Marina Negri, professora de redação publicitária no 3º ano de Publicidade e Propaganda conta sua relação com o texto publicitário
Desde cedo soube que queria ser publicitária”. Essa foi a sorte de Marina Negri, docente no curso de publicidade e propaganda da Faculdade Cásper Líbero. No início de sua vida acadêmica, aos 17 anos, Marina prestou um concurso na Associação dos Profissionais de Propaganda (APP) que era destinado a alunos do quarto ano. O processo seletivo era conhecido dos alunos mais novos devido à sua importância, pois oferecia uma vaga na agência Leo Burnett.
Eram apenas quatro vagas para estudantes do país inteiro, de qualquer faculdade de comunicação. Mesmo sendo contraindicada, por estar no primeiro semestre da faculdade e ter menos de 21 anos, idade mínima exigida, a professora participou da seleção e, após quatro meses de exames, os cem candidatos iniciais viraram quatro finais, dentre os quais uma era ela. “Comecei minha carreira de uma forma que chamaria de honesta, por que prestei um concurso muito duro, sem ter a menor condição e [a organização] só se deu conta disso na hora de assinar a carteira de trabalho, mas eu já tinha passado e tiveram que se conformar”.
A importância da língua
Quando trabalhou na agência JJ Thompson, Marina foi enviada para participar de um seminário em Londres, onde aprendeu sobre publicidade inglesa, espanhola e de todos os outros países em que a agência tinha sede. “Por isso eu recomendo muito aos alunos que tenham o inglês quase como têm o português”, explica ela, para quem o inglês, hoje, é mais que necessário, é obrigatório.
Depois de certo tempo trabalhando no mercado, a professora sentiu falta de estar em sala de aula, mas desta vez não como aluna. Inicialmente, ficava na agência durante o dia (muitas vezes mais de 8h diárias) e ministrava aulas na USP, no período noturno, como professora substituta. Até que voltou a estudar, especializando-se em metodologia aplicada ao ensino superior na FMU em no mestrado em comunicação e mercado da Cásper Líbero, sentiu que poderia ser útil em outra parte do processo de fazer publicitário, a de formação, e abandonou a agência aos poucos para se dedicar à carreira acadêmica. “Foi uma passagem suave”, conta.
Quando chegou ao doutorado na Unicamp, em 2008, ficou apenas ministrando aulas na USP, onde leciona há 13 anos. Durante o curso, escreveu um capítulo para o livro Hiperpublicidade: Atividades e Tendências e depois foi convidada pela editora Editora Cengage Learning a escrever um livro próprio. Foi assim que surgiu Contribuições da Língua Portuguesa para a Redação Publicitária, obra muito utilizada em faculdades, inclusive na Cásper Líbero, antes mesmo dela lecionar na instituição.
“Creio muito no poder da palavra”, enfatiza Marina. Para ela, falar e escrever todo mundo pode, a diferença está na hora de emitir uma mensagem, colocando “alma” nas palavras ditas. A professora acredita não ser necessário ter grande erudição ou repertório, basta tocar a alma. Marina cita a obra de Guimarães Rosa, Grande Sertão Veredas, como exemplo: “a simplicidade abre um mundo para a interpretação”. Por causa disso, escolheu trabalhar com redação.
Com a sensação de ser filha da casa, por ter cursado mestrado na Cásper, Marina conta que ficou bastante contente ao ser aprovada como docente na faculdade, durante processo seletivo realizado em janeiro deste ano: “retornei ao lugar que me ensinou”, conclui.
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