segunda-feira, 30 de janeiro de 2012
ROGER CHARTIER: "A HUMANIDADE NUNCA LEU TANTO QUANTO HOJE"
por Carmen Guerreiro
Por um lado, a era digital faz com que os textos estejam mais disseminados. De outro, a população mundial é cada vez mais alfabetizada. Nesse cenário, descrito pelo historiador francês Roger Chartier, é papel da escola ensinar aos jovens que existem diferentes formas de ler para diferentes necessidades. E, se as salas de aula devem incorporar a presença de computadores, internet e tablets como ferramentas, também é fundamental que os professores continuem a trabalhar a leitura de livros clássicos. "Não porque eles são 'clássicos', mas porque, com outros, mas talvez melhor do que outros textos, ajudam a pensar sobre o mundo, natural ou social, a compreender as relações com os outros, a fazer as perguntas essenciais da existência e a desenvolver uma crítica às instituições, às informações, às autoridades", defende Chartier. Profundamente respeitado e estudado no Brasil e no mundo, Chartier é professor da Universidade da Pensilvânia e do Collège de France, diretor de estudos da École des Hautes Études en Sciences Sociales (Ehess), uma das mais importantes faculdades de história do mundo, e é considerado atualmente um dos principais pensadores no que se refere à história do livro e dos hábitos sociais de leitura. Em entrevista à repórter Carmen Guerreiro, o historiador francês fala sobre a importância das diferentes plataformas digitais para a leitura no mundo de hoje, e também frisa sua tese de que o texto muda de acordo com o meio no qual foi publicado - porque mudam também a formatação, a maneira de folhear ou fazer referências, a atenção que se exige. Além disso, o texto está sujeito ao próprio contexto de quem o lê. Para ele, classe social, idade, sexo, religião e outras características são fundamentais para determinar que tipo de leitura uma pessoa fará de um texto. Chartier lembra, no entanto, que na escola a leitura não pode ser reduzida a "exigências utilitárias". "Os livros devem também fazer sonhar, divertir, permitir a reflexão, desenvolver o espírito crítico", afirma.
O senhor defende que a leitura é muito pessoal e que seu significado depende do formato em que ela se apresenta e da interpretação que se dá ao texto. O que isso significa?
Toda leitura é um encontro entre um texto e um leitor. Mas, por um lado, o texto lido está sempre em um meio físico de escrita (um livro, uma revista, uma tela), o que contribui para o seu significado. Neste sentido, podemos dizer que formas materiais de escrita afetam o significado dos textos. Esta é a forma do objeto escrito, do formato do livro, do layout, da presença ou não da imagem, etc. Por outro lado, a liberdade de interpretação de cada leitor depende das habilidades, hábitos, normas e práticas de leitura que ele ou ela compartilha com outros leitores que pertencem à mesma "comunidade de leitura", definida por classe social, idade, sexo, religião, etc. A partir daí, surge a ideia de que um texto se transforma. Mesmo que ele não mude em sua literalidade, ao mudar de formas materiais e ao mudar seus leitores - ou leituras.
Como isso funciona na escola, em que se cobra a aquisição do mesmo conhecimento de todos os alunos?
Aplicada à classe, esta perspectiva deve levar à compreensão de como a materialidade dos textos lidos (no livro, na sala de aula ou na tela do computador) ajuda a indicar o seu status, seu uso, seu significado. E também para compreender o que se espera dessa leitura particular que é a leitura na escola, diferente em suas exigências e seus ensinamentos de outras leituras, feitas em casa ou em um espaço público.
O senhor defende que a revolução do livro eletrônico é talvez mais importante do que a descoberta de Gutenberg. Por quê?
Johannes Gutenberg inventou uma nova técnica para a reprodução de texto, acrescentando ou substituindo a imprensa para a cópia do manuscrito. Mas o livro antes ou depois de Gutenberg manteve suas mesmas estruturas fundamentais: as folhas dobradas, contidas em uma encadernação ou capa, e que distribui o texto em folhas e páginas. Este tipo de livro, que nomeamos códex (ou códice), estabeleceu-se no Ocidente entre os séculos 2 e 4 d.C., quando substituiu os rolos, que foram os livros dos gregos e romanos. Com o códice permitiu-se fazer ações antes impossíveis, como escrever lendo, fazer a paginação, um índice definido, folhear um livro, comparar facilmente diferentes passagens. Mas esta primeira revolução do livro não alterou a técnica de reprodução do texto, ainda atribuída somente à cópia do manuscrito. A revolução do e-book é uma revolução técnica (como a invenção da imprensa), uma revolução da plataforma da escrita (como a invenção do códex) e uma revolução na leitura, que desafia as categorias e práticas que definem a relação com a escrita desde o século 18.
Diz-se que os jovens de hoje são desinteressados pela leitura. Como a escola pode reverter esse quadro, levando em conta que precisa trabalhar os "clássicos" da literatura?
É seguro dizer que o diagnóstico que afirma a rejeição da leitura entre os jovens deve ser corrigido, tanto pelo sucesso de certas obras ou séries como pelo fato de que telas de computador são telas de texto. A humanidade nunca leu tanto quanto agora. Porque os textos estão em toda parte, porque a alfabetização se tornou necessária devido ao comércio e à administração, porque o mundo digital é basicamente um mundo por escrito. A questão é, portanto, a das práticas que não são mais da tradição literária ou de ensino. Daí o papel da escola. Ela deve ensinar as habilidades necessárias para nossos futuros cidadãos ou consumidores que serão confrontados com a escrita. Deve mostrar que existem diferentes maneiras de ler para diferentes necessidades. Também deve organizar a ordem dos discursos e, assim, manter o lugar dos "clássicos", não porque eles são "clássicos", mas porque, com outros, mas talvez melhor do que outros textos, ajudam a pensar sobre o mundo, natural ou social, a compreender as relações com os outros, a fazer as perguntas essenciais da existência e a desenvolver uma crítica às instituições, às informações, às autoridades.
A forma de dar aula vai mudar por conta das mudanças às quais os livros foram submetidos com o advento da plataforma eletrônica?
Não sei. O que eu sei é que as escolas devem ensinar todas as formas da cultura escrita (manuscrita, impressa, eletrônica), conscientizar os alunos de suas diferenças, e os acostumar a usar uma ou outra forma de escrever, para navegar no mundo dos textos como se faz em uma floresta. Sei também que os objetos eletrônicos inventados todos os dias representam um avanço técnico, mas também são mercadorias, que têm um custo abusivo para muitos e que geram lucros (nem sempre justificáveis por sua utilidade). É também uma lição que as escolas devem ensinar em uma crítica sobre a sociedade de consumo. Mas, é claro, um dos deveres das políticas públicas é tornar essas novas oportunidades acessíveis e familiares. Uma última coisa: nas palavras de Emilia Ferreiro, a presença de computadores ou de tablets em sala de aula não resolve por si só os problemas de aprendizagem e transmissão de conhecimentos - e, ao mesmo tempo, pode trazer a "tentação" de reduzir ou excluir o papel essencial dos professores.
Existem hoje experiências digitais com literatura, a exemplo do escritor norte-americano Robert Coover, que encabeça o movimento de "cave writing", no qual o "leitor" imerge em um ambiente 3D e interage com o cenário e personagens da história como se vivesse em seu mundo. Isso muda para sempre a forma como se faz literatura?
As experiências de escrita eletrônica, com ou sem 3D, ainda são marginais. E isso porque, provavelmente, se um autor espera de seu leitor a compreensão da obra que ele escreveu em sua coerência, sua identidade, sua totalidade (mesmo sem ler todas as páginas), o livro impresso continua até hoje o objeto material mais adequado para permitir este reconhecimento. Como sabemos, a leitura na frente da tela é fragmentada, descontínua, combina texto e hipertexto, mas não foca a obra em si. Daí a importância ainda marginal (menos de 10% das vendas nos Estados Unidos, menos de 5% nos países europeus) do mercado do livro eletrônico no negócio de venda de livros. Mesmo os autores que praticam amplamente a escrita eletrônica (aquela de blogs, sites, redes sociais) permanecem fiéis à publicação impressa. As experiências que você menciona vão mais longe porque o texto desaparece ou pode desaparecer em favor de um espaço habitado tanto pelos personagens da ficção quanto pelo leitor. O risco não é o de matar por esse realismo do irreal um dos mistérios da literatura, ou seja, o trabalho da imaginação a partir das palavras na página? O leitor parece ser mais livre na medida em que pode intervir na história, mas o preço dessa liberdade aparente não é o da mutilação de sua imaginação, inteiramente sujeita ao espaço definido para ele pelo autor?
Qual é a importância de livros que envolvam experiências digitais hoje para a cultura da leitura?
Uma das maiores mudanças no mundo eletrônico é a possibilidade, pela primeira vez, de associar em uma única produção textos, imagens e até sons e celulares, letras ou música. A cultura escrita deve aproveitar esta oportunidade para inventar "livros" novos, tanto de ficção quando para o saber. Não devemos deixar apenas ao mercado de entretenimento, por exemplo aquele dos jogos eletrônicos, a capacidade inédita de articular diferentes linguagens em um mesmo projeto estético ou intelectual, como fazem, por exemplo, as artes do espetáculo.
No Brasil, há certa desconfiança dos professores em relação aos e-books e a outros meios de leitura eletrônica. Por que o senhor acha que isso acontece?
Esta relutância ou resistência é muito compreensível (e ela é em parte minha também), já que o texto eletrônico desafia as categorias que definem a escrita, o livro, a obra. Quando ele é livre, gratuito, imediato, o texto eletrônico é muitas vezes coletivo, apaga o nome do autor, é fora da propriedade literária, e justapõe fragmentos. Quando se trata de escrever em forma de e-books, com textos publicados por edições que não permitem a cópia ou a impressão e que os "fecham" aos leitores, a relação é mais forte com o livro impresso, e não com a leitura descontextualizada de fragmentos, sem poder ou querer relatá-los na totalidade da qual eles fazem parte. A ruptura com a ordem da escrita que herdamos é forte e brutal, pois ela faz vacilar as noções de autor singular, de obra original e de propriedade intelectual. A consequência é, portanto, que se a escola não deve ignorar as plataformas de leitura eletrônica, ela deve ensinar seus usos e mostrar o que pode ser esperado em relação a formas mais convencionais de comunicação e publicação.
O que países como o Brasil, que ainda lutam com questões básicas como a alfabetização, podem fazer para transformar a leitura em uma prioridade?
O Brasil e outros países comparáveis fizeram ou fazem da entrada na cultura escrita de todos os seus cidadãos uma prioridade justa e necessária. Esta é a chave para que seja estabelecida uma cidadania verdadeira e a possibilidade de um desenvolvimento social e econômico. Mas saber ler e escrever não pode se reduzir a exigências utilitárias. Os livros devem também fazer sonhar, divertir, permitir a reflexão, desenvolver o espírito crítico. A escola deve mostrá-lo, assim como devem acontecer campanhas públicas de instalar o livro e a escrita no coração da cidade, por meio de feiras de livro, encontros nas livrarias, programas nos meios de comunicação visual.
Como um estudioso das tendências de leitura, qual é a sua previsão de como as crianças de hoje vão interagir com a leitura e com os livros como adultos?
Os historiadores são os piores profetas, estão sempre errados. Por isso, vou abster-me de qualquer previsão. Prefiro formular um desejo ou um sonho. Com a era digital e os textos eletrônicos, a humanidade possui uma terceira forma de composição, transmissão e apropriação da escrita, em adição aos dois precedentes: a impressão e a escrita manuscrita. Então, só podemos esperar que se estabeleça a coexistência entre essas três formas, que não correspondem nem aos mesmos hábitos de leitura, nem às mesmas necessidades da escrita. A impressão não removeu a publicação manuscrita, que sobreviveu até o século 19, e talvez mais tarde. A invenção do códice não fez os rolos desaparecerem totalmente nos tempos medievais. Por que a escrita eletrônica ou, mais genericamente, o mundo digital, deveria acabar com o controle manual da escrita, ou com as lógicas que controlam a publicação impressa de um livro, uma revista, um jornal, e que não são da web? A resposta depende, também, da nossa vontade coletiva.
Fonte: http://www.blogdogaleno.com.br/texto_ler.php?id=11153&secao=22
A Língua do Google: em busca do elo perdido
por Fernanda Caetano
A internet pretende ser, a cada dia, o meio facilitador de infinitas atividades do cotidiano de bilhões de pessoas em todo mundo. A um passo de se tornar um comunicador universal, a empresa Google lançou seu tradutor de textos em até 52 línguas quase que de forma conjunta instantânea, e estima-se que em dez anos o tradutor opere em 250 idiomas. Esse sistema tecnológico eficiente está presente nos computadores da Google e supera rivais como o Bing, da Microsoft, e o Babel Fish, da Yahoo. Na busca do elo perdido, ou seja, de uma linguagem única, o homem promete mais uma vez desafiar as fronteiras multilíngues impostas por Deus como no “castigo divino” sobre a Torre de Babel, de acordo com os textos bíblicos.
O tradutor do Google tem como objetivo principal uma língua universal que une culturas distintas sem que o usuário abra mão da língua materna. O que antes parecia ser ficção científica, as ferramentas tecnológicas operam como avanço de grande utilidade na aproximação de diferentes idiomas, inclusive o acesso a aplicativos de tradução simultânea em telefones celulares ou similares, um prelúdio para um tradutor universal. Essa inovação tecnológica é advinda do conhecimento acumulado em inteligência artificial, ramo da computação que desenvolve modelos e programas em máquinas com um comportamento “inteligente”. O banco de dados do Google iniciou suas traduções em 2006, a partir de textos da ONU, Organização das Nações Unidas, para seis idiomas.
O trabalho de tradução dessa tecnologia remete à Pedra de Roseta, um bloco de granito de 1,20m de altura encontrado pelo exército de Napoleão no século XVIII, e que culminou na arte de decifrar os hieróglifos egípcios e a língua dos faraós no século XIX pelos estudiosos Thomas Young e Jean-François Champollion. Os computadores operam com pares de textos em línguas diferentes e calculam a probabilidade de correspondência das palavras de um idioma a termos de outra. De acordo com o cálculo, o sistema é capaz de formar textos em 52 idiomas no momento da consulta.
Como língua franca de ampla comunicação, no passado tivemos o Latim e hoje, o Inglês tem permanecido como o idioma que reúne a maioria dos textos científicos que permitem o acesso do usuário a diversas especialidades. Dessa forma, ele se vê diante de uma vasta biblioteca com o auxílio da tradução instantânea. Embora os usuários que utilizam a tradução instantânea saibam do que tratam os textos em outros idiomas, erros gramaticais, de concordância e de sentido são perceptíveis e podem atrapalhar a compreensão, tradução e produção de textos. Isso se deve ao fato de que um recurso tecnológico, no qual o próprio usuário contribui com o banco de dados do Google, sugerindo traduções alternativas àquelas fornecidas pelo tradutor sem o controle lingüístico das informações.
Com a agilidade dos sistemas de tradução simultânea, o processo de aquisição de uma nova língua, dizem os críticos na reportagem, estará defasado. Segundo o lingüista britânico David Crystal, “quando têm a oportunidade de escolha, as pessoas preferem se expressar no idioma materno”. O problema é que o contato com outro idioma não acontece somente quando mediado por computador. O ensino-aprendizagem de uma nova língua contribui para o conhecimento não só da língua-alvo, mas também da cultura e das relações humanas acima de tudo. De acordo com o filósofo italiano Luciano Floridi “seria um erro abandonar de vez o hábito de aprender línguas, pois conhecer um idioma é uma experiência insubstituível, um mergulho em outra cultura.” O que resta ao professor e ao aprendiz de línguas é assumir uma postura crítica de sua atuação profissional e seu papel no ensino de línguas estrangeiras. E, ainda, desenvolver suas competências na aquisição de conhecimento teórico e prático, seja em sala de aula, seja fora dela, mediadas por computador ou não.
Fonte: http://sala.org.br/resenhas/a-lingua-do-google-em-busca-do-elo-perdido
A internet pretende ser, a cada dia, o meio facilitador de infinitas atividades do cotidiano de bilhões de pessoas em todo mundo. A um passo de se tornar um comunicador universal, a empresa Google lançou seu tradutor de textos em até 52 línguas quase que de forma conjunta instantânea, e estima-se que em dez anos o tradutor opere em 250 idiomas. Esse sistema tecnológico eficiente está presente nos computadores da Google e supera rivais como o Bing, da Microsoft, e o Babel Fish, da Yahoo. Na busca do elo perdido, ou seja, de uma linguagem única, o homem promete mais uma vez desafiar as fronteiras multilíngues impostas por Deus como no “castigo divino” sobre a Torre de Babel, de acordo com os textos bíblicos.
O tradutor do Google tem como objetivo principal uma língua universal que une culturas distintas sem que o usuário abra mão da língua materna. O que antes parecia ser ficção científica, as ferramentas tecnológicas operam como avanço de grande utilidade na aproximação de diferentes idiomas, inclusive o acesso a aplicativos de tradução simultânea em telefones celulares ou similares, um prelúdio para um tradutor universal. Essa inovação tecnológica é advinda do conhecimento acumulado em inteligência artificial, ramo da computação que desenvolve modelos e programas em máquinas com um comportamento “inteligente”. O banco de dados do Google iniciou suas traduções em 2006, a partir de textos da ONU, Organização das Nações Unidas, para seis idiomas.
O trabalho de tradução dessa tecnologia remete à Pedra de Roseta, um bloco de granito de 1,20m de altura encontrado pelo exército de Napoleão no século XVIII, e que culminou na arte de decifrar os hieróglifos egípcios e a língua dos faraós no século XIX pelos estudiosos Thomas Young e Jean-François Champollion. Os computadores operam com pares de textos em línguas diferentes e calculam a probabilidade de correspondência das palavras de um idioma a termos de outra. De acordo com o cálculo, o sistema é capaz de formar textos em 52 idiomas no momento da consulta.
Como língua franca de ampla comunicação, no passado tivemos o Latim e hoje, o Inglês tem permanecido como o idioma que reúne a maioria dos textos científicos que permitem o acesso do usuário a diversas especialidades. Dessa forma, ele se vê diante de uma vasta biblioteca com o auxílio da tradução instantânea. Embora os usuários que utilizam a tradução instantânea saibam do que tratam os textos em outros idiomas, erros gramaticais, de concordância e de sentido são perceptíveis e podem atrapalhar a compreensão, tradução e produção de textos. Isso se deve ao fato de que um recurso tecnológico, no qual o próprio usuário contribui com o banco de dados do Google, sugerindo traduções alternativas àquelas fornecidas pelo tradutor sem o controle lingüístico das informações.
Com a agilidade dos sistemas de tradução simultânea, o processo de aquisição de uma nova língua, dizem os críticos na reportagem, estará defasado. Segundo o lingüista britânico David Crystal, “quando têm a oportunidade de escolha, as pessoas preferem se expressar no idioma materno”. O problema é que o contato com outro idioma não acontece somente quando mediado por computador. O ensino-aprendizagem de uma nova língua contribui para o conhecimento não só da língua-alvo, mas também da cultura e das relações humanas acima de tudo. De acordo com o filósofo italiano Luciano Floridi “seria um erro abandonar de vez o hábito de aprender línguas, pois conhecer um idioma é uma experiência insubstituível, um mergulho em outra cultura.” O que resta ao professor e ao aprendiz de línguas é assumir uma postura crítica de sua atuação profissional e seu papel no ensino de línguas estrangeiras. E, ainda, desenvolver suas competências na aquisição de conhecimento teórico e prático, seja em sala de aula, seja fora dela, mediadas por computador ou não.
Fonte: http://sala.org.br/resenhas/a-lingua-do-google-em-busca-do-elo-perdido
Conectados ao mundo por línguas e tecnologias
por José Carlos Paes de Almeida Filho
A língua em que nascemos e crescemos é a língua em que nos reconhecemos como as pessoas que nos tornamos. Nós nos tornamos a língua e ela o nosso retrato de turma. Ela tece a teia na qual nos dependuramos para sermos nós, o que somos, o que fomos e o que desejamos ser. Mas as outras línguas que vimos a adquirir depois da primeira também nos constroem como as pessoas que vamos nos tornar.
Tudo na nossa primeira língua acaba sendo tão natural que nos esquecemos completamente de como a adquirimos. Por isso, essa língua de nossa fundação nos parece tão familiar que culminamos por pensar que o mundo é feito naturalmente pela e na nossa própria língua. “Água”, “paz” e “saudade” significam o que parece ter sido criado já em Português. Água é água e nunca poderia ser outra coisa ou ter outro nome!
Mas o mundo não é populado por monolíngues. Nem a maioria dos humanos em toda a face da terra é monolíngue. Na verdade, a maior parte dos terráqueos é bi ou multilíngue. É mais frequente (e natural?) ser articulado em mais de uma língua no mundo. E ser capaz de transitar comunicativamente em mais de uma língua como praxe no cotidiano não só é normal como dá indícios de que faz bem aos linguajantes.
No Brasil, as classes letramentadas (iniciadas com sucesso no manejo da língua escrita e transformadas por esses fato) valorizam a educação que inclui experiências de aprendizagem de pelo menos uma outra língua na escola ou fora dela. Mesmo quando a escola oferece experiências de aprender de qualidade duvidosa ou nula, mesmo assim as famílias e as próprias pessoas ainda insistem na aprendizagem de outra(s) língua(s) pagando por ela em escolas de idiomas, professores particulares, cursos EAD na rede ou cursos e experiências no exterior. Esse é um fenômeno brasileiro dado que é muito pouco usual ocorrer isso em outros países com características sócio-econômicas parecidas com as do Brasil. Temos um lugar para as línguas d’além fronteiras e a rainha delas é uma que dizem já pertencer a todos dado que circula com desenvoltura como liga de comunicação entre os que falam outros idiomas pelo mundo.
Fonte: http://sala.org.br/almeida-filho/conectados-ao-mundo-por-linguas-e-tecnologias-3
quinta-feira, 26 de janeiro de 2012
Como não fazer um artigo
Essa é a opinião de Gilson Volpato, professor do Departamento de Fisiologia do Instituto de Biociências de Botucatu da Universidade Estadual Paulista (Unesp), que em seu novo livro, Pérolas da redação científica, analisa criticamente 101 equívocos comuns – ou “pérolas”.
Volpato vem apresentando pelo país cursos sobre redação científica e publicou outros cinco livros sobre o assunto, sendo o mais recente desses Bases teóricas da redação científica ... por que seu artigo foi negado, lançado em 2007.
“Apresento quase um curso por semana sobre o tema, procurando ajudar pesquisadores a conseguir publicações em revistas internacionais de alto nível. Mas também há muitos que, de forma involuntária, têm feito o serviço contrário. Desenvolveu-se, no Brasil, uma cultura de publicação equivocada. Boa parte dos artigos nacionais, mesmo com tradução correta, será recusada em revistas importantes, por terem equívocos conceituais”, disse à Agência FAPESP.
Com a experiência acumulada nos cursos e em seu convívio com o meio acadêmico, Volpato decidiu produzir um inventário dos principais equívocos da redação cientifica. “A ideia foi abordar os erros mais gritantes. O resultado foi essa coleção de ‘pérolas’ da cultura nacional de publicação”, disse.
Na obra, o autor analisa os equívocos, faz conjecturas sobre suas origens, discute suas consequências na prática e oferece correções com base nos padrões internacionais de produção científica.
Segundo ele, os conceitos de comunicação no setor sofreram grande mudança a partir da década de 1990, que se acentuou ainda mais nos últimos dez anos, em parte por causa do advento da internet.
“Muitos pesquisadores cometem equívocos e alegam que estão apenas seguindo os procedimentos adotados por seus orientadores há 30 anos. Mas as coisas mudaram e a comunicação científica evoluiu. Os leitores vão se surpreender, pois muitas das pérolas descritas no livro irão corresponder exatamente ao que eles continuam ouvindo de seus orientadores”, afirmou.
A internet, segundo Volpato, subverteu a lógica das revistas científicas, causando impacto nas necessidades e objetivos dos artigos. “Antes o veículo era o foco. O assinante recebia uma determinada revista científica e ali entrava em contato com diversos artigos. Hoje ocorre o inverso. A pessoa faz uma busca por palavras-chave na internet e chega ao artigo diretamente. Eventualmente, o cientista fica conhecendo a revista por meio do artigo e não o contrário”, disse.
Se antes da internet o leitor precisava ir em busca dos autores, hoje os autores procuram chegar aos leitores. “Antigamente o leitor precisava ir heroicamente atrás dos poucos artigos disponíveis. Mas agora ele precisa fazer uma triagem dos milhares de artigos a que tem acesso. Com isso, a necessidade de se fazer uma comunicação eficiente é muito mais importante – e esse fato está mudando a estrutura dos artigos”, declarou.
Nessa nova lógica, os velhos hábitos de redação científica se transformam em “pérolas” recorrentes, segundo Volpato. Um dos equívocos, por exemplo, é acreditar que o número de referências bibliográficas implica qualidade científica. Outro, consiste em achar que todos os dados coletados no projeto devem fazer parte do texto.
“Vemos equívocos de todos os níveis. Um exemplo é achar que estudos quantitativos são mais robustos que os qualitativos. Outro é acreditar que a redação cientifica exige regras rígidas de estilo – ou que a voz passiva é característica do inglês científico. Achar que o título deve conter, necessariamente, o nome da espécie de estudo. Há também pérolas que são fruto do conservadorismo, como sustentar que introdução e justificativa são itens separados. Ou achar que revistas eletrônicas têm menos prestígio que as impressas”, destacou.
Textos em inglês
Para Volpato, a globalização das revistas científicas de alcance internacional está nivelando as publicações por cima. Essa consequência positiva, entretanto, deverá forçar também para cima o nível de exigência para aceitação dos artigos.
“A maioria das revistas brasileiras, mesmo as que estão na base ISI, é citada apenas por brasileiros. Poucas são, de fato, internacionais e temos que melhorar nosso nível. O primeiro passo, claro, é que a publicação seja em inglês. Temos que compreender que o fato de uma publicação ter alcance internacional tem uma consequência benéfica para a ciência: a seleção dos artigos é feita por pessoas de várias culturas e isso representa um crivo crítico de maior qualidade”, afirmou.
O livro, de acordo com Volpato, é direcionado para a redação científica em geral, incluindo todas as áreas das ciências biológicas, ciências da vida, humanas e exatas.
“O foco está no que chamamos de ciência empírica – que é aquela ciência que precisa de dados para ter conclusões. Portanto, não se aplica muito bem à filosofia, por exemplo. Mas poderá ser utilizado pela maior parte dos pesquisadores das outras áreas”, disse.
* Pérolas da redação científica
Autor: Gilson Volpato
Lançamento: 2010
Preço: R$ 36
Fonte: http://sala.org.br/textos-em-la/como-nao-fazer-um-artigo
domingo, 22 de janeiro de 2012
O conhecimento humano é um direito de todos #StopSopa
Por Cleyton Carlos Torres
Ninguém é utópico o bastante para crer que a internet é totalmente livre, sem restrições ou cerceamentos. A web é fiscalizada o tempo todo. Grande parte da "polícia de plantão" faz parte do time dos bacanas. Google, Facebook e outros sites descolados da chamada web 2.0 são os principais responsáveis por "selecionar" aquilo que você lê, escuta, assiste e busca.
Logicamente que essa tarefa funciona mais como uma rota para o usuário. Alguns percebem, outros não. São responsáveis pelas "bolhas de filtros", onde parte entra e parte dai da sua esfera digital pessoal. O ativista digital Eli Pariser, autor do livro The filter bubble, aborda como as principais empresas da web querem entregar um conteúdo cada vez mais customizado para os usuários, mas que por tabela acabam causando uma miopia generalizada.
Deixando radicalismos de lado, corre no Congresso americano um projeto de lei que pode mudar para sempre a curta história da web. A SOPA, sigla em inglês para Stop Online Piracy Act, visa combater a prática da pirataria, mas em troca vai causar um sufocamento nunca antes visto nos usuários. Portais poderão sair do ar sem ordem judicial e internautas poderão ser presos.
A Wikipedia, em protesto ao projeto de lei, usa a frase "imagine um mundo sem conhecimento livre" estampada em seu portal. Google, Facebook e Twitter não aderiram ao movimento do blecaute, que desligaria por 24 horas seus serviços. Quem está certo e quem está errado? Independentemente da sua resposta, quem sofre é o usuário.
Se aprovada, a lei tem tudo para mudar como enxergamos a web 2.0 em todo o planeta, já que as maiores empresas da internet são americanas, assim como os principais estúdios, grandes ativistas da lei. Porém desligar os serviços é uma ótima maneira de chamar a atenção do mundo, mas peca no quesito compromisso com a sociedade. Que culpa nós temos? A briga é de gigantes, mas quem paga são os pequenos.
Fonte: http://www.blogmidia8.com/2012/01/o-conhecimento-humano-e-um-direito-de.html#.Txm-jwG-G0Y.facebook
Na era da internet o poder é de quem compartilha a informação
Sempre houve uma relação entre a informação e o poder. Não tenho a menor dúvida disso. O maior patrimônio do jornalista é a informação. Quem sai na frente e divulga o fato antes de todos tem o poder. Informação é, portanto, poder. Porém, eis que chega a tal da internet e acaba como toda essa história. Eis que surgem portais noticiosos que brigam de foice todo santo dia para ver qual dará em primeira mão a notícia que vai mudar o seu dia.
Não vou nem entrar no mérito do online versus offline e tentar descobrir quem veio primeiro, o ovo ou a galinha, ou melhor, quem vai morrer primeiro, os jornais ou os portais. O fato é que, com a internet, foi-se o tempo em que informação era poder. É claro que sair na frente é importante para qualquer veículo de comunicação.
Entretanto, hoje mais importante do que sair na frente é informar de forma clara, objetiva e com a maior riqueza de detalhes possível. Vídeos, podcasts, infográficos etc. Na era da internet, a informação deve ser completa e exige a utilização de vários elementos para atender a todos os públicos de qualquer classe social. Afinal, a internet é plural.
Há pouco tempo, quem investia na assinatura de um jornal ou mesmo de uma revista semanal era um grande formador de opinião. Hoje, lamento dizer que este mesmo leitor está desperdiçando seu dinheiro. Não é porque o jornal vai acabar e blá, blá, blá. A equação, meus caros, é muito simples. Se antes detinha o poder quem era o dono da informação, hoje, tem o poder quem compartilha a informação. Os veículos online, que ainda insistem no modelo de conteúdo restrito a assinantes, estão fadados à morte. A receita virá da publicidade e não das assinaturas.
Vou citar como exemplo uma prática muito comum que tenho feito ultimamente. Quando vejo uma notícia no jornal impresso que me interessa, vou procurá-la na versão online do mesmo jornal para compartilhar com meus contatos. Quando o conteúdo não está disponível, jogo o título da reportagem no Google e... surpresa! O resultado da busca mostra, no mínimo, cinco blogs que já colaram a notícia na íntegra. Provavelmente os donos destes blogs são também assinantes das versões online ou, ainda, empresas de clipping que têm acesso a área reservada a assinantes e disponibilizam o conteúdo para os bilhões de usuários da Internet.
A realidade é uma só. Vivemos a era do compartilhamento. Quem segura a informação e busca exclusividade vai perder cada vez mais terreno, audiência, leitores e, consequentemente, receita publicitária. Em contrapartida, quem valorizar o acesso gratuito ao conteúdo passará a deter o real poder da informação.
Artigo enviado pelo leitor Ricardo Augusto Lombardi, jornalista e coordenador de projeto do portal
Fonte: http://www.blogmidia8.com/2011/07/na-era-da-internet-o-poder-e-de-quem.html
terça-feira, 17 de janeiro de 2012
Como criar conteúdo de qualidade e se destacar nas redes sociais
Por Cleyton Carlos Torres
Não é novidade para ninguém que a produção de um conteúdo de qualidade tem assumido importante papel dentro das empresas e até mesmo entre os profissionais que trabalham como freelancers. Com um conteúdo de qualidade é possível se destacar dos demais e conseguir uma fatia maior da atenção do seu público, requisito praticamente inexistente hoje em dia. Estamos na era do conteúdo relevante. Mas, o que vem a ser um conteúdo de qualidade?
A resposta é proporcional ao seu público. Dependendo do segmento que você atua, conteúdo de qualidade pode abordar desde as últimas novidades sobre um programa de reality show ou até mesmo as opiniões de diferentes pesquisadores sobre como a física quântica está revolucionando nosso planeta. Lembre-se: o que é lixo para uns é nicho para outros. Saber trabalhar de maneira eficiente com o que o seu público quer é o primeiro passo para se produzir um conteúdo de qualidade, inclusive no Twitter.
Porém alguns fatores, independentemente do assunto, devem ser levados em consideração. Ainda associamos o termo conteúdo com texto, mas ele pode ser um vídeo, áudio, uma ilustração e até mesmo uma animação usando realidade aumentada. O conteúdo tem múltiplos formatos, mas deve primar por uma qualidade ímpar.
Cada meio possui sua singularidade específica. Por exemplo, nós até aturamos um vídeo tremido ou desfocado, como os vídeos postados no YouTube, mas não aceitamos um áudio chiado ou com ruídos. Cada formato traz suas exigências próprias e é preciso saber diferenciá-las para trabalhar de uma maneira produtiva com todas as formas de conteúdo.
No caso específico do texto, principal atuação deste blog, algumas dicas podem auxiliá-lo na hora do desenvolvimento do artigo. Antes de tudo, deve-se ter em mente 5 princípios básicos:
•Erro gramatical é diferente de erro de digitação;
•Não caia no mito do texto curto;
•Ser objetivo é diferente de ser simplório;
•Conteúdo exclusivo é diferente de conteúdo inventado;
•Você escreve para pessoas e também para robôs.
Isso é o básico, mas extremamente funcional. Se você não tem um domínio mínimo da língua portuguesa, produzir artigos só iria prejudicar a imagem da sua empresa. Já presenciei agências de comunicação listando em suas atividades a produção de conteúdo "relevamte". Vai contratar esse serviço e arriscar arranhar a imagem da sua empresa ou a sua como profissional?
Um mito que deve ser questionado é quanto ao texto curto e objetivo. Na web há espaço, sim, para textos longos e analíticos. Varia conforme o assunto e o público em questão. Há públicos que não conseguem ler 140 caracteres, porém há segmentos, inclusive entre os mais jovens, que consomem textos de várias laudas. Ser objetivo, tanto no texto longo como no curto, se refere a um artigo com foco e não simplório como alguns fazem.
Ter em mente que são as pessoas que irão ler o seu conteúdo, mas que são os robôs que irão rastreá-lo, é importante na hora do desenvolvimento. Recomendo a leitura do post "Como escrever um artigo corretamente otimizado para SEO", do colega Paulo Faustino. Produzir um texto nos dias de hoje vai muito além da simples produção de um texto.
Todo esse processo é fundamental na busca por produzir um conteúdo de qualidade. Com esses fatores já em vista pela empresa ou pelo profissional, outros conceitos devem caminhar na pós-produção. Não basta produzir um conteúdo com qualidade; é necessário dizer ao mundo que você está produzindo um conteúdo de qualidade. Anote aí:
•Jamais a produção de conteúdo deve ser interrompida;
•Busque estipular uma periodicidade;
•Comece a linkar internamente e externamente outros artigos;
•Sempre revise, corrija e atualize seus artigos;
•Acompanhe as visitas e aprenda o que o seu público procura;
•Procure trazer novas visões e opiniões.
Nessa pós-produção é importante ter persistência e disciplina, além de criar um conteúdo de qualidade compartilhável, ou seja, direcionado ao seu público, com linguagem adequada e com termos que estimulem o usuário a querer compartilhar aquela opinião, seja contestando ou apoiando. Com o tempo, sua imagem será associada com aqueles conteúdos. Ser referência é o objetivo nessa era digital.
Fonte: http://www.blogmidia8.com/2012/01/como-criar-conteudo-de-qualidade-e-se.html#.TxXgVOiwM5U.facebook
segunda-feira, 16 de janeiro de 2012
Liberdade de expressão - SOPA Blackout Brasil
No dia 18/01/12 diversos sites, blogs e coletivos irão aderir ao #SOPABlackoutBR da forma que for possível. O ideal é que o site fique fora do ar por 12h (de 8h as 20h), para que as pessoas sintam realmente como seria terrível deixar de ter acesso ao site caso ele seja bloqueado pelo SOPA. O período de tempo e o fato de ficar totalmente fora do ar fica a critério de cada um.
Objetivo
Mostrar às autoridades Brasileiras e grandes grupos econômicos a posição da sociedade Brasileira em relação ao SOPA e demais práticas, normas, medidas judiciais e leis que ameaçam a liberdade na Internet, e aproveitar a oportunidade para expor as ameaças locais.
Por que aderir?
O SOPA apesar de ser um projeto de lei Americano, não afetará apenas os Estados Unidos, pois o país concentra quase todos os serviços e sites que utilizamos diariamente, e que podem ser afetados tais como Youtube, Facebook, WordPress, Google, Gmail, Twiiter, e muitos outros. Temos de lembrar também que muitos sites são hospedados nos EUA, mesmo sem ter TLD americano e outros fora dos EUA com TLD americano como (.com, .net, .org) em ambos os casos o site estará debaixo da legislação Americana.
SOPA também prevê instrumentos para bloquear os serviços de publicidade e pagamento online sob a jurisdição dos EUA, impactando qualquer site no mundo, apenas com base em uma denuncia de suspeita,e sem ordem judicial.
Os problemas não acabam por ai, o SOPA afetará profundamente a liberdade de expressão na Internet, todos os sites se verão obrigados a aplicar mecanismos de auto-censura, e filtrar toda atividade online de seus usuários para evitar serem bloqueados.
E junto com a lei Sinde na Espanha, Hadopi na França, o SOPA pode ser um terrivel instrumento de pressão para que demais países adotem legislações semelhantes. É importante lembrar que a Lei Sinde que aparentemente havia sido brecada por ativistas Espanhois, foi aprovada logo no inicio do novo mandato sob grande pressãoAmericana.
Como aderir
Qualquer forma de divulgação da ação é valida, estamos conectados em rede, qualquer pequeno esforço de cada um pode resultar em grandes impactos, veja algumas formas de agir.
Faça as pessoas entenderem o problema
Se cada um conseguir explicar para cinco pessoas os problemas envolvendo o SOPA e outros projetos de controle da rede, em pouco tempo teremos bastante gente engajada e informada. Falar sobre o assunto é muito importante, é um tema que afetará a todos nos e com esclarecimento e ação poderemos evita-los.
Divulgando a ação
Coloque em seu site um dos selos, se desejar crie um link para o Mega Não, ou para o post chamada no seu site.
Tirando seu site do ar
Se você possui um site com acesso via FTP, crie uma página index.html com sua mensagem de protesto contra o SOPA. caso não tenha idéia aponte seu site para algumas das páginas que estarão disponíveis no endereço http://ai5digital.com.br/ a partir de 15/01/12.
Tirando seu site parcialmente do ar
Se seu site estiver hospedado no WordPress ou Blogspot, é possível configurá-lo para apontar para uma página na home, crie esta página com a mensagem de protesto e deixe ela como a home do blog durante o dia da ação. Você também pode adotar a solução proposta pelo site “Direito de Ler“
Twitter, Facebook, Orkut, Identica
Não poderemos parar de usar estas redes e ferramentas neste dia, pois eles serão muito úteis para disseminar a ação, não esqueca de usar sempre a tag #SOPAblackoutBR. Neste caso sugiro que troque seu avatar destas redes por um dosavatares da ação.
Quem esta apoiando
Movimento Mega Não
CGI.br
Coletivo Trezentos
IDEC
Revista Forum
Software Livre Brasil
Pontão Ganesha
Fonte: http://www.novae.inf.br/site/modules.php?name=Conteudo&pid=1852#.TxMuA8hc_VY.facebook
sexta-feira, 6 de janeiro de 2012
Os livros mais vendidos em 2011
Não existe no Brasil uma empresa de pesquisa que contabilize as vendas anuais de livros por título, como há nos Estados Unidos. Por lá, o trabalho fica a cargo da Nielsen, que faz a leitura de códigos de barras em lojas cujas vendas correspondem a 75% da comercialização de livros no país.
Por aqui, a lista anual mais completa é a do Publishnews, site especializado no mercado editorial. A lista deles contabiliza a comercialização de 12 redes ou lojas físicas e virtuais, cujas vendas equivalem a cerca de 35% do total de títulos vendidos em livrarias no país. Não entram nessa contabilidade, por exemplo, as vendas porta a porta nem as para o governo, ambas crescentes a cada ano.
Por exemplo, a biografia de Steve Jobs lidera a lista brasileira de não ficção, enquanto em seu próprio país perde para "Heaven Is for Real". De todo modo, impressiona que o livro sobre o fundador da Apple, publicado no final de outubro, esteja tão bem cotado nas duas listas anuais.
Também achei curioso que Nicholas Sparks, autor mais concorrido da Feira de Frankfurt, com quatro títulos entre os livros de ficção mais vendidos no Brasil, não apareça nenhuma vez na lista de sua terra natal.
Só sobre as listas nacionais, chama a atenção uma questão que foi levantada durante um debate do qual participei na Flica, em Cachoeira, na Bahia, meses atrás. Dos títulos de ficção mais vendidos no Brasil, apenas um é de autor nacional, Jô Soares. Entre os de não ficção, sete dos dez são de escritores brasileiros. Arriscaria dizer que a ficção que se faz no Brasil é menos dada às fórmulas de best-seller do que a feita nos EUA, mas a verdade é que não sei. Quem quiser que palpite também.
Um dado importante: o livro mais vendido no Brasil em 2011 foi, de longe, "Ágape", do padre Marcelo Rossi. Vendeu cinco vezes mais que "A Cabana", o líder da lista de ficção. Ele não aparece nas listas de ficção e não ficção porque é de autoajuda, gênero contabilizado separadamente.
E outro, aos que reclamam da ausência de "A Privataria Tucana": ele saiu faz poucas semanas e está em 19º lugar na lista anual de não ficção. Embora esteja muito bem colocado na lista semanal do Publishnews e também da Folha, ele não entra nos dez mais de 2011 porque concorre nessa lista com livros vendidos desde janeiro. Aos exaltados, recomendo o ponderado texto do André Barcinski sobre o livro.
De resto, seguem as listas do Brasil
FICÇÃO
1. "A Cabana", William P. Young (Arqueiro)
2. "Querido John", Nicholas Sparks (Novo Conceito)
3. "A Guerra dos Tronos", George R. R. Martin (LeYa)
4. "As Esganadas", Jô Soares (Companhia das Letras)
5. "Diário de uma Paixão", Nicholas Sparks (Novo Conceito)
6. "Água para Elefantes", Sara Gruen (Arqueiro)
7. "A Última Música", Nicholas Sparks (Novo Conceito)
8. "Um Amor para Recordar", Nicholas Sparks (Novo Conceito)
9. "Um Dia", David Nicholls (Intrínseca)
10. "Questões do Coração", Emilly Griffin (Novo Conceito)
NÃO FICÇÃO
1. "Steve Jobs", Walter Isaacson (Companhia das Letras)
2. "Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil", Leandro Narloch (LeYa)
3. "1822", Laurentino Gomes (Nova Fronteira)
4. "1808", Laurentino Gomes (Planeta)
5. "Feliz por Nada", Martha Medeiros (L&PM)
6. "Comer, Rezar, Amar", Elizabeth Gilberty (Objetiva)
7. "Guia Politicamente Incorreto da América Latina", Leandro Narloch (LeYa)
8. "50 Anos a Mil", Lobão (Nova Fronteira)
9. "Mentes Perigosas", Ana Beatriz Silvia (Fontanar)
10. "Comprometida", Elizabeth Gilbert (Objetiva)
GERAL
1. "Ágape", Padre Marcelo Rossi (Globo Livros)
2. "A Cabana", William P. Young (Arqueiro)
3. "Querido John", Nicholas Sparks (Novo Conceito)
4. "Steve Jobs", Walter Isaacson (Companhia das Letras)
5. "A Guerra dos Tronos", George R.R. Martin (LeYa)
6. "Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil", Leandro Narloch (LeYa)
7. "Diário de uma Paixão", Nicholas Sparks (Novo Conceito)
8. "1822", Laurentino Gomes (Nova Fronteira)
9. "As Esganadas", Jô Soares (Companhia das Letras)
10. "Água para Elefantes", Sara Gruen (Arqueiro)
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