quarta-feira, 30 de julho de 2014

Cinema e suas diferentes formas de ensinar

Crítico de cinema e pesquisador, Sérgio Rizzo fala sobre o uso do audiovisual com gamificação e aprendizado baseado em projeto
“Como eu devo muito do que eu sou ao fato de ter me tornado, no começo da adolescência, um leitor e um espectador voraz, preciso acreditar que isso pode ser importante para todo mundo, não só para mim”. A frase é do jornalista, pesquisador e crítico de cinema Sérgio Rizzo que, em 2011, concluiu sua tese de doutorado em que defendia a criação de uma especialização para que professores do ensino fundamental pudessem trabalhar o audiovisual nas escolas. Para ele, esse tipo de formação é fundamental já que o uso do cinema em sala de aula muitas vezes é ingênuo, principalmente quando o assunto é história. O professor não deve tomar para si a tarefa de fazer interpretações sobre o filme, diz Rizzo, mas sim saber conduzir a discussão e permitir que todos os alunos estejam à vontade para fazer suas próprias leituras. Ele deve agir como um mediador, levando em consideração a forma como os próprios alunos enxergam a realidade ao redor.
“Tem muito professor de história sem essa sutileza. Ele gosta de um filme porque é correto, porque na pré-história era assim. Mas não dá para saber se era porque nem eu e nem ele estávamos lá. O professor precisa ser inteligente para não cair nessa lógica e estreitar as possibilidades que o uso do audiovisual proporciona”, diz.
crédito Kovalenko Inna /Fotolia.com
Possibilidades estas que vão além da criação de um Cine-Clube – espaço dedicado para a exibição e discussão de um filme. O cinema pode ser usado em união com diversas tendências do aprendizado, como a gamificaçãoGlossário compartilhado de termos de inovação em educação e o aprendizado baseado em projetoGlossário compartilhado de termos de inovação em educação. De acordo com Rizzo, pode-se gamificar a produção de um vídeo, por meio da criação uma competição em que os alunos devem buscar, num prazo determinado, personagens do seu bairro para contar uma história. Ou ainda, pensar projetos transversais no currículo que vão misturando turmas de várias idades e disciplinas para a conclusão de um mesmo documentário.
O pesquisador afirma que com essas atividades os alunos desenvolvem habilidades como o trabalho em grupo, a criatividade e até o empreendedorismo, competências essas citadas entre as fundamentais para o século 21. “Essas habilidades vão ser relevantes para qualquer coisa que esse estudante vá fazer na vida”, diz Rizzo, que vê no cinema uma maneira de driblar um mal da modernidade: a falta de concentração. “Nesse tempo de internet, rede social, smartphone, ninguém mais consegue se concentrar em nada e todo mundo precisa de concentração: o engenheiro, o advogado, o jornalista, a moça que tira o café, o cozinheiro. O cinema pode ajudar”, afirma. Confira abaixo essas e outras ideias do especialista.
Por que o cinema?
Como eu devo muito do que eu sou ao fato de ter me tornado, num momento crucial da minha vida, começo da adolescência, um leitor e um espectador voraz, preciso acreditar que o cinema pode ser importante para todo mundo, não só para mim. As pessoas deveriam ter, ao menos, a oportunidade de experimentar. Ainda que não mude sua vida, que você não goste, mas aos menos tenha tido a oportunidade de conhecer.
Que habilidades você acha que os alunos podem desenvolver por meio do audiovisual?O audiovisual traz informações sobre o mundo. Eu, você e todos nós sabemos coisas sobre o mundo não por experiência direta, mas porque as conseguimos por meio da televisão, do cinema. Quando você começa a possibilitar que os repertórios se organizem minimamente, você também está possibilitando que o volume de informações seja organizado. Boa parte do conhecimento que tenho de geografia, por exemplo, consegui por causa do futebol, por saber onde ficam as cidades de tais times. Estamos falando portanto de apresentações do mundo, de temas contemporâneos, que são conhecimentos mensuráveis. Para uma criança ou jovem que hoje está na escola, o cinema apresenta grandes temas do mundo em que ele vai viver.
E se falamos de realização, ai temos ainda um componente fortíssimo que é o do trabalho colaborativo e, se você preferir, do empreendedorismo. Essas habilidades vão ser relevantes para qualquer coisa que o estudante vá fazer na vida. Ele vai, por exemplo, aprender a trabalhar em grupo, aprender a conhecer os limites e desafios do desempenho de uma atividade. Além disso, o audiovisual, pela necessidade de alcançar um resultado diferente do da feira de ciências, do seminário, é mais envolvente. Portanto, o aprendizado do trabalho em equipe é mais intenso por conta da própria natureza do cinema.
A produção também envolve aspectos culturais, da cidade, do bairro, da comunidade. Imagine, por exemplo, você sugerir a pauta na sala de aula: vamos achar 20 artistas do bairro e fazer um documentário para a próxima semana. Vai ajudar no vestibular? Vai. Mas estamos falando aqui de um outro ganho, de um outro tipo de benefício, que é pra vida.
Você acreditar que alguém em pleno século 21 possa ser um analfabeto em termos audiovisuais, ou seja, não consiga se expressar em termos audiovisuais? Me parece inconcebível.
Como professor pode desenvolver o audiovisual na escola?Temos, por exemplo, a ideia de gamificação, de reunir uma equipe de jovens, numa sexta-feira, e dar a missão para que façam um vídeo sobre um assunto X até o domingo, quando todos os filmes serão exibidos juntos. Essa atividade pode ser independente de outras, mas pode também estar conectada com vários eventos do calendário escolar, com projetos inter e multidisciplinares, com uma ou várias turmas.
Podemos também pensar na criação de um Cine-Clube, que é um negócio simplérrimo. No site do Ministério da Cultura, temos apostilas que são mais do que suficientes para orientar um professor que esteja disposto a arregaçar as mangas e montar um projeto. Nele, o educador deve exibir e discutir os filmes. Precisamos, necessariamente, das duas coisas para caracterizar um Cine-Clube, não é só passar o filme e ir embora.
Há também a atividade de sair da escola e ir até uma sala de cinema, sentar e assistir um filme, no escuro, com outras pessoas, por uma hora e meia. Uma atividade como essa vai ser importante porque, nesse tempo de internet, rede social, smartphone, ninguém mais consegue se concentrar em nada e todo mundo precisa de concentração: o engenheiro, o advogado, o jornalista, a moça que tira o café, o cozinheiro.
Sem querer, pensando no Cine-Clube e na gamificação, nós tratamos de braços bem distintos do audiovisual. Primeiro porque o cine-clube envolve recepção crítica e segundo porque quando colocamos os pés na ideia da produção, já estamos no plano da realização, que é o domínio da linguagem audiovisual como um tipo de expressão do nosso tempo. Você acreditar que alguém em pleno século 21 possa ser um analfabeto em termos audiovisuais, ou seja, não consiga se expressar em termos audiovisuais? Me parece inconcebível.
Mas por onde começar?
Quer fazer alguma coisa no campo da reflexão ou da realização? Essa é uma primeira pergunta, porque eu diria que talvez para um grupo de professores sem muita infraestrutura, sem ninguém com um pouco mais de qualificação, a reflexão seja melhor que a realização porque o projeto de realização pode naufragar e esse naufrágio pode criar um trauma que impeça que essa escola faça outra coisa.
E como a reflexão impulsiona a prática?
Mesmo quando você está fazendo uma atividade puramente reflexiva como a do Cine-Clube, colocando minhoca na cabeça de todo mundo, acredito que deixamos um aprendizado. Quando esse aluno empunhar o celular para fazer o vídeo da festa de aniversário, ele vai, pelo menos, pensar que precisa se preocupar com algumas coisas para deixar aquela história mais bonita, como o enquadramento, a edição, saber que pode colocar no computador e misturar com outras cenas, outras músicas.
E na sala de aula, como o professor pode usar a linguagem audiovisual para trabalhar o conteúdo?
Um bom exemplo de alguém que usa a criatividade para ensinar com audiovisual é o professor Wilson Falcão, que trabalha em uma escola da rede pública do ensino médio do Recife e tem um canal do YouTube que se chama Super Professor Wilson. Ele faz tudo de maneira colaborativa, com alunos de turmas diferentes, para discutir, por exemplo, a morte do presidente Kennedy.
Mas se o assunto for história, como é o caso do professor Wilson, acho que tem um cuidado a tomar – e professores de história que conheço pensam a mesma coisa. O uso do filme histórico dentro de sala de aula não pode ser ingênuo, precisa ser inteligente. Digo porque muita gente me conta que tem professor de história que diz: “Olhem esse filme, imaginem que as coisas eram assim nessa época”. Espera aí, o filme de cinema é uma leitura de eventos e personagens, é isso que você precisa trabalhar, não é você olhar para o Maria Antonieta (2006), da Sofia Coppola, e criticar porque ela está usando um tênis All Star e não existia All Star no século 18. Não, claro que não, então o que o sapato está fazendo lá? Que tal pensar sobre ele em vez de pensar que ele está errado? Será que a diretora quis fazer algum tipo de leitura? Porque todo mundo faz leitura, assim como o historiador, como todos nós.
Então, tem muito professor de história sem a sutileza pra captar esse negócio, que vai gostar de um filme tal porque diz que é correto, porque a pré-história era exatamente assim. Não dá para saber se era porque nem eu, nem ele estávamos lá. O professor precisa ser inteligente para não cair nessas ingenuidades senão, ele vai estreitar, em vez de ampliar, as possibilidades que o uso do audiovisual proporciona.
O que poderia acontecer é a criação de um ambiente virtual de aprendizagem, em que seria montado um curso de EAD para ser feito por qualquer interessado, no seu ritmo, como e quando pudesse
Como o professor pode buscar formação para aplicar o audiovisual?
O que poderia acontecer é a criação de um ambiente virtual de aprendizagem, em que seria montado um curso de EAD para ser feito por qualquer interessado, no seu ritmo, como e quando pudesse. Tem muito material disponível na internet, então, esse espaço seria também um meio de organizar informações que estão muito dispersas.
O autodidatismo, nesta área, também funciona. O professor interessado no assunto pode buscar uma bibliografia básica, cuidar por algum tempo da formação de seu repertório e se impor algumas atividades de reflexão – como escrever um pouco sobre os filmes que assistiu, programar um debate na escola, acreditando na importância de ativar esses conhecimentos que ele adquiriu de forma autodidata para outros professores, alunos ou a comunidade escolar de maneira geral.
 Se ele fizer isso, acho que já temos meio caminho andado e não seria muito diferente do que fez a maioria dos professores que está atuando na área de maneira notável. Eles são autodidatas, a maioria deles não passou por nenhuma formação, eles arregaçaram as mangas e disseram: vamos lá!
Fonte: http://porvir.org/porpensar/cinema-suas-diferentes-formas-de-ensinar/20131226

6 filmes nacionais para trabalhar na sala de aula

Há cerca de um mês, a exibição mensal de filmes nacionais passou a ser obrigatória para as escolas da educação básica de todo o país. A determinação faz parte de uma nova regra que foi incluída na LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional). Para ajudar os professores, o Porvir separou uma lista com algumas obras do cinema nacional que podem ser utilizadas na sala de aula.
As indicações foram apresentadas por Cláudia Mogadouro, pesquisadora do Núcleo de Comunicação e Educação da USP. Todos os filmes inseridos na lista têm materiais de apoio e planos de aula que foram publicados pela pesquisadora no site Net Educação.
philipimage / Fotolia.com6 filmes nacionais para trabalhar na sala de aula
 
Confira os filmes indicados:
O filme da conta a história da personagem Tainá, uma indiazinha que vive na Amazônia e parte para uma aventura em busca da mágica flecha azul, enviada por Tupã. O desafio faz parte de uma competição entre os garotos da aldeia para definir quem será o novo guerreiro da tribo. Mesmo sendo impedida de participar por ser menina, ela conta com a ajuda do avô e parte em busca da flecha.
A história pode ser um ótimo gancho para os estudantes conhecerem mais sobre a região da Amazônia, aprenderem sobre a cultura indígena e refletirem sobre a diversidade cultural do país. Além disso, o filme também abre a possiblidade de trabalhar conteúdos de educação ambiental, contemplando discussões sobre o consumo consciente.
Classificação: livre
Público alvo: ensino fundamental
Duração: 80 minutos
O caminhoneiro João decide cruzar o Brasil para fugir de traumas do passado. Durante sua viagem, ele conhece Duda, um garoto órfão de mãe que decidiu procurar o pai. Enquanto os dois viajam, a amizade entre eles cria força. Apesar do drama, Duda é um menino cheio de vida que ajuda João a superar o seu passado.
O filme pode ser utilizado pelos professores para discutir sobre diferentes processos de urbanização no país e as novas configurações da família brasileira. As músicas do cantor Roberto Carlos também são outros elementos que estão presentes durante toda a obra. As cenas podem ajudar a refletir sobre a  música popular brasileira e as suas influências no cotidiano.
Classificação: 14 anos
Público alvo: ensino médio
Duração: 90 minutos
Com um roteiro alegórico, o filme conta a história de Antônio, um rapaz que mora em uma cidade chamada Nordestina, tão pequena que nem consta no mapa. Aos poucos, os habitantes do local começam a deixar a cidade para partir em busca do mundo. Quando a jovem Karina, por quem ele é apaixonado, decide ir embora, Antônio resolve construir uma máquina do tempo para ir até o futuro e trazer o mundo até ela.
Entre as cenas, os alunos podem ter contato com diversas manifestações da cultura popular nordestina. A história ajuda a refletir sobre o conceito do tempo e a construção do futuro. Outra possibilidade de trabalho é discutir com os estudantes as perspectivas de trabalho para brasileiros que moram longe dos grandes centro urbanos.
Classificação: livre
Público alvo: ensino médio
Duração: 90 minutos
O documentário apresenta pessoas com diferentes graus de deficiência visual e trata a relação que elas têm com a visão e o olhar. Diversas celebridades como o prêmio Nobel José Saramago e o músico Hermeto Paschoal fazem revelações sobre o significado de não ver em um mundo com o excesso de informações audiovisuais.
A obra pode ser utilizada pelo professor para trabalhar temas como deficiência, visão e o excesso de informações audiovisuais. O documentário também pode traçar um paralelo com a mito da caverna de Platão.
Classificação: livre
Público alvo: ensino médio
Duração: 73 minutos
A animação conta a história de amor de um herói imortal e Janaína. Passando por épocas históricas do Brasil, como a exploração portuguesa, a escravidão e a ditadura militar, o filme vai apresentando a trajetória do casal que sobrevive por todas essas fases. Além disso, a obra também apresenta uma projeção de futuro do país em 2096.
Entre os assuntos que podem ser trabalhados com os estudantes, estão a colonização portuguesa e a história do Brasil sob o ponto de vista dos dominados. Além disso, também é possível projetar problemas e soluções para o futuro.
Classificação: 12 anos
Público alvo: ensino médio
Duração: 74 minutos
Adaptação da obra de Jorge Amado, o filme conta a história dos adolescentes que vivem pelas ruas de Salvador, sem que ninguém possa cuidar deles. Liderados por Pedro Bala, os jovens formam um grupo chamado Capitães da Areia e vivem os sonhos e pesadelos de adolescentes.
O filme pode ser utilizado para trabalhar a disciplina de literatura, fazendo um paralelo com o livro. Outra possibilidade é criar reflexões sobre a adolescência e os amores da juventude.
Classificação: 16 anos
Público alvo: ensino médio
Duração: 96 minutos

Docência universitária precisa se aproximar da ciência

Em artigo, pesquisadores da USP alertam para necessidade de formação pedagógica para atuação no ensino superior
Selo engenharia
Os professores de ensino superior em geral não tem nenhuma formação durante sua graduação ou mesmo na pós-graduação voltada para uma possível carreira acadêmica. Para ingressar em universidades, também não se exige na maioria dos concursos nenhuma comprovação de formação para exercer a atividade de ensino. Essas ausências têm impacto direto na formação dos futuros engenheiros e faz com que cerca de 25% deles sejam mal formados, segundo o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas).
Na sociedade do conhecimento e das redes sociais, o docente tem um papel diferenciado e necessita ser preparado para cumprir com excelência essa missão. Infelizmente, os conhecimentos pedagógicos se constituíram distantes do espaço universitário e só tardiamente alcançaram alguma legitimação científica, posto que o foco da pedagogia sempre foram as crianças, o que criou uma imagem distorcida da amplitude e complexidade da pedagogia. A docência é uma atividade complexa que exige uma preparação cuidadosa e múltiplos saberes que precisam ser apropriados e compreendidos. Outro ponto relevante é que os assuntos relacionados à pedagogia estão atrás de barreiras cognitivas, como as metodologias, os termos, entre outros, especialmente para os profissionais das áreas exatas.
E. Darqué / FotoliaDocência universitária precisa se aproximar da ciência
Os elementos constitutivos da atuação docente de um professor, como planejamento, organização da aula, metodologias e estratégias didáticas, os processos de avaliação, os objetivos educacionais, a relação aluno-professor, entre outros, não são conhecidos cientificamente pelos professores e futuros professores. Mas, da mesma maneira que não basta apenas saber o que se vai ensinar, o professor também não pode apenas ter conhecimentos pedagógicos em detrimento dos conhecimentos técnicos que serão ensinados, sendo que nos processos de formação de professores é preciso considerar a importância dos saberes das áreas de conhecimento, dos saberes pedagógicos, dos saberes didáticos e dos saberes da experiência do professor.
Dada a complexidade da docência universitária, a formação inicial dos professores, muitas vezes, mesmo que agregada à experiência profissional, não basta. O professor iniciante perceberá algumas carências formativas, assim como professores mais experientes.
De acordo com as Diretrizes do MEC de 2002 para as escolas de engenharia, os projetos pedagógicos dos cursos de engenharia devem trabalhar com o desenvolvimento de competências e habilidades, mas, muitos docentes não têm os conhecimentos pedagógicos necessários para implementarem tais mudanças curriculares, o que ratifica a necessidade de formação complementar para professores do ensino superior.
‘A docência é uma atividade complexa que exige uma preparação cuidadosa e múltiplos saberes que precisam ser apropriados e compreendidos’
Outro fator que ilustra a necessidade de formação para os professores é a inserção de novas tecnologias nas aulas e nas vidas os estudantes e professores. Os professores precisam de formação pedagógica para saberem lidar com as novas tecnologias para que elas realmente sejam utilizadas como ferramentas que promovam a aprendizagem.
Em relação às políticas públicas e institucionais, essenciais à existência de programas de formação de professores, no texto da Declaração de Bolonha está especificado, entre outras coisas, a adoção de um sistema de graus de acessível leitura e comparação, o estabelecimento de um sistema de créditos, a promoção da mobilidade, da cooperação europeia na avaliação da qualidade e das necessárias dimensões europeias de ensino superior. Foram propostas ações que chegaram às salas de aula, que impactaram a docência e a formação dos professores universitários europeus. A Declaração de Bolonha foi um fator indutor de mudanças na Europa, e é justamente um fator indutor de mudanças que aparentemente falta no Brasil. Algo que impulsione a criação de políticas públicas e institucionais que promovam a formação pedagógica de professores universitários.
Segundo a Lei de Diretrizes e Bases (LDB) nº 9.394/1996, a pós-graduaçãostricto sensu seria a responsável pela formação dos futuros professores universitários. Porém, não é o que se observa. A pós-graduação cumpre muito bem seu papel quando se trata de pesquisa acadêmica, mas não quando se trata da formação pedagógica dos futuros professores. Obviamente, não se espera que todos os professores universitários se tornem especialistas em docência, mas todos necessitam de conhecimento profissional sobre a docência.
Na USP, a PRPG (Pró-reitoria de Pós-graduação) criou em maio de 2005 o Programa de PAE (Aperfeiçoamento de Ensino) para implementar em cada programa de pós-graduação formas de atender a demanda da Capes, que obriga as IES a oferecerem atividades de formação, nos programas de pós-graduação de docência, através de disciplinas, palestras e estágios/monitorias em disciplinas de graduação para os bolsistas da Capes.  Mas para avançar mais nessa questão, um bom caminho pode ser a proposta feita pela Associação Brasileira de Educação em Engenharia (Abenge) para a Capes de criação de um Programa Nacional de Mestrado Profissional em Ensino de Engenharia e de Tecnologia (ProfEng), no formato semipresencial, em uma Rede Nacional com capacidade de envolver várias escolas de engenharia.
Sobre os autores: 
Luciana Guidon Coelho
 é doutoranda em engenharia elétrica na Escola Politécnica da USP, bolsista CNPq e tem interesse no tema ensino e educação em engenharia, especialmente formação de professores.
Prof. Dr. José Aquiles Baesso Grimoni é professor livre-docente da USP, tem experiência na área de engenharia elétrica, com ênfase em geração, transmissão e distribuição da energia elétrica, atuando principalmente nos seguintes temas: energia, proteção, transformadores, ensino e educação.
Fonte: http://porvir.org/porpensar/docencia-universitaria-precisa-se-aproximar-da-ciencia/20140725

segunda-feira, 21 de julho de 2014

SÓ AS DÚVIDAS SÃO CERTAS - Carpinejar


A mulher discute para se explicar, discute para se organizar.

Abre suas vacilações e temores para dividi-los. Não procura obter ajuda de ninguém, conselho de ninguém, apoio de ninguém.

Está pensando alto, repartindo suas inquietações.

Às vezes a briga é só uma sessão de gritos, de agudos, de lamentos.

Mas o homem não tem paciência. Sua vaidade é maior do que sua paciência.

Diante da mínima conversa séria, já leva para o lado pessoal, já se sente acusado, já se põe ameaçado e cobrado. Nem escuta até o fim e se defende.

Identifica-se como culpado de algo que ainda não sabe o que é e não pagará para ver. Seu anseio imediato é revidar e se proteger. Se não vira as costas de verdade, vira as costas dos ouvidos.

Carente, o homem se posiciona como o centro do mundo, sempre no papel de protagonista. Sofre de antropocentrismo amoroso. Jura que tudo o envolve e que a mulher não tem outros anseios, outras preocupações, outras necessidades que não ele.

Se ela está insatisfeita, entende que é problema dele. Se ela está deprimida, entende que é problema dele. Se ela está chateada, entende que é problema dele.

Jamais raciocina que ela pode estar falando apenas de seus problemas e que não é uma indireta, direta, cilada, armação, ironia, sarcasmo.

Esta é a grande diferença: a mulher pretende ser ouvida (e se ouvir acompanhada), descarregar a tensão, espantar as aflições, e o homem se vê atingido pelo desabafo e se coloca como o provedor de todas as dificuldades do mundo.

Durante a discussão de relacionamento, a mulher senta no divã enquanto o homem se acomoda no tribunal.

O homem quer resolver logo a questão, a mulher quer problematizar para definir a melhor escolha.

O homem acha que está perdendo tempo com divagações; a mulher acredita que ganha tempo analisando diferentes perspectivas.

Como se percebe atacado, o homem não acolhe a catarse com a alegria da cumplicidade, não recebe a confissão com o entusiasmo da confiança. É um péssimo espelho: atalha, conclui antes da hora, resume. Irrita a mulher com sua pressa e sua ânsia de sair logo daquela cena.

Tem resistência em exercitar hipóteses, possibilidades remotas, vidas imaginárias.

Qualquer dúvida que vem de sua mulher é sinal de infelicidade. Qualquer crise que vem de sua mulher é sinal de fraqueza e covardia.

Ele somente se acalma com certezas. Porém, as certezas não existem. Nunca existiram.

Fonte: http://carpinejar.blogspot.com.br/2014/07/so-as-duvidas-sao-certas.html

domingo, 20 de julho de 2014

SUGESTÕES DE LEITURA

1) DISCURSO DA ÉTICA E A ÉTICA DO DISCURSO, DE VALDEMIR MIOTELLO

Por  Ruth Schmitz de Castro
Em 2009, a Escola da Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais promoveu um ciclo de palestras sobre Ética Aplicada. A ideia de realizar esse evento nasceu de uma reflexão coletiva sobre a importância de pensarmos a ética a partir das noções de sujeito, liberdade e alteridade, de reafirmarmos a sua condição de pedra basilar nas relações entre Estado e cidadão e de discutirmos a sua dupla condição de constitutiva do e constituída pelo discurso. Ao empreendermos um debate sobre liberdade, justiça, honestidade e solidariedade, virtudes e valores, entre outros, já culturalmente introjetados, quisemos nos distanciar do discurso que reduz a ética a prescrições de condutas, e possibilitar reflexões que devolvessem ao termo ética sua potencialidade filosófica, sem abordá-lo apenas como adjetivo, atributo ou qualificativo. A tentativa de calar na palavra ética sentidos atribuídos sem cuidado, de ultrapassar o seu uso banalizado trazia a intenção de acionar essa palavra que se desgasta, porque vem perdendo sua condição substantiva, e evocá-la num sentido mais pleno, teórico e prático, técnico e político, racional e apaixonado, filosófico, enfim. Dessa forma, objetivávamos o desdobramento da reflexão em outras questões, tais como: de que maneira definimos nosso destino, como escolhemos nossos caminhos, que critérios elegemos para orientar nossa vida presente e de que forma essa vida esculpe nosso futuro como humanidade. Sabemos que a reflexão sobre a ética não torna ninguém ético, da mesma forma que “a reflexão sobre as virtudes não torna ninguém virtuoso”, mas essa reflexão pode desenvolver a humildade “tanto intelectual, diante da riqueza da matéria e da tradição, quanto propriamente moral, diante da evidência de que essas virtudes nos fazem falta, quase todas, quase sempre, e de que, entretanto, não poderíamos nos resignar à sua ausência nem nos isentar de sua fraqueza, que é a nossa”, como bem nos lembra Comte-Sponville . O diálogo orquestrado pelo professor Valdemir Miotello que ocorreu no dia 06 de outubro de 2009, sob o título “Discurso da Ética e Ética do Discurso”, propiciou ao grupo presente o cultivo da humildade principalmente por trazer à baila a lembrança de nossa condição de seres em permanente construção. Propiciou também, como desejávamos, o deslindamento da opacidade dos sentidos no discurso e pelo discurso. O diálogo filosófico, como o texto que apresentamos evidencia, se mostra como um exercício do pensar coletivo, tão necessário no enfrentamento de problemas, porque propicia explicitações de escolhas, manifestações da singularidade irrepetível da tomada de posição, de que nos fala Bakhtin, no caminho também único e irrepetível percorrido por Miotello em sua palestra. Se a unicidade do ato de nos posicionar não traz respostas definitivas para nossas grandes questões, ela nos ajuda a formulá-las com mais cuidado e a enfrentá-las com mais paciência. Em vez de buscar a resposta para “o que somos?” passamos a desdobrá-la em outra: “o que podemos vir a ser?” ou “o que podemos nos tornar?” e, dessa forma, conquistar a consciência de que sair da perspectiva do passado, transformar o presente e ser dono do futuro exige a ação, o ato responsivo e responsável. O ato ético só se instaura quando o Outro entra em cena. Essa é uma das reflexões bakhtinianas com que o diálogo com Miotello nos brinda: o que confere sentido e pode parar a crise contemporânea é o agir responsável do não álibi no ser. Não temos álibi, não temos desculpas para não agir nem para não declarar nossas escolhas. E agir é sempre um inter-agir com o Outro, e é o Outro, do seu lugar também singular, que nos faz surgir, que nos confere significado. A ação ética está, pois, sempre sob o nosso poder, sob a nossa deliberação. É fruto e medida da nossa capacidade de extrair das possibilidades as escolhas que poderão viabilizar (ou não) as nossas mais caras utopias. É da liberdade e da responsabilidade construídas com a mesma matéria de que são feitos o tempo e a história, a nossa história, que podemos retirar a ação ética que ultrapassa a esfera do interesse, da competitividade, do esquecimento ou do apagamento do Outro e que deseja ardentemente, a “gratuidade de um absoluto do bem e da justiça” . É na exposição passiva, vulnerável e cheia de riscos que algo nos acontece e esse algo nos toca e nos transforma. Como no exercício das escolhas audaciosas, o perigo nos espreita, mas só esse exercício é capaz de definir e demarcar nossa relação com o mundo. E a possibilidade de religar cultura e vida reside na singularidade do ato, do qual não podemos nos eximir. É nesse conflito interminável que nos constituímos éticos, ainda que sempre marcados pelos limites que nos impõem o tempo e o território que habitamos. Importante ressaltar que, apesar das inúmeras razões que temos para reverenciar a palavra escrita, a presente publicação é uma tentativa de registro e resgate de momentos únicos de palavras trocadas ao vivo, sob olhares emocionados ou contrariados, entre risos de júbilo pelo acolhimento ou nervosos pela breve inquietação gerada por prováveis divergências. Nesses tempos em que a ciência, a técnica e a facilidade de acesso à informação paradoxalmente nos confundem com a ilusão de ser possível ter uma resposta rápida e segura para as perguntas que paralisam nossas ações e opções, a prática discursiva, a tertúlia ou simplesmente a conversa parecem ter o condão de devolver as escolhas à esfera do pensar em conjunto, do trocar ideias, do argumentar em busca de razões que as justifiquem (nossas ações e opções) ou que as façam nos parecer as mais justas. O estar junto, o ouvir alguém que nos dirige a palavra, faz da palestra, da conferência, da aula, “lugares vazios dispostos a se irem enchendo, sucessivamente, lugares da voz, onde se vai aprender de ouvido, o que resulta ser mais imediato que o aprender pela escrita, a qual inevitavelmente há que se restituir sotaque e voz para que assim sintamos que nos está dirigida” . Talvez aí resida o porquê da palavra dita, proferida em voz alta, dada sempre em seu percurso de construção, ser inapreensível, porque na escuta, como ensina ainda a filósofa Maria Zambrano, não temos que ir nos encontrar com a palavra; ela apenas vem, nos é destinada e por nós é sentida. E “pensar é, antes de tudo – como raiz, como ato –, decifrar o que se sente” . O diálogo com o Professor Valdemir Miotello que transcrevemos a seguir foi acomodado a um novo formato e, é claro, preserva as marcas de oralidade e carrega suas limitações, pois é impossível reproduzir o tom, a emoção, a palavra que flui entre intervalos ora estendidos, ora comprimidos e que por isso se desdobra no tempo e na memória. Contudo, não perde sua capacidade de reforçar a ideia de que é no debate livre e democrático, no enfrentamento dos conflitos e no reconhecimento do Outro que se dá a formação do ser humano livre e justo, pois o que nos prepara para o agir ético e responsável é somente o risco de exercê-lo radical e diuturnamente. Além disso, possibilita resgatar, tácita ou explicitamente, as ideias de ética como um construto da liberdade e de humanidade como o que nos confere a possibilidade de sermos livres. Essa humanidade que nos iguala na condição de seres livres, também nos distingue de outros animais e evidencia nossa perfectibilidade: não nascemos prontos. A vida que escolhemos viver e a ação que assumimos pôr em curso é que vão nos permitir avaliar se estamos ou não nos aprimorando. Ser perfectível, aperfeiçoar-se é potência do ser humano. Verter essa potência em ato é conquista e risco do exercício da nossa liberdade.

2) TEXTO, DISCURSO, GÊNERO: ALGUNS ELEMENTOS TEÓRICOS E PRÁTICOS, DE ADAIL SOBRAL:


Aos que se interessarem por uma leitura enriquecedora e que ampliará as margens do estudo da linguagem, compartilhamos aqui o artigo, clique aqui.

Fontes: http://netlli.wordpress.com/2014/07/19/sugestao-de-leitura/
            http://netlli.wordpress.com/2012/01/11/dica-de-leitura-discurso-da-etica-e-a-etica-do-discurso-de-valdemir-miotello/

quarta-feira, 16 de julho de 2014

Como prender a atenção dos seus alunos?

Dos professores que você teve durante sua vida, de quantos você se lembra? É certo que apenas uma pequena fração deles se destaca em toda a sua carreira acadêmica. Vale ressaltar que os que têm êxito são aqueles que conseguem prender a atenção da turma, instigar a curiosidade dos alunos e deixar lições das quais todos se lembram – mesmo muitos anos depois. Um desses professores é o americano Doug Lemov, que compartilhou dicas preciosas para prender a atenção dos alunos em seu livro, Teach Like a Champion, o que também serviu de referência para nosso artigo. Confira:

1. Tenha grandes expectativas a respeito dos seus alunos

A primeira regra para se tornar um professor diferenciado é ter altas expectativas e esperar muito dos seus alunos. Dessa forma, você terá como meta que todos os seus alunos participem da aula, mesmo os que parecem mais fracos ou desinteressados. Lembre-se que tanto o tédio quanto a empolgação são contagiantes na mesma medida, portanto, nenhum aluno pode ficar de fora. Dito isto, vamos conferir algumas técnicas para fazer a sala de aula pegar fogo.

2. Demonstre empolgação e paixão

O professor é como um apresentador de televisão ou um ator que sobe no palco. Por isso se você não demonstrar que acredita no próprio material, ninguém vai fazê-lo. Portanto, demonstre empolgação pelo que ensina, paixão pela matéria e isso será transmitido para seus alunos.

3. Deixe o objetivo da aula muito claro

Antes de começar a aula, escreva na lousa o objetivo da aula do dia, de forma clara e demonstrável. Exemplo: “hoje vamos comparar os governos dos Estados Unidos e da Inglaterra. Ao final da aula, todo aluno deverá ser capaz de escrever quatro coisas que são semelhantes e quatro que são diferentes”.
Lembre-se também de, ao final da aula apontar para o objetivo e perguntar aos alunos se eles acham que o objetivo foi cumprido. Desafie-os então a cumprir a meta que está na lousa. Depois, aplique parte do objetivo também no dever de casa. Essa “repetição” será fundamental para que seus alunos memorizem com mais facilidade o que foi passado em sala.

4. Transite por toda a sala

O professor é a autoridade máxima na sala de aula, portanto, significa que você pode caminhar por toda a sala. Dessa forma, organize a sala de forma que a disposição das carteiras lhe permita chegar rapidamente a qualquer canto da sala e ficar ao lado de qualquer aluno.

5. Deixe os alunos falarem

Os melhores professores do mundo falam pouco – apenas o suficiente para direcionar a interação dos alunos para o centro do objetivo da aula –, mas deixam que os alunos façam a maior parte do trabalho. O método usado por Sócrates para ensinar, por exemplo, é a prova disso.
Lembre-se que você já sabe a matéria e os alunos ainda não, portanto, fazer perguntas e pedir palpites deles será uma ótima forma de fazer dos alunos o centro da ação durante a aula. Outra forma de promover a fala dos alunos é, após um aluno falar, pedir por opiniões de quem discorda ou tem algo a acrescentar. Ao perceberem que a opinião deles é valorizada os alunos mostrarão mais interesse,.

6. As imagens também valem muito

Apresente um vídeo de curta duração para deixar mais claro algum elemento da aula, uma sequência de imagens que ilustrem ou exemplifiquem algum conceito, ou mesmo fotos que deixem a aula mais “leve”. Isso prenderá a atenção do aluno com certeza!

7. Desafie sua turma

No meio da aula apresente uma pergunta. Seja um problema matemático ou um desafio de raciocínio, o importante é dar também um prazo apertado para a solução (cinco ou dez minutos). Ao final, peça a alguns alunos para apresentarem suas respostas. Em caso de acertos, bonifique aquele aluno, seja com um ponto extra, ou mesmo com algum “brinde” simbólico. Dessa forma, toda a classe aprenderá com os erros e acertos de cada esforço.

8. Use os games

Usar um jogo engaja todos os alunos e torna tudo mais divertido. Lembre-se que a maioria das pessoas gosta de competir, de formar equipes e de receber recompensas por grandes esforços. Vale ressaltar que os games estão totalmente dentro da realidade dos jovens e são uma linguagem que eles conhecem. Portanto, farão de sua aula mais divertida, interativa e atrativa para os alunos.
Fonte: http://blog.playdea.com.br/como-prender-atencao-dos-seus-alunos/

9 dicas para criar uma rotina de estudo

rotina de estudo pode estar presente desde criança em nossas vidas ou até mais tarde quando já somos bem grandinhos. Para fazer um concurso, prestar vestibular, tentar uma seleção de mestrado ou doutorado, em comum podemos afirmar que a preparação e dedicação, em suma, são necessárias para a conquista de uma vaga dentre as opções a cima citadas. E para conseguir a aprovação, entra em jogo algo que para muitas pessoas é chato e difícil de conseguir se adaptar: uma rotina de estudo.
Todas as pessoas têm a mesma quantidade de tempo na semana, exatas 168 horas. Algumas, porém, conseguem usar melhor seus dias, sendo mais produtivas no trabalho, escola e ainda aproveitando com mais tranquilidade as horas de lazer. Para que você consiga alcançar seus objetivos, separamos nove dicas práticas para organizar sua rotina de estudo.
Aula dada é aula estudada Se você faz cursinho de manhã, a dica é estudar sempre a aula que teve no dia. “Após as aulas, é necessário que o estudante estude as matérias que teve. Não deixe nenhuma matéria para depois”, diz o coordenador do Anglo.
Estude até o começo da noite Para quem vai no cursinho pela manhã, o melhor é começar a estudar às 15h e manter os estudos até às 19h. Depois disso, tire uma hora, de preferência antes da janta, para ler jornais e revistas.
Estude de segunda a sábado O estudante que consegue manter uma rotina de estudos de segunda a sexta, deve aproveitar o sábado para revisar o conteúdo visto durante a semana. O domingo deve ser de descanso. Já para aqueles que trabalham e fazem cursinho a noite, ou vão à escola pela manhã e ao cursinho à tarde, deve aproveitar o final de semana para estudar a matéria que teve durante a semana no curso pré-vestibular.
Não deixe de fazer redações Tente escrever uma redação por semana. “Se o estudante não está na escola ou cursinho, peça para um amigo ou familiar ler o texto, para apontar possíveis erros e acertos”, comenta Alberto do Nascimento.
Resolva provas de vestibulares antigos A partir do segundo semestre, o estudante pode, uma vez por semana, resolver, destinar até duas horas por dia para fazer questões de vestibulares passados.
Revise o conteúdo perto dos vestibulares De acordo com o coordenador Alberto, a revisão para o vestibular deve ser feita de 3 a 4 semanas antes das primeiras fases das provas. A revisão para a segunda etapa deve ser feita assim que o candidato souber do resultado da primeira etapa do processo seletivo que está participando.
Simulados o dia da prova O ideal é que o vestibulando faça um simulado por mês. “Além de medir o seu conhecimento e saber as principais dúvidas, com o simulado o estudante também treina a situação de prova”, explica Alberto. Mesmo para quem estuda em casa, dá para simular. Baixe provas antigas e tente representar um dia de prova em casa.
O ato de estudar é solitário O estudante precisa de um lugar calmo para estudar, sem interferências externas. Muitas vezes ficar em casa pode atrapalhar, por isso é recomendável que o estudante fique na escola, no cursinho ou em alguma biblioteca pública, para garantir a concentração.
Mantenha uma atividade física regular É importante que o vestibulando separe uma hora do seu dia, de duas a três vezes por semana, para exercícios físicos. “Aconselho que o estudante mantenha a cabeça voltada 100% para os estudos. Deixe de fazer algumas atividades extras, como ballet ou música. Só mantenha, regularmente, uma atividade física”, comenta o coordenador.
Pode acontecer de um dia ou outro a rotina ir água abaixo, mas se respeite e se limite. Depois de um tempo você vai ver que é quase impossível viver sem uma rotina de estudos porque ela já faz parte da sua vida.
Fonte: http://canaldoensino.com.br/blog/9-dicas-para-criar-uma-rotina-de-estudo

15 filmes sobre professores que você deveria assistir

De colégios internos a escolas da periferia, eles lidam com realidades distintas. Mestres da virtude em outros tempos, professores acuados dentro da própria sala de aula, hoje em dia. Seus alunos chegam carregados de esperança ou, em inúmeras vezes, de problemas, e acabam por despertar-lhes o interesse bem além da sala de aula.
Confira os filmes abaixo:
1. Clube do Imperador
História de William Hundert, um professor apaixonado pelo trabalho que tem sua vida pacata e controlada totalmente mudada quando um novo estudante, Sedgewick Bell, chega à escola. Porém, o que começa como uma terrível guerra de egos acaba se transformando em uma profunda amizade entre professor e aluno, a qual terá reflexos na vida de ambos nos próximos anos.
2. Sociedade dos poetas mortos
Robin William é um professor de poesia nada ortodoxo, em uma escola preparatória para jovens. Com o seu talento e sabedoria, ele inspira os seus alunos a perseguir as suas paixões individuais e tornar as suas vidas extraordinárias.
3. A Onda
Professor decide fazer um projeto com os alunos transformando a sala em um tipo de governo fascista realmente, mas os alunos começam a sair do controle e começam a propagar “A onda” por toda a cidade tornando o projeto um movimento real. Quando as coisas começam a sair do controle, o professor tenta parar o movimento, mas já é tarde demais.
4. Escritores da Liberdade
Uma professora tenta combater um sistema deficiente e fazer com que a sala de aula faça a diferença na vida de seus alunos, criados em meio à violência e à agressividade. Por meio de diários, os adolescentes escrevem suas histórias e têm a chance de ter uma voz própria. O longa foi inspirado em eventos reais, relatados pela professora Erin Gruwell e seus alunos no livro “O Diário dos Escritores da Liberdade”.
5. Entre os Muros da Escola
Baseado em livro homônimo, o filme mostra as experiências do professor de literatura François Marin em uma escola de Ensino Médio, localizada na periferia de Paris. O docente tenta estimular os estudantes, mesmo tendo que lidar com o descaso dos alunos.
6. Encontrando Forrester
O filme retrata diversos cenários do cotidiano envolvendo sentimentos de amizade, confiança e escolha. Mostra o caminho de um jovem de dezesseis anos da periferia de Nova York que consegue uma bolsa de estudos em uma das melhores escolas particulares da cidade, graças às notas que conquistou no colégio público. Só que ele não consegue superar a barreira do preconceito, por ser negro e pobre. O talento do rapaz em escrever o leva a conhecer William Forrester (Sean Connery), um brilhante escritor que vive recluso. Ele percebe a capacidade do jovem e o incentiva a prosseguir. Desse relacionamento, nasce uma bela e edificante amizade.
8. Larry Crowne – O Amor Está de Volta
Larry Crowne (Tom Hanks) trabalha há anos em uma loja, onde já foi escolhido por nove vezes como o funcionário do mês. Um dia, para sua surpresa, ele é demitido por não ter curso superior. Precisando recomeçar do zero, ele resolve se matricular na faculdade. Um dos cursos que realiza é o de oratório, ministrado por Mercedes Tainot (Julia Roberts), que está desanimada devido ao desinteresse dos alunos por sua matéria. A vida na faculdade faz com que Larry ganhe novos amigos, mude seu estilo de vida e se aproxime, cada vez mais, de Mercedes. 
9. Gênio Indomável
Will Hunting (Matt Damon) tem 20 anos e já registrou algumas passagens pela polícia. Trabalhando como servente em uma universidade, se revela um gênio em matemática. Ele faz terapia, por decisão judicial, mas não apresenta resultados de melhora porque debocha de todos os analistas. Até encontrar um com quem de se identifica.
10. Uma Mente Brilhante
O filme conta a história real de John Nash que, aos 21 anos, formulou um teorema que provou sua genialidade. Brilhante, Nash chegou a ganhar o Prêmio Nobel. Diagnosticado como esquizofrênico pelos médicos, Nash enfrentou batalhas em sua vida pessoal.
10. Preciosa – Uma História de Esperança
Claireece “Preciosa” Jones (Gabourey Sidibe) é uma adolescente de 16 anos que sofre uma série de privações durante sua juventude. Abusada pela mãe, violentada pelo pai e grávida de seu segundo filho, é convidada a frequentar uma escola alternativa, na qual vê a esperança de conseguir dar um novo rumo à sua vida.
11. Ao Mestre com Carinho
Desempregado, o engenheiro Mark Thackeray (Sidney Poitier) acaba por lecionar em uma escola no East Wend de Londres formada por alunos pobres e sem disciplina. O professor sofre um bocado na mão deles, mas, aos poucos, consegue impor respeito e ganhar a amizade dos estudantes. A canção que leva o nome original do filme, To Sir with Love, da cantora Lulu (que também participa do longa), ficou por cinco semanas no topo da parada norte-americana. Um clássico das sessões vespertinas da TV.
12. Mentes Perigosas
Michelle Pfeiffer interpreta a professora Louanne Johnson que, após ser hostilizada pelos alunos de uma escola na periferia, aposta em métodos pouco convencionais, como o karatê, para ensiná-los. O longa, baseado em uma história real, ficou famoso pela cançãoGangsta’s Paradise, do rapper Coolio.
13. Ser e Ter
O documentário de Nicolas Philibert acompanha a rotina de um dedicado professor, George Lopez, no interior da França. Crianças entre 4 e 11 anos dividem a mesma sala de aula do Ensino Fundamental e aprendem a ler, escrever e se relacionar. Indicado a vários prêmios, como o César, (o Oscar francês), o longa tem sido estudado e mostrado em escolas de várias partes do mundo.
14. Half Nelson
Numa escola do Brooklyn, Nova York, frequentada majoritariamente por alunos negros e latinos, o professor Dan Dunne (Ryan Gosling) ensina História e é técnico do time de basquete feminino. Dunne, que é viciado em drogas, deixa a disciplina de lado e se concentra em discutir filosofia e dialética com os estudantes. O filme centra-se em sua relação com Drew (Shareeka Epps), uma aluna de 13 anos frustrada com a vida que leva. Gosling recebeu uma indicação ao Oscar de melhor ator.
15. Pro Dia Nascer Feliz
Enquanto nos colégios de classe alta de São Paulo, jovens sentem a pressão dos últimos exames do ano, no grande Rio, interior de Pernambuco ou na periferia paulista, alunos professores desmotivados faltam às aulas, escolas enfrentam situações precárias e alunos transformam o ambiente escolar no único compromisso social que têm na semana. Neste documentário angustiante, João Jardim ajuda a traçar um retrato obre a situação escolar do país.
Fonte: http://canaldoensino.com.br/blog/15-filmes-sobre-professores-que-voce-deveria-assistir