Em entrevista à Revista Nova Escola, perguntado sobre como acontece uma grande reforma educacional, Edgar Morin* disse:
"Nenhuma mudança é feita de uma só vez. Não adianta um ministro querer revolucionar a escola se os espíritos não estiverem preparados. A reforma vai começar por uma minoria que sente necessidade de mudar. É preciso começar por experiências pilotos, em uma sala de aula, uma escola ou uma universidade em que novas técnicas e metodologias sejam utilizadas e onde os saberes necessários para uma educação do futuro componham o currículo. Teríamos, desde o começo da escolarização, temas como a compreensão humana; a época planetária, em que se buscaria entender o nosso tempo, nossos dilemas e nossos desafios; o estudo da condição humana em seus aspectos biológicos, físicos, culturais, sociais e psíquicos. Dessa forma começaríamos a progredir e finalmente a mudar."
"Nenhuma mudança é feita de uma só vez. Não adianta um ministro querer revolucionar a escola se os espíritos não estiverem preparados. A reforma vai começar por uma minoria que sente necessidade de mudar. É preciso começar por experiências pilotos, em uma sala de aula, uma escola ou uma universidade em que novas técnicas e metodologias sejam utilizadas e onde os saberes necessários para uma educação do futuro componham o currículo. Teríamos, desde o começo da escolarização, temas como a compreensão humana; a época planetária, em que se buscaria entender o nosso tempo, nossos dilemas e nossos desafios; o estudo da condição humana em seus aspectos biológicos, físicos, culturais, sociais e psíquicos. Dessa forma começaríamos a progredir e finalmente a mudar."
Nesse trecho da entrevista, chamou minha atenção, em um primeiro momento e entre outras, uma afirmação:
"Não adianta um ministro querer revolucionar a escola se os espíritos não estiverem preparados."
E as questões que imediata e implacavelmente se colocam são: como preparar os espíritos? E os espíritos de quem?
Sem a intenção de simplificar demais, imagino que um amplo, contínuo e aprofundado diálogo seria uma boa maneira de se começar. Fundamental também a criação de um espaço aberto e apropriado ao diálogo para que vários atores da sociedade - não apenas da área educativa - pudessem se envolver e buscar construir colaborativamente respostas ao menos a uma pergunta: como deve (ria) ser a educação do século XXI?
E aqui cabe uma observação: a tarefa de promover o debate de temas ligados a mudanças na qualidade da educação não é pertinente apenas ao estado. A sociedade civil também deve se mobilizar e fazer-se ouvir. Deve exercer sua autonomia para procurar, encontrar e propor soluções.
Infografia do Encontro |
Além do diálogo online, que democratiza e amplia a possibilidade de participação, a cada dois meses, o Encontro tem chegado - desde abril de 2012 - presencialmente a uma cidade distinta. Nesses eventos presenciais - que duram dois dias e contam também com transmissão online - são elaboradas as conclusões da temática proposta no período.
Durante dois anos, o Encontro visitará até nove cidades iberoamericanas para eventos presenciais que têm a colaboração de grandes especialistas, não só do mundo educativo, mas de diversas áreas do conhecimento. Ao todo, até novembro de 2013, serão abordados nove temas, que conversam entre si, e que alimentarão o diálogo sobre o presente e o futuro da educação. Uma tentativa de se "preparar os espíritos".
- Relações entre educação, sociedade e trabalho
- Tecnologia e qualidade educativa
- A educação integral na era digital
- O que e como ensinar e aprender na sociedade digital
- O papel do professor
- Como liderar a mudança nos centros educativos
- A família: sócio estratégico para a educação
- A educação permanente: a educação formal, informal e não formal
- Visão e tendências educativas do futuro
Para conhecer melhor a dinâmica proposta, confira o infografia do Encontro.
Nos dias 2 e 3 de abril, a cidade do Rio de Janeiro recebe o evento presencial que marca o encerramento do tema 6 - Como liderar a mudança nos centros educativos.
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