sexta-feira, 28 de agosto de 2015

O Conflito no Ambiente Escolar


Resumo: O presente artigo pretende analisar a dimensão positiva de conflito no ambiente escolar para o desenvolvimento pessoal e no processo de aprendizagem. O problema do conflito, existe desde a constituição das comunidades primitivas. Para Kurt Lewin, o conflito pode ser definido como embate entre forças ou valências opostas e de intensidade idênticas. Neste contexto é fundamental entender o que é um conflito, a sua origem, as reacções que ocorrem no organismo quando se vive situações conflituosas, o desequilíbrio que provoca no processo de ensino aprendizagem.
Palavras-Chave: Conflito, grupo, Escola, Extroversão, introversão

Introdução

O homem, enquanto ser social, desenvolve suas habilidades e competências em contacto direito com seus membros; dessa convivência surgem os conflitos, as divergências, as competições tanto leais como desleais. Ele naturalmente é propenso a viver junto com os outros e a comunicar-se com eles, torná-los participantes das próprias experiências e dos próprios desejos, conviver com eles as mesmas emoções, já Aristóteles, apud Mondin dizia:
O homem é por natureza, um animal social. Aquele que, por natureza, não possui sociedade é superior ou mesmo inferior ao homem, quer dizer ou é um Deus ou mesmo uma besta. (P.154)
O homem é essencialmente sociável, sozinho não pode satisfazer suas necessidades mais elementares nem realizar as suas aspirações mais elevadas, ele pode obter tudo isso apenas em companhia dos outros. Na sua convivência do dia-a-dia estabelece relações interpessoais ou sociais, desde as épocas mais remotas. Nesta vertente, CONTRIM descreve:
Das primeiras comunidades as sociedades civilizadas, as relações sociais sofreram grandes mudanças. Nas comunidades primitivas as relações sociais baseavam nos laços de parentesco, nos usos e costumes comuns, na cooperação entre membros de grupo. Nas sociedades civilizadas quase todos esses elementos se modificaram. 

A cooperação foi substituída pela competição social. O acumulo desigual de bens materiais pelos indivíduos passou a diferenciar as pessoas, surgindo então relações de poder entre ricos e pobres. (2003, P.31) 
O conflito como choque de opiniões ou de posições sobre a mesma situação. A relação interpessoal vivida constantemente leva o indivíduo ao estado conflituoso. A reflexão vai cingir-se nos seguintes aspectos:
  • Origem de conflito no ambiente escolar;
  • Áreas de conflito;
  • Tipos de Conflitos
  • Consequências de Conflitos
  • Dimensão positiva de Conflitos.

Objectivo

O objectivo deste artigo é fornecer ao gestor escolar uma ferramenta sobre o que vem a ser o conflito, as possíveis origens; apontar as consequências que podem advir no ambiente escolar e como isto de certa maneira afecta o rendimento dos alunos no processo ensino-aprendizgem e apontar a dimensão positiva do conflito nas relações inter – escolares.

Desenvolvimento

Desde a existência do homem, os grupos através dos tempos, tem sido uma necessidade vivencial e convivencial do ser humano. Pensemos, como poderia um só indivíduo pode desenvolver suas tarefas mais pesadas e complexas sem o auxílio do outro? E a partir desta percepção que os grupos, tribos ou qualquer nome que se dê a junção de seres humanos em convívio, começaram a se formar e com o passar do tempo a se organizar em tribos, sociedades e tantos outros tipos de organizações.
O escopo neste trabalho, não é o de apresentar um estudo histórico do aparecimento e organização dos grupos no mundo, mas, o interesse aqui é justamente procurar compreender como o líder ou Gestor escolar deve operacionalizar e gerir os conflitos no ambiente escolar, que são em especial os professores, alunos e outros os demais funcionários que compõem o colectivo escolar.
No estudo da Psicologia existem várias teorias que procuram definir o conflito. A teoria de LEWIN, adequa-se à presente realidade de pesquisa:
O conflito pode ser definido como embate entre forças ou valências opostas e de intensidade idênticas. (1994, p.14)
Veja por exemplo a aluna Yurilda que chega à sua casa feliz e motivada porque aprendeu a fazer desenhos. O seu ideal é pintar ou fazer gravuras nas paredes da casa. Seu real vem do não pode dos adultos que a rodeia. Ela viverá um conflito. Mas, é preciso que o adulto saiba encaminhar ou educar inteligentemente esse conflito vivido pela criança Yurilda.
Entre as diferentes opiniões dadas aos psicólogos sobre o conflito, Freud, citado por Castro & Santos, manifesta a importância da educação na formação do aluno num ambiente preventivo dos conflitos:

A educação exerce um papel importantíssimo em relação á formação dos alunos. Ela poderá influenciar seu comportamento social de forma positiva ou negativa. Será positiva, á medida que orientar e prevenir os conflitos individuais para que os grupos também possam fluir em seu inter-relacionamento. Será negativo, quando ocorrer os desequilíbrios e não se conseguir promover acções criativas. Estas acções minimizam as tendências e influências negativas do contexto social e auxiliam no fortalecimento da personalidade do indivíduo. (2009, p.14)
Apesar de várias definições sobre o conflito, chegou-se ao consenso de que o profundo sentimento de solidão e desamparo, inquietude, perplexidade na tomada de decisão, a pouca capacidade de concentração nas tarefas a realizar, tristeza acentuada, perda de apetite alimentar, ideias obsessivas são sintomas que se associam ao estado de conflito.
No ambiente escolar, os conflitos com maior incidência têm origem em problemas como:
  1. Falhas na comunicação entre aluno ↔ professores ↔ profissionais de educação ↔ comunidade;
  2. Ausência de actividades de um programa de educação continuada para professores e profissionais da educação – acadêmicos, administrativos e encarregados de educação.
  3. Planeamentos inadequados ao grupo alvo (alunos);
  4. Resistência à mudança no contexto da escola, tanto no aspecto académico como no administrativo;
  5. Líderes com acentuado índice de autoritarismo.
  6. Desigualdade social entre alunos, professores e outros membros da comunidade escolar.
No ambiente escolar é constante o aluno manifestar comportamento que crie conflito na sala de aula. Segundo MACHADO (2004), o conflito surge com bastante frequência de duas formas:
  1. Em situações de crise de oposição
  2. Em dinâmicas conturbadas ou turbulentas (comummente chamadas de indisciplina)
Quanto a primeira forma, muitas das vezes essas situações são confundidas pelo professor ou profissional de Recursos Humanos como falta de respeito do aluno ou funcionário ao ter um comportamento de oposição ao passo que as situações de dinâmicas conturbadas ou turbulentas são caracterizadas pela agitação total de choque entre a postura rígida do professor e a atitude inquieta dos alunos ou funcionários.
Todos esses aspectos aqui delineados fazem com que os conflitos se proliferem e as reacções emocionais aflorem nas instituições ou nos estabelecimentos de ensino. Todos os profissionais que trabalham directamente com pessoas precisam ter conhecimentos básicos quanto a origem de conflitos no ambiente escolar; as condições psicológicas que envolvem o indivíduo em convívio social. Seja em família, no trabalho ou em qualquer concentração social. É por isso, que cabe aos profissionais de educação, estarem atentos aos estudos mais recentes da psicologia das Relações Humanas e a operacionalização e gestão de conflitos no ambiente escolar.
Segundo NANSCIMENTO, os conflitos podem ser divididos em duas áreas:
1- Conflito Social – é de reconhecer que hoje, se vive numa sociedade altamente evoluída do ponto de vista social e tecnológico, mas bastante precária em termos de capacidade para negociações. E a violência tem sido no decorrer da história da humanidade, um dos instrumentos mais utilizados para resolver conflitos.

2- Conflitos tradicionais - são aqueles que reúnem indivíduos ao redor dos mesmos interesses, fortalecendo a solidariedade.(2002, p.47)
Os conflitos aparecem por três razões essenciais: pela competição entre as pessoas; pela divergência de alvos entre as partes e pelas tentativas de autonomias ou de libertação de uma pessoa em relação a outra.
Podem ser entendidos ainda como fontes de conflitos: direitos não atendidos ou não conquistados, mudanças externas e espontâneas, ansiedades e medo, luta pelo poder, exploração de terceiros (manipulação), carência de informação, grupinhos de cochicho, insubordinação, mau ambiente no trabalho, necessidades individuais não atendidas, divergências de objectivos, esforço não valorizado, diferenças culturais e individuais, obrigatoriedade de consenso, entre outras.
Como já referido no princípio, que o título desse artigo tem maior impacto no campo psicológico. O conflito no ambiente escolar influencia de forma significativa o ritmo normal da vida não só do aluno, mas também do professor, do administrador e demais funcionários para uma aprendizagem eficaz e funcionamento equilibrado.
Os estudos feitos pelo NASCIMENTO, sobre o conflito revelam que, existem vários tipos de conflito que se sintetizam em quatro:
1- Conflito Latente - não é declarado e não existe uma clara consciência da sua existência 
2-Conflito Percebido - os elementos envolvidos percebem racionalmente, a existência de um conflito, embora não haja ainda manifestações abertas do mesmo.
3-Conflito Sentido – já atinge ambas as partes, há emoção de forma consciente.
4-Conflito manifesto – este conflito já atingiu ambas as partes, já é percebido por terceiros e pode interferir na dinâmica da organização.(Ibiden, p.83)
Na medida em que se diversificam os tipos de conflitos, também se diferem as consequências para o aproveitamento do aluno. Dentre os vários aspectos do conflito, alguns podem ser considerados como negativos e aparecem com frequência dentro das organizações.
Quando o indivíduo em conflito, desvia a atenção dos reais objectivos, colocando em perspectiva os objectivos dos grupos envolvidos no conflito, mobilizando os recursos e os esforços para a sua solução ou ainda quando tornam a vida numa derrota, caracterizados pela desmotivação, inibição, solidão, desinteresse, desistência, etc…
Portanto, o indivíduo em estado de conflito, apresenta algumas atitudes: 
  • Extroversão (comunicativo)
  • Introversão (calado)
O aluno ou indivíduo extrovertido ou introvertido, não significa que está ou não satisfeito com o embate (choque), somente as características individuais do comportamento podem determinar se o aluno ou indivíduo em conflito está ou não satisfeito. No entanto, concluiu-se que depois do choque ou conflito, a extroversão ou a introversão não determina a motivação ou a desmotivação do indivíduo em conflito, mas sim, depende das características motivacionais e comportamentais apresentadas.
Perante a realidade de conflito, é possível pensar inúmeras alternativas para indivíduos e grupos lidarem com os conflitos. Estes podem ser ignorados ou abafados ou ainda sanados e transformados num elemento auxiliar na evolução de uma sociedade ou organização, ao observar a história:
 
Até há pouco tempo a ausência de conflitos era encarada como expressão de bom ambiente, boas relações e no caso das organizações, como sinal de competência. (NASCIMENTO, SAYED, 2002, p.47)
Alguns Profissionais viam o conflito somente de forma negativa, como resultante da acção e do comportamento de pessoas indesejáveis, associado à agressividade, ao confronto físico e verbal e aos sentimentos negativos, os quais eram considerados prejudiciais ao bom relacionamento entre as pessoas e consequentemente ao bom funcionamento das organizações.

Conclusão

Ficou claro que o conflito tanto nos grupos sociais como escolares é inevitável na medida em que a sua origem se dá no intercâmbio existencial entre indivíduos que formam a mesma sociedade.
Seja ele de área social como tradicional, percebido no aspecto positivo ou negativo, afecta em maior ou menor proporção a vida e o desenvolvimento estudantil, o intento é de mostrar quão é prejudicial no ambiente escolar, controlá-lo de forma a ajudar a comunidade escolar os conflitos mais comuns nas escolas, a sua origem e ter a capacidade de lidar com as situações conflituosas do dia-a-dia nas escolas e diminuir os efeitos de tipo manifesto que são mais prejudiciais no desenvolvimento intelectual do aluno.
Para um entendimento mais preciso sobre a dinâmica dos conflitos, deve-se ter uma visão mais abrangente de suas inúmeras possibilidades, pois, para algumas pessoas o termo conflito pode ocasionar um medo intenso, no entanto, se faz necessário reconhecer que existe um modo destrutivo e outro construtivo de proceder.
Na diferença em se tratar o conflito pode estar o sinal do saudável, podendo se fazer representar por duas possibilidades para uma acção mais efectiva, uma negativista, que percebe o conflito como algo prejudicial, devendo ser evitado a todo custo, e a segunda alternativa é trabalhá-lo, procurando os benefícios que as diferenças de opiniões e os posicionamentos contrários podem gerar a nível de aprendizagem pessoal e profissional. Isto quer dizer, que no dia-a-dia vive-se o conflito de diferentes maneiras: quantas vezes as pessoas não atravessam esse ou aquele caminho, dificultando o alcance de diferentes objectivos. Assim, o conflito não deve ser visto apenas como impulsionador de agressões, disputas ou ataques físicos ou verbais, mas como um processo que começa na percepção e termina com a doação de uma acção adequada e positiva:  
O conflito é fonte de ideias novas, podendo levar a discussões abertas sobre determinados assuntos, o que se releva positivo, pois, permite a expressão e exploração de diferentes pontos de vista, interesses e valores. (Ibdem, p.47)
De facto, a dimensão positivista de conflito, caracteriza-se pela auto-estima, motivação, persistência, continuidade, novos projectos, equilíbrio psicológico e social, etc…

Fonte: http://psicologado.com/atuacao/psicologia-escolar/o-conflito-no-ambiente-escolar

Formas de interagir pela linguagem corporal no contexto escolar

Iniciarei uma série de artigos sobre a linguagem corporal na educação. Em meus estudos sobre crenças e valores, descobri o quão importante é observarmos a linguagem corporal e expressões faciais de nossos alunos.
Nesse artigo inicial, tratarei de um tema nada introdutório que é a relação individual do professor com os seus alunos. Para delimitarmos o tema, o que temos a seguir são algumas observações que se aplicam a alunos crianças.
A aplicação dessas técnicas com alunos adultos depende de alguma adaptação.
Todos sabemos dos problemas que a educação nacional passa. Escolas públicas ou privadas, indistintamente, carecem de condições para prover um ambiente diversificado e eficaz para a aprendizagem. Por outro lado, nem sempre os próprios alunos e sua família colaboram positivamente nesse processo.
Diante disso é que se torna tão importante que o professor se interesse pela interpretação da linguagem corporal.
Ao longo dos meus quase 30 anos no mundo do trabalho, fui aluno em diversas escolas e pude ser professor em umas quantas outras.
Como aluno, tenho que ser sincero, senti pouco interesse de meus professores por mim. Como não apresentava problemas de disciplina ou de aprendizagem naquilo que me era exigido, também não recebia feedbacks e qualquer outro incentivo.
A partir daí, desde cedo, desenvolvi uma certa motivação “intrínseca” para aprender, algo meio egoísta, que dependia apenas de mim mesmo… Não vi muita mudança nesse cenário desde que tinha 7 anos até o nível mais alto de minha escolaridade.
Assim como ocorreu comigo do 1º ano do Ensino Fundamental ao doutorado, creio que muitas pessoas passam por essa experiência. Como não apresentam problemas, são meio que esquecidos…. Nem mesmo o elevado desempenho escolar consegue competir com a desordem, a indisciplina ou com os problemas de aprendizagem. Parece que deixamos de prestar atenção àqueles que se esforçam para se destacarem de forma positiva.
Nesse complexo cenário, fica uma pergunta: será que a linguagem corporal pode ajudar a comunicar a atenção e o apreço que um professor tem por seus alunos?
A resposta é afirmativa e será o nosso tema desse artigo.

A atenção e gentileza na linguagem corporal

Uma das formas mais eficazes de comunicar atenção é inclinar-se em direção ao aluno ou abaixar-se para falar com ele. Durante esse movimento, são as expressões faciais e a forma com que se adentra o espaço pessoal do aluno que contam para a interpretação positiva da linguagem corporal.
Na figura a seguir, vemos uma professora com a linguagem corporal comunicando atenção.
educacao-linguagem-corporal
Podemos observar sua inclinação em direção ao aluno, o seu interesse que é comunicado pelo levantamento da pálpebra superior e o sorriso zigomático.
No entanto, nota-se também um certo exagero ou excesso de intensidade nas expressões, o que pode ter sido causado pela pose para a foto.
Note que ela se posiciona a cerca de 45 centímetros do aluno. A pesquisa mostra que nos sentimos de diferentes maneira quanto à proximidade física das pessoas em relação a nós.
A figura a seguir ilustra essas distâncias.
educacao-densidade-humana-1
Como é possível notar, devemos ser cautelosos quando nos colocamos a menos de 45 a 30 centímetros de alguém. Para adentrar esse espaço é necessário ter a “autorização” da pessoa, ainda que isso seja realizado sem palavras.
Quando lidamos de forma apropriada com essas distâncias, com nossos gestos e expressões faciais, a interpretação que os alunos relatam é de que o professor está sendo gentil e atencioso.
No entanto, é necessário pontuar que a linguagem corporal não é uma “magica”. Podemos fazer tudo certo e os efeitos não serem os esperados.
Na figura abaixo, vemos um professor acertando na medida, mas falta a resposta positiva do aluno.
educacao-linguagem-corporal-1
Inclinação, atenção, distância, tudo parece correto. Nesses caso, há que analisar todo o contexto, incluindo as histórias dos encontros anteriores ao evento ilustrado.

Expressões faciais – surpresa

Além da gestualidade, as expressões faciais são de extrema importância. As figuras abaixo demonstram como a expressão mostrada em nossas pálpebras pode afetar o que dizemos ou até mesmo o conjunto de nossa comunicação.
educacao-palpebra-surpresa
Essa expressão comunica surpresa. É comum quando um aluno faz alguma pergunta inesperada ou ocorre alguma situação que foge da rotina na sala. Observe que a pálpebra superior está levantada, mas não apresenta uma grande tensão. Esse movimento é produzido pelo músculo levantador da pálpebra superior e ocorre, em intensidades diferentes nas expressões de surpresa ou medo.
A pálpebra inferior está relaxada e os olhos estão com a expressão de “abertos”. A parte externa da sombrancelha está levantada pela ação do músculo frontal. No geral vemos uma expressão de surpresa discreta.

Expressões faciais – medo

Na figura abaixo temos o protótipo dos olhos do medo. Quando um professor é desafiado em sala de aula, por exemplo, espera-se esse tipo de expressão em várias intensidades. A raiva também pode aparecer.
educacao-palpebra-medo
Observe a tensão na pálpebra inferior e nas sombrancelhas. Os olhos continuam com a expressão de abertos, mas de uma forma bem diferente da figura anterior.
Os exemplos acima são meramente exemplificativos de uma série de expressões que modificam nossa comunicação.
Dessa forma, em nada adianta tentar passar uma idéia de atenção ao aluno, se as suas expressões faciais comunicarem outra mensagem.
Com a intensificação da violência nas escolas, muitas pessoas têm perguntado sobre as expressões faciais na sala de aula. Esses são alguns exemplos do que podemos demonstrar e também ver em nossos alunos.
Fonte: http://linguagemcorporal.net.br/educacao-e-linguagem-corporal/

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Linguística

LÍNGUA, FALA, SIGNIFICADO, SIGNIFICANTE, SINCRONIA E DIACRONIA

Por Cristiana Gomes

O fundador da lingüística moderna chama-se Ferdinand de Saussure.
Saussure trouxe novos caminhos para a lingüística, graças ao seu estudo sobre a língua e a fala (langue e parole).
Para Saussure a língua foi imposta ao indivíduo, enquanto a fala é um ato particular.
A soma língua + fala resulta na linguagem.
Outro aspecto básico da doutrina saussuriana é a do signo lingüístico.
O signo é o resultado de significado mais significante.

Signo = significado + significante
Significado: conceito
Significante: forma gráfica + som
Toda palavra que possui um sentido é considerada um signo lingüístico.
Exemplo:
“Livro” é um signo lingüístico.
Quando observamos o signo “livro” percebemos que ele é a união de som, conceito e escrita, ou seja, significado e significante.
Outros exemplos de signos lingüísticos:
Mar, cadeira, ventilador, cachorro, casa....
A lingüística pode ser: sincrônica ou diacrônica.
Sincrônica: estuda a língua em um dado momento.
Diacrônica: estuda a língua através dos tempos.

CARACTERÍSTICAS DO SIGNO LINGÜÍSTICO

Arbitrariedade: uma das características do signo lingüístico é o seu caráter arbitrário. Não existe uma razão para que um significante (som) esteja associado a um significado (conceito). Isso explica o fato de que cada língua usa significantes (som) diferentes para um mesmo significado (conceito).
Linearidade: Os componentes que integram um determinado signo se apresentam um após o outro, tanto na fala como na escrita.

DIVISÕES DA LINGÜÍSTICA
Fonética: Estuda os sons da fala.
Fonologia: Estudo dos fonemas.
Morfologia: Estuda a estrutura, formação, as flexões e a classificação das palavras.
Sintaxe: Se ocupa das relações entre as palavras ou entre as orações.
Semântica: Estuda a significação das palavras.
Lexicologia: Estuda o conjunto de palavras de um idioma.
Estilística: A estilística nos dá vários recursos para tornarmos os nossos discursos (falados ou escritos) mais expressivos e elegantes. Esses recursos são as figuras de linguagem e os vícios de linguagem.
Pragmática: Estudo de como a fala é usada na comunicação diária.
Filologia: Estuda a língua através de documentos escritos antigos.
É bom ressaltar que nem todos os lingüistas concordam com essa divisão.

LINGUISTAS NOTÁVEIS
- Franz Bopp
- Leonard Bloomfield
- Roman Jakobson
Umberto Eco
Noam Chomsky
- Michael Halliday

CORRENTES DA LINGÜÍSTICA
Os estudos lingüísticos neste século tomaram vários rumos nos diversos países em que se desenvolveram, definindo escolas ou correntes teóricas.
Entre elas, destacam-se:
Gerativismo: procura mostrar a capacidade que o indivíduo tem de compreender uma frase mediante um número finito de regras e elementos combinados.
Pragmatismo: Aborda a relação entre o discurso que envolve o indivíduo e a situação comunicativa em que ele é produzido.
Estruturalismo: entende a língua como um sistema articulado em que todos os elementos estão interligados.
Alguns lingüistas estudam a linguagem de apenas um indivíduo, outros estudam a linguagem de uma comunidade inteira.
Certos lingüistas contemporâneos dão mais importância a fala do que a escrita, pois a fala é uma característica de todos os indivíduos, já a escrita, não.
Mas isso não significa que a escrita não é estudada. É, sim e a cada dia são criados novos meios de estudá-la.

MINI BIOGRAFIA FERDINAND SAUSSUARE
Ferdinand de Saussure (1857 – 1913), era suíço e lecionou Lingüística Geral na Universidade de Paris e de Genebra por mais de 20 anos.
Seus conceitos foram proferidos em aula, e 3 anos após a sua morte (em 1916), dois de seus alunos (Bally e Sechehaye) publicaram “Curso de Lingüística Geral” .
Apesar da importância de Saussure para a lingüística, ele e suas teorias foram muito criticadas.

Fonte: http://www.infoescola.com/portugues/linguistica/

Livros acadêmicos de Linguística

Com o intuito de democratizar o conhecimento produzido na universidade, a Editora Unesp disponibilizou ebooks de Literatura, Letras e Linguística (os que estão citados aqui, além de outros sobre Ciências Humanas, Biológicas e Exatas). Para fazer o download dos livros é preciso fazer um cadastro rápido no site da editora!

Confira abaixo a lista de 22 Livros Gratuitos de Literatura, Linguística e Letras para Download:

1- Bárbara Vasconcelos de Carvalho e o ensino da literatura infantil no Brasil: Fernando Rodrigues de Oliveira

2- Cartas e escrita: Maria Rosa Rodrigues Martins de Camargo

3- Classes de palavras na perspectiva da Gramática Discursivo-Funcional: Roberto Gomes Camacho

4- A Constituição da subjetividade feminina em Alfonsina Storni – Uma voz gritante na América: Nildicélia Aparacida Rocha

5- Dialogismo e ironia em São Bernardo, de Graciliano Ramos

6- Dicionário italiano-português de falsos cognatos e cognatos enganosos: Marilei Amadeu Sabino

7- A Escrita do passado entre monges e leigos: Leandro Alves Teodoro

8- Guimarães Rosa em tradução: Gilca Machado Seidinger

9- Hilda Hilst e o seu pendulear: Nilze Maria de A. Reguera 

10- Ler e ser virtuoso no século XV: Michelle Souza e Silva

11- A Literatura na língua do outro – Jacques Derrida e AbdelKebir Kathibi: Maria Angélica Deângeli

12- Lourenço Filho e literatura infantil e juvenil: Estela Natalina Mantovani Bertoletti

13- Lygia Fagundes Telles e René Magritte – Diálogos entre textos e telas: Ana Paula Dias Rodrigues

14- Monteiro Lobato e seis personagens em busca da nação: Elisângela da Silva Santos

15- Monteiro Lobato: um estudo de A chave do tamanho: Thiago Alves Valente

16- Nas raias de um gênero – A fábula e o efeito fábula na obra infantil de Monteiro Lobato: Loide Nascimento de Souza 

17- Pesquisas em estudos da tradução e corpora eletrônicos no Brasil: Diva Cardoso de Camargo, Paula Tavares Pinto Paiva e Celso Fernando Rocha (organizadores) 

18- Pontuação na internet – Usos não convencionais de vírgulas em bate-papos virtuais: Viviane Vomeiro Luiz Sobrinho

19- O Que os pares de Teletandem (não) negociam – Práticas para um novo contexto online, interativo para o ensino/aprendizagem de línguas estrangeiras no século XXI: Daniela Nogueira de Moraes Garcia

20- As Razões da máquina antropofágica – Poesia e sincronia em Haroldo de Campos: Diana Junkes Bueno Martha Toneto

21- O Sujeito lírico em Dispersão: Ricardo Marques Martins

22- O X de Malcolm e a Questão Racial Norte-Americana:Vladimir Miguel Rodrigues
Fonte: http://noticias.universia.com.br/destaque/especial/2011/09/27/871674/16/120-livros-academicos-download-gratuito/livros-academicos-linguistica.html#
          http://www.benoliveira.com/2014/09/22-livros-gratuitos-de-letras-literatura-linguistica-para-baixar-ebooks-gratis.html