Saiba mais:
As regiões mais pobres, as periferias mais distantes e os bairros mais violentos são os maiores desafios e podem ser também os grandes trunfos de um professor.
“Os professores que se destacam hoje nas suas áreas, digo na rede pública, especialmente, são os professores que conseguem criar. Sair da zona de conforto e trabalhar com o que se tem”, explica a promotora de Justiça Vanessa Goulart Barbosa.
“Todas as crianças são capazes de aprender, independente do meio social, senão seria um determinismo mesmo. Nasceu ali, vai ser ali, nunca vai aprender”, ressalta Elieth Portilho, professora de ensino fundamental.
E o que existe aqui é o cerrado, suas plantas, seus bichos e tudo isso que tem em volta e dentro do coração a professora Elieth leva para a sala de aula em uma escola rural em Pipiripau, no estado de Goiás. O que é familiar aqui vai dando sentido, facilitando o aprendizado. E crianças de sete anos exibem seus conhecimentos, com alguma timidez, ou sem timidez alguma.
Seca brava no inverno, muita chuva no verão. Para viver assim, entre a escassez e a fartura, as pequenas árvores do cerrado têm raízes bem profundas para buscar a água. A professora de Pipiripau descobriu que a busca de quem ensina precisa ser assim também. O conhecimento é riqueza profunda. Seiva que alimenta quem vai longe procurar.
“Eu ouvi dos colegas: você vai fazer mestrado para continuar numa escolinha rural? Então respondi: eu quero justamente fazer mestrado para eu poder ser uma professora melhor para os meus alunos na área rural. Então, fiz opção por continuar aqui. Por paixão mesmo”, diz Elieth.
“Os professores que se destacam hoje nas suas áreas, digo na rede pública, especialmente, são os professores que conseguem criar. Sair da zona de conforto e trabalhar com o que se tem”, explica a promotora de Justiça Vanessa Goulart Barbosa.
“Todas as crianças são capazes de aprender, independente do meio social, senão seria um determinismo mesmo. Nasceu ali, vai ser ali, nunca vai aprender”, ressalta Elieth Portilho, professora de ensino fundamental.
E o que existe aqui é o cerrado, suas plantas, seus bichos e tudo isso que tem em volta e dentro do coração a professora Elieth leva para a sala de aula em uma escola rural em Pipiripau, no estado de Goiás. O que é familiar aqui vai dando sentido, facilitando o aprendizado. E crianças de sete anos exibem seus conhecimentos, com alguma timidez, ou sem timidez alguma.
Seca brava no inverno, muita chuva no verão. Para viver assim, entre a escassez e a fartura, as pequenas árvores do cerrado têm raízes bem profundas para buscar a água. A professora de Pipiripau descobriu que a busca de quem ensina precisa ser assim também. O conhecimento é riqueza profunda. Seiva que alimenta quem vai longe procurar.
“Eu ouvi dos colegas: você vai fazer mestrado para continuar numa escolinha rural? Então respondi: eu quero justamente fazer mestrado para eu poder ser uma professora melhor para os meus alunos na área rural. Então, fiz opção por continuar aqui. Por paixão mesmo”, diz Elieth.
A professora já ganhou prêmio pela criatividade e empenho. Mas as maiores recompensas que ela apresenta são falantes e com olhinhos que brilham:
“Foi muito legal. Quando aprendi a ler, falei: tia Elieth, aprendi a ler! E ela ficou muito feliz”, lembra Rita, de 8 anos.
“É porque quando a gente vai crescendo, a gente tem que arranjar um emprego e a gente tem que saber das coisas. Porque, senão, a gente não vai assim crescer na vida”, completa Yasmim, também de 8 anos.
E é para que todos possam ter as mesmas chances que é preciso haver mudanças. Para
85% dos brasileiros, a baixa qualidade da educação prejudica o crescimento do país. Para avançar, o novo ministro da Educação, Cid Gomes, vai propor um pacto com estados e municípios. Dar incentivos para quem avaliar professores e diretores. Ele analisa também adotar um só currículo para todos os estudantes:
A ONG Todos Pela Educação aprova a ideia:
“Todo mundo tendo como referência a mesma aprendizagem esperada no final de cada ano seria um avanço muito grande, porque aí a gente daria com muita clareza para o professor, qual é a expectativa do trabalho dele”, diz Alejandra Velasco, coord. Todos pela Educação.
“Foi muito legal. Quando aprendi a ler, falei: tia Elieth, aprendi a ler! E ela ficou muito feliz”, lembra Rita, de 8 anos.
“É porque quando a gente vai crescendo, a gente tem que arranjar um emprego e a gente tem que saber das coisas. Porque, senão, a gente não vai assim crescer na vida”, completa Yasmim, também de 8 anos.
E é para que todos possam ter as mesmas chances que é preciso haver mudanças. Para
85% dos brasileiros, a baixa qualidade da educação prejudica o crescimento do país. Para avançar, o novo ministro da Educação, Cid Gomes, vai propor um pacto com estados e municípios. Dar incentivos para quem avaliar professores e diretores. Ele analisa também adotar um só currículo para todos os estudantes:
A ONG Todos Pela Educação aprova a ideia:
“Todo mundo tendo como referência a mesma aprendizagem esperada no final de cada ano seria um avanço muito grande, porque aí a gente daria com muita clareza para o professor, qual é a expectativa do trabalho dele”, diz Alejandra Velasco, coord. Todos pela Educação.
Mas outras medidas precisam ser tomadas. Os especialistas ouvidos acham fundamental fazer com que as faculdades e universidades deem mais importância à formação do professor:
“É valorizado na academia, os trabalhos publicados, os alunos orientados, a participação em congresso, uma série de fatores que dá relevância à sua carreira. O ensino nem sempre dá relevância”, pondera Fuad Dayer Saad, professor de Licenciatura em Física - USP.
“A Anfop, a nossa Associação Nacional de Formação de Professores, tem lutado há muitos anos para que nós tenhamos uma base comum para formar os professores, e depois a formação específica para cada uma das áreas que eles desempenham. Essa é uma luta nossa”, afirma Bernardete Gatti, pesquisadora da Fund. Carlos Chagas.
Uma luta que vai exigir mais de cada um de nós. Os governos terão que gastar mais para cumprir a meta do Plano Nacional da Educação de equiparar o salário dos professores ao de outros profissionais de nível superior na próxima década:
“Nós não podemos voltar atrás nessa decisão de dar a educação para todos, isso é irreversível. A nossa grande meta agora é fazer com que a educação pública seja uma educação de qualidade”, ressalta o ministro da Educação, Cid Gomes.
Mas salário não é tudo.
“A gente estuda para caramba e você não tem reconhecimento. O salário é uma parte do não reconhecimento que a gente tem”, diz Gabriela de Paula Souza, estudante de Física.
“Sem sombra de dúvidas, a gente tem que lutar por melhores condições de trabalho para o nosso professor. O professor que não desistiu foi aquele que conseguiu melhor resultado de aprendizagem”, acrescenta Silmara Casadei, coordenadora pedagógica do Colégio Porto Seguro.
Os pais também estão convocados.
“Se tive filho, acabou, amigo. Tem que cuidar dele. Tem que ter cobrança. Meu filho, o que você deu na sala hoje? Abre teu caderno aqui para mim”, diz o professor Pitágoras Cyriaco, professor de Matemática.
E, acima de tudo, o país não pode perder o grande agente da mudança na educação: o professor.
“Ele tem um papel crucial na sociedade que ele nunca, em momento nenhum deve deixar esquecido. Isso alimenta essa vontade de querer fazer, de querer transformar, de querer ir além, destaca o professor de Física Yvis Urquiza.
“Enquanto eu tiver a certeza que quero fazer a diferença na educação, eu vou dar o meu melhor aqui dentro”, garante Bianca Cardoso, estudante de Pedagogia.
“É valorizado na academia, os trabalhos publicados, os alunos orientados, a participação em congresso, uma série de fatores que dá relevância à sua carreira. O ensino nem sempre dá relevância”, pondera Fuad Dayer Saad, professor de Licenciatura em Física - USP.
“A Anfop, a nossa Associação Nacional de Formação de Professores, tem lutado há muitos anos para que nós tenhamos uma base comum para formar os professores, e depois a formação específica para cada uma das áreas que eles desempenham. Essa é uma luta nossa”, afirma Bernardete Gatti, pesquisadora da Fund. Carlos Chagas.
Uma luta que vai exigir mais de cada um de nós. Os governos terão que gastar mais para cumprir a meta do Plano Nacional da Educação de equiparar o salário dos professores ao de outros profissionais de nível superior na próxima década:
“Nós não podemos voltar atrás nessa decisão de dar a educação para todos, isso é irreversível. A nossa grande meta agora é fazer com que a educação pública seja uma educação de qualidade”, ressalta o ministro da Educação, Cid Gomes.
Mas salário não é tudo.
“A gente estuda para caramba e você não tem reconhecimento. O salário é uma parte do não reconhecimento que a gente tem”, diz Gabriela de Paula Souza, estudante de Física.
“Sem sombra de dúvidas, a gente tem que lutar por melhores condições de trabalho para o nosso professor. O professor que não desistiu foi aquele que conseguiu melhor resultado de aprendizagem”, acrescenta Silmara Casadei, coordenadora pedagógica do Colégio Porto Seguro.
Os pais também estão convocados.
“Se tive filho, acabou, amigo. Tem que cuidar dele. Tem que ter cobrança. Meu filho, o que você deu na sala hoje? Abre teu caderno aqui para mim”, diz o professor Pitágoras Cyriaco, professor de Matemática.
E, acima de tudo, o país não pode perder o grande agente da mudança na educação: o professor.
“Ele tem um papel crucial na sociedade que ele nunca, em momento nenhum deve deixar esquecido. Isso alimenta essa vontade de querer fazer, de querer transformar, de querer ir além, destaca o professor de Física Yvis Urquiza.
“Enquanto eu tiver a certeza que quero fazer a diferença na educação, eu vou dar o meu melhor aqui dentro”, garante Bianca Cardoso, estudante de Pedagogia.
Fonte: http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2015/02/professores-mostram-o-que-pode-ser-feito-para-melhorar-educacao.html
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