento.

Algo que se aprende assim fica marcado de forma indelével na memória e pode ser lembrado anos e anos depois, pois envolvia ouvir, ver, interagir e se emocionar. A cultura oral construiu as identidades culturais dos povos. A mídia, o suporte da mensagem, era o próprio homem com seu gestual, sua voz e sua dramaticidade..

“Origina-se do primórdio dos tempos, quando ainda não havia a escrita e os materiais que pudessem manter e circular os registros históricos, e na atualidade própria das classes iletradas, a tradição oral tem sido, contudo, muito valorizada pelos eruditos que se dedicam ao seu estudo e compilação (os contos dos Irmãos Grimm, por exemplo), ao considerarem que é na tradição oral que se fundamenta a identidade cultural mais profunda de um povo. Supõe-se, por exemplo, que a Ilíada e a Odisseia de Homero foram, inicialmente, longos poemas recitados de memória.” Wikipedia – Tradição Oral

O surgimento da escrita

Com o surgimento da escrita entramos na era da cultura letrada manuscrita. Os escritos, copiados a muito custo, eram lidos em voz alta. Nascia a chamada “leitura acústica”. A mensagem ganhava uma nova mídia, um novo suporte, que era papiro, o couro ou mesmo os livros artesanais. No entanto a oralidade ainda era mantida. A palavra escrita era apropriada plenamente pela percepção visual, pela recepção dos sons e pelos gestos. Era, portanto, um “processo perceptivo sensorial global”. Os manuscritos eram muito valiosos e precisavam ser copiados para uso particular. Ao contrário do que acontece atualmente com a recepção passiva do livro impresso, os manuscritos demandavam um esforço sensorial ativo e cada manuscrito acabava por ter o estilo e ponto de vista pessoal daquele que o copiava.

“Trata-se, portanto, de processos perceptivos sensoriais globais que permitem lidar com a palavra escrita e apropriar-se dela materialmente de forma plena : pela percepção das letras com os olhos, pela recepção do som pelos ouvidos, pela realização da fala com o movimento dos lábios e pelos movimentos senso-motores do corpo no rímodo da sequência verbal.” Heidrun Krieger Olinto

O livro impresso

A criação do livro impresso permitiu a massificação do saber e a gradativa exclusão do corpo e da experiência sensorial. A leitura passou a ser uma atividade pessoal, fortemente visual e passiva. A “esfera acústica” passou a dar lugar a “esfera ótica”. Ocorre uma mudança na mídia, que passa do livro artesanal para o livro impresso em larga escala. O livro, como mecanização de uma arte artesanal, passa a ser reproduzido de forma homogênea e sem alterações personalizadas. A uniformização visual da escrita passou a colocar o conjunto dos sentidos em segundo plano. A antiga comunicação literária, que exigia da audição, da visão e do gestual, é gradativamente deixada para trás. A interatividade coletiva que ocorria na cultura oral é substituída pela contemplação individual.

Com o livro impresso nasce o direito autoral, a massificação das ideias e a multiplicidade dos pontos de vista. A nova mídia afeta de forma decisiva as culturas e dissemina o conhecimento. Mais do que afetar a cultura, ela promove profundas modificações no ser humano. Nasce a diferença entre razão e sentimento. Corpo e espírito passam a ser coisas separadas. O autor passa a ter um posição privilegiada, uma vez que a interatividade que ocorria na oralidade deixa de existir. A contribuição da coletividade é substituída pela opinião individual. O que antes era uma coisa só na cultura oral (o corpo, o gesto, o sentimento e a voz) passam a ser vistos como coisas distintas. A reconstrução do sentido precisa de uma leitura bem sucedida. Emissor e receptor se tornam invisíveis e anônimos.

“Para Hans Ulrich Gumbrecht, foi a literatura, mais do que outra forma de comunicação, que- com a introdução do livro impresso- contribuiu para a separação do corpo e do espírito. Segundo ele, a disseminação do livro impresso introduziu uma mudança estrutural responsável pela exclusão do corpo. O resultado dessa mudança midiática encontra na sua fórmula máxima na separação de sentimento e razão, ou seja, na cisma entre corpo e espírito. Conceitos de verdade passam a orientar-se em dados empíricos e experimentação exata e na formalização de hipóteses segundo um modelo de lógica matemática. ”

A Era Digital

O que observamos hoje é um retorno das antigas formas de comunicação. A era digital promove a união entre “esfera visual” e a “esfera acústica”. Os gestos corporais e a sonoridade resurgem em vídeos espalhados pela rede. A leitura de um livro, e seu esforço de compreensão, é complementada pela vídeo-aula de um professor, que com seus gestos e sua voz ampliam o entendimento e resgatam a importância da oralidade. O receptor tem agora, depois de séculos, a possibilidade de transformar o texto e dar sua opinião e contribuição através de comentários pessoais e vídeos-resposta, algo parecido com o que acontecia na época do livro artesanal. O gesto ativo do receptor passa a transformar o conhecimento conforme acontecia na tradição oral. O direito autoral, ícone do livro impresso e da indústria cultural, se esvai na coletividade.

“Marshall McLuhan vincula a audiovisualidade da mídia eletrônica a essas formas antigas da cultura manuscrita fundada sobre articulações recíprocas entre os processos perceptivos do ouvir e do ver e a presença de gestos corporais. Para ele, a eletrotécnica permitiria recuperar significados antigos para a palavra falada e cantada, conjugada à imagem visual dos falantes e dos cantores que o advento dos tipos impressos tinha praticamente afastado. (MacHulan, 1962). “

Gestos e sons voltam a ser importantes na transmissão de conhecimentos.

O que estamos assistindo, portanto, é uma nova relação humana com o saber promovida pela união do texto com a audiovisualidade e interatividade das mídias eletrônicas. É importante observar que a cultura oral nunca deixou de existir, e é provavel que o livro também não deixe de existir. O que existe, dentro da ampla perspectiva da história, é a transformação, integração e evolução das mídias.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Mobilize-se contra as ameaças à liberdade de expressão e comunicação na internet


Disponivel em: http://www.nupef.org.br/?q=node/77

A internet é o lugar onde nos encontramos, conversamos, criamos, nos educamos e nos organizamos. No entanto, o momento é decisivo na história da rede, que pode se tornar uma ferramenta essencial no desenvolvimento das sociedades, do conhecimento e da cultura, ou uma arma totalitária de vigilância e controle. Estabelecer a censura e o controle é o que pretendem líderes do G-8 que, reunidos na França, vão discutir pela primeira vez políticas de internet. Por isso, diversas organizações estão se unindo em mobilizações para assegurar a liberdade de comunicação e de expressão na rede.

Após 15 anos de luta contra o compartilhamento em nome de uma lei de copyright obsoleta, governos de todo o mundo estão juntando forças para controlar e censurar a Internet. O black-out na internet do Egito, a reação do governo norte-americano ao Wikileaks, a adoção de mecanismos de bloqueio de websites na Europa, ou os planos para o “corte relâmpago da Internet” são ameaças significativas a nossa liberdade de expressão e comunicação. Estas ameaças vêm de corporações e políticos, incomodados pelo advento da Internet.

Como país anfitrião do G8, o presidente Nicolas Sarkosy quer dar um passo a mais no controle da Internet. Ele convocou líderes mundiais para uma cúpula em busca de uma “Internet civilizada”, conceito emprestado do governo chinês. Criando temores como “cyber-terrorismo”, o objetivo é generalizar regras de exceção a fim de estabelecer a censura e o controle, em detrimento da liberdade de expressão e outras liberdades civis.

Esta política vem sob discursos como “democracia” e “responsabilidade”, mas basta olharmos para suas ações. Sarkosy já permitiu o corte na Internet de cidadãos e a censura de conteúdos online na França.

A Internet nos permite expressar nossas opiniões de forma universal. A Internet nos une e nos fortalece. É um espaço onde a diversidade de nosso planeta se encontra em uma civilização comum. Nossa imaginação, em todos os meios que criamos e publicamos, nos ajuda a proteger nossos direitos e manter a Internet livre. Enquanto os líderes mundiais se reúnem no fim deste mês, precisamos todos usar nossa criatividade para rejeitar toda e qualquer tentativa de transformar a Internet em uma ferramenta de repressão e controle.

Saiba mais sobre a chamada criativa 'G8 X INTERNET' em http://g8internet.com/?lang=pt-br. Você também pode enviar qualquer tipo de expressão em resposta a este chamado para submit@g8internet.com.

Acesse também a página da 'G8: Protect the Net' e leia a carta dirigida ao Presidente Sarkozy e aos outros líderes do G-8. Os textos estão disponíveis em inglês, alemão e espanhol. A iniciativa também prevê tanto a participação individual quanto a coletiva, por meio do apoio de organizações. Participe! O endereço é https://www.accessnow.org/page/s/g8-protect-the-net.

Livro do mês - LÍNGUA COMO EXPRESSÃO E CRIAÇÃO


Autoras: Virginia Antunes de Jesus | Rosana Morais Weg

Escrever com clareza e correção é mais simples quando se tem à disposição um guia rico em exemplos e dicas. A coleção "Português na Prática", composta por dois volumes, reúne tópicos que ajudam a solucionar aquela dúvida impertinente que surge na última hora. A coleção funciona como excelente material introdutório para disciplinas de Língua Portuguesa dos mais diversos cursos universitários.
Não basta conhecer as regras de ortografia para escrever de forma clara e adequada. É também preciso dominar outras ferramentas, apresentadas neste segundo volume. Assim, A língua como expressão e criação mostra a evolução e a dinâmica da língua portuguesa e a influência linguística dos povos com os quais o Brasil manteve e ainda mantém contato. Além disso, prioriza a coesão e coerência textual, regência, concordância e, ainda, a linguagem figurada.
Seguindo a mesma estrutura de análise e didática aplicada no volume 1, também traz exemplos de músicas de grandes artistas nacionais e poemas de escritores renomados, e centra-se na inovação e na adequação da expressão escrita e oral, como formação das palavras e estrangeirismos.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Livro do Google que explica a web está disponível em português


disponivel em: http://www.20thingsilearned.com/pt-BR
Livro online explica em linguagem simples noções básicas da web


O Google anunciou nesta quinta-feira que o livro online 20 coisas que eu aprendi sobre navegadores e a internet está disponível em mais 15 idiomas, entre eles o português. O livro, lançado no ano passado em inglês, explica em linguagem descomplicada, tecnologias básicas da web. Com ilustrações e linguagem simples, o livro explica princípios básicos da web, como HTML5, plug-ins, cookies e como manter a segurança dos dados na internet.

O design e a navegação são iguais ao de um livro, com capa, índice e animações para virar a página, e o livro é ilustrado por Cristoph Niemann. O projeto recebeu uma menção honrosa no Webby Awards em três categorias. A página foi totalmente desenvolvida em HTML5.

Escolas apostam na web 2.0 para incentivar a leitura e escrita


Disponivel em: http://www.gwtr.com.br/2011/06/escolas-apostam-na-web-20-para.html

Postado por Érico Guimarães Guglielmo
Biblioteca Digital LivroClip é um exemplo da nova tendência. Recurso é usado em mais de 300 escolas do Brasil.

Mais 15 escolas de todo Brasil acabam de se juntar aos 300 colégios ligados ao PEA-Unesco no uso da Biblioteca Digital LivroClip, uma iniciativa do Instituto Canal do Livro. O recurso digital permite que os professores usem as redes sociais Twitter e Facebook para incentivar a leitura de obras consagradas da literatura brasileira e internacional, bem como estimular a interpretação de texto.
Os alunos brasileiros ainda estão defasados nesse quesito. Segundo o último levantamento do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), sigla em inglês, pesquisa conduzida pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), em 65 países, os alunos brasileiros ocupam a 53a. posição no ranking de leitura.
As redes sociais na internet pode ser uma eficiente estratégia para melhorar a compreensão de texto. Um recente estudo da British Academy mostrou que jovens que usam tecnologias como o SMS, têm mais habilidade de leitura e escrita do que os que não usam. Isso é particularmente importante no Brasil. De cada dez internautas brasileiros, nove usam mídias colaborativas.
“Por isso, incluímos Twitter e Facebook na Biblioteca Digital LIvroClip”, afirma Luiz Chinan, presidente do Instituto Canal do Livro.
Escolas particulares, como Granja Viana e Augusto Laranja, já aderiram à Biblioteca Digital LivroClip, que reúne 100 livros digitais de obras clássicas da literatura nacional e internacional. Textos de grandes autores, como William Shakespeare e Machado de Assis, ganham música e movimento nas lousas digitais, datashows e telas de computador.
“A biblioteca é simples de usar, o professor pode escolher os livros digitais por temas como bullying, meio ambiente e sociedade, ou pelos próprios autores”, explica Chinan. “Além do trailer do livro, a biblioteca traz dicas de aula e a obra na íntegra”, sinaliza.

Fonte: http://www.metaanalise.com.br/inteligenciademercado/index.php?option=com_content&view=article&id=5096:escolas-apostam-na-web-20-para-incentivar-a-leitura-e-escrita&catid=4:melhores-praticas&Itemid=355

Mesa educacional com realidade aumentada estimula leitura e escrita


Disponivel em: http://g1.globo.com/tecnologia/noticia/2011/06/mesa-educacional-com-realidade-aumentada-estimula-leitura-e-escrita.html

Solução tecnológica permite interação com materiais manipuláveis.
Até seis crianças crianças podem usar o equipamento simultaneamente.

A Positivo Informática lançou duas novas mesas educacionais voltadas para aplicação em escolas: Alfabeto com Realidade Aumentada e Mundo das Descobertas

A mesa educacional Alfabeto com Realidade Aumentada, direcionada para alunos do Ensino Fundamental I, usa uma tecnologia que permite a interação de objetos reais com ambientes virtuais em 3D, potencializando as atividades que estimulam a criatividade, o interesse pela leitura e escrita e ajudam a ampliar o vocabulário.

A solução conta com uma câmera e marcadores (tags), que são pequenas placas plásticas com imagens dos personagens apresentados nas atividades. Essas ilustrações são capturadas pela câmera e são transformadas em imagens 3D que podem ser manipuladas como uma pequena “marionete virtual”.

Já a mesa educacional Mundo das Descobertas atende especialmente a faixa etária de 4 a 5 anos e combina atividades interativas com materiais manipuláveis – como bichos de pelúcia, jogos como dominós, memória, quebra-cabeças, conjunto de letras e números, lâmina de atividades, e dados –, estimulando a construção de conhecimentos na infância por meio de experiências de aprendizagem lúdicas, estimulantes e desafiadoras.

As mesas educacionais podem ser usadas simultaneamente por até seis crianças e promovem interação e socialização. Por meio das atividades, os alunos brincam e convivem com colegas enquanto buscam – individual ou coletivamente – soluções que as conduzem à apropriação de diferentes linguagens e saberes. As duas mesas já chegam ao mercado pré-qualificadas pelo MEC.

terça-feira, 7 de junho de 2011

ARGUMENTACAO E LINGUAGEM - 13ª edição - 2011



Este livro, atual no tema, situa-se na linha das pesquisas sobre os aspectos transfrasais, discursivos, que começam a multiplicar-se entre nós. O texto aqui publicado constitui-se em estudo pioneiro sobre argumentatividade em língua portuguesa. Há também a amplidão do embasamento teórico - a exposição segura e consistente revela a especialização da autora e sua familiaridade com o assunto, Enfim, as análises do corpus, mediante o exame metódico das categorias propostas, têm a vantagem de possibilitar que o leitor estudioso faça um treinamento prático de decodificação de textos argumentativos.

* Autora: KOCH, INGEDORE GRUNFELD VILLAÇA
Ingedore Grunfeld Villaça Koch é bacharel em Direito pela USP, licenciada em Letras, mestre e doutora em Ciências Humanas: Língua Portuguesa pela PUC-SP.

Lançamento do livro MIKHAIL BAKHTIN: LINGUAGEM, CULTURA E MÍDIA




A Pedro & João Editores orgulhosamente está lançando o livro Mikhail Bakhtin: linguagem, cultura e mídia. A coletânea reúne textos dos mais importantes especialistas na obra de Mikhail Bakhtin no contexto anglo-saxão. A maioria deles ligada a instituições britânicas, canadenses ou norte-americanas de ensino e pesquisa.

Apesar da vasta produção desses autores, poucos dos seus trabalhos sobre o pensador russo foram traduzidos para o português. No Brasil, estamos mais familiarizados com as interpretações do pensamento do Bakhtin realizadas por autores francófonos, principalmente, por Julia Kristeva, Roland Barthes, Tzvetan Todorov e Oswald Ducrot. Na primeira parte do livro, Linguagem, Caryl Emerson, Michael Holquist, Ken Hirschkop e David Shepherd se debruçaram sobre o pensamento de Mikhail Bakhtin, tanto para refletir sobre sua teoria literária quanto para apontar novos desafios e aplicações para sua filosofia da linguagem.

Na segunda parte, Cultura, Dominick LaCapra, Craig Brandist, Michael Gardiner e Linda Hutcheon tomam a obra de Bakhtin para elaborar novas bases epistemológicas para a teoria da cultura e para investigar práticas culturais contemporâneas. Na última parte, Mídia, Stuart Hall, Robert Stam, Horace Newcomb e Gunhild Agger apresentam um conjunto de esforços teórico-metodológicos para realização de análises das mídias – de seus produtos, fenômenos e processos –, a partir de uma perspectiva bakhtiniana.

Além dos textos dos autores, o livro conta com um capítulo introdutório – “Mikhail Bakhtin e os estudos da comunicação” – no qual os organizadores, Ana Paula Goulart Ribeiro e Igor Sacramento, refletem sobre os usos e apropriações dos conceitos bakhtinianos no contexto nacional e internacional.

Mikhail Bakhtin: linguagem, cultura e mídia já pode ser adquirido na Pedro & João Editores, diretamente com Pedro Amaro e João Rodrigo: pedroejoaoeditores@terra.com.br

O valor do livro [430 páginas, tamanho 16 x 23 cm.] é R$ 40,00.

Fonte: http://www.pedroejoaoeditores.com.br/joomla/

Secretaria de Educação de SP vai colocar seu material pedagógico na internet

06/06/2011
Do Estadão

A partir de amanhã, a Secretaria Municipal de Educação de São Paulo vai colocar todo o seu material pedagógico na internet com a licença Creative Commons. Ou seja: o download das obras de todos os programas e projetos da pasta estará disponível no site da secretaria para quem quiser, desde que a fonte seja citada e o uso não seja para fins comerciais. O endereço é http://portalsme.prefeitura.sp.gov.br.

A ideia surgiu porque, desde que o Programa Ler e Escrever passou a ser implementado, em 2006, a pasta passou a receber solicitações de municípios e Estados de todo o País interessados em utilizar o material. O programa objetiva melhorar as habilidades de leitura e escrita dos alunos do ensino fundamental da rede municipal paulistana.

"Não tínhamos uma forma adequada de licenciar tudo isso", disse o secretário Alexandre Schneider. "Começamos a pesquisar e achamos interessante o seguinte: como temos os direitos daquilo que foi desenvolvido, porque foi criado na própria secretaria, entendemos que seria correto fazer um licenciamento que permitisse que qualquer um pudesse utilizar e adaptar os materiais nos quais já tínhamos gasto nossos recursos."

Segundo o secretário, a pasta optou por esse tipo de licença porque ela permite que o usuário utilize o material do jeito que bem entender. "Ela possibilita que quem queria usar recorte, cole e anexe tudo ou partes do material, desde que coloque a fonte e o novo material produzido não gere lucro."

Obras
Entre os materiais que estarão disponíveis no portal da secretaria há obras para todos os temas que a pasta aborda em suas políticas públicas: educação infantil, ensino fundamental, ensino médio, educação especial, informática educativa, educação étnico-racial, cadernos de orientação didática e livros voltados para a recuperação em língua portuguesa e matemática. Além disso, as orientações curriculares para educação infantil e ensino fundamental, as orientações didáticas para Educação de Jovens e Adultos (EJA) e as obras do Programa Ler e Escrever também vão estar online para o público interessado.

Schneider acredita que, dessa forma, a secretaria vai compartilhar o conhecimento produzido com outras cidades. "Existem municípios que não têm condições de desenvolver esses materiais", disse.

Inovação

ALEXANDRE SCHNEIDER
SECRETÁRIO DE EDUCAÇÃO DE SP
"A discussão dos recursos educacionais abertos é um debate de ponta que existe nas principais universidades."

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Gêneros discursivos


Embora Bakhtin seja o principal estudioso do tema, outros autores também têm os gêneros discursivos como foco de seu trabalho: Holquist, Silvestre e Blank, Beth Brait, Faraco, Tezza, Castro. Além destes, Charaudeau, Maingueneau, Kerbrat-Orecchioni, Ducrot, Bronckart, Adam, Authier-Revez, utilizam-se das duas vertentes, levando em consideração a descrição da situação e a materialidade do texto em si. Estes autores relacionam marcas lingüísticas como conseqüência e produção e significados e tema importantes no discurso.
Em Bakhtin a noção de discurso ou prática discursiva não aparece definida de modo claro. Há em seus escritos uma profunda ligação entre texto e discurso. Enquanto texto é algo concreto, que se realiza materialmente em um gênero textual, discurso é o que o texto produz, é o resultado de uma manifestação em uma instância discursiva. Para ele, o discurso se realiza nos textos de uma forma funcional e contextual, enquanto manifesta o sentido, a significação, o tema do enunciado. Importante salientar que tema da enunciação para Bakhtin, tem duas abordagens. Em sua primeira abordagem tema é considerado único e ligado a uma determinada situação sócio-histórica concreta. Ele apresenta sentidos diferentes a cada novo enunciado, se utilizando de elementos verbais e não-verbais para se constituir. Neste sentido tema existe por um ato de compreensão responsiva na comunicação discursiva. Em sua segunda abordagem, tema, para constituir o gênero do discurso soma-se a uma construção composicional e a um estilo, cujos parâmetros de produção são dados pelo grau de valoração do locutor e do interlocutor do discurso. Tema é variável, embora tenha uma relativa estabilidade. Como as atividades e as necessidades de comunicação são variadas, de acordo com as finalidades da vida social, os gêneros e os temas igualmente os são. Quando há certa regularidade na estruturação lingüística, onde os gêneros são múltiplos e com características especificas, diz-se que há um tipo de discurso.
Há dois textos de Bakhtin que discorrem sobre gêneros: Marxismo e Filosofia da Linguagem (1929) e Gêneros do Discurso (1953). Desde o início a teoria do discurso já estava presente em seus estudos, embora sem se opor á teoria dos gêneros textuais. Mais tarde gênero passa a ter uma forma de discurso social, de enunciação que se subordina à forma de comunicação. Incluem-se, então, a valoração e a ideologia como fins de um enunciado vivo. Ou seja, cada época, cada grupo social tem um repertório com características próprias, um discurso social que se compõem de um grupo de temas específicos. Há formas de comunicação que se utilizam de formas de enunciação, de um estilo, que visam obter resultados específicos.
Gêneros para Bakhtin incluem dialogismo, heteroglossia, plurilinguismo, hibridismo, o que trás a noção de gêneros de discursos como um objeto discurso ou enunciativo, e não como uma forma ou um tipo. As relações sociais sejam elas institucionais ou interpessoais, é que determinam a enunciação. É o que Bakhtin denomina como esferas comunicativas, divididas em: esferas do cotidiano - aquelas ligadas à família, a comunidade (relacionadas aos gêneros primários da linguagem oral) e as esferas dos sistemas ideológicos construídos (relacionadas aos gêneros secundários), ou seja, da moral social, política, educacional, das ciências, etc. Em cada uma delas as pessoas ocupam um lugar, estabelecem relações dentro de uma hierarquia pré-estipulada, selecionam temas e adotam finalidades ou intenções comunicativas. É um fluxo discursivo que determina os gêneros mais “adequados” a estes lugares e relações, visando regularidades nas práticas sociais de linguagem.
Há de se considerar que há uma evolução da língua. À medida que mudam as estruturas da sociedade, mudam as relações sociais, a comunicação e a interação verbal. Mudam as formas “do ato da fala”, ou seja, mudam as linguagens que são utilizadas nas comunicações sociais. Aspecto esse que se evidencia, por exemplo, como conseqüência das interações virtuais, com a atual expansão do uso da internet por parte dos indivíduos.
Para discutir gêneros dos discursos é imprescindível uma análise dos aspectos sócio-histórico da situação enunciativa, levando em consideração a intenção comunicativa (vontade enunciativa) e a apreciação valorativa sobre os interlocutores e os temas discursivos. A partir dessa analise deve-se buscar “as marcas lingüísticas (forma do texto/enunciado e língua- composição e estilo) que refletem no enunciado/texto, estes aspectos da situação” (Rojo. 2005. p.199). É importante que as marcas lingüísticas sejam exploradas, pois estas deixam traços nos textos; importante que a palavra seja percebida dentro de um contexto e de uma situação específica, como um signo flexível e variável, com múltiplos sentidos, polissêmica. Onde os enunciados estejam em permanente diálogo entre si pela alternância de sujeitos falantes e ente os discursos constituídos na e pela cultura.

Saussure, Benveniste, Bakhtin







O objeto de estudo da lingüística é a língua. Estes três estudiosos nos apresentam pontos vista distintos a este respeito.
Para Saussure a língua é um sistema de signos que exprime idéias, um conjunto de convenções necessárias adotadas pelo social para permitir o exercício desta faculdade pelos sujeitos. Ela é percebida como um produto acabado, depositado na mente do indivíduo para que viva em sociedade. Este estudioso é representante na filosofia da linguagem do Objetivismo Abstrato, que vê como centro orientador da língua o sistema lingüístico, ou seja, o sistema de formas fonéticas, gramaticais, lexicais da língua. Língua, neste sentido, está fora do curso da comunicação verbal.
Bakhtin vai além desta visão, quando percebe a língua como um conjunto de vozes sociais, que se entrecruzam num processo contínuo, onde se formam novas vozes. Os indivíduos não recebem a língua pronta para ser usada. “O centro organizador de toda comunicação, de toda expressão, não é o interior, mas o exterior: está situado no meio social que envolve o indivíduo”. É no social que se constroem os significados e a língua é atualizada. Bakhtin critica então, a posição filosófica da linguagem do Objetivismo Abstrato, por não considerar a enunciação monológica, por não considerá-la um produto acabado. Segundo ele, a língua, embora tenha uma relativa estabilidade, ela evolui, se atualiza juntamente com o contexto sócio-histórico. Ele critica também o Subjetivismo Idealista, porque não entende a fala como uma criação individual, que surge a partir de condições da vida psíquica do indivíduo. Entende que a palavra possui sempre um conteúdo/um sentido ideológico ou vivencial.
Para Benveniste, a língua é uma estrutura da qual o sujeito se apropria para se enunciar diante do outro. Sua concepção é de movimento, onde leva em conta o tempo e a intenção atualizada. Para ele língua inexiste sem troca ou expressão de pessoa. Em sua estrutura há a possibilidade de surgir à subjetividade, na relação eu/tu constituída.
De acordo com o contexto sócio-histórico, com interesses, valores, necessidades envolvidas sejam individuais ou grupais, quando a palavra é proferida, através de signos carregados de significados próprios, ela é compreendida em sua intenção no contexto de onde ela emergiu. Caso contrário ela não será interpretada de acordo com sua intenção. A fala, segundo Bakhtin, é sempre de natureza social, enquanto que para Saussure ela é um ato individual, de inteligência e de manifestação momentânea. Para este a palavra é valorizada na sua unicidade, no seu significado em si. Bakhtin, no entanto, entende a palavra como uma ponte, uma ligação entre o locutor e o ausente, carregada de conteúdo, sentido, valoração arbitrária. Ela se apóia no “eu” e no “outro” de maneira responsiva.
A enunciação, que se utiliza da fala, é rejeitada por Saussure, porque considera que apenas o sistema lingüístico pode dar conta da língua. Bakhtin, entretanto a considera como um produto da interação social, onde o seu significado nunca coincide com o conteúdo verbal. As palavras ditas, muitas vezes estão impregnadas de coisas presumidas e não ditas, seja pela entonação, pelo silêncio entre elas, pela linguagem corporal. Muitas vezes o próprio contexto tem mais sentido do que a palavra.
Enunciação, de acordo com Benveniste, é única em seu ato. De acordo com o tempo (físico, crônico e lingüístico), com a intenção, ela é atualizada. Seu ponto de referência é o sujeito, apesar de ser estruturalista, utilizando pronomes, verbos e o tempo, principalmente, para explicar a enunciação e o discurso na (inter) subjetividade. Para compreendermos melhor sua teoria é importante conhecer a divisão de tempo por ele feita. Tempo físico: visto como um contínuo linear, infinito, onde o sujeito mede-o de acordo com as suas emoções, com o ritmo de sua vida interior – é uma visão subjetiva de tempo; tempo crônico: é o tempo dos acontecimentos, que mede a vida pelos eventos, pelo calendário. Ele considera a vida uma sequência de acontecimentos - é uma visão objetiva de tempo; tempo lingüístico: está ligado organicamente através do exercício da fala. Ele se define e se organiza em função do discurso, onde o presente é reinventado a cada ato individual – remete a uma subjetividade.
Na interação entre indivíduos são feitas enunciações que fazem parte de um diálogo. Esta relação dialógica para Bakhtin necessita da palavra (como material lingüístico) que no discurso transforma-se em enunciado, com sentido (considerando o contexto sócio-histórico). Só assim será possível ao indivíduo responder, confirmar, opor, rejeitar, confrontar a palavra do outro.
Para Benveniste só no discurso o pronome é carregado de significado, caso contrário ele é considerado uma forma vazia apenas (um dêitico). No discurso o “eu” fala com o “tu”. Há uma mudança de estado de acordo com a posição emissor-receptor: “quem fala para quem”? É também referida uma terceira pessoa no discurso através da língua: o “ele”, que pode ser outra pessoa (presente ou não), um livro comentado, uma questão política, uma representação de algo, etc. Na constituição de um discurso, composto de enunciados, a classe de palavras utilizadas é que marca a presença do sujeito que a utiliza – sua subjetividade. Ex: “Suponho que todos tenham descansado neste feriado”. “Ele conseguiu provocar minha curiosidade”.
O sujeito, envolvido nas interações e suas relações dialógicas, não é referido por Saussure, pelo fato de que ele estuda a língua em sua estrutura formal apenas. Ele inclui o social apenas do ponto de vista da convenção das regras do sistema lingüístico.
Benveniste surge nesta época reintroduzindo o sujeito na linguagem, através de uma abordagem enunciativa. O sujeito (eu) é aquele que se coloca em relação ao outro (tu) de modo instintivo, natural nas suas interações, através da linguagem em todos os discursos. O “eu” como pronome, é designado a produzir em cada discurso uma nova pessoa. A subjetividade para Benveniste tem grande importância em seus estudos. Leva em conta a capacidade do locutor se propor como sujeito na e pela linguagem. Se a identidade do sujeito se constrói na relação com o Outro então, subjetividade remete a (inter) subjetividade. “Torno-me o que sou na medida em que me comunico, em que interajo com o Outro”. O “eu” influencia e é influencia pelo Outro (tu) de maneira contínua, onde ambos são sujeitos.
Bakhtin também inclui o sujeito em seus estudos. Para ele língua é interação e o sujeito é produzido pela sociedade através das interações que realiza durante toda sua vida. Nestas interações signos precisam ser interpretados, decodificados. Pelo fato de serem ideológicos, eles são fluidos, permitem a expressão de idéias, cruzam sentidos, são plurais. São “verdades” sociais que vão se resignificando de acordo com o contexto e seus discursos, requerendo para tal uma compreensão responsiva. O significado é então, construído na dinâmica da história e marcado pela diversidade de vivências, contradições, componentes de valoração, etc. E a significação não é dada pelo signo em si, mas pela reprodução, estabilização, pela potencialidade que a palavra apresenta em determinado contexto sócio-histórico.