A linguagem é um sistema organizado de sinais que serve como meio de comunicação para compartilharmos as nossas experiências com outras pessoas, aprender, ensinar…
Por Débora Silva
A linguagem é um sistema organizado de sinais que serve como meio de comunicação para compartilharmos as nossas experiências com outras pessoas, aprender, ensinar etc. Geralmente, ao falarmos de linguagem, logo pensamos na linguagem verbal e textual, fazendo referência à capacidade humana de expressar pensamentos, ideias, opiniões e sentimentos por meio de palavras.
No entanto, existem outras formas de linguagem, como a pintura, a música, a dança, a mímica e outras. Desta forma, tanto por meio da linguagem verbal quanto da linguagem não-verbal, o indivíduo representa o mundo e exprime o seu pensamento.
Linguagem verbal e não-verbal
A linguagem verbal e a não-verbal utilizam-se de signos para expressar sentidos, porém, na verbal, os signos são formados pelos sons da língua; já na linguagem não-verbal, outros signos são explorados, como as formas, figuras, a cor, os gestos etc.
A linguagem verbal é linear, ou seja, os seus signos e sons se sucedem um após o outro, no tempo da fala ou no espaço da linha escrita. Na linguagem não-verbal, vários signos podem ocorrer ao mesmo tempo. As cores de um semáforo, o cartão vermelho de um juiz, as placas de trânsito e as figuras na porta de um banheiro são exemplos de linguagem não-verbal.
Sempre que nós nos comunicamos com alguém, nós temos um objetivo, uma finalidade, e utilizamos vários códigos que representam os nossos pensamentos, desejos e sentimentos. Independentemente do meio utilizado, que pode ser por telefone, e-mail, redes sociais, escrita, gestos etc., toda comunicação tem por objetivo a transmissão de uma mensagem e pressupõe necessariamente a interação de seis fatores. Os seis fatores do esquema de comunicação são os seguintes:
- Emissor ou destinador – Aquele que envia, emite a mensagem, seja pela palavra oral ou escrita, gestos, expressões, desenhos etc. Pode ser um indivíduo apenas ou um grupo, uma empresa, uma instituição ou uma organização informativa (rádio, TV);
- Receptor ou destinatário – Quem recebe a mensagem (lê, ouve, vê), quem a decodifica. Também pode ser uma pessoa apenas ou um grupo;
- Mensagem – O conteúdo das informações transmitidas, daquilo que é comunicado. Pode ser virtual, auditiva, visual e audiovisual;
- Código – O código é um conjunto de sinais estruturados que pode ser verbal ou não-verbal. Trata-se da maneira pela qual a mensagem se organiza;
- Referente – É o contexto no qual se encontram o emissor e o receptor da mensagem;
- Canal – É o meio utilizado para a transmissão da mensagem. O canal deve ser escolhido cuidadosamente para garantir a eficiência e o sucesso da comunicação. O canal pode ser uma revista, jornal, livro, rádio, internet, telefone, TV etc.
As funções da linguagem
Cada um dos fatores do processo de comunicação dá origem a uma função linguística específica. O pensador russo Roman Jakobson, em sua obra Linguistics and poetics (1960), distinguiu seis funções da linguagem verbal e a estrutura verbal de uma mensagem depende da função que nela é predominante.
As seis funções da linguagem são as seguintes:
- Função referencial ou denotativa: Transmite uma informação objetiva sobre a realidade, é orientada para o referente, apontando o sentido real dos seres, coisas e fatos. A linguagem é objetiva e direta, apenas informa, transmitindo impessoalidade. Encontramos esta linguagem nas notícias de jornais e textos técnicos, científicos e didáticos;
- Função expressiva ou emotiva: Esta função é centrada no emissor, refletindo seu estado de ânimo, sentimentos e emoções. A função expressiva/emotiva é encontrada em poemas ou narrativas românticas, cartas de amor e biografias;
- Função apelativa ou conativa: A função apelativa ou conativa é centrada no receptor e tem por objetivo influenciá-lo, persuadi-lo, convencê-lo de algo ou dar ordens. É a função encontrada nos anúncios publicitários e discursos políticos;
- Função fática (de contato): Centra-se no canal e estabelece uma relação (contato) com o emissor, para verificar a eficiência do canal ou prolongar uma conversa. Encontramos esta função em saudações, conversas telefônicas e cumprimentos do dia a dia;
- Função metalinguística: É centralizada no código e ocorre quando o emissor explica o código usando o próprio código. O dicionário é um exemplo desta função, pois se trata da palavra explicando ela própria;
- Função poética: A função poética é centralizada na mensagem e caracteriza-se pelo uso de linguagem figurada, metáforas e outras figuras de linguagem, sonoridade etc. Esta função está presente nas músicas, poemas e algumas obras literárias.
Linguagem coloquial e culta
A linguagem também deve ser adequada ao contexto da comunicação e, neste sentido, temos a linguagem coloquial e a culta. Você pode perceber que não se comunica com o seu professor do mesmo jeito que com a sua mãe, um amigo ou outra pessoa, não é mesmo? Isto ocorre justamente porque tudo depende da circunstância em que se está inserido. O padrão coloquial da língua é usado para a comunicação mais informal, sendo mais livre das normas gramaticais. Normalmente é usado com amigos, familiares e outras pessoas mais próximas.
Já o padrão culto da língua manifesta-se pelo uso das normas gramaticais e em situações que exigem mais formalidade. Geralmente, é usado em uma reunião de trabalho ou com uma autoridade em geral. Sendo assim, é importante levar em consideração o contexto, o assunto a ser tratado, o meio pelo qual a mensagem será transmitida e o nível social e cultural do destinatário.
Fonte: http://www.estudopratico.com.br/linguagem-e-processos-de-comunicacao/