Fundada sobre pilar da heteroglossia , isto é, sobre o conjunto múltiplo e heterogêneo de vozes sociais que habitam a consciência humana ou, nas palavras de Voloshinov, sobre um auditório social interior bem estabelecido, em cuja atmosfera se constroem nossas deduções, nossas motivações, apreciações etc, a interação é a própria concepção de linguagem em Bakhtin. A linguagem é inter-ação. Em “Marxismo e filosofia da Linguagem” , Bakhtin (Voloshinov) diz que “Toda palavra comporta duas faces . Ela é determinada tanto pelo fato de que procede de alguém quanto pelo fato de que se dirige para alguém. Ela constitui justamente o produto da nteração do locutor e do ouvinte” (grifos do autor ). Dessa forma, no próprio dizer de Bakhtin, “a interação verbal constitui, assim, a realidade fundamental da língua”. Mas, o filósofo russo nos chama a atenção para não reduzirmos a interação ao diálogo, no sentido estrito do termo (interação face a face). Este, para o autor, constitui uma das formas primordiais de interação , mas ele deve ser compreendida em uma concepção mais ampla, que engloba toda a comunicação verbal de qualquer tipo. É importante termos em mente que, para Bakhtin, a palavra é ideológica por natureza e comporta nossas avaliações, de forma que a interação é um evento dinâmico onde o que está em jogo são posições axiológicas, confrontos de valores sociais. A interação é, portanto, o diálogo ininterrupto que resulta desse confronto e que constitui a natureza da linguagem . Para Bakhtin [e isso permeia toda a sua obra], viver é tomar posições continuamente, é enquadrar-se em um sistema de valores e, do interior dele, responder axiologicamente.
A interação entre o falante(locutor) e o ouvinte (interlocutor), para Bakhtin, é constituída através dos signos. As palavra s funcionam como um elo entre os sujeito s (interlocutores) e surgem carregadas de valores sociais que já foram também constituídos socialmente. Essa interlocução entre sujeitos é construída por meio da enunciação , dos discursos. Bakhtin atenta-nos, a todo instante, que o sujeito se constitui socialmente, através de suas interações e de seus diálogo s. Ao abordar o diálogo, Bakhtin, em “Marxismo e Filosofia da Linguagem”, explicita que “ a unidade real da língua que é realizada na fala não é a enunciação monológica individual e isolada, mas a interação, isto é o diálogo”. A recepção torna-se fundamental na consolidação do diálogo entre os indivíduos. Ao ser interpelado pela enunciação de outrem, no processo de compreensão e interpretação desses enunciados, o interlocutor oferece suas contrapalavras, o que torna a relação falante-ouvinte dialógica.” Os sujeitos, carregando consigo suas orientações ideológicas, se constituem através do(s) outro (s), dialogicamente, em uma interatividade complexa e dinâmica. Essa concepção de interlocução entre sujeito s, no entanto, não deve se limitar à fala propriamente dita, uma vez que existem outros tipos de diálogo s, outras interações.
Fonte: http://glossariandobakhtin.blogspot.com/
segunda-feira, 31 de outubro de 2011
sexta-feira, 28 de outubro de 2011
Breve Taxonomia dos Textos Acadêmicos
Sigamos o conselho borgiano: em lugar de multiplicar autores e realizar extensas biografias ou exercícios de exegese do gênio, por que não imaginar simplesmente que toda a literatura universal é resultado de um escritor único e anônimo e fazer a psicologia desse complexo homme de lettres? Melhor ainda, pensemos numa versão atualizada dessa ideia e a apliquemos especificamente ao campo da textualidade acadêmica. Basta imaginar os textos dos pesquisadores e teóricos como produtos de um único computador dotado de diferentes rotinas de mecanismos generativos capazes de produzir escritos (em série), a partir de determinados pressupostos e estruturas semânticas. Assim teríamos uma tipologia dos variados textos, com seus maneirismos particulares e sua infindável repetição de chavões. Eis, portanto, o primeiro esboço de uma tal possível taxonomia:
1. O “filósofo de botequim” – o texto do filósofo de botequim se caracteriza por sua dupla pretensão de ser simultaneamente poesia e teoria (mais a primeira que a segunda), fracassando miseravelmente, porém, em ambos os quesitos. Seu pecado não é pretender que o texto acadêmico tenha valor literário – o que seria bastante louvável -, mas trocar raciocínios por efeitos discursivos e boutades. Não costuma citar muitos autores, mas aprecia usar frases de Nietzsche, Deleuze ou Derrida, especialmente as de caráter mais enigmático. Não quer explicar nada, mas produzir hermetismos que pareçam sedutores – ao mesmo tempo veiculando a impressão de que leu mais que apenas um ou dois livros inteiros desses autores. Para ser ainda mais chique, usa palavras e até cita bibliografias em alemão, não obstante ser incapaz de compreender qualquer vocábulo nesse idioma. Vejamos um exemplo: “o rizomático de Deleuze nos faz adentrar as veredas do múltiplo, produzindo encontros felizes e devires inesperados…a ‘diferância’ derridiana assinala o infinito da linguagem; como diria Heidegger, ‘die Sprache ist das Haus des Seins’”….
2. O “artista-teórico” (ou “teórico-artista”)
Em suas apresentações normalmente se limita a apresentar slides (e, nesse aspecto, é irmão do ‘amigo dos gadgets’) de obras e performances, em exaustivas descrições de casos e exemplos, ao passo que nos seus artigos faz questão de escrever de modo a não fazer sentido. É admirável sua capacidade de construir raciocínios com aparência de encadeamento lógico, mas inteiramente desprovidos de consequências consistentes. Não sabe bem se quer ser pesquisador ou um criador, mas o melhor é fazer as duas coisas, de modo a garantir que pelo menos uma dê certo. É adepto da “moda” (a moda de ser um “outsider”) e fiel aos autores sancionados como “esteticamente corretos”. Cita com frequência, também, os próprios artistas, sabidamente os piores juízes de seu próprio afazer. No fundo, no fundo, acha essa coisa da academia (e do pensamento lógico) um negócio chato e quadrado, mas como ser artista não é também métier dos mais fáceis, acaba recorrendo ao mercado de trabalho universitário.
3. O “amigo dos gadgets”
Sim, existe este novo gadget aqui, este novo videogame aqui, esta nova tecnologia aqui. A atualidade é reduzida a uma série de casos que não são nunca explicados ou referidos a uma totalidade, mas permanece como resultado fragmentário do admirável mundo novo da técnica. Que mais fazer senão exaltar o extraordinário progresso material que experimentamos? Não se pode pensar sobre os gadgets, apenas admirá-los. Não há como negar que suas apresentações são as mais atraentes (e mais contagiantes em seu entusiasmo infantil pelos brinquedos tecnológicos), mas seus textos são comumente chatos e sem vida. Não se preocupam com o conceito, mas sim com a produção de espanto. Estão sempre up-to-date com os mais recentes aparatos, e às vezes até com os autores em voga no campo (tipo Henry Jenkins), mas não lêem nada que tenha sido escrito antes da década de 1980.
4. O apocalíptico de plantão
Este sofre do mal inverso. Considera tudo que tenha sido realizado nos últimos 50 anos um perigo para a cultura e o já depauperado humanismo. É geralmente erudito, mas só consegue pensar em moldes pré-determinados. Seus autores de cabeceira são, obviamente, os frankfurtianos, mas despidos de toda possível contradição ou elogio ocasional ao presente status quo. Seus textos são geralmente pesados, com longos parágrafos blocados e a constante repetição do termo “crítica”. Gostam de usar consecutivos como “destarte” ou “ergo”, e em seu estilo não admitem nada que seja da ordem do humor (no máximo uma ou outra ironia ácida).
5. O moderninho de plantão
Este se recusa a ler qualquer coisa que soe como “crítica”. Considera chique ser “antenado” e “afirmativo” quanto ao presente. Vê os apocalípticos como resquícios deploráveis de um mundo que já deveria estar há muito tempo enterrado. Recusa-se mesmo a ler qualquer pensador que tenha pendores críticos. Gosta de citar fontes heterodoxas, como letras de músicas ou seriados de televisão e procura abordar os objetos normalmente desprezados pelos apocalípticos. Seu vocabulário inclui de bom grado informalismos, e faz citação após citação (apenas dos mais recentes autores canônicos) sem nenhum pudor.
Obs: obviamente, nenhum de nós escapa inteiramente à sujeição a algum tipo de maneirismo. Tenho consciência daqueles que impregnam meus textos, e alguns até me agradam (outros ainda não consigo evitar). Mas em certos casos, a fidelidade às fórmulas prontas é realmente desalentadora. A retórica do magister dixit, a formação dos “grupelhos” de interesse e a lógica discipular estão entre os maiores males da academia de hoje. Escapar desses moldes deve ser desafio constante para nós, mas com cuidado para que a própria busca da independência e ‘originalidade’ não se torne, também, uma espécie de maneirismo. As vanguardas que o digam.
Fonte: http://poshumano.wordpress.com/2011/09/26/breve-taxonomia-dos-textos-academicos/
1. O “filósofo de botequim” – o texto do filósofo de botequim se caracteriza por sua dupla pretensão de ser simultaneamente poesia e teoria (mais a primeira que a segunda), fracassando miseravelmente, porém, em ambos os quesitos. Seu pecado não é pretender que o texto acadêmico tenha valor literário – o que seria bastante louvável -, mas trocar raciocínios por efeitos discursivos e boutades. Não costuma citar muitos autores, mas aprecia usar frases de Nietzsche, Deleuze ou Derrida, especialmente as de caráter mais enigmático. Não quer explicar nada, mas produzir hermetismos que pareçam sedutores – ao mesmo tempo veiculando a impressão de que leu mais que apenas um ou dois livros inteiros desses autores. Para ser ainda mais chique, usa palavras e até cita bibliografias em alemão, não obstante ser incapaz de compreender qualquer vocábulo nesse idioma. Vejamos um exemplo: “o rizomático de Deleuze nos faz adentrar as veredas do múltiplo, produzindo encontros felizes e devires inesperados…a ‘diferância’ derridiana assinala o infinito da linguagem; como diria Heidegger, ‘die Sprache ist das Haus des Seins’”….
2. O “artista-teórico” (ou “teórico-artista”)
Em suas apresentações normalmente se limita a apresentar slides (e, nesse aspecto, é irmão do ‘amigo dos gadgets’) de obras e performances, em exaustivas descrições de casos e exemplos, ao passo que nos seus artigos faz questão de escrever de modo a não fazer sentido. É admirável sua capacidade de construir raciocínios com aparência de encadeamento lógico, mas inteiramente desprovidos de consequências consistentes. Não sabe bem se quer ser pesquisador ou um criador, mas o melhor é fazer as duas coisas, de modo a garantir que pelo menos uma dê certo. É adepto da “moda” (a moda de ser um “outsider”) e fiel aos autores sancionados como “esteticamente corretos”. Cita com frequência, também, os próprios artistas, sabidamente os piores juízes de seu próprio afazer. No fundo, no fundo, acha essa coisa da academia (e do pensamento lógico) um negócio chato e quadrado, mas como ser artista não é também métier dos mais fáceis, acaba recorrendo ao mercado de trabalho universitário.
3. O “amigo dos gadgets”
Sim, existe este novo gadget aqui, este novo videogame aqui, esta nova tecnologia aqui. A atualidade é reduzida a uma série de casos que não são nunca explicados ou referidos a uma totalidade, mas permanece como resultado fragmentário do admirável mundo novo da técnica. Que mais fazer senão exaltar o extraordinário progresso material que experimentamos? Não se pode pensar sobre os gadgets, apenas admirá-los. Não há como negar que suas apresentações são as mais atraentes (e mais contagiantes em seu entusiasmo infantil pelos brinquedos tecnológicos), mas seus textos são comumente chatos e sem vida. Não se preocupam com o conceito, mas sim com a produção de espanto. Estão sempre up-to-date com os mais recentes aparatos, e às vezes até com os autores em voga no campo (tipo Henry Jenkins), mas não lêem nada que tenha sido escrito antes da década de 1980.
4. O apocalíptico de plantão
Este sofre do mal inverso. Considera tudo que tenha sido realizado nos últimos 50 anos um perigo para a cultura e o já depauperado humanismo. É geralmente erudito, mas só consegue pensar em moldes pré-determinados. Seus autores de cabeceira são, obviamente, os frankfurtianos, mas despidos de toda possível contradição ou elogio ocasional ao presente status quo. Seus textos são geralmente pesados, com longos parágrafos blocados e a constante repetição do termo “crítica”. Gostam de usar consecutivos como “destarte” ou “ergo”, e em seu estilo não admitem nada que seja da ordem do humor (no máximo uma ou outra ironia ácida).
5. O moderninho de plantão
Este se recusa a ler qualquer coisa que soe como “crítica”. Considera chique ser “antenado” e “afirmativo” quanto ao presente. Vê os apocalípticos como resquícios deploráveis de um mundo que já deveria estar há muito tempo enterrado. Recusa-se mesmo a ler qualquer pensador que tenha pendores críticos. Gosta de citar fontes heterodoxas, como letras de músicas ou seriados de televisão e procura abordar os objetos normalmente desprezados pelos apocalípticos. Seu vocabulário inclui de bom grado informalismos, e faz citação após citação (apenas dos mais recentes autores canônicos) sem nenhum pudor.
Obs: obviamente, nenhum de nós escapa inteiramente à sujeição a algum tipo de maneirismo. Tenho consciência daqueles que impregnam meus textos, e alguns até me agradam (outros ainda não consigo evitar). Mas em certos casos, a fidelidade às fórmulas prontas é realmente desalentadora. A retórica do magister dixit, a formação dos “grupelhos” de interesse e a lógica discipular estão entre os maiores males da academia de hoje. Escapar desses moldes deve ser desafio constante para nós, mas com cuidado para que a própria busca da independência e ‘originalidade’ não se torne, também, uma espécie de maneirismo. As vanguardas que o digam.
Fonte: http://poshumano.wordpress.com/2011/09/26/breve-taxonomia-dos-textos-academicos/
quinta-feira, 27 de outubro de 2011
57ª FEIRA DO LIVRO - PORTO ALEGRE (RS)
Com a floração dos jacarandas enchendo de cor a Praça da Alfândega, na capital do Rio Grande do Sul, chega também, como em todos os finais de outubro nos últimos 57 anos, a Feira do Livro de Porto Alegre - na sua 57ª edição.
Imperdível a programação na manhã de abertura (sexta-feira, 28/10/11), com a patrona da Feira, a escritora Jane Tutikian, o bibliotecário alemão Frank Rumel e a mediação da Presidente do Conselho Federal de Biblioteconomia, Nêmora Arlindo. Este primeiro painel será sobre "A presença da Biblioteca na Leitura e Aprendizagem".
Na segunda etapa, as queridas professoras da FABICO/UFRGS e do IFRS - Eliane Moro e Lizandra Estabel - incansáveis em sua luta pela melhoria das Bibliotecas Escolares, irão falar sobre "A Biblioteca Escolar no Contexto do Conhecimento e da Aprendizagem".
A Feira do Livro de Porto Alegre, promovida pela Câmara Rio-Grandense do Livro, e que já tem espaço reservado na agenda dos gaúchos a cada primavera, chega a sua 57ª edição com a expectativa de receber mais de 1.7 milhão de visitantes. Ocupará, mais uma vez, a já tradicional área da Praça da Alfândega,estendendo-se até o Cais do Porto, entre os dias 28 de outubro e 15 de novembro. Maior evento do mercado livreiro das Américas a céu aberto e com entrada franca, recebe autores e convidados de vários outros estados e países.
Serão cerca de 700 sessões de autógrafos, aproximadamente 200 palestras e debates, 400 encontros com autores, saraus, contações de histórias e outras atividades específicas para os públicos infantil e juvenil, principalmente alunos de escolas do ensino fundamental e da educação infantil, além da EJA. A intensa e diversificada programação também contará com seminários, oficinas, apresentações artísticas, exibições de filmes e a inauguração da biblioteca infantil Moacyr Scliar, em homenagem ao escrito gaúcho falecido este ano.
A principal novidade desta edição é a inclusão dos Dias Temáticos na programação. Diariamente, um tema diferente será abordado em, pelo menos, uma atividade na programação para adultos e em outra na Àrea Infantil e Juvenil. Os temas escolhidos são: Biblioteca; Livro e Leitura; Suspense; Literatura de Terror; Viagens; Cinema; Humor; Cultura Popular; Conto; Gastronomia; Afrodescendência; História; Antropologia; Corpo/Saúde/Erotismo; América Latina; Direitos Humanos e Acessibilidade; Dia Mundial da Gentileza; Ecologia e Comunicação.
Em 2010, a Feira do Livro foi reconhecida como patrimônio imaterial da cidade pela Secretaria Municipal da Cultura. Em 2006, já havia recebido a medalha da Ordem do Mérito Cultural, concedida pela Presidência da República, que reconheceu o evento como um dos mais importantes do Brasil.
Patrono - Jane Tutikian
A revelação do nome da quarta mulher na história da Feira a ocupar este posto ocorreu em café da manhã nesta terça-feira (27) no Moeda Bar e Restaurante, do Santander Cultural
“Mulheres, cheguei!” Com esta frase vitoriosa e bem humorada a escritora Jane Tutikian recebeu o anúncio de seu nome como Patrona da 57ª Feira do Livro de Porto Alegre. O patrono da 56ª Feira do Livro de Porto Alegre, Paixão Côrtes, e os antecessores Alcy Cheiuche (52ª) e Walter Galvani (49ª) participaram do momento solene da revelação. O presidente da Câmara Rio-Grandense do Livro (CRL), João Carneiro, retirou o envelope e avisou: “A Feira do Livro deste ano não tem Patrono”. A plateia, composta por representantes da CRL, autoridades, imprensa e convidados, fixou os olhos na única mulher posicionada entre os outros três patronáveis, Luiz Coronel, Airton Ortiz e Celso Gutfreind.
Emocionada, a professora de Literatura que há três décadas se dedica aos livros, declarou: “Escrever é uma boa forma de estar entre as pessoas. E não tem forma melhor ainda de estar entre as pessoas do que na Feira do Livro, na ‘feira do povo’.”
E, de fato, a Câmara trabalha para envolver cada vez mais a população nesta que é a maior feira de livros a céu aberto das Américas. Para esta edição, a entidade proporcionou o voto dos leitores sugerindo a livreiros que abrissem seu voto em favor da participação de seus clientes. Além da comunidade, votaram ex-presidentes, associados da Câmara, patronos anteriores, representantes do Conselho Estadual de Cultura e do Conselho Estadual de Educação, titulares de entidades vinculadas ao livro, autoridades, reitores de universidades, representantes dos patrocinadores e apoiadores.
Jane Tutikian vence a eleição na sexta vez em que concorre ao posto, 13 anos depois de uma escritora gaúcha receber a mesma homenagem e pouco menos de um ano depois de os brasileiros terem escolhido a sua primeira presidenta. Na história da Feira do Livro, outras três mulheres já figuram na lista de Patronos: Maria Dinorah do Prado (1989), Lya Luft (1996) e Patrícia Bins (1998).
Formação e principais prêmios recebidos por Jane Tutikian
Jane Tutikian é pós-doutora em Literatura, professora de Literatura e Diretora do Instituto de Letras da UFRGS. É membro da Academia Rio-Grandense de Letras e tem participação em dezenas de antologias e livros organizados e traduzidos para o inglês e o espanhol. Entre os muitos prêmios que recebeu, de 1978 até 2010, estão: Prêmio APESUL – RS, 1978; Prêmio Alfredo Machado Quintella; 1982; Prêmio Jabuti, 1984; Prêmio Erico Verissimo, 1987; Prêmio Gralha Azul de Literatura, 1990; Prêmio Açorianos, 2001; Prêmio Alejandro Jose Cabassa, 2002; Prêmio Livro do Ano, em 2003, 2004 e 2010; e Prêmio O Sul, 2004 e 2007.
Obras publicadas
Batalha Naval (contos). Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1981. Porto Alegre: Movimento, 2003. 2ª ed.
A Cor do Azul (novela infanto-juvenil). São Paulo: Atual, 1984. 24ª ed.
Pessoas (contos). Porto Alegre: Movimento, 1987. 2ª ed.
Geração Traída (novela). Porto Alegre: Mercado Aberto, 1990.
Um Time Muito Especial (novela infanto-juvenil). São Paulo: Atual, 1993.14ª ed.
Inquietos Olhares (ensaio). São Paulo: Arte & Ciência, 1999.
O Sentido das Estações (contos). Porto Alegre: Movimento, 1999.
Alê, Marcelo, Ju & eu (novela infanto-juvenil). Porto Alegre: WS, 2000. 4ª ed.
A rua dos secretos amores (contos). Porto Alegre: WS, 2002. 2ª ed.
Aconteceu também comigo (novela infanto-juvenil). São Paulo: Arte & Ciência, 2002.
J.F. e a conquista de Niu Ei (novela infanto-juvenil). Porto Alegre: WS, 2003. 2ª ed.
Entre Mulheres (contos de amor aprendiz). Porto Alegre: WS, 2005.
Olhos azuis coração vermelho (novela infanto-juvenil). Porto Alegre: Artes & Ofícios, 2005.
Velhas identidades novas (ensaios). Porto Alegre, Sagra Luzzatto, 2006.
Fica Ficando (novela infanto-juvenil). Erechim: Edelbra, 2007.
Por que não agora? (novela infanto-juvenil). Erechim: Edelbra, 2009.
Fonte: http://www.feiradolivro-poa.com.br/feira
e http://bibliotecaets.blogspot.com/2011/10/programacao-completa-clica-aqui-com.html
domingo, 23 de outubro de 2011
9 motivos para estudar Português
Além de falar, é preciso saber ler, escrever e interpretar muito bem. Saiba por quê.
Texto: Luciana Fleury
Nós usamos a Língua Portuguesa desde que temos apenas dois anos de idade - às vezes um pouco menos, às vezes um pouco mais, é verdade. Então por que estudá-la por toda a vida? Simplesmente porque falar não basta. É preciso saber ler, escrever, interpretar. E mais: é preciso fazer tudo isso muito bem, já que dominar o Português é condição básica para a boa comunicação e para o êxito profissional.
Por isso, é importante, além de falar bem, conhecer todas as regras ortográficas e gramaticais da nossa língua. O Português, nossa língua mãe, nos possibilita uma boa comunicação, facilita a vida em sociedade e é essencial para o aprendizado de outras disciplinas. E talvez você não saiba, mas é uma das línguas mais faladas do mundo. Como você pode ver, motivos não faltam para levar a sério a disciplina de Língua Portuguesa. Veja abaixo 9 motivos para estudar a nossa língua.
1. Ensina a se expressar bem
Só estudando Português e treinando (muito) a leitura e a escrita que o seu filho vai aprender a usar a língua da forma correta, tanto oralmente como ao escrever. E você sabe: falar e escrever certo é essencial para conseguir passar em vestibulares, concursos e conseguis bons empregos. Ou seja, já é um grande passo rumo a um futuro brilhante!
2. Estimula o gosto pela leitura
Além de melhorar a escrita, a leitura é um excelente meio de adquirir cultura e até um ótimo passatempo. Passatempo? Sim, é isso mesmo! Só quem já leu um grande romance, daqueles que a gente não consegue largar antes do fim, sabe como ler é um ato prazeroso.
3. Aumenta o repertório
Quem sabe interpretar é capaz de ler qualquer tipo de texto e, com isso, adquirir cultura e aumentar o seu próprio repertório em qualquer assunto. Se o seu filho se interessa por astronomia, por exemplo, vai ser muito mais fácil ler e pesquisar sobre o assunto se ele estiver plenamente alfabetizado e se souber interpretar textos.
4. Evita que o "internetês" saia da internet
É inevitável. Ao usar a internet seu filho terá contato com o "internetês" e suas abreviaturas (você = vc, beleza = blz) e versões de palavras (aqui = aki). É preciso considerar o "internetês" como a linguagem utilizada nos meios eletrônicos. Não force para que ele "corrija" o que escreve neste ambiente. No entanto, o "internetês" deve mesmo ficar restrito à internet, ambiente em que é aceitável. Fora do computador, é preciso que seu filho saiba escrever corretamente - e só um bom professor de Português é capaz de ensinar isso a ele.
5. É essencial para estar bem informado
Hoje saber o que acontece na nossa cidade, no nosso país e no mundo é essencial para compreendermos a realidade em que vivemos. Portanto, estar bem informado é imprescindível quando se vai a uma entrevista de emprego, por exemplo. E é a capacidade de ler e interpretar textos que nos proporciona isso. E não estamos falando apenas de leitura! Para entender uma explicação sobre os conflitos no Oriente Médio em um documentário na televisão também é essencial entender a nossa língua!
6. É a sétima língua mais falada no mundo
Fala-se muito que aprender inglês e espanhol é essencial para os estudos e o trabalho hoje em dia. E ninguém discorda disso, já que ambos estão entre as cinco línguas mais faladas da Terra (a mais falada é o mandarim, no entanto). Mas o que muita gente não sabe é que o português é a sétima língua mais falada no mundo, sendo idioma oficial de mais seis países além de Brasil e Portugal. São eles: Moçambique, Angola, Cabo Verde, Timor Leste, Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe. Um bom motivo para aprender - e bem - a nossa língua, não?
7. É a base para a compreensão das outras disciplinas
Saber Português é essencial para aprender Matemática. Achou estranho? Pois pare para pensar: como o seu filho vai entender as explicações do livro de Matemática se não estiver plenamente alfabetizado? O mesmo acontece com Ciências, História, Geografia... Por isso, o Português é a base de toda a vida escolar.
8. Desenvolve a imaginação
Quem lê uma história de ficção automaticamente está usando a imaginação, afinal é impossível ler a descrição de uma praia, por exemplo, sem imaginá-la. E isso ocorre não só com crianças. Adultos imaginam o tempo inteiro quando estão lendo, muitas vezes sem nem perceber. Então, para incentivar o seu filho a usar a imaginação e torná-lo uma criança mais criativa, nada melhor que uma boa leitura!
9. Treina a coordenação motora
Aprender a escrever é uma atividade que, além de desenvolver o raciocínio, treina a coordenação motora das crianças, já que elas aprendem a "desenhar" letra por letra e depois a juntá-las, para assim formar palavras e textos. Estudar a Língua Portuguesa é, portanto, importante também para desenvolver as habilidades manuais das crianças.
Fonte: http://educarparacrescer.abril.com.br/aprendizagem/9-motivos-estudar-portugues-641098.shtml
Tema da redação do Enem é redes sociais
Exame cobrou dissertação sobre "viver em rede no século XXI"
O tema da redação do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) de 2011 foi “Viver em rede no século XXI: os limites entre o público e o privado”.
Os textos de apoio indicavam aos candidatos que ele deveriam escrever sobre as redes sociais como Twitter e Facebook e como as pessoas se relacionam nesta plataforma.
A informação foi divulgada pelo jornal 'O Globo' às 14h – uma hora antes do horário em que é permitido que os estudantes deixem o local de provas. O MEC (Ministério da Educação) informou que ainda não sabe como o jornal teve acesso a essa informação e está investigando o ocorrido.
Hoje os candidatos respondem a 90 questões de linguagens e matemática, além da redação. A prova termina às 18h30.
quarta-feira, 19 de outubro de 2011
Novo Acordo Ortográfico
Com 2012 batendo à porta, um tema quase adormecido nos provoca: a obrigatoriedade do uso das regras do Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. Dezembro de 2012 é o prazo final do período de transição das novas regras ortográficas, que passaram a vigorar no Brasil a partir de janeiro de 2009.
O objetivo do acordo é promover a unificação da ortografia nos países que falam o idioma: Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé, Timor Leste, Brasil e Portugal. Porém, muitas polêmicas se estabeleceram. Entre os prós, a facilidade no processo de um intercâmbio cultural e científico entre os países participantes do acordo, além de uma divulgação mais ampla do idioma e da literatura em língua portuguesa são os principais argumentos. A ala crítica do acordo acredita que a causa do desinteresse pela leitura de obras entre os países que falam a língua portuguesa vai muito além das mínimas diferenças de grafia. E acreditam que é preciso mais que um conjunto de regras para que a literatura seja difundida nesses países. É preciso vontade política relacionada à educação, seguida de ações para estímulo à leitura.
Polêmicas à parte, a dica para quem ainda não se animou a encarar de perto o assunto é incluir na programação de 2012 um tempo de dedicação ao tema. Pode ser em um curso rápido ou com uma leitura atenta do texto, que está disponível em http://www.academia.org.br/
NOVAS REGRAS ORTOGRÁFICAS
O trema (ü) deixa de existir:
Era assim - Ficou assim
Conseqüência - Consequência
Pingüim - Pinguim
Lingüiça - Linguiça
Exceção: nomes próprios e seus derivados.
Não se usa hífen: Nas formações em que o primeiro elemento termina em vogal e o segundo começa com r ou s.
Era assim - Ficou assim
Anti-religioso - Antirreligioso
Anti-semita - Antissemita
Contra-regra - Contrarregra
Contra-senha - Contrassenha
Infra-som - Infrassom
Quando o primeiro elemento termina em vogal e o segundo começa com vogal diferente.
Era assim - Ficou assim
Anti-ácido - Antiácido
Extra-escolar - Extraescolar
Auto-escola - Autoescola
Auto-estrada - Autoestrada
Infra-estrutura - Infraestrutura
Em compostos em que se perdeu a noção de composição.
Era assim - Ficou assim
Pára-quedas - Paraquedas
Pára-quedismo - Paraquedismo
Manda-chuva - Mandachuva
Usa-se hífen: Nos compostos em que o primeiro elemento termina com a mesma vogal com que se inicia o segundo.
Era assim - Ficou assim
Antiibérico - Anti-ibérico
Arquiinimigo - Arqui-inimigo
Microondas - Micro-ondas
Não levam acento circunflexo: As terceiras pessoas no plural do presente do indicativo (eles) ou do subjuntivo dos verbos crer, dar, ler e,ver e correspondentes formas compostas.
Era assim - Ficou assim
Crêem - Creem
Dêem - Deem
Lêem - Leem
Vêem - Veem
Revêem - Reveem
As palavras terminadas em hiato.
Era assim - Ficou assim
Vôo - Voo
Abençôo - Abençoo
Enjôo - Enjoo
Não levam acento agudo: Os ditongos ei e oi da sílaba tônica das palavras paroxítonas.
Era assim - Ficou assim
Idéia - Ideia
Assembléia - Assembleia
Protéico - Proteico
Jibóia - Jiboia
Heróico - Heroico
Paranóico - Paranoico
O i e o u tônicos das palavras paroxítonas, quando precedidos de ditongos:
Era assim - Ficou assim
Baiúca - Baiuca
Feiúra - Feiura
O acento diferencial deixa de existir em algumas palavras:
Era assim - Ficou assim
Pára (verbo parar) - Para
Pélo (verbo pelar) - Pelo
Pêlo (substantivo) - Pelo
Pêra - Pera
Pólo - Polo
Texto elaborado por:
Maria Araujo Reginatto
Revisora de Textos
Miriam Teresinha Pinheiro da Silva
Fonoaudióloga Clínica
Fonte: http://miriamfono.blogspot.com/2011_10_01_archive.html
terça-feira, 4 de outubro de 2011
III Encontro sobre a Mulher na Sociedade Atual: A ERA DIGITAL: DESAFIOS E CONQUISTAS
A tecnologia digital provoca novas formas de expressão e de comunicação, revoluciona a escrita e a leitura; provoca conflitos e deslumbramento; exige de nós compreensão e procedimentos compatíveis com a irreversível e crescente interação do mundo virtual e do mundo real. O evento III Encontro sobre a Mulher na Sociedade Atual que ocorre, 8 de outubro, no Santander Cultural (Porto Alegre - RS) propõe uma aproximação desse universo mediados por especialistas de diversas áreas de conhecimento e atuação. Sendo assim, (...) cabe-nos nesta encruzilhada da conjuntura mundial, enfrentar a esfinge com um sistema objetivo de pensamento e ação, para que possamos planejar o futuro previsível. A primeira medida deverá consistir na renúncia das palavras pretensiosas que conduzem ao pseudoconhecimento conceitualizado, forma neutralizadora do contato direto com a realidade.
PROGRAMA
10h30 - Credenciamento
11h15 - Abertura - Maria Helena Martins - Diretora-Presidente do CELPCYRO
11h30 - 12h00 - A Educação à distância e a Internet - Adriana Beiler - Pedagoga e Coord. do EAD da PUCRS
12h00 - 12h15 - Debate
12h15 - 12h45 - Criação e Arte Digital - Liana Timm - Arquiteta e artista multimídia, Diretora da Território das Artes
12h45 - 13h00 - Debate
Intervalo
14h30 - 14h45 - Leitura na era digital - Maria Helena Martins - Professora e Pesquisadora de Literatura e Leitura
14h45 - 15h00 - Debate
15h00 – 16h15 - Fronteiras entre o virtual e o real: um novo começo do livro
- Fernanda Carvalho - Publicitária e Sócia do Selo Editorial Prólogo (São Paulo)
- Renata Nascimento – Formada em Comunicação e Sócia do Selo Editorial Prólogo (São Paulo)
- Camila Fremder – Publicitária, escritora, blogueira (São Paulo)
16h15- 16h30 - Debate
16h30 – 17h00 - O desafio dos veículos tradicionais nos novos espaços de relacionamento digitais - Barbara Nickel – Jornalista, Mestre em Comunicação/PUCRS, editora de mídias sociais na RBS
17h00 - 17h15 - Debate
17h15- Sorteio de livros para a platéia
17h30 – Lançamento do livro Parece filme, mas é vida mesmo, de Camila Fremder (Selo Editorial Prólogo)
Serviço:
Local: Santander Cultural - Sala Multiuso Oeste (Rua Sete de Setembro, 1028 - Centro Histórico - Porto Alegre)
Dia: 8 de outubro
Realização: CELPCYRO
Coordenação: Maria Helena Martins
Fonte: http://tecnoartenews.com/santander-cultural-sedia-o-iii-encontro-sobre-mulher-na-sociedade-atual-8-de-outubro-0
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