sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Os livros mais vendidos em 2011


Não existe no Brasil uma empresa de pesquisa que contabilize as vendas anuais de livros por título, como há nos Estados Unidos. Por lá, o trabalho fica a cargo da Nielsen, que faz a leitura de códigos de barras em lojas cujas vendas correspondem a 75% da comercialização de livros no país.

Por aqui, a lista anual mais completa é a do Publishnews, site especializado no mercado editorial. A lista deles contabiliza a comercialização de 12 redes ou lojas físicas e virtuais, cujas vendas equivalem a cerca de 35% do total de títulos vendidos em livrarias no país. Não entram nessa contabilidade, por exemplo, as vendas porta a porta nem as para o governo, ambas crescentes a cada ano.

Por exemplo, a biografia de Steve Jobs lidera a lista brasileira de não ficção, enquanto em seu próprio país perde para "Heaven Is for Real". De todo modo, impressiona que o livro sobre o fundador da Apple, publicado no final de outubro, esteja tão bem cotado nas duas listas anuais.

Também achei curioso que Nicholas Sparks, autor mais concorrido da Feira de Frankfurt, com quatro títulos entre os livros de ficção mais vendidos no Brasil, não apareça nenhuma vez na lista de sua terra natal.

Só sobre as listas nacionais, chama a atenção uma questão que foi levantada durante um debate do qual participei na Flica, em Cachoeira, na Bahia, meses atrás. Dos títulos de ficção mais vendidos no Brasil, apenas um é de autor nacional, Jô Soares. Entre os de não ficção, sete dos dez são de escritores brasileiros. Arriscaria dizer que a ficção que se faz no Brasil é menos dada às fórmulas de best-seller do que a feita nos EUA, mas a verdade é que não sei. Quem quiser que palpite também.

Um dado importante: o livro mais vendido no Brasil em 2011 foi, de longe, "Ágape", do padre Marcelo Rossi. Vendeu cinco vezes mais que "A Cabana", o líder da lista de ficção. Ele não aparece nas listas de ficção e não ficção porque é de autoajuda, gênero contabilizado separadamente.

E outro, aos que reclamam da ausência de "A Privataria Tucana": ele saiu faz poucas semanas e está em 19º lugar na lista anual de não ficção. Embora esteja muito bem colocado na lista semanal do Publishnews e também da Folha, ele não entra nos dez mais de 2011 porque concorre nessa lista com livros vendidos desde janeiro. Aos exaltados, recomendo o ponderado texto do André Barcinski sobre o livro.

De resto, seguem as listas do Brasil

FICÇÃO
1. "A Cabana", William P. Young (Arqueiro)
2. "Querido John", Nicholas Sparks (Novo Conceito)
3. "A Guerra dos Tronos", George R. R. Martin (LeYa)
4. "As Esganadas", Jô Soares (Companhia das Letras)
5. "Diário de uma Paixão", Nicholas Sparks (Novo Conceito)
6. "Água para Elefantes", Sara Gruen (Arqueiro)
7. "A Última Música", Nicholas Sparks (Novo Conceito)
8. "Um Amor para Recordar", Nicholas Sparks (Novo Conceito)
9. "Um Dia", David Nicholls (Intrínseca)
10. "Questões do Coração", Emilly Griffin (Novo Conceito)

NÃO FICÇÃO
1. "Steve Jobs", Walter Isaacson (Companhia das Letras)
2. "Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil", Leandro Narloch (LeYa)
3. "1822", Laurentino Gomes (Nova Fronteira)
4. "1808", Laurentino Gomes (Planeta)
5. "Feliz por Nada", Martha Medeiros (L&PM)
6. "Comer, Rezar, Amar", Elizabeth Gilberty (Objetiva)
7. "Guia Politicamente Incorreto da América Latina", Leandro Narloch (LeYa)
8. "50 Anos a Mil", Lobão (Nova Fronteira)
9. "Mentes Perigosas", Ana Beatriz Silvia (Fontanar)
10. "Comprometida", Elizabeth Gilbert (Objetiva)

GERAL
1. "Ágape", Padre Marcelo Rossi (Globo Livros)
2. "A Cabana", William P. Young (Arqueiro)
3. "Querido John", Nicholas Sparks (Novo Conceito)
4. "Steve Jobs", Walter Isaacson (Companhia das Letras)
5. "A Guerra dos Tronos", George R.R. Martin (LeYa)
6. "Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil", Leandro Narloch (LeYa)
7. "Diário de uma Paixão", Nicholas Sparks (Novo Conceito)
8. "1822", Laurentino Gomes (Nova Fronteira)
9. "As Esganadas", Jô Soares (Companhia das Letras)
10. "Água para Elefantes", Sara Gruen (Arqueiro)

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