terça-feira, 24 de abril de 2012

Os livros didáticos digitais nos EUA



Números muito significativos do crescimento do uso de livros didáticos digitais, no panorama internacional (EUA, particularmente), nesse infográfico daOnlineEducation.net


segunda-feira, 23 de abril de 2012

eBookCult - Programa Mod MTV Livros - Parte (2/2)




Segunda parte do programa MOD MTV (http://mtv.uol.com.br/programas/mod/videos/11-livros) exibido em Julho/2011 onde o autor Nicholas Carr aborda as diferenças da leitura no papel pela leitura na tela. Ann Thornton, da Biblioteca Pública de Nova York, mostra os benefícios do acervo virtual.

eBookCult - Programa Mod MTV Livros - Parte (1/2)




O programa MOD MTV, exibido em julho de 2011, abordou o tema dos livros digitais. São ouvidas pessoas comuns, bibliotecários e especialistas. O o professor do MIT (Massachusetts Institute of Technology) Nicholas Carr crítica a eventual substituição do livro tradicional pelo eletrônico, defendendo que o primeiro possui características importantes no desenvolvimento intelectual das pessoas. (Algumas ideia se Carr podem ser conhecidas, na reportagem desse link.)

Porém, ao fim do programa uma bibliotecária nota que o futuro do livro está garantido e é promissor, só não sabemos -- segundo ela -- sob qual forma exata.


Fonte: http://midiaseducacao.blogspot.com.br/2012/03/livros-digitais-no-programa-mod-mtv.html

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Neuronios Da Leitura - Como A Ciencia Explica Nossa Capacidade De Ler - livro

Autor: Dahaene, Stanislas      

Este livro revela a lógica oculta da ortografia, descreve uma pesquisa pioneira sobre a forma como são processadas as línguas e o sistema de linguagem e reforça a capacidade extraordinária que o cérebro tem de se adaptar.


ISBN: 9788563899446 
Número de páginas: 372 
Acabamento: Brochura 
Dimensão: 23  x  16 ( Altura x Largura )
Peso: 0.67 
Publicação: 2011 
Edição: 


Sumário:


Prefácio
Jean-Pierre Changeux
Introdução - A ciência da leitura
-Capítulo 1. Como lemos?
-Capítulo 2. O cérebro ao pé da letra
-Capítulo 3. Os neurônios da leitura
-Capítulo 4. A invenção da leitura
-Capítulo 5. Aprender a ler
-Capítulo 6. O cérebro disléxico
-Capítulo 7. Leitura e simetria
-Capítulo 8. Em direção a uma cultura dos neurônios
Conclusão
O futuro da leitura
Referências


Fonte: http://www.sapereaudelivros.fez.com.br/index.php?menu=pesquisa_detalhes&produtos=55550551

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Bibliografia on-line - Letramento digital e Educação

Na sequência, trabalhos sobre a questão do letramento digital e da educação, disponíveis na web. Outras indicações podem ser feitas nos comentários da postagem.
AMORIM, Karine Viana. Práticas do letramento digital e do escolar no Módulo Introdutório do curso Mídias na EducaçãoIII Encontro Nacional sobre Hipertexto, Belo Horizonte, MG – 29 a 31 de outubro de 2009.

ARAÚJO, Rosana Sarita de. Letramento digital: conceitos e pré-conceitos2º Simpósio Hipertexto e Tecnologias na Educação. Recife, UFPE, 2008.

ARAÚJO, Verônica Danieli Lima; GLOTZ, Raquel Elza Oliveira. O Letramento digital enquanto instrumento de inclusão social e democratização do conhecimento: desafios atuaisRevista Paidéi@, UNIMES VIRTUAL, Vol. 2, n. 1, jun.2009.

BUZATO, Marcelo E. K. Letramentos Digitais e Formação de Professores.III Congresso Ibero-Americano EducaRede, 2006.

BUZATO, Marcelo E. K. Entre a fronteira e a periferia: linguagem e letramento na inclusão digital. Tese de doutorado em Linguística Aplicada, Campinas (SP), UNICAMP, 2007.

COSCARELLI, Carla Viana; RIBEIRO, Ana Elisa. (org.). Letramento digital: aspectos sociais e possibilidades pedagógicas. Belo Horizonte: Autêntica, 2005.

CUNHA, Úrsula Nascimento de Sousa. Letramentos plurais e tecnologias da informação e comunicação: impactos da função social da leitura e da escrita nos meios digitais, além dos muros da escola3º Encontro Nacional de Hipertexto e Tecnologias Educacionais, UFPE, 2010. 2010.

FREITAS, Maria Teresa. Letramento digital e formação de professores.Educ. rev., vol.26, n.3, p. 335-352, dez. 2010.

GEREMIAS, Bethânia Medeiros. Entre o lápis e o mouse: práticas docentes e Tecnologias da Comunicação Digital. Dissertação de mestrado em Educação Científica e Tecnológica. Florianópolis, UFSC, 2007.

LEANDRO, José Carlos. Letramento digital na educação pública: novos olhares, novas práticas3º Encontro Nacional de Hipertexto e Tecnologias Educacionais, UFPE, 2010.

MERCADO, Luís Paulo Leopoldo; ARAÚJO, Rosana Sarita de.Letramento digital nas interações on-line: análise dos fóruns de discussão do programa de formação continuada em mídias na educaçãoR. bras. Est. pedag., v. 91, n. 227, p. 178-232, jan./abr. 2010.

PEREIRA, Gabriela Imbernom. Letramento digital e professores de LE: formação para o uso de novas tecnologias em sala de aual. Dissertação de mestrado em Linguística, São Carlos, UFSCAR, 2009.

PINHEIRO, Regina Cláudia; LOBO-SOUSA, Ana Cristina. Letramento digital e desempenho acadêmico em EaD via internetIII Encontro Nacional sobre Hipertexto, Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2009.

PRILLA, João Paulo Vicente; MUZA, Maria Letícia Naime; CAMPOS-ANTONIASSI, Paula Isaias. Letramento on-line: as redes sociais conectadas ao processo de ensino e aprendizagem e a democratização do conhecimento na era da ciberculturaIV Encontro Nacional de Hipertexto e Tecnologias Educacionais, Universidade de Sorocaba, 26 a 27 de set. 2011.

SAITO, Fabiano Santos Saito; SOUZA, Patrícia Nora de.(Multi)letramento(s) digital(is): por uma revisão de literatura crítica.Linguagens e Diálogos, v. 2, n. 1, p. 109-143, 2011.

SANTOS, José Antonio dos. Computador: a máquina do conhecimento na escola. Dissertação de mestrado em Educação, São Paulo, USP, 2007.

SILVA, Chris Alves da; BRASIL, Weranice M.B.; MELLO, Nina Cláudia.Letramento digital: construindo o uso social das tecnologias de informação e comunicação na educação infantilRevista Dialogos, Vol. 11, p. 44-51, 2009.

SILVA, Ivanda Maria Martins. Tecnologias e letramento digital: navegando rumo aos desafiosETD – Educ. Tem. Dig., v.13, n.1, p.27-43, jul./dez. 2011.

SILVA, Maria Aparecida Ramos da. Letramento digital como expansão das capacidadesI Conferência Nacional de Políticas Públicas contra a Pobreza e a Desigualdade, Natal, 22 de outubro de 2010.

SOARES, Magda. Novas práticas de leitura de escrita: letramento na ciberculturaEduc. Soc., vol. 23, n. 81, p. 143-160, dez. 2002.

SOUZA, Valeska Virgínia Soares. Letramento digital contextualizado: uma experiência de formAÇÃO continuada de professores. Dissertação de mestrado em Linguística. Uberlândia, UFU, 2007.

VELLOSO, Maria Jacy Maia. Letramento digital na escola: um estudo sobre a apropriação das interfaces da Web 2.0. Dissertação de mestrado em Educação, Belo Horizonte, PUC/MG, 2010.

XAVIER, Antonio Carlos. Letramento digital: impactos das tecnologias na aprendizagem da Geração YCalidoscópio, Vol. 9, n. 1, p. 3-14, jan/abr 2011.

XAVIER, Antonio C. Letramento digital e ensino. 2002.

Fonte:  http://midiaseducacao.blogspot.com.br/2012/04/bibliografia-on-line-letramento-digital.html

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Dia nacional do livro infantil!





O Dia Nacional do Livro Infantil é comemorado no dia 18 de abril, em homenagem ao criador de Narizinho, Pedrinho, Tia Nastácia, Dona Benta, Visconde de Sabugosa e tantos outros personagens que fizeram a alegria de crianças há muitas gerações, iniciando nos livros e migrando para os seriados televisivos, brinquedos, jogos, vídeos, o escritor  Monteiro Lobato.
Veja mais na Wikipedia.

6º Seminário O Professor e a Leitura do Jornal



Tendo como tema Redes Sociais e Interatividade, o 6º Seminário O Professor e a Leitura do Jornal irá ocorrer nos dias 12 e 13 de julho, na Unicamp, em Campinas.

texto de apresentação informa que o seminário tem como objetivos:
  1. promover o diálogo do jornal impresso com outras mídias no horizonte dos processos pedagógicos e culturais na sociedade contemporânea;
  2. incentivar o debate sobre a compreensão dos conteúdos e dos modos de produção, veiculação e recepção da mídia, que interagem com os diferentes espaços educativos;
  3. estimular a produção e o intercâmbio de resultados de pesquisas e experiências que tenham como foco aspectos relacionados com o tema do evento;
  4. organizar e programar oficinas que facilitem a utilização da mídia na educação levando a uma maior compreensão dos diferentes discursos e recursos utilizados por ela.
Conheça a programação e saiba como participar no site do evento.


Fonte: http://midiaseducacao.blogspot.com.br/2012/04/6-seminario-o-professor-e-leitura-do.html

terça-feira, 17 de abril de 2012

Paulo Freire: patrono da educação brasileira

Conforme noticiaram órgãos como o portal G1, uma lei publicada no "Diário Oficial da União" na última segunda-feira declarou o educador Paulo Freire patrono da educação brasileira. A lei é assinada pela presidente Dilma Roussefff.

Abaixo, você pode ver um programa Globo Ciência, em que a vida e a obra de Freire são abordadas. A partir da aba Vídeo do blog, você pode ver também o documentário Paulo Freire Contemporâneo.





Fonte: http://midiaseducacao.blogspot.com.br/2012/04/paulo-freire-patrono-da-educacao.html

BLOGS EDUCATIVOS BRASILEIROS


  • A Arte de Mediar a Aprendizagem
  • Amigo de Montagine
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  • Aprendo_Cri@ando
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  • Blogando nas Ondas do Rádio
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  • Ufa! Bloguei!
  • Utilizando as Mídias na Educação
  • Fonte:  http://midiaseducacao.blogspot.com.br/2012/04/blogs-educativos-brasileiros-e-de.html
  • A Maior Flor do Mundo - José Saramago

    Adoro o Youtube, acho este serviço muito poderoso em prol da educação e da sua utilização em sala de aula. Por isso já dediquei bastantes posts ao serviço ou a ferramentas que o permitam explorar de uma melhor forma. Considero esta plataforma uma fonte de recursos inesgotável!
    Há uns tempos atrás partilhei uma animação… soberba de uma história sobre os livros, hoje, partilho outra animação, adaptada de um livro escrito pelo nosso Nobel da Literatura, José Saramago!
    Apreciem e partilhem!





    Se quiserem ver o livro podem visualizá-lo aqui, embora em espanhol.

    sexta-feira, 13 de abril de 2012

    Idade Mídia: a comunicação reiventada na escola

    No próximo sábado o jornalista e educador Alexandre Le Voci Sayad irá lançar o livro Idade Mídia: a comunicação reiventada na escola.




    Fonte: http://midiaseducacao.blogspot.com.br/2012/04/idade-midia-comunicacao-reiventada-na.html

    quinta-feira, 12 de abril de 2012

    A indústria do livro está perdendo o trem da evolução digital

     
    Enquanto a música, a televisãoe o jornalismo já tentam lidar com um mundo de cultura digital ascendente e completamente integrada ao modo de vida moderno, a indústria do livro parece ter perdido o trem da evolução e insiste em ficar estagnada. Iniciativas como a iTunes Store e os novos modelos de negócio para o jornalismo demonstram o interesse e a necessidade das indústrias em se adaptarem aos novos hábitos e costumes. As livrarias, os editores e todos os outros agentes da cadeia do livro seguem adormecidos, e o que antes era uma oportunidade de negócio já se tornou um imperativo, condição de sobrevivência.
    Nos últimos anos, nos Estados Unidos, o número de livrarias independentes (pequenas, desvinculada das grandesredes) caiu de 10.000 para 2.000. Nos últimos três anos (2009, 2010 e 2011) caiu em 16% o número de empresas distribuidoras de livros em todo o mundo. Sem esforço, é evidente que a indústria livreira está passando por sérias dificuldades e se por um lado ainda não sabe quais os caminhos econômicos a serem seguidos, por outro muito pouco tem feito para descobrir.
    No livro El Paradigma Digitaly Sostenible del Libro, dos professores e agentes do mercado editorial Manuel Gil e Joaquín Rodríguez, fala-se de três crises que estariam violentando a indústria do livro: econômica, ambiental e cultural.
    1) Econômica
    Cresce o número de editoras que estão fechando suas portas. Os modelos de negócios mais tradicionais já não têm a mesma eficácia. O surgimento das megastores minou o negócio das pequenas livrarias e as que quiserem sobreviver terão de buscar um reposicionamento no mercado (cauda longa?). Também já começa a crescer a certeza de que a produção em massa de livros pelas editoras não é mais rentável para nenhum dos agentes da cadeia do livro. Os editores enfrentam a recusa das livrarias em adquirir grandes quantidades de livros, principalmente no caso das pequenas livrarias. As grandes livrarias ficam com centenas de livros encalhados e precisam baixar o preço para se livrar do estoque.
    Consequentemente, as distribuidoras diminuem o trânsito de livros e também perdem dinheiro. Ou seja, ninguém mais lucra e a indústria segue mergulhando em um abismo. Falarei sobre modelos de negócios possíveis em outro post, mas já adianto, por exemplo, a possibilidade da impressão sob demanda, no qual as editoras só imprimem quando solicitado e as livrarias só compram das editoras quando solicitado. Mais do que livros digitais ou e-books já é emergente a necessidade de uma cadeia do livro digitalizada.
    2) Ambiental
    Em Marketing 3.0, Kotler fala de como as pessoas passaram a exigir das empresas uma atitude mais pró-ativa em relação ao meio ambiente e a responsabilidade social. A indústria do livro é a quarta em níveis de contaminação ambiental. Produzem-se muitos e muitos livros impressos diariamente e grande parte disso fica encalhada em livrarias ou editoras. A indústria da reciclagem do livro é inexistente, apesar de possível. Produzir um livro impresso exige matéria-prima extraída (extração de madeira é renovável, mas não é prática comum entre as indústria do ramo, muito pouco preocupadas com questões ambientais), exige celulose, tinta e combustíveis fósseis. Produzir livro impresso é caro ao planeta. É também uma falácia falar que a produção de e-readers (Amazon, Fnac, Sony…) é pura, quase benéfica ao meio ambiente. Construir um Kindle exige metais pesado que também são agressivos. Embora, na projeção dos dois autores, os danos sejam significativamente menores.

    3) Cultural
     
    Talvez seja a mais grave das crises. Hoje, vive-se na filosofia nowista, exigem-se os produtos culturais de forma emergencial e instantânea. A impossibilidade de oferecer seus produtos de forma rápida e fácil é mortal para qualquer empresa. E aqui me permitam lembrar novamente das crises econômicas e ambientais: uma livraria que trabalhe exclusivamente com livros impressos não pode e não deve competir com uma que faça o mesmo com livros digitais. Além de não ser rentável, a produção em grande quantidade de todos os livros de uma livraria é completamente absurda do ponto de vista ambiental.
     
    Antes que me acusem de qualquer determinismo, afirmo minha crença em um modelo de coexistência entre suportes de fibra de celulose e digitais: modelos sustentáveis dos pontos de vista ambientais e econômicos. As gerações mais novas possuem uma (1) nova lógica discursiva e (2) não tem no papel a sua mediação natural.
     
    Explico-me:
     
    (1) a internet e a web 2.0 multiplicaram a quantidade de fontes de informações. Agora, os blogs, wikis e as redes sociais exercem papéis semelhantes aos antes feitos exclusivamente pelos grandes veículos de comunicação. O indivíduo também tem a possibilidade de fazer a sua voz ecoar com maior força. O indivíduo também produz conteúdo, muito deles o fazem e essas produções passam a coexistir com as obras das grandes editoras. Chama-se convergência cultural e foi postulado por Henry Jenkins.
     
    (2) As novas gerações nasceram em um mundo no qual a mediação já é feita em grande parte através das telas digitais. Ao contrário das antigas gerações que precisam se adaptar aos novos formatos, as mais novas pularam essa etapa e já nasceram em um ambiente imerso em bytes. Não há outra mediação. O que supostamente é antinatural e exige uma mudança de hábitos para os mais velhos, para os jovens é o normal, cotidiano e completamente natural. Por último, é importante dizer que hoje se demandam novas formas de interação e participação que os livros impressos não podem atender. É o caso dos livros enriquecidos que, já hoje, enchem os olhos das editoras que trabalham com o público infantil.

    quarta-feira, 11 de abril de 2012

    O (hiper)texto e suas implicações no ensino


    Texto 
    É bem verdade que a noção de texto tal como se apresenta hoje dentro das teorias do texto e do discurso é fruto  de muitas discussões que atravessaram diferentes momentos da história. Um breve olhar sobre o percurso da LT comprova eficazmente isso que afirmamos. Da gramática da palavra e da frase para os estudos textuais-discursivos percorremos longos caminhos. A princípio, na
    perspectiva da análise transfrástica, chegou-se até mesmo a pensar o texto como um amontoado de frases, cujas regras deveriam ser previamente seguidas para ser construído. Entretanto, posteriormente, constatou-se que a centralidade na forma não dava conta da amplitude do texto. É aí que se começa a dar ênfase à questão dos sentidos do texto, os quais, para serem construídos, dependem de uma série de fatores que ultrapassam o puro conhecimento da língua.
    Esquematicamente falando, o texto é uma unidade que se bifurca entre a língua e o mundo.
    É assim que pensa Marcuschi, quando afirma que: o texto é o resultado atual das operações que controlam e regulam as unidades morfológicas, as sentenças e os sentidos durante o emprego do
    sistema linguístico numa ocorrência comunicativa. (...) Um texto está submetido tanto a controles e estabilizadores internos como externos, de modo que uma LT razoável não deve  considerar a estrutura linguística como fator único para a produção, estabilidade e funcionamento do texto.
    Nem se pode tratar o texto simplesmente como uma unidade maior que a sentença, pois ele é uma entidade de outra ordem na medida em que é ocorrência na comunicação. (MARCUSCHI, 2009, p. 30) Como vimos, o que o autor denomina de internos e externos, nada mais é que aquilo que esquematizamos acima, respectivamente como língua e mundo. Em todo caso, o que há de se ressaltar é que o texto (oral e escrito) sempre será a unidade básica da comunicação humana. Como tal, não pode deixar de levar em consideração as questões inerentes ao mundo da vida, pois, como bem disse Silveira:
                 mesmo considerando-se que o uso da língua nas diversas formas de
                 interação humana se dá, em princípio, através de textos, há de se convir,
                 portanto, que não se podem descolar do texto os componentes discursivos,
                 a fim de que possa considerá-lo como uma unidade social e
                 contextualmente completa. (SILVEIRA, 2005, p. 33)
    Finalmente, convém afirmar que o texto é um “evento comunicativo no qual convergem ações linguísticas, cognitivas  e sociais.” (BEAUGRANDE, 1997, p. 10 apud KOCH, 2009). Ademais, não podemos esquecer que todo texto é tentacular na sua construção e recepção, por isso, nas palavras de Marcuschi, “uma das ideias centrais da Linguística de Texto hoje é a da não monolicitidade de sentido do texto, já que o texto é uma proposta de sentidos múltiplos e não do sentido único.” Eis porque a ideia do sentido único não passa de ficção.
     
    Hipertexto 
    A nosso ver, partir do conhecimento  do conceito de texto é fundamental para compreender o que é um hipertexto. Aliás, como veremos adiante, todo hipertexto não deixa de ser um texto. E até mesmo o texto impresso tem características hipertextuais. A novidade, portanto, vem com as mudanças tecnológicas, pois, para Koch (2009, p. 61) “a diferença com relação ao hipertexto
    eletrônico está apenas no suporte e na forma e rapidez do acessamento.” Consoante Marcuschi (idem, p. 1), o termo “hipertexto” foi cunhado por Theodor Holm Nelson em 1964, para referir uma escrita eletrônica não-sequencial e não-linear que se bifurca e permite ao leitor o acesso a um número praticamente ilimitado de outros textos a partir de escolhas locais e sucessivas, em tempo real. Com efeito, ao navegarmos na internet não é difícil encontrarmos nós e links que
    conectam um texto a outro, de modo que, se sairmos clicando aleatoriamente, podemos até nos perder como se estivéssemos num labirinto.
    Neste sentido, para Xavier (2004, p. 171), o hipertexto – um “protocolo da tecnocracia” – constitui-se como “uma  forma híbrida, dinâmica e flexível de linguagem que dialoga com outras interfaces semióticas, adiciona e acondiciona à sua superfície formas outras de textualidade.”  Tal hibridização é facilmente visível, pois as diversas semioses se fundem de tal maneira que nos deparamos com
    um mundo de palavras, imagens, sons, movimentos etc. que parece não ter fronteiras limítrofes entre si. Contudo,  o importante é perceber que todos esses elementos são fundamentais para a construção dos sentidos no hipertexto.

    Em suma, quando estamos diante do hipertexto eletrônico, temos realmente a impressão de que aquele território não tem fronteiras, pois podemos navegar livremente “para frente” e “para trás”, sem os limites previamente impostos pelo texto impresso. No dizer de Koch (2009, p. 63), “o hipertexto constitui um suporte linguístico-semiótico hoje intensamente utilizado para estabelecer interações virtuais desterritorializadas.”, embora seja relevante notar que tal desterritorialização não significa falta de coerência nem banalização do hipertexto. Os links, por exemplo, são “amarrações” que buscam construir sentidos.

    Hipertexto eletrônico versus (hiper)texto impresso 
    Marcuschi (ibidem) afirma que é comum ouvir-se hoje que o hipertexto representa uma novidade radical. Entretanto, diz ele que, a rigor, o hipertexto não é novo na sua concepção, pois sempre existiu como ideia na tradição ocidental; a novidade está, portanto, na tecnologia que permite uma nova forma de textualidade.
    Com efeito, se tomarmos por base alguns gêneros textuais impressos, bem como alguns suportes, veremos que a sua construção não difere radicalmente do hipertexto eletrônico. Uma reportagem, por exemplo, publicada num jornal impresso ou numa revista impressa de grande circulação também apresenta características de descentração, ou seja, permite ao leitor “quebrar” a estrutura
    linear da leitura, direcionando-se para os boxes, as fotos, as legendas, os mapas, os gráficos etc. que compõem todo o corpo da reportagem em foco.
    Além do mais, a própria reportagem “dialoga” com outros gêneros do próprio jornal ou da revista, como o editorial, as cartas dos leitores, os artigos de opinião, os comentários dos colunistas, as charges, as manchetes etc. Assim, não seria a reportagem jornalística impressa um gênero hipertextual, já que é intertextual, não-linear e intersemiótica por excelência? Uma coisa é certa: a compreensão da reportagem como um todo significativo, depende dos elementos a ela acoplados, os quais vão muito além do linguístico.
    Pois bem. Tal princípio também  se aplica a inúmeros outros gêneros/suportes textuais. É assim que podemos dizer da enciclopédia, do dicionário, do índice de livro, sem esquecer os gêneros do domínio acadêmico, recheados de citações, notas de rodapé, marcadores metaenunciativos etc. como os artigos científicos, as monografias, as dissertações de mestrado e as teses de
    doutorado. A própria LT hoje concebe o texto como uma proposta de múltiplos sentidos.
    Não é sem razão que em todos esses gêneros/suportes verificamos, com Koch (2009, p.63), que “a compreensão não se dá de maneira linear e sequencial, como se pensava antigamente, o que vem a constituir um argumento a mais para afirmar que todo texto é um hipertexto.”

    Ancorados em Marcuschi (2001) e Koch (2008; 2009), elencamos as principais características do hipertexto. Optamos por eles porque julgamos bastante didático o caráter de suas exposições. Além do mais, não diferem do que pensam os demais autores. Portanto, caracterizam o hipertexto o/a:
    • não-linearidade ou não-sequencialidade  (característica central): estrutura-se reticularmente, não pressupondo uma leitura sequenciada com começo, meio e fim;
    • volatilidade: que é devida à própria natureza do suporte;
    • topografia: trata-se de um espaço não-hierarquizado de escritura/leitura, de limites indefinidos;
    • fragmentariedade: não existe um centro regulador imanente;
    • acessibilidade ilimitada: acessa qualquer tipo de fonte, sejam elas dicionários, enciclopédias, museus, obras científicas, literárias, arquitetônicas etc.;
    • multissemiose: absorve diferentes aportes sígnicos e sensoriais (palavras, ícones, efeitos sonoros, diagramas, tabelas tridimensionais etc.);
    • interatividade: possibilita ao usuário interagir com a máquina e receber, em troca, a retroação da máquina;
    • descentração ou multicentramento: ligada à não-linearidade, à possibilidade de um deslocamento indefinido de tópicos;
    • intertextualidade: funde e sobrepõe inúmeros textos que se tornam simultaneamente acessíveis a um simples toque de  mouse.  No hipertexto, a intertextualidade atinge o seu grau máximo;
    • conectividade: determinada pela conexão múltipla entre blocos de significado;
    • virtualidade: constitui uma matriz de textos existentes enquanto potencialidade;
    • interdisciplinaridade: inter-relaciona as diversas áreas do conhecimento simultaneamente;
    • coautoria: o hiperleitor é, ao mesmo tempo, coautor, pois a versão final do texto é dada por ele, depois de percorrer os caminhos que julga necessários.

    É fácil verificar tais características. Basta ao sujeito estar inserido nas práticas de letramento digital e conectar-se a um computador com internet. Nesse oceano de textos  linkados já não assusta navegar. Da responsabilidade de fazer pesquisas no Google Acadêmico à liberdade de escrever um comentário em uma foto de um amigo no orkut, as características acima elencadas mesclam-se sem que ao menos as percebamos.

    Considerações Finais 
    Tomamos o texto como um todo significativo, cuja compreensão depende de fatores linguístico e extralinguísticos (inerentes ao discurso). Neste sentido, o hipertexto também é entendido como  um texto e muitos textos impressos apresentam características hipertextuais. No entanto, apresenta certas particularidades em virtude da tecnologia que lhe serve de suporte.
    Assim sendo, o hipertexto eletrônico tem como principais características a não-linearidade, a volatilidade, a virtualidade, a multissemiose e a topografia. A rigor, essa ideia de hipertexto não é tão nova o quanto parece; a novidade está na tecnologia, pois a enciclopédia, os dicionários, os índices, as reportagens são exemplos claros de hipertextos em sua forma impressa.
    A bem da verdade, podemos dizer que à medida que a tecnologia evolui, a língua também passa por mudanças. Como dissemos, por exemplo, diante de gêneros hipertextuais como uma “conversa” no MSN, as fronteiras entre oralidadeescrita nunca foram tão tênues. É assim  que viemos das tábuas de argila, do manuscrito, da escrita topográfica e estamos em plena era digital.
    Atrelado a esse conceito de hipertexto, entendemos a hipertextualidade como um conjunto maior, cujos elementos são os hipertextos. A ela também podemos chamar de “enunciação digital”, visto que as formas de textualidade no hipertexto têm suas singularidades.
    Muito séria é a questão do hipertexto no ensino. Os documentos oficiais pouco dizem sobre isso. As pesquisas nas universidades a cada dia crescem e se multiplicam, mas os desafios na prática escolar ainda são imensos. Todavia, muito além dos muros da escola as práticas de leitura/escritura na internet são uma realidade que se impõe. As contribuições  são muitas, os desafios também. Resta-
    nos tentar inserir essas novas mídias no  ensino, partindo dos recursos dos quais dispomos.

    Para saber mais ler: http://www.ufpe.br/nehte/simposio/anais/Anais-Hipertexto-2010/Valfrido-da-Silva.pdf