Atualmente, as trocas de informação, as conversas que a vida corrida do dia a dia não permite e as facilidades de uma linguagem despojada, simples e objetiva, facilitam que as redes sociais façam parte do cotidiano de muitas pessoas.
Os desafios que essa nova linguagem usada na rede - o internetês - impõem nas escolas é grande. Garantir que os alunos consigam estabelecer as diferenças entre a linguagem virtual e a acadêmica é algo que requer uma nova postura docente.
É necessário compreender que na sociedade contemporânea o tempo é algo escasso e que, apesar da velocidade, deve-se assegurar a informação e a comunicação.
As abreviações do internetês são tentativas de simplificar e acelerar a informação.
O internetês é a linguagem usada nas redes sociais, visando facilitar o entendimento e rapidez da conversa. Se ele é ou não é um gênero textual, não é uma preocupação presente nos diálogos travados nas salas de bate-papo, no Facebook, no Skype ou em quaisquer outras redes sociais. Vários estudos vêm sendo feitos com a intenção de esclarecer esse ponto. Mas até o momento as opiniões ainda não apontam uma conclusão.
Quando uma língua se espalha, ela muda. O simples fato de que partes do mundo diferem tanto umas das outras, física e culturalmente, significa que os falantes têm inúmeras oportunidades de adaptar a língua, para satisfazer suas necessidades de comunicação e adquirir novas identidades. A parte principal da adaptação será no vocabulário – não apenas novas palavras, mas novos significados para as palavras, e novas expressões idiomáticas. (Crystal, 2005, p.36)
Nas salas de aula, o desafio continua lançado. Como o professor deve agir diante de uma produção de textos onde os alunos escrevam com as abreviações das redes sociais? A orientação para a norma culta da língua portuguesa é uma obrigação de todos os regentes. O aluno possui o direito de saber como é a escrita culta, mas também tem a liberdade de se expressar de forma confortável e segura.
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Referências Bibliográficas
ANDRADE, M. L.. O . Textos construídos na internet: oralidade ou escrita? In: SILVA, Luiz Antônio (org.). a língua que falamos - Português: história, variação e discurso. São Paulo: Ed. Globo, 2005.
BAUMAN, Zigmunt. Modernidade Líquida. Rio de Janeiro: Ed. Zahar, 2001.
_______________ Identidade. Entrevista de Bauman a Benedetto Vecci. Rio de Janeiro: Zahar, 2005.
CASTELLS, Manuel. A Sociedade em Rede - a era da informação: economia, sociedade e cultura. São Paulo: Paz e Terra, 1999.
CRYSTAL, David. A revolução da linguagem. Rio de Janeiro: Ed. Zahar, 2005.
HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. Rio de Janeiro: DP&A Editora, 11ª edição, 2006.
LÉVY, Pierre. As Tecnologias da Inteligência. Trad. Carlos Irineu da Costa. Rio de Janeiro: Editora 34, 1993.
LÉVY, Pierre. O que é o virtual? Trab. Paulo Neves. São Paulo: Ed. 34, 1996.
LÉVY, Pierre. Cibercultura. Trad. Carlos Irineu da Costa. São Paulo: Ed.34, 1999.
MARCUSCHI, Luiz Antônio. Da fala para a escrita: atividades de retextualização. São Paulo: Cortez, 2003.
______________________ O hipertexto como um novo espaço de escrita em sala de aula. Linguagem & Ensino, vol. 4, nº 01, p. 79-111, ano 2001.
_____________________ Hipertexto e Gêneros textuais. Rio de Janeiro: Ed. Lucerna, 2004.
Ramal, A.C. Educação na Cibercultura: hipertextualidade, leitura, escrita e aprendizagem. Porto Alegre: Artmed, 2002.
Fonte: http://www.rioeduca.net/blogViews.php?bid=16&id=3823
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