Um Feliz Natal aos seguidores deste blog, meus colegas e amigos!
Que o espirito natalino não seja apenas passageiro, mas que perdure no coração e na mente de todos nós dando frutos durante todo o ano que se inicia.
Um grande abraço
Ligia Coppetti
sexta-feira, 23 de dezembro de 2011
domingo, 18 de dezembro de 2011
Educação Especial: O Apoio do Computador para Alunos em Processo de Desenvolvimento da Leitura e da Escrita
por Delton Aparecido Felipe, Paula Edicléia França Bacaro e Anair Altoé
A leitura e a escrita fazem parte da vida de todo ser humano. Além de ser útil e agradável é também fator de sobrevivência, pois é necessária para o desenvolvimento intelectual das pessoas de modo a interagir com mais eficiência nos aspectos financeiros, culturais e sociais. As informações, na maioria das vezes, chegam ao homem por meio da leitura, sendo esta fundamental para seu desempenho no trabalho, na escola, na rua, já que faz parte do seu dia-a-dia. O conhecimento se dá de diversas maneiras, mas seu principal veículo é a leitura, é por meio dela que o homem analisa, faz comparações, reflete e, conseqüentemente, atinge um grau mais elaborado de conhecimento.
O ato de ler e de escrever é um processo cognitivo, mas a busca por seu desenvolvimento depende, muitas vezes, de como ele acontece. Devemos procurar maneiras, caminhos alternativos, que possibilitem o aprendizado da leitura, respeitando o tempo de cada aluno, fazendo com que ele supere a sua própria limitação. Mais ainda quando nos defrontamos com alunos que apresentam necessidades educacionais especiais. A importância de apoio a estes alunos fica mais evidente. Isto porque eles necessitam de apoio pedagógico diferenciado, que atenda ao seu nível de compreensão e especialmente seu ritmo e tempo para a realização das atividades.
Alliende (1987, p. 37), neste sentido, ressalta que o aluno “[...] que confia em si mesmo tende a enfrentar as dificuldades com menos medo e consegue recuperar-se de alguns fracassos com certa facilidade”. Portando, segundo o referido autor, é importante que o aluno se sinta seguro para que a aprendizagem ocorra. Deve-se, também, partir do princípio que todo aluno apresenta ritmos de aprendizagem diferentes e que o conhecimento ocorrerá por meio da interação entre o aluno e o objeto, uma vez que cada experiência é única.
Muitas vezes, os fracassos e os prognósticos de “déficit intelectual” são diagnosticados como permanentes, fazendo com que o aluno se recuse a ler e a escrever por medo de errar. O erro pode ser visto pelo professor como uma etapa do processo de construção de aprendizagem. Neste sentido, deixa de ser obstáculo à aprendizagem do aluno. Passa a ser um espaço de discussão e elaboração de novos conceitos. No processo de avaliação, quando o aluno apresenta muitos erros, interioriza o fracasso e recebe o estigma de aluno que não aprende ou, então, é designado como portador de “déficit intelectual”. No entanto, importa considerar que a eles não foi dado o direito de participar de outras oportunidades de aprendizagem, diferentes daquelas corriqueiras e rotineiras de sala de aula.
O “déficit intelectual” pode não ser, de fato, permanente. Talvez seja possível reverter este prognóstico com atividades que interessem ao aluno e não causem a ele constrangimentos, por causa da má grafia ou uma leitura lenta. Para tanto, devemos entender como o processo de leitura e de escrita pode ser encaminhado e como o computador e a Internet, por meio de uma metodologia adequada, direcionada, podem atender às necessidades dos alunos e colaborar com o processo de ensino e de aprendizagem.
A LEITURA, A ESCRITA: APORTES TEÓRICOS.
A leitura, segundo Alliende (1987) requer do aluno uma atitude ativa de participação. O aluno, ao ler, reconstitui as palavras, como se as ouvisse, dá a elas a entonação e o ritmo que deseja. O ato de ler motiva o cérebro a ter pensamentos e criatividade, isto colabora para que o leitor não apenas reproduza a leitura, mas a interprete à sua maneira ou conforme a sua necessidade.
Os alunos com dificuldade de leitura e, conseqüentemente, de escrita fazem uma leitura codificada. Este tipo de leitura prejudica o seu interesse. Entretanto é necessária, pois, para se alcançar um nível compreensível do conteúdo do texto lido, é preciso promover o desenvolvimento das habilidades de leitura. Estas habilidades estão relacionadas à fluência e à compreensão da leitura. Mas é preciso que se respeite o ritmo próprio de cada aluno (Cagliari, 2003).
O processo que busca uma leitura fluente e compreensível pelo aluno não precisa ser de aspecto maçante, como as leituras obrigatórias, mas pode estar vinculado a leituras de interesses pessoais, as quais fazem parte da vida social dos alunos. Ao ler e escrever, o aluno procura sentido, se não houver, sente-se desmotivado para continuar (Cagliari, 2003).
Quando trabalhamos com alunos com necessidades educacionais especiais que apresentem problemas de aprendizagem na leitura e na escrita, é necessário motivá-los com textos de seu interesse e que façam parte do seu cotidiano. Neste processo, o aluno perceberá a importância que a leitura e a escrita representam para o seu desenvolvimento cognitivo ou intelectual. É necessário, também, que o aluno, mesmo com necessidades educacionais especiais, perceba o valor social da leitura e da escrita e a sua aplicabilidade.
Cabe ao professor elaborar atividades de leitura que atendam ao interesse e às necessidades dos alunos. Cagliari (2003, p. 101) diz que “antes de ensinar a escrever é preciso saber o que os alunos esperam da escrita, qual julgam ser sua utilidade e, a partir daí, programar atividades adequadamente”. A escolha do material de leitura é importante porque ler e escrever vai além da aprendizagem das letras e das palavras. É necessário que o aluno encontre nas atividades sentido e aplicabilidade em sua vida cotidiana.
A perspectiva de ver a importância da leitura através das funções que ela pode ter permite ao educador e a todos os que se empenham no desenvolvimento de um ser humano ligar a atividade de ler com as necessidades da pessoa. Deste modo, evita-se que a leitura seja uma simples destreza mecânica que tende a extinguir-se por falta de aplicabilidade e se chegar a focalizá-la como habilidade relacionada com os mais importantes aspectos da vida pessoal e social (ALLIENDE, 1987, p. 23).
A leitura e a escrita são parceiras da aprendizagem, pois quando se lê surgem às produções da linguagem escrita, as quais são elaboradas no pensamento do leitor. Neste sentido, Alliende (1987, p. 23) diz que “a leitura apresenta ao leitor as palavras como seqüência de letras que lhe proporcionam uma imagem gráfica, a qual lhe permite reproduzir corretamente a escrita”.
As informações que os alunos recebem por meio das leituras fazem com que os mesmos elaborem pensamentos e ações. Ao mesmo tempo, permitem aos alunos opinar sobre as mesmas. Lendo, aprendem a buscar diferenças e igualdades. Esta busca faz com que surjam questionamentos, os quais provocam desequilíbrio cognitivo no aluno, o qual favorece o seu desenvolvimento. O desequilíbrio cognitivo faz com que o aluno busque pelo equilíbrio, procurando outras informações que o ajudem na compreensão. Este exercício colabora com a construção do conhecimento (Valente, 1991).
Ao analisar o processo de leitura e de escrita, podemos perceber outro dado significativo para o desenvolvimento dos alunos. Quando o aluno com necessidades educacionais especiais aprende a ler e escrever e tem compreensão de sua leitura e escrita, pode tornar-se mais autônomo, visto que pela leitura e escrita, ele representa ações e pensamentos. Esta autonomia colabora com o seu processo de socialização e comunicação ao alcançar uma melhor compreensão do universo em que vive.
O inverso acontece quando o aluno com necessidades educacionais especiais apenas aprende a ler e escrever sem ter relação com o que lhe interessa, com suas necessidades e seu cotidiano. O aluno, ao não ter compreensão e fazer uma leitura e escrita codificada, sem conexão e sem sentido, conseqüentemente, pode não alcançar a autonomia.
É fundamental, também, que os alunos saibam, por meio do professor, que a escrita é pensamento e a leitura pode ser do seu próprio pensamento ou pensamento de outras pessoas. Isto faz com que os alunos percebam que a leitura tem fundamento, não representa um ato vazio e sem sentido.
Não podemos deixar de destacar a importância que o professor representa neste processo de ensino e aprendizagem dos alunos. Ele precisa ter sensibilidade e comprometer-se com a aprendizagem dos alunos. É necessário que o professor proponha objetivos e que aceite o desafio em nome da aprendizagem dos alunos (Parga, 2004).
O COMPUTADOR NO PROCESSO DE LEITURA
O trabalho docente para alunos com necessidades educacionais especiais é um desafio tanto nas salas de educação especial como em salas de ensino regular inclusiva. Com a diversidade de comprometimento mental, é necessário que o professor faça um estudo de caso para buscar o caminho, a metodologia de ensinar esses alunos. Este caminho pode ser usado de diversas maneiras, com várias ferramentas educacionais. A informática aplicada à educação, com uma proposta construcionista, pode ser utilizada no processo de ensino e de aprendizagem. Com o uso do computador pode-se elaborar diversas atividades pedagógicas (Papert, 1994).
Neste sentido, o computador pode ser um grande aliado no processo de desenvolvimento da leitura e da escrita. Pois a imagem provoca o aluno a querer saber mais sobre a informação que está visualizando. O computador envolve-o por meio da variação de cores, movimento, imagens, que chamam a atenção do mesmo para novas leituras. Essas atividades de leitura proporcionam novo meio ou maneira do aluno expressar e de se relacionar, pois transmite várias informações, as quais possibilitam ao aluno melhorar sua comunicação. Promove o aluno a desenvolver novas habilidades do uso da máquina, que o levam a novas aprendizagens, as quais proporcionam diferentes formas de pensar e aprender. Pallof & Pratt (2002, p. 90), afirma que “quando os alunos envolve-se com um processo de aprendizagem em que a tecnologia seja utilizada eles aprendem não apenas sobre a matéria do curso, mas também sobre o processo de aprendizagem e sobre si mesmo”.
Valente (1999) destaca que o computador armazena, representa e transmite informações. Estas informações possibilitam ao aluno a construção do conhecimento à medida que recebe as informações que são memorizadas e processadas pelos esquemas mentais. Quando o aluno está diante de um desafio ou problema que precisa ser resolvido, ele busca um novo conhecimento. Caso o aluno não obtenha conhecimento suficiente, busca outras informações que, são unidas ao conhecimento existente, possibilitam ao aluno a execução de sua tarefa.
Outro fator interessante é que por meio do computador os alunos sentem-se mais livres e os erros tornam-se insignificantes. Apagar e fazer novamente torna mais divertido e menos traumático. Deste modo o erro colabora com o desenvolvimento da escrita do aluno. Quando o aluno percebe que errou, entra em conflito e se desequilibra. Ao buscar o equilíbrio novamente, ele reconstrói a palavra. Este processo proporciona ao aluno aprendizado, pois ele pensa, reflete, analisa e realiza sua ação diante da descoberta do erro. O computador, pela variedade de funções, permite ao aluno executar esta tarefa sem perceber sua real dimensão de aprendizagem (Valente, 1999).
Geralmente, nas tarefas realizadas em sala de aula pelos alunos, percebe-se uma recusa em refazê-las, caso estejam erradas (Cagliari, 2003). No computador, dificilmente o aluno se recusa a corrigir a tarefa. E esta correção, geralmente, decorre da necessidade do próprio aluno quando percebe o erro. Em relação às atividades de programação, é importante ressaltar que, quando o aluno executa uma tarefa e percebe que não atingiu seu objetivo, reformula suas idéias, procura pelo erro e executa a tarefa de programação novamente. Quando o aluno com necessidades educacionais especiais atinge seu objetivo, sente-se motivado a efetuar outras tarefas. Neste processo, é fundamental a participação do professor. É ele quem vai planejar e executar ações para que o aluno descubra o próprio erro ( Valente, 1991).
Ao utilizar o computador, o aluno analisa, questiona as várias informações que recebe e este processo contribui na construção do seu conhecimento. Quanto mais o aluno interage com o computador, mais informações ele recebe, as quais colaboram para a construção do seu conhecimento (Valente, 1999). No caso dos alunos com necessidades educacionais especiais, esta interação com a máquina faz os alunos serem mais audaciosos, despidos de insegurança. Estes fatores contribuem com o seu desenvolvimento intelectual de maneira natural. A tentativa, o comando, a construção e a desconstrução do erro e a liberdade do ato de experimentar são ações que contribuem para o processo de ensino e aprendizagem.
As atividades que os alunos realizam no computador podem explorar mais seu intelecto que as atividades repetitivas de alfabetização propostas em sala de aula. Para os alunos, as atividades realizadas no computador são sempre novas, visto que apresentam vários recursos a serem utilizados. Papert (1994, p. 70), diz que “é necessário que os professores desenvolvam a habilidade de beneficiarem da presença dos computadores e de levarem este beneficio para seus alunos”.
Outro fator que, também, contribui neste processo é a ausência da avaliação, pois as atividades pedagógicas podem ser desenvolvidas em um ambiente em que os mesmos não se sentem avaliados pelo professor. Sem a preocupação da avaliação, os alunos se apresentam mais livres em suas atividades e o computador se torna o veículo onde o aluno executa tarefas, elabora pensamentos e ações sem medo de errar.
Esta liberdade pode ser vista quando está relacionada ao uso da internet. O número de informações recebido é numeroso, e sobre os mais variados temas, o que possibilita ao aluno ler, pensar, refletir, procurar, ou seja, classificar o que lhe interessa. Cabe ao professor provocar os alunos a classificar tais informações. Esta ação é essencial no processo de aprendizagem, porque proporciona ao aluno a possibilidade da descoberta.
A classificação é uma função cognitiva que o aluno precisa utilizar quando usa a Internet. Devido ao grande número de informações que recebe, necessita fazer uma classificação das mesmas. Esta classificação informacional proporciona ao aluno autonomia, fundamental para o seu desenvolvimento, sobretudo para os alunos com necessidades educacionais especiais, já que podem apresentar dificuldades em realizar escolhas ou manifestar opiniões. Esta atividade proporciona a este aluno, em especial, mais segurança, a qual, provavelmente, vai ajudá-lo nas tarefas diárias.
Outra questão importante está na cooperação e socialização que o ambiente educacional informatizado oferece. O processo de navegação on-line proporciona aos alunos o despertar de suas potencialidades voltadas para o desenvolvimento coletivo, no qual um aluno ajuda o outro, esta cooperação se torna importante para o desenvolvimento pessoal de cada um. Wadsworth (1997) destaca que a interação social e a colaboração entre os colegas é essencial para o desenvolvimento e a aprendizagem dos alunos.
O ambiente tecnológico informativo, no qual está presente a relação social colaborativa, possibilita aos alunos com necessidades educacionais especiais a descoberta de caminhos alternativos para vencer suas limitações físicas e, ainda, os ajuda a buscar uma vida social normal. Atualmente, em quase todos os encontros sociais de adolescente, podemos perceber o mesmo tópico de assunto, ou seja, a Internet.
Neste sentido, Valente (1991, p. 64) apresenta sua contribuição, ao destacar que
Antes mesmo, de sentir necessidade de desenvolver-se intelectualmente, o individuo deficiente tem grande necessidade de se comunicar com o mundo tanto de imitir quanto de receber informações do mundo exterior. E o computador tem desempenhado um importante papel nesta área.
Além de todas as funções que o computador pode oferecer, há a importância da socialização que o ambiente computacional promove aos alunos. Para Santarosa (2001, p. 6-7), o “[...] computador é um instrumento privilegiado de mediação no processo de ensino-aprendizagem e de apropriação cognitiva [...] socioafetiva, da comunicação, entre outros”. Quanto maior for o acesso à informação, à comunicação, à interação, mais ampla será a socialização.
O ambiente também colabora com a aprendizagem dos alunos. Para os alunos, os laboratórios de informática são lugares de entretenimento e diversão. Por meio de uma atuação pedagógica, podem ser utilizados como ambientes que promovem habilidades de comunicação oral e escrita que se elevam a registros de pensamentos mais elaborados (Papert, 1994).
O computador pode oferecer mais segurança no que se refere à aprendizagem, cooperação, socialização, autonomia e independência. Contudo, necessita da atuação do professor que ao se fundamentarem em uma proposta construcionista de aprendizagem, organiza, por meio do computador, atividades que atendam as necessidades de aprendizagem do aluno.
O computador sozinho não promove aprendizado, cabe ao professor a tarefa de instigar, provocar, questionar o aluno para que ele possa ver, refletir sobre as informações que recebe e elaborar conhecimento. O conjunto de informações, se devidamente trabalhadas, poderá possibilitar ao aluno a construção de seu conhecimento. É importante que a relação entre o professor e o aluno seja interpessoal, em um ambiente de comunicação efetiva e colaborativa (Pallof & Pratt, 2002).
Fonte: http://www.profala.com/arteducesp135.htm
A leitura e a escrita fazem parte da vida de todo ser humano. Além de ser útil e agradável é também fator de sobrevivência, pois é necessária para o desenvolvimento intelectual das pessoas de modo a interagir com mais eficiência nos aspectos financeiros, culturais e sociais. As informações, na maioria das vezes, chegam ao homem por meio da leitura, sendo esta fundamental para seu desempenho no trabalho, na escola, na rua, já que faz parte do seu dia-a-dia. O conhecimento se dá de diversas maneiras, mas seu principal veículo é a leitura, é por meio dela que o homem analisa, faz comparações, reflete e, conseqüentemente, atinge um grau mais elaborado de conhecimento.
O ato de ler e de escrever é um processo cognitivo, mas a busca por seu desenvolvimento depende, muitas vezes, de como ele acontece. Devemos procurar maneiras, caminhos alternativos, que possibilitem o aprendizado da leitura, respeitando o tempo de cada aluno, fazendo com que ele supere a sua própria limitação. Mais ainda quando nos defrontamos com alunos que apresentam necessidades educacionais especiais. A importância de apoio a estes alunos fica mais evidente. Isto porque eles necessitam de apoio pedagógico diferenciado, que atenda ao seu nível de compreensão e especialmente seu ritmo e tempo para a realização das atividades.
Alliende (1987, p. 37), neste sentido, ressalta que o aluno “[...] que confia em si mesmo tende a enfrentar as dificuldades com menos medo e consegue recuperar-se de alguns fracassos com certa facilidade”. Portando, segundo o referido autor, é importante que o aluno se sinta seguro para que a aprendizagem ocorra. Deve-se, também, partir do princípio que todo aluno apresenta ritmos de aprendizagem diferentes e que o conhecimento ocorrerá por meio da interação entre o aluno e o objeto, uma vez que cada experiência é única.
Muitas vezes, os fracassos e os prognósticos de “déficit intelectual” são diagnosticados como permanentes, fazendo com que o aluno se recuse a ler e a escrever por medo de errar. O erro pode ser visto pelo professor como uma etapa do processo de construção de aprendizagem. Neste sentido, deixa de ser obstáculo à aprendizagem do aluno. Passa a ser um espaço de discussão e elaboração de novos conceitos. No processo de avaliação, quando o aluno apresenta muitos erros, interioriza o fracasso e recebe o estigma de aluno que não aprende ou, então, é designado como portador de “déficit intelectual”. No entanto, importa considerar que a eles não foi dado o direito de participar de outras oportunidades de aprendizagem, diferentes daquelas corriqueiras e rotineiras de sala de aula.
O “déficit intelectual” pode não ser, de fato, permanente. Talvez seja possível reverter este prognóstico com atividades que interessem ao aluno e não causem a ele constrangimentos, por causa da má grafia ou uma leitura lenta. Para tanto, devemos entender como o processo de leitura e de escrita pode ser encaminhado e como o computador e a Internet, por meio de uma metodologia adequada, direcionada, podem atender às necessidades dos alunos e colaborar com o processo de ensino e de aprendizagem.
A LEITURA, A ESCRITA: APORTES TEÓRICOS.
A leitura, segundo Alliende (1987) requer do aluno uma atitude ativa de participação. O aluno, ao ler, reconstitui as palavras, como se as ouvisse, dá a elas a entonação e o ritmo que deseja. O ato de ler motiva o cérebro a ter pensamentos e criatividade, isto colabora para que o leitor não apenas reproduza a leitura, mas a interprete à sua maneira ou conforme a sua necessidade.
Os alunos com dificuldade de leitura e, conseqüentemente, de escrita fazem uma leitura codificada. Este tipo de leitura prejudica o seu interesse. Entretanto é necessária, pois, para se alcançar um nível compreensível do conteúdo do texto lido, é preciso promover o desenvolvimento das habilidades de leitura. Estas habilidades estão relacionadas à fluência e à compreensão da leitura. Mas é preciso que se respeite o ritmo próprio de cada aluno (Cagliari, 2003).
O processo que busca uma leitura fluente e compreensível pelo aluno não precisa ser de aspecto maçante, como as leituras obrigatórias, mas pode estar vinculado a leituras de interesses pessoais, as quais fazem parte da vida social dos alunos. Ao ler e escrever, o aluno procura sentido, se não houver, sente-se desmotivado para continuar (Cagliari, 2003).
Quando trabalhamos com alunos com necessidades educacionais especiais que apresentem problemas de aprendizagem na leitura e na escrita, é necessário motivá-los com textos de seu interesse e que façam parte do seu cotidiano. Neste processo, o aluno perceberá a importância que a leitura e a escrita representam para o seu desenvolvimento cognitivo ou intelectual. É necessário, também, que o aluno, mesmo com necessidades educacionais especiais, perceba o valor social da leitura e da escrita e a sua aplicabilidade.
Cabe ao professor elaborar atividades de leitura que atendam ao interesse e às necessidades dos alunos. Cagliari (2003, p. 101) diz que “antes de ensinar a escrever é preciso saber o que os alunos esperam da escrita, qual julgam ser sua utilidade e, a partir daí, programar atividades adequadamente”. A escolha do material de leitura é importante porque ler e escrever vai além da aprendizagem das letras e das palavras. É necessário que o aluno encontre nas atividades sentido e aplicabilidade em sua vida cotidiana.
A perspectiva de ver a importância da leitura através das funções que ela pode ter permite ao educador e a todos os que se empenham no desenvolvimento de um ser humano ligar a atividade de ler com as necessidades da pessoa. Deste modo, evita-se que a leitura seja uma simples destreza mecânica que tende a extinguir-se por falta de aplicabilidade e se chegar a focalizá-la como habilidade relacionada com os mais importantes aspectos da vida pessoal e social (ALLIENDE, 1987, p. 23).
A leitura e a escrita são parceiras da aprendizagem, pois quando se lê surgem às produções da linguagem escrita, as quais são elaboradas no pensamento do leitor. Neste sentido, Alliende (1987, p. 23) diz que “a leitura apresenta ao leitor as palavras como seqüência de letras que lhe proporcionam uma imagem gráfica, a qual lhe permite reproduzir corretamente a escrita”.
As informações que os alunos recebem por meio das leituras fazem com que os mesmos elaborem pensamentos e ações. Ao mesmo tempo, permitem aos alunos opinar sobre as mesmas. Lendo, aprendem a buscar diferenças e igualdades. Esta busca faz com que surjam questionamentos, os quais provocam desequilíbrio cognitivo no aluno, o qual favorece o seu desenvolvimento. O desequilíbrio cognitivo faz com que o aluno busque pelo equilíbrio, procurando outras informações que o ajudem na compreensão. Este exercício colabora com a construção do conhecimento (Valente, 1991).
Ao analisar o processo de leitura e de escrita, podemos perceber outro dado significativo para o desenvolvimento dos alunos. Quando o aluno com necessidades educacionais especiais aprende a ler e escrever e tem compreensão de sua leitura e escrita, pode tornar-se mais autônomo, visto que pela leitura e escrita, ele representa ações e pensamentos. Esta autonomia colabora com o seu processo de socialização e comunicação ao alcançar uma melhor compreensão do universo em que vive.
O inverso acontece quando o aluno com necessidades educacionais especiais apenas aprende a ler e escrever sem ter relação com o que lhe interessa, com suas necessidades e seu cotidiano. O aluno, ao não ter compreensão e fazer uma leitura e escrita codificada, sem conexão e sem sentido, conseqüentemente, pode não alcançar a autonomia.
É fundamental, também, que os alunos saibam, por meio do professor, que a escrita é pensamento e a leitura pode ser do seu próprio pensamento ou pensamento de outras pessoas. Isto faz com que os alunos percebam que a leitura tem fundamento, não representa um ato vazio e sem sentido.
Não podemos deixar de destacar a importância que o professor representa neste processo de ensino e aprendizagem dos alunos. Ele precisa ter sensibilidade e comprometer-se com a aprendizagem dos alunos. É necessário que o professor proponha objetivos e que aceite o desafio em nome da aprendizagem dos alunos (Parga, 2004).
O COMPUTADOR NO PROCESSO DE LEITURA
O trabalho docente para alunos com necessidades educacionais especiais é um desafio tanto nas salas de educação especial como em salas de ensino regular inclusiva. Com a diversidade de comprometimento mental, é necessário que o professor faça um estudo de caso para buscar o caminho, a metodologia de ensinar esses alunos. Este caminho pode ser usado de diversas maneiras, com várias ferramentas educacionais. A informática aplicada à educação, com uma proposta construcionista, pode ser utilizada no processo de ensino e de aprendizagem. Com o uso do computador pode-se elaborar diversas atividades pedagógicas (Papert, 1994).
Neste sentido, o computador pode ser um grande aliado no processo de desenvolvimento da leitura e da escrita. Pois a imagem provoca o aluno a querer saber mais sobre a informação que está visualizando. O computador envolve-o por meio da variação de cores, movimento, imagens, que chamam a atenção do mesmo para novas leituras. Essas atividades de leitura proporcionam novo meio ou maneira do aluno expressar e de se relacionar, pois transmite várias informações, as quais possibilitam ao aluno melhorar sua comunicação. Promove o aluno a desenvolver novas habilidades do uso da máquina, que o levam a novas aprendizagens, as quais proporcionam diferentes formas de pensar e aprender. Pallof & Pratt (2002, p. 90), afirma que “quando os alunos envolve-se com um processo de aprendizagem em que a tecnologia seja utilizada eles aprendem não apenas sobre a matéria do curso, mas também sobre o processo de aprendizagem e sobre si mesmo”.
Valente (1999) destaca que o computador armazena, representa e transmite informações. Estas informações possibilitam ao aluno a construção do conhecimento à medida que recebe as informações que são memorizadas e processadas pelos esquemas mentais. Quando o aluno está diante de um desafio ou problema que precisa ser resolvido, ele busca um novo conhecimento. Caso o aluno não obtenha conhecimento suficiente, busca outras informações que, são unidas ao conhecimento existente, possibilitam ao aluno a execução de sua tarefa.
Outro fator interessante é que por meio do computador os alunos sentem-se mais livres e os erros tornam-se insignificantes. Apagar e fazer novamente torna mais divertido e menos traumático. Deste modo o erro colabora com o desenvolvimento da escrita do aluno. Quando o aluno percebe que errou, entra em conflito e se desequilibra. Ao buscar o equilíbrio novamente, ele reconstrói a palavra. Este processo proporciona ao aluno aprendizado, pois ele pensa, reflete, analisa e realiza sua ação diante da descoberta do erro. O computador, pela variedade de funções, permite ao aluno executar esta tarefa sem perceber sua real dimensão de aprendizagem (Valente, 1999).
Geralmente, nas tarefas realizadas em sala de aula pelos alunos, percebe-se uma recusa em refazê-las, caso estejam erradas (Cagliari, 2003). No computador, dificilmente o aluno se recusa a corrigir a tarefa. E esta correção, geralmente, decorre da necessidade do próprio aluno quando percebe o erro. Em relação às atividades de programação, é importante ressaltar que, quando o aluno executa uma tarefa e percebe que não atingiu seu objetivo, reformula suas idéias, procura pelo erro e executa a tarefa de programação novamente. Quando o aluno com necessidades educacionais especiais atinge seu objetivo, sente-se motivado a efetuar outras tarefas. Neste processo, é fundamental a participação do professor. É ele quem vai planejar e executar ações para que o aluno descubra o próprio erro ( Valente, 1991).
Ao utilizar o computador, o aluno analisa, questiona as várias informações que recebe e este processo contribui na construção do seu conhecimento. Quanto mais o aluno interage com o computador, mais informações ele recebe, as quais colaboram para a construção do seu conhecimento (Valente, 1999). No caso dos alunos com necessidades educacionais especiais, esta interação com a máquina faz os alunos serem mais audaciosos, despidos de insegurança. Estes fatores contribuem com o seu desenvolvimento intelectual de maneira natural. A tentativa, o comando, a construção e a desconstrução do erro e a liberdade do ato de experimentar são ações que contribuem para o processo de ensino e aprendizagem.
As atividades que os alunos realizam no computador podem explorar mais seu intelecto que as atividades repetitivas de alfabetização propostas em sala de aula. Para os alunos, as atividades realizadas no computador são sempre novas, visto que apresentam vários recursos a serem utilizados. Papert (1994, p. 70), diz que “é necessário que os professores desenvolvam a habilidade de beneficiarem da presença dos computadores e de levarem este beneficio para seus alunos”.
Outro fator que, também, contribui neste processo é a ausência da avaliação, pois as atividades pedagógicas podem ser desenvolvidas em um ambiente em que os mesmos não se sentem avaliados pelo professor. Sem a preocupação da avaliação, os alunos se apresentam mais livres em suas atividades e o computador se torna o veículo onde o aluno executa tarefas, elabora pensamentos e ações sem medo de errar.
Esta liberdade pode ser vista quando está relacionada ao uso da internet. O número de informações recebido é numeroso, e sobre os mais variados temas, o que possibilita ao aluno ler, pensar, refletir, procurar, ou seja, classificar o que lhe interessa. Cabe ao professor provocar os alunos a classificar tais informações. Esta ação é essencial no processo de aprendizagem, porque proporciona ao aluno a possibilidade da descoberta.
A classificação é uma função cognitiva que o aluno precisa utilizar quando usa a Internet. Devido ao grande número de informações que recebe, necessita fazer uma classificação das mesmas. Esta classificação informacional proporciona ao aluno autonomia, fundamental para o seu desenvolvimento, sobretudo para os alunos com necessidades educacionais especiais, já que podem apresentar dificuldades em realizar escolhas ou manifestar opiniões. Esta atividade proporciona a este aluno, em especial, mais segurança, a qual, provavelmente, vai ajudá-lo nas tarefas diárias.
Outra questão importante está na cooperação e socialização que o ambiente educacional informatizado oferece. O processo de navegação on-line proporciona aos alunos o despertar de suas potencialidades voltadas para o desenvolvimento coletivo, no qual um aluno ajuda o outro, esta cooperação se torna importante para o desenvolvimento pessoal de cada um. Wadsworth (1997) destaca que a interação social e a colaboração entre os colegas é essencial para o desenvolvimento e a aprendizagem dos alunos.
O ambiente tecnológico informativo, no qual está presente a relação social colaborativa, possibilita aos alunos com necessidades educacionais especiais a descoberta de caminhos alternativos para vencer suas limitações físicas e, ainda, os ajuda a buscar uma vida social normal. Atualmente, em quase todos os encontros sociais de adolescente, podemos perceber o mesmo tópico de assunto, ou seja, a Internet.
Neste sentido, Valente (1991, p. 64) apresenta sua contribuição, ao destacar que
Antes mesmo, de sentir necessidade de desenvolver-se intelectualmente, o individuo deficiente tem grande necessidade de se comunicar com o mundo tanto de imitir quanto de receber informações do mundo exterior. E o computador tem desempenhado um importante papel nesta área.
Além de todas as funções que o computador pode oferecer, há a importância da socialização que o ambiente computacional promove aos alunos. Para Santarosa (2001, p. 6-7), o “[...] computador é um instrumento privilegiado de mediação no processo de ensino-aprendizagem e de apropriação cognitiva [...] socioafetiva, da comunicação, entre outros”. Quanto maior for o acesso à informação, à comunicação, à interação, mais ampla será a socialização.
O ambiente também colabora com a aprendizagem dos alunos. Para os alunos, os laboratórios de informática são lugares de entretenimento e diversão. Por meio de uma atuação pedagógica, podem ser utilizados como ambientes que promovem habilidades de comunicação oral e escrita que se elevam a registros de pensamentos mais elaborados (Papert, 1994).
O computador pode oferecer mais segurança no que se refere à aprendizagem, cooperação, socialização, autonomia e independência. Contudo, necessita da atuação do professor que ao se fundamentarem em uma proposta construcionista de aprendizagem, organiza, por meio do computador, atividades que atendam as necessidades de aprendizagem do aluno.
O computador sozinho não promove aprendizado, cabe ao professor a tarefa de instigar, provocar, questionar o aluno para que ele possa ver, refletir sobre as informações que recebe e elaborar conhecimento. O conjunto de informações, se devidamente trabalhadas, poderá possibilitar ao aluno a construção de seu conhecimento. É importante que a relação entre o professor e o aluno seja interpessoal, em um ambiente de comunicação efetiva e colaborativa (Pallof & Pratt, 2002).
Fonte: http://www.profala.com/arteducesp135.htm
A língua em todas as disciplinas
por Luis Carlos de Menezes
Por serem essenciais na formação escolar, a leitura e a escrita merecem atenção específica dos professores das diversas áreas.
Por exemplo, para o professor de geografia, examinar um mapa é fazer um exercício expressivo e pessoal sobre a escrita
Desde que nascemos, aprendemos a interpretar gestos, olhares, palavras e imagens. Esse processo é potencializado pela escola, por meio da leitura e da escrita, o que nos dá acesso a grande parte da cultura humana. Isso envolve todas as áreas, pois, mais do que reproduzir o som das palavras, trata-se de compreendê-las - e quem sabe relacionar termos como paráfrase, latifúndio, colonialismo e transgênico aos seus significados faz uso de um letramento obtido em aulas de Língua Portuguesa, Geografia, História e Ciências, respectivamente.
A chamada alfabetização científico-tecnológica mostra essa preocupação no ensino de Ciências. Falta muito, porém, para que as linguagens sejam objetivos da instrução e não só pré-requisitos exclusivos das aulas de Língua Portuguesa e Matemática, como apontamos nesta coluna (edição 215, de setembro de 2008). A competência de ler e escrever, aliás, se desenvolve com a de "leitura do mundo" no sentido usado por Paulo Freire - e todo educador deve fazer isso sozinho e em associação com seus colegas.
Cada estudante que, numa aula de Geografia, examina um mapa ou guia de ruas, assinala locais por onde passa e comenta em texto experiências ali vividas, além de aprender a se situar, faz um exercício expressivo e pessoal da escrita. Isso também pode ser um trabalho coletivo, como a maquete que vi numa cidadezinha mostrando a escola, o estádio, o hospital, a praça e a prefeitura. Estavam ali representados também o rio, com os pontos onde transborda e em que ocorre o despejo irregular de lixo. Cartazes ao lado comentavam o surgimento da cidade, a vida econômica e os problemas ambientais, com linguagem aprendida em aulas de Arte, Ciências, Geografia, História e Língua Portuguesa.
Mas essa prática só muda as estatísticas de alfabetização quando faz parte da rotina escolar. Há uma queixa frequente de que por lerem mal os alunos têm dificuldade com certos conteúdos. Diante dela, a escola deve trocar o círculo vicioso - em que o despreparo na língua dificulta a aprendizagem de outras matérias e perpetua o despreparo - por um círculo virtuoso - em que a leitura e a escrita melhorem em todas as áreas e ajudem na aprendizagem de qualquer conteúdo. De certa forma, todos os professores devem dar continuidade ao processo de alfabetização, em que os pequenos leem e escrevem sobre suas relações pessoais ou sociais e sobre as coisas da natureza, entre outros temas.
Para cumprir esse objetivo, é igualmente importante lançar mão de vários meios e atender aos interesses de crianças e jovens, muitas vezes relacionados às novas tecnologias. Buscas pelo conteúdo de enciclopédias ou por letras de música podem ser feitas pela internet. Nada impede que, além de escreverem agendas e diários e publicarem notas nos murais da escola, eles enviem torpedos por celular, conversem em chats ou enviem mensagens por e-mail. Se houver equipamentos suficientes, os alunos podem registrar e editar seus textos em computadores. Se não, pode-se realizar atividades em grupo na própria escola ou em equipamentos públicos. A crescente importância desses meios é mais um estímulo para o domínio da escrita, até porque os CDs, DVDs e pendrives logo farão - se já não fazem - parte da vida escolar tanto quanto livros e cadernos.
Com esses e outros meios, aprende-se a ler e escrever todo o tempo e em qualquer disciplina, e é ainda melhor quando a coordenação pedagógica orientar a equipe nesse sentido. O ideal é que todos sejam preparados para ações conjuntas, mas já faz uma enorme diferença se, antes de cada aula, os docentes souberem quais linguagens desenvolverão com os alunos e como vão estimulá-los a ler os textos e a escrever o que aprenderam, as dúvidas que restaram e seus pontos de vista sobre aspectos polêmicos.
Fonte: http://educarparacrescer.abril.com.br/aprendizagem/lingua-todas-disciplinas-467281.shtml
Por serem essenciais na formação escolar, a leitura e a escrita merecem atenção específica dos professores das diversas áreas.
Por exemplo, para o professor de geografia, examinar um mapa é fazer um exercício expressivo e pessoal sobre a escrita
Desde que nascemos, aprendemos a interpretar gestos, olhares, palavras e imagens. Esse processo é potencializado pela escola, por meio da leitura e da escrita, o que nos dá acesso a grande parte da cultura humana. Isso envolve todas as áreas, pois, mais do que reproduzir o som das palavras, trata-se de compreendê-las - e quem sabe relacionar termos como paráfrase, latifúndio, colonialismo e transgênico aos seus significados faz uso de um letramento obtido em aulas de Língua Portuguesa, Geografia, História e Ciências, respectivamente.
A chamada alfabetização científico-tecnológica mostra essa preocupação no ensino de Ciências. Falta muito, porém, para que as linguagens sejam objetivos da instrução e não só pré-requisitos exclusivos das aulas de Língua Portuguesa e Matemática, como apontamos nesta coluna (edição 215, de setembro de 2008). A competência de ler e escrever, aliás, se desenvolve com a de "leitura do mundo" no sentido usado por Paulo Freire - e todo educador deve fazer isso sozinho e em associação com seus colegas.
Cada estudante que, numa aula de Geografia, examina um mapa ou guia de ruas, assinala locais por onde passa e comenta em texto experiências ali vividas, além de aprender a se situar, faz um exercício expressivo e pessoal da escrita. Isso também pode ser um trabalho coletivo, como a maquete que vi numa cidadezinha mostrando a escola, o estádio, o hospital, a praça e a prefeitura. Estavam ali representados também o rio, com os pontos onde transborda e em que ocorre o despejo irregular de lixo. Cartazes ao lado comentavam o surgimento da cidade, a vida econômica e os problemas ambientais, com linguagem aprendida em aulas de Arte, Ciências, Geografia, História e Língua Portuguesa.
Mas essa prática só muda as estatísticas de alfabetização quando faz parte da rotina escolar. Há uma queixa frequente de que por lerem mal os alunos têm dificuldade com certos conteúdos. Diante dela, a escola deve trocar o círculo vicioso - em que o despreparo na língua dificulta a aprendizagem de outras matérias e perpetua o despreparo - por um círculo virtuoso - em que a leitura e a escrita melhorem em todas as áreas e ajudem na aprendizagem de qualquer conteúdo. De certa forma, todos os professores devem dar continuidade ao processo de alfabetização, em que os pequenos leem e escrevem sobre suas relações pessoais ou sociais e sobre as coisas da natureza, entre outros temas.
Para cumprir esse objetivo, é igualmente importante lançar mão de vários meios e atender aos interesses de crianças e jovens, muitas vezes relacionados às novas tecnologias. Buscas pelo conteúdo de enciclopédias ou por letras de música podem ser feitas pela internet. Nada impede que, além de escreverem agendas e diários e publicarem notas nos murais da escola, eles enviem torpedos por celular, conversem em chats ou enviem mensagens por e-mail. Se houver equipamentos suficientes, os alunos podem registrar e editar seus textos em computadores. Se não, pode-se realizar atividades em grupo na própria escola ou em equipamentos públicos. A crescente importância desses meios é mais um estímulo para o domínio da escrita, até porque os CDs, DVDs e pendrives logo farão - se já não fazem - parte da vida escolar tanto quanto livros e cadernos.
Com esses e outros meios, aprende-se a ler e escrever todo o tempo e em qualquer disciplina, e é ainda melhor quando a coordenação pedagógica orientar a equipe nesse sentido. O ideal é que todos sejam preparados para ações conjuntas, mas já faz uma enorme diferença se, antes de cada aula, os docentes souberem quais linguagens desenvolverão com os alunos e como vão estimulá-los a ler os textos e a escrever o que aprenderam, as dúvidas que restaram e seus pontos de vista sobre aspectos polêmicos.
Fonte: http://educarparacrescer.abril.com.br/aprendizagem/lingua-todas-disciplinas-467281.shtml
terça-feira, 13 de dezembro de 2011
OFICINA: TECNOLOGIAS NA EDUCAÇÃO – O USO DO BLOG PELO PROFESSOR (2ª edição)
Ementa: DISCUSSÃO E PRÁTICA SOBRE TECNOLOGIAS NA EDUCAÇÃO – O USO DO BLOG PELO PROFESSOR: oficina voltada à alunos dos cursos de Pedagogia, Letras, Licenciaturas e profissionais da área da educação.
Programa:
Uso do computador
Informação X Pensamento crítico
Planejamento Pedagógico
Recursos virtuais didáticos
Papel do novo professor
Linguagem Digital: leitura e escrita
Ambientes Virtuais de Aprendizagem formais
Ambientes Virtuais de Aprendizagem informais
Objetos de Aprendizagem
Novo aluno Novos recursos = nova realidade
Ministrante: Ms LIGIA SAYÃO LOBATO COPPETTI
Público-alvo: Alunos do curso de Letras e demais interessados
Carga Horária: 10 horas/aula
Local: UniRitter/Porto Alegre
Data e Horário: 17 E 19 DE JANEIRO DE 2012, 14H ÀS 17H30MIN (COMPLEMENTAÇÃO DA CARGA HORÁRIA COM ATIVIDADE EAD)
Número de Vagas: mínimo 15, máximo 15 alunos
Investimento: Alunos e Egressos UniRitter : R$ 50,00 / Demais Participantes: R$ 70,00
Informações:
Campus Porto Alegre
Rua Orfanotrófio, 555
Alto Teresópolis - Porto Alegre/RS CEP 90840-440
Fone:(51) 3230.3333 | (51) 3027.7300
Inscrições: http://www.uniritter.com.br/propex/extensao/catalogo/escola_verao_2012/index.php?secao=letras
Educação aprova distribuição obrigatória de livros didáticos em formato digital
A Comissão de Educação e Cultura aprovou ontem proposta que obriga o Ministério da Educação (MEC) a oferecer suas coleções de livros didáticos e paradidáticos, destinados a alunos e professores, também em formato digital. A medida está prevista no Projeto de Lei 965/11, do deputado Romero Rodrigues (PSDB-PB).
A relatora, deputada Alice Portugal (PCdoB-BA), argumentou que a medida deverá permitir que os docentes e estudantes tenham acesso ao material distribuído pelo MEC a qualquer tempo e em qualquer lugar.
“Hoje, com o advento de novos suportes de informação, os alunos podem ter acesso aos mais diferentes recursos multimídia e de informática. Nesse sentido, os programas de distribuição de livros didáticos podem e devem se adaptar a essa nova realidade”, argumentou.
Tramitação
A proposta, que tramita em caráter conclusivo, será analisada ainda pelas comissões de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.
Íntegra da proposta:
PL-965/2011
Reportagem – Carolina Pompeu
Edição – Marcelo Oliveira
Fonte: http://www2.camara.gov.br/agencia/noticias/EDUCACAO-E-CULTURA/206683-EDUCACAO-APROVA-DISTRIBUICAO-OBRIGATORIA-DE-LIVROS-DIDATICOS-EM-FORMATO-DIGITAL.html
A relatora, deputada Alice Portugal (PCdoB-BA), argumentou que a medida deverá permitir que os docentes e estudantes tenham acesso ao material distribuído pelo MEC a qualquer tempo e em qualquer lugar.
“Hoje, com o advento de novos suportes de informação, os alunos podem ter acesso aos mais diferentes recursos multimídia e de informática. Nesse sentido, os programas de distribuição de livros didáticos podem e devem se adaptar a essa nova realidade”, argumentou.
Tramitação
A proposta, que tramita em caráter conclusivo, será analisada ainda pelas comissões de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.
Íntegra da proposta:
PL-965/2011
Reportagem – Carolina Pompeu
Edição – Marcelo Oliveira
Fonte: http://www2.camara.gov.br/agencia/noticias/EDUCACAO-E-CULTURA/206683-EDUCACAO-APROVA-DISTRIBUICAO-OBRIGATORIA-DE-LIVROS-DIDATICOS-EM-FORMATO-DIGITAL.html
sexta-feira, 9 de dezembro de 2011
Livros aplicativos ampliam experiência dos leitores e exigem inovação das editoras
por Giulliana Bianconi
Os personagens consagrados de títulos infantis precisaram sair dos livros para ganharem vida décadas atrás, na TV e nos cinemas. Agora, nas próprias páginas dos livros, eles não somente se tornaram personagens animados, com voz e movimento, como convidam os leitores a interagirem de maneiras diversas enquanto a narrativa avança. É a era dos livros digitais, cujo impacto para leitores - e também escritores e editoras- vai bem além da mudança do suporte de papel para digital.
Se os primeiros e-books eram arquivos em PDF e a diferença em relação ao livro de papel estava, basicamente, em serem acessados digitalmente, hoje a distância entre os dois formatos, forjada pela engenharia dos softwares, já é imensa. “Agora o céu é o limite, e o que a gente pensa a área de tecnologia faz”, conta a escritora carioca Bia Hetzel, também sócia da editora Manati.
Neste ano, a editora fez parceria com uma agência de tecnologia digital e publicou o clássico “Os Três Porquinhos” para tablets, um livro de imagens que oferece duas narrações em áudio - a do lobo e a da mãe dos porcos - e permite ainda que o leitor grave a sua própria narração. Com cara de aplicativo, o livro, que oferece atividades extras como pinturas digitais, é um dos mais baixados na Apple Store Brasil.
Ao logo das 25 telas, com desenhos caprichados da ilustradora Mariana Massarani, elementos e sons surpresas saltam à tela à medida que o usuário explora o ambiente. “Tudo é encantador”, diz Hetzel, que afirma não sentir falta de qualquer processo de criação que adotou para os mais de 15 livros impressos que escreveu anteriormente. “Você não imagina como é sensacional pensar um livro neste formato! Eu posso dizer que renasci, pois todo o processo é inovador.”
Usuário e conteúdo ao centro
Pesquisador de e-books desde 1998, autor de “O Livro na Era Digital” e editor na Livrus, Ednei Procópio observa que o mercado vive a euforia dos livros digitais, mas nem sempre leva em conta o usuário e o conteúdo. “Estes elementos devem estar no centro”, diz, antes de explicar: “Livros infantis ganham muito com as possibilidades dos softwares, que enriquecem a narrativa, assim como acontece com as narrativas policiais, afinal imagine poder acessar um mapa do local onde o crime da história aconteceu? Mas para outros gêneros pode não funcionar, e aí que sentido faz ter algo saltando ou algum barulho acompanhando a narrativa?”.
Softwares e hardwares fazem parte da discussão diária de quem trabalha no mercado editorial, mas Procópio diz que atrelada a isso está a reflexão sobre distribuição, pois na cultura digital os usuários são muito menos induzidos pelas editoras e livrarias. “Antes o leitor chegava à livraria, e a ‘conversa’ estava estabelecida nas vitrines e nas prateleiras. Se o mercado quisesse induzir os leitores a comprarem livros sobre anjos, por exemplo, eles estariam em destaque por toda a parte no ambiente.Agora não funciona mais assim.”
Para acompanhar esse novo consumidor, Procópio trabalha em um projeto de distribuição que contará com uma biblioteca virtual com mais de 80 mil títulos, onde o usuário poderá encontrar o que lhe interessa por palavras-chave e escolher se quer ler na versão digital ou impressa. Os que optarem pelo digital poderão ainda selecionar em qual tipo de tela querem visualizar - smartphones, tablets, netbooks etc. Os que clicarem em impresso poderão imprimir o seu próprio livro. “As editoras precisam se adaptar. Não adianta ficar apenas tentando entender o rumo do mercado, é preciso fazer parte dele.Os recursos para isso já estão à disposição até mesmo para as pequenas editoras”, diz.
Fonte: livros-aplicativos-ampliam-experiencia-dos-leitores-e-exigem-inovacao-das-editoras
quinta-feira, 1 de dezembro de 2011
Dicas para apresentação ou defesa oral de trabalho acadêmico
by Carol Luvizotto
Matéria extraída do site Praticadapesquisa.com.br
Por: Prof. Alejandro Knaesel Arrabal
Nestes apontamentos, descrevo algumas orientações para a apresentação de trabalho acadêmico (monografia, dissertação e tese) perante banca examinadora.Prepare o conteúdo da apresentação: por mais que você conheça o conteúdo do seu trabalho e tenha segurança em comunicar-se em público, é necessário planejar a apresentação. Ela deverá respeitar o tempo de duração estabelecido pela instituição. O preparo para a apresentação demanda esforço na elaboração de um material adicional à monografia que servirá como “base” ou “roteiro”.
Ansiedade e nervosismo: Encare o nervosismo e a ansiedade como uma condição natural. Mesmo o mais experiente palestrante fica nervoso ao ser submetido à uma avaliação. Caso ocorra algum erro durante a apresentação, não peça desculpas. Errar é humano.Respeite suas qualidades: Não existe um “estereótipo ideal” para comunicação. Todos têm características que podem ser exploradas como qualidades. Por exemplo, pessoas com voz retumbante podem sustentar argumentos com impostação vigorosa; já pessoas com voz baixa podem sustentar seus argumentos com impostação envolvente e reflexiva.Conheça o local: Recomendo que, sendo possível, visite dias antes o local (sala) onde será realizada a apresentação, mesmo que já seja conhecida. Avalie as condições de espaço e recursos disponíveis.Público alvo: mesmo que a sua apresentação seja assistida por várias pessoas, o seu público alvo é a banca. Sua fala deve ser dirigida especialmente aos avaliadores.
Sequência para a apresentação: recomendo considerar a seguinte sequência para a apresentação:
a) Cumprimente a banca e aos presentes: seja cortês no início, mas registre agradecimentos (se desejar) apenas quando concluída a apresentação, do contrário, o tempo empregado para cumprimentar e agradecer pode comprometer o tempo total disponível;
b) Entrega de material adicional e/ou errata: na sequência, você pode entregar aos membros da banca um material complementar (um roteiro da apresentação, por exemplo) e/ou uma errata. Na errata são registradas possíveis incorreções da monografia e seus respectivos ajustes. Mas atenção, a errata deve apenas ser entregue. Não mencione verbalmente os erros identificados, nem tão pouco, explique as respectivas correções. Apenas entregue a errata e diga algo como “…ao realizar os estudos e preparativos para esta apresentação foram identificadas algumas incorreções no texto da monografia que, por meio desta errata, consideram-se supridas…”;
c) Introdução: na sequência, dedique os minutos iniciais para explicitar claramente o objeto, os objetivos, a estrutura adotada no trabalho e outras questões metodológicas de relevo;
d) Conteúdo: evidencie os aspectos de destaque de todo o trabalho. Não há dúvida que, para tanto, você vai exercitar seu poder de síntese. Não deixe de descrever conteúdos de cada capítulo, pois, do contrário, você poderá ser questionado sobre a importância do capítulo não abordado;
e) Conclusão: recomenda-se retomar o problema e as hipóteses de pesquisa, a fim de explicar, a partir dos estudos realizados, se as mesmas foram ou não confirmadas.
Postura e vestimenta:
também em relação à postura e vestimenta não há uma regra absoluta. Procure não utilizar roupas ou empregar gestos exagerados ou inadequados, de modo que possam chamar mais a atenção do que o conteúdo apresentado.Leitura ou apresentação livre: na apresentação há possibilidade de utilizar inúmeros recursos e técnicas. A leitura de um “texto base” de forma integral ou tópica pode ser um delas. Contudo, esta prática na apresentação deve fluir com muita naturalidade. O olhar deve desprender-se do texto e o ritmo e dicção devem ser envolventes. Na apresentação livre, realizada sem apoio textual direto, é preciso cuidado na distribuição adequada do tempo. Não são raras as situações onde o apego aos detalhes do assunto e explicações prolongadas de partes do trabalho prejudicam a apresentação.Utilização recursos audiovisuais: o fato de utilizar projeção de texto e imagens, em si, não é um aspecto positivo para a avaliação. Uma projeção má empregada pode ser um desastre. Na comunicação do trabalho, a conjugação adequada de som (fala) e imagem (slides) pode contribuir muito para o entendimento do assunto. O texto e/ou imagens apresentadas devem primar pela objetividade e sistematização, de modo a SOMAR à sua fala e não se SOBREPOR. Lembre-se que recursos audiovisuais devem ser encarados como COMPREMENTARES e não autossuficientes.
Proponho a você o seguinte teste: peça para um amigo ver os slides da sua apresentação, mas não explique o conteúdo a ele. Ao final, pergunte se ele entendeu todo o assunto. Se a resposta for sim, sua apresentação corre o risco de ser um desastre. Caso a resposta seja contrária ou seu amigo diga que entendeu a ordem, mas não o conteúdo totalmente, há grande chance de êxito.
Esta orientação parece estranha? Explico. Um bom conjunto de slides não pode ser autossuficiente, ou seja, as pessoas que o virem não podem entender o conteúdo sem que você explique. Este é o sentido da SOMA. Conteúdos autossuficientes SOBREPOEM. Na sobreposição, ou a banca lhe ouve ou a banca lê o slide. Entendeu?
Três recomendações finais:
Utilidade: todo o recurso empregado na apresentação deve ser explorado de forma a somar e não sobrepor ou dispersar.
Ponderação: excessos na apresentação são prejudiciais.
Precaução: esteja preparado para apresentar o trabalho, independente de eventuais adversidades (falta de energia elétrica, falha no computador, dentre outros). Tenha em mãos o material da apresentação em, pelo menos, duas mídias distintas (CD, pendrive) e também impresso. Traga também a via impressa da sua monografia na íntegra. Você pode ser questionado pela banca sobre pontos específicos do trabalho e a via impressa permitirá a consulta.
Fonte: http://carolineluvizotto.wordpress.com/2011/07/05/apresentacao-ou-defesa-oral-de-trabalho-academico/
Biblioteca particular de Fernando Pessoa
Se você gosta de Fernando Pessoa, agora a biblioteca particular do autor está disponível online: http://casafernandopessoa.cm-lisboa.pt/bdigital/index/title/M.htm
Maiores informações a respeito do autor: http://mundopessoa.blogs.sapo.pt/
ou através de: Rua Coelho da Rocha, 16
Campo de Ourique
1250-088 Lisboa
Tel.: +351 213 913 270
E-mail: cfp@cm-lisboa.pt
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