sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

OFICINA DE TECNOLOGIAS NA EDUCAÇÃO – O USO DO BLOG PELO PROFESSOR:




Discussão e prática sobre tecnologias na educação – o uso do blog pelo professor: Oficina voltada à alunos da Letras, Pedagogia e profissionais da área da Educação.

Ministrante: Ligia Coppetti
Local: UniRitter/Porto Alegre
Data E horário: 11 e 13 de janeiro de 2011, 14h - 17h30min
Vagas: 10 - 15 alunos
Investimento: gratuito
Informações e inscrições: Rua Orfanotrófio, 555 - Porto Alegre/RS
F: 3230.3333 - 3027.7300

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Perdemos nossa capacidade de conversar (?)



Segunda-feira, 22 de novembro de 2010
http://imasters.com.br/artigo/18961/tendencias/perdemos_nossa_capacidade_de_conversar/

"Só existe diálogo honesto quando os dois lados estão dispostos a mudar, a partir da interação com o outro" - Nepô - do meu e-book de frases.

O maior problema humano hoje é a nossa incapacidade da conversa.
Ainda mais com pessoas que não fazem parte da nossa tribo, geralmente no trabalho, em grupos mais abertos.
O outro nos assusta e precisamos rotulá-lo para nos sentirmos bem, confortáveis e - por que não - superiores.
Perdemos a capacidade de ouvir e de falar com sinceridade e com disposição para crescer juntos.
Quem não conversa opta sempre por se fechar em guetos para viver catarticamente na reafirmação de si mesmo.
Motivos mil, consequências milhões! ;(
Todo o esforço hoje, a meu ver, é resgatar essa arte perdida da conversa aberta, do diálogo honesto, em alguma caverna perdida, atrás dos aparelhos, dos livros, dos rádios, da tevê e agora da internet e dos celulares.
Nada disso garante diálogo, apenas informação.
Ainda mais em profissões que lidam diretamente com pessoas.
Aí se incluem: comunicadores, inovadores, gestores de todos os tipos, informadores, etc?
Assim, acredito que a melhoria das relações está baseada na capacidade do diálogo. E a capacidade do diálogo na melhoria da qualidade da relação.
Evitar a cristalização de guetos, dogmas, tribos, grupos, igrejas, etc.
Quando colocamos o outro em um quadro, é o primeiro passo para nos afastarmos da pessoa e nos ensurdecer.

Sim, não é fácil, mas devemos nos concentrar nessa meta.

Estou assumindo pessoalmente, com toda dificuldade, esse esforço nas minhas aulas, palestras, consultorias, vida pessoal, etc?

Isso, a meu ver, resume uma atitude 2.0, conseguir, de novo, fazer debates honestos.

Quando não dialogamos, tendemos a pasteurizar o outro.

É preciso ouvir para saber:

* como o outro de fato pensa?
* o que há de comum e de incomum entre você e o pensamento do outro?
* como ele chegou àquelas conclusões? Amadureceu muito, ou discutiu pouco? Está disposto a rever ou a se manter nela?
* qual é, de fato, a disposição dos dois para o diálogo?
* qual é o grau de sua atenção e a do outro quando cada um conversa?
* ambos estão respeitando o outro, sem sarcasmo, ironias, desqualificações, adjetivações?

(Meu filho mais velho, Jonas, me chamou a atenção de que quando se tem problemas no diálogo, começam a surgir os adjetivos. Concordo com ele.)

* como me sinto em relação ao discurso do outro?
* como expresso esse meu sentimento?
* o tempo e o local do diálogo estão ajudando ou atrapalhando?
* ter outras pessoas asistindo ou participando está ajudando ou atrapalhando?
* a plataforma usada (e-mail, twitter, telefone, pessoal) está ajudando ou atrapalhando?

Problemas recorrentes, que observo que se encontram ao se conversar de ambos os lados:

* não querer escutar;
* só querer falar;
* não querer falar;
* vontade de doutrinar;
* vontade de ser doutrinado;
* indisposição para mudar.


Acredito que o diálogo é um jogo em que as duas partes devem estar dispostas a superar esses obstáculos, ambas com interesse de mudar, a partir da troca.

Se alguém se diz fechado para a mudança, não há diálogo, mas apenas monólogo e tentativa de doutrinação.
Quase perda de tempo, muito chato, rua sem saída.

Vale o dito: "quando um não quer dois não brigam", que pode ser adaptado para "quando um não quer dois não dialogam". Quando dois não dialogam, por consequência, brigam.
(Árabes x Judeus, PSDB x PT, esquerda x direita, etc são exemplos nessa direção.)

Temos que resgatar a arte do diálogo perdido em alguma caverna lá do passado se quisermos começar a pensar em fazer projetos inclusivos na internet, pois a rede é um espaço aberto ao diálogo dos desconhecidos.
Esse é o principal desafio que uma mídia interativa - aberta ao diálogo - traz para a sociedade.
E é o diálogo a principal ferramenta de um agente indutor de mudança.

Concordas?

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Leitura traz benefícios para o cérebro, confirma estudo

17 de novembro de 2010
http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI4796106-EI238,00.html

Estudo desenvolvido por cientistas de institutos e universidades da Europa e do Brasil confirmou: saber ler é bom para o cérebro. Todavia, agora há imagens do cérebro para provar cientificamente o fato, e uma noção do porquê isso acontece.

O neurocientista cognitivo Stanislas Dehaene, diretor da Unidade de Neuroimagiologia Cognitiva do Inserm-CEA, na França, e seus parceiros no Brasil (Centro de Investigação em Neurociências do Hospital Sarah Lago), na Bélgica (Universidade de Bruxelas) e em Portugal (Universidade de Lisboa), usaram exames de ressonância magnética funcional (fMRI) para avaliar o cérebro de 63 adultos, entre eles 10 analfabetos, 22 que aprenderam a ler na maioridade e 31 que foram alfabetizados durante a infância.

A investigação englobou, paralelamente, populações brasileiras e portuguesas, por serem de países habitados por muitas crianças em ambientes isolados e rurais que não vão à escola. Os voluntários selecionados, mesmo os analfabetos, eram socialmente bem integrados, com boa saúde e a maioria com emprego.

Os cientistas descobriram que o cérebro dos adultos que podiam ler apresentava mais respostas dinâmicas a palavras impressas, não só nas áreas do córtex destinadas à leitura, mas também em regiões cerebrais que processam as informações visuais. Aconteceram respostas semelhantes em áreas relacionadas às informações faladas. Essas respostas foram observadas nos dois grupos alfabetizados.

Por outro lado, os indivíduos analfabetos usavam uma parte maior da área do cérebro que responde a imagens de rostos em comparação aos indivíduos letrados, o que pode significar que os alfabetizados possuem menos habilidade no reconhecimento de faces (experimentos para comprovar essa hipótese serão realizados em breve, afirma o site TG Daily).

Muitos questionam qual a grande novidade que essa pesquisa traz. Porém, o estudo é sério e diz mais do que apenas confirmar que aqueles que lêem possuem cérebros mais ativos, já que mostra exatamente como a leitura beneficia nossa massa encefálica.

"Aprender a ler, mesmo na idade adulta, é uma experiência tão importante para o cérebro que ele redistribui alguns dos seus recursos, obrigando outras funções, como o reconhecimento facial, a abrir mão de parte da sua gleba", afirmam os pesquisadores.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Editora UniRitter lança novos títulos na 56ª Feira do Livro de Porto Alegre


POstado 04/11/2010
http://www.uniritter.edu.br/index.php?noticia=1841

A Editora UniRitter lança, no dia 10 de novembro, na Praça de Autógrafos da Feira do Livro de Porto Alegre, nove novos títulos de sua produção.

Coleção Experiência Acadêmica
Nº 10 – Design: experimentos em desenho – 2ª edição - Autores: Luiz Antonio Vidal de Negreiros Gomes e Clarice Gonçalves da Silva Machado
Sessão de autógrafos: dia 10 de novembro – quarta-feira - às 20h30min/ Praça de Autógrafos

Nº 11 - Algoritmos e Programação em Linguagem C - Autores: Isabel Cristina Siqueira da Silva, Sidnei Renato Silveira e Gilse Morgental Falkembach
Sessão de autógrafos: dia 10 de novembro – quarta-feira - às 17h30min/ Praça de Autógrafos

Nº 12 - Pesquisa em Computação: uma abordagem metodológica para trabalhos de conclusão de curso e projetos de iniciação científica - Autores: Vinicius Gadis Ribeiro e Jorge Rodolfo Silva Zabadal
Sessão de autógrafos: dia 10 de novembro – quarta-feira - às 17h30min/ Praça de Autógrafos

Nº 13 – Design de sinalização: planejamento, projeto & desenho - Autores: Douglas D'Agostini e Luiz Antonio Vidal de Negreiro Gomes
Sessão de autógrafos: dia 10 de novembro – quarta-feira - às 20h30min/ Praça de Autógrafos

Nº 15 - Estatística Básica para a Administração, Economia e Ciências Contábeis: seleção de exercícios - Autora: Giselle Spindler
Sessão de autógrafos: dia 10 de novembro – quarta-feira - às 17h30min/ Praça de Autógrafos


Coleção Novos Conhecimentos

Nº 10 - Direitos Ancestrais: direito à terra indígena no Canadá, Austrália e Brasil - Autor: Voltaire de Freitas Michel
Sessão de autógrafos: dia 10 de novembro – quarta-feira - às 17h30min/ Praça de Autógrafos

Nº 11 – Composição, partido e programa: uma revisão crítica de conceitos em mutação
Organizadores: Anna Paula Canez e Cairo Albuquerque da Silva
Sessão de autógrafos: dia 10 de novembro – quarta-feira - às 20h30min/ Praça de Autógrafos

Nº 14 - Ideias, Ideais e Ideações: para Design/Desenho Industrial - Autores: Lígia Maria Sampaio de Medeiros e Luiz Antonio Vidal de Negreiro Gomes
Sessão de autógrafos: dia 10 de novembro – quarta-feira - às 20h30min/ Praça de Autógrafos

Cadernos de Extensão
Nº 2 – Liberdade pela Escrita: da realidade à ficção - Autores: Marcelo Spalding e Neiva Maria Tebaldi Gomes
Sessão de autógrafos: dia 10 de novembro – quarta-feira - às 16h30min/ Praça de Autógrafos

Por Andréa Lopes

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Pássaros Grandes Não Cantam (livro)


Autor: Luíz Horácio (colega do mestrado)
Editora Global
Edição: 1ª
Formato: 16X23
Nº de Páginas: 224
R$29,90


Este romance conta várias histórias que se entrelaçam no objetivo principal de expor a natureza humana na plenitude de suas fraquezas, sua morbidez, sua crueldade, mas também de sua enorme capacidade de amar, que no cenário do pampa gaúcho se revela sempre de modo muito peculiar - para o bem ou para o mal. Como em seus dois romances anteriores que integram a trilogia que com esta obra se encerra, Luíz Horácio confere à natureza não apenas o papel de cenário, de pano de fundo para o desenvolvimento da trama, mas também de personagem importante. E esse ingrediente fantástico adiciona ao contexto da narração um componente de transcendência, metafísico mesmo, que, na visão do autor, é indissociável do ethos gaúcho, especialmente na região da fronteira, onde a cena se desenrola.
Outra questão que Luíz Horácio valoriza, ou, talvez melhor, ironiza em suas histórias é o arraigado preconceito racial que ele, negro, garante ter encontrado mais forte ainda na capital Porto Alegre, quando a ela retornou em 2008, depois de dezoito anos vivendo no tropical Rio de Janeiro. A manifestação desse preconceito, descreve o autor em passagens impiedosamente críticas, é mais uma característica da natural propensão do temperamento gaúcho para o conflito.
Diz a teoria literária que aquele que escreve, o autor implícito, não deve ser confundido com a pessoa física do autor, pois apenas o primeiro está presente na obra. É necessário distinguir o autor como elemento da vida, o autor-pessoa, do autor como elemento da obra, o autor-criador. Luíz Horácio, mestrando em Letras aos quase cinquenta anos de idade, discorda veementemente dessa teoria: "Eu próprio não percebo a distinção quando escrevo meus livros. Estou por inteiro na minha obra". Pois essa obra revela um ser humano que coloca uma imaginação fértil a serviço de uma percepção extremamente sensível da crueldade do mundo em contraponto com a capacidade e a necessidade de amar dos habitantes deste vale de lágrimas.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

A cada 14 dias morre uma língua




por Kelly de Souza - 21/10/10
http://cultura.updateordie.com/2010/10/21/a-cada-14-dias-morre-uma-lingua/

Ele não é Indiana Jones, mas está perto desse perfil. David Harrison é um “caçador de línguas”, ou talvez devêssemos chamá-lo de um salva-línguas, ou quem sabe de um garimpeiro de palavras, sei lá, chame-o do que quiser, o fato é que ele é o responsável pelo National Geographic Society’s Enduring Voices Project, e pelo Living Tongues Institute for Endangered Languages, projetos com objetivos parecidos: rastrear os cantos mais afastados do mundo em busca de línguas desconhecidas, e tentar resgatá-las, ou registrá-las, evitando o seu total desaparecimento. Harrison é um linguista com doutorado pela Universidade de Yale, professor do Swarthmore College, autor de vários livros, entre eles The Last Speakers (2009), tendo longa experiência em resgate de línguas, com trabalhos realizados na Sibéria, Mongólia, Bolívia, Índia e América Nativa.

Existem hoje perto de 7 mil línguas sendo usadas no planeta. É possível que em 2100 mais da metade delas tenha desaparecido, levando consigo pedaços da civilização, riquezas culturais, conhecimentos e história. É através da língua que as pessoas falam e se comunicam, e muito do que sabemos sobre a natureza humana é codificado apenas oralmente. Quando a língua desaparece, desaparece junto grande parte da sua cultura, que provavelmente não consegue ser expressa em outro idioma. A cultura indígena talvez seja o exemplo mais cabal. As comunidades indígenas interagem há milhares de anos com seu meio e transferem a ele profundos conhecimentos sobre as regiões que habitam, sobre as plantas, animais e ecossistemas, sendo que muito desse conhecimento não foi ainda registrado pela Ciência. Estudar a língua deles pode, assim, gerar grandes benefícios ambientais e esforços de conservação. A história mostra que línguas de comunidades poderosas, muitas vezes opressoras, e em geral asfixiantes culturalmente, se espalharam ao longo dos tempos sufocando as línguas de culturas minoritárias. A diversidade de línguas de um país pode ser um grande tesouro e um diferencial cultural de grande impacto futuro (existe mais diversidade de línguas na Bolívia, por exemplo, do que em todo milenar continente europeu).

Recentemente uma língua “oculta”, denominada koro, foi encontrada na região nordeste da Índia, em uma tribo isolada (comum na Índia). A koro é falada por cerca de mil pessoas e pertence a família linguística Tibeto-Burman, que inclui 400 idiomas, tais como o tibetano e o birmanês. Uma equipe do Projeto Enduring Voices descobriu essa língua em 2008 quando buscava conhecer na região outras duas línguas, a Aka e a Miji. Chegando a região e fazendo gravações com as tribos locais, descobriram uma terceira língua, a koro. David Harrison e esse reduzido grupo de profissionais, especializados em resgatar línguas em extinção, podem um dia estar nas aldeias da Amazônia, e em outro nos confins da Sibéria transcrevendo fonemas, gravando conversas dos habitantes locais, filmando seus costumes e sua cultura (canções, lendas, etc.) que possivelmente nunca haviam sido registrados antes. Como descreveu Harrison em entrevista ao jornal El Mundo e à Efe, “A língua faz parte da identidade e da cultura de um povo, por isso quando ela se extingue a comunidade e nós todos perdemos sua história, sua mitologia, seus costumes, sua poesia e a expressão de sua criatividade”. Uma das indústrias sempre preocupada com a extinção linguística é a farmacêutica, que terá cada vez mais dificuldades de pesquisar novos princípios ativos nas florestas se não puder se comunicar com as comunidades locais.

Na América Latina, três regiões são as mais ameaçadas por esse tipo de desaparecimento: uma localizada ao Sul, no centro do Paraguai, outra no México e uma terceira região, mais sensível, que se espalha pelos Andes até a Amazônia, abrangendo especialmente países como a Bolívia. Harrison fala da inevitabilidade de extinção nessas regiões: “A América Latina é uma das regiões mais ricas em diversidade linguística, mas já há um avançado estágio de extinção de muitas delas, que torna impossível serem salvas. É quase certo que vão desaparecer”. A situação de 48 línguas latino-americanas é “grave”, estando algumas já em avançado estágio de desaparecimento, como a vilela, na Argentina, que conta com pouco mais de dois indivíduos que a falam, ou da ofayé, no Brasil, com apenas duas dezenas de nativos que se comunicam através dela. Outro exemplo está na Bolívia, região em que a equipe de Harrison estudou a kallawaya, que é falada por cerca de 100 pessoas em rituais religiosos e práticas medicinais, sendo considerada uma língua secreta, só transmitida de avós para netos. Harrison acha que a chave para a salvação de muitas delas está nas gerações mais jovens. “Eles tem o poder de decidir se mantêm sua língua viva. Depende se são incentivados a usá-la ou se sentem pressionados (ou envergonhados) de se comunicarem através dela”, diz Harrison.

Existem vários projetos que caminham na direção da preservação linguística, como o da ONU (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente), ou da Unesco, ou mesmo do Ministério da Educação do Brasil, que faz um trabalho nas comunidades indígenas. Mas tudo parece muito pouco comparado à velocidade com que o processo de extinção avança. Em 500 anos de história do Brasil perto de 85% das línguas indígenas já desapareceram (segundo a Unesco, todas as línguas indígenas brasileiras correm algum risco de desaparecer). Na Europa são faladas 230 línguas, enquanto no continente asiático são mais de 2000, e na África, das 1400 línguas existentes 550 poderão sumir em breve, segundo relatório da Unesco. Um exemplo típico do imperialismo linguístico é o australiano. Na Austrália, nos últimos 100 anos, foram extintas centenas de línguas aborígenes e outras tantas estão em processo de desaparecimento em decorrência das políticas de assimilação cultural em voga até a década de 70. O país priorizava o idioma inglês como língua oficial em detrimento das línguas minoritárias. Pura herança colonialista.

A transformação linguistica é um fenomeno crescente no século XX e XXI, como mostra o estudioso David Crystal em A Revolução da Linguagem (2006). Os países que têm consciência sobre a importância das línguas minoritárias são poucos. Um deles é a Irlanda, que nos séculos XVII e XVIII, com a ocupação inglesa, viu a língua galesa ser proibida. Todavia, os irlandeses lutaram pela preservação e continuaram se comunicando, às escondidas, em galês, sendo que em 1921 a língua galesa voltou a ser aceita sem restrições e passou a ser ensinada nas escolas. A chamada Lei da Língua Galesa, de 1993, estimula a difusão do idioma, hoje falado por cerca de 19% da população. Quem já foi a Barcelona, andou pelas ruas e ouviu a maioria da população se comunicando em catalão pode achar que isso é um atraso. Não é. Além da luta política regional, existe a luta pela preservação da língua, que suporta costumes milenares e mantem viva uma das mais ricas culturas da Europa. Não se trata de extinguir a globalização, mas de não deixar que ela semeie a pura e simples eliminação das culturas étnicas minoritarias, lastreadas em geral por suas línguas e dialetos.

Kelly de Souza é jornalista colaboradora da Revista da Cultura e Blog da Cultura.

Manguel mostra porque ler é a única e rica saída






por Kelly de Souza - 22/09/10
http://cultura.updateordie.com/category/sociedade/

Aqueles que vivem da palavra, que dela tiram seu sustento, ou mesmo aqueles que fazem da leitura uma forma única de achar graça na vida (viciados em letras, como eu), vez ou outra se perguntam: por que, afinal, encontramos nos livros tanta razão de ser, de existir e de continuar? Por que sem eles nossa vida é sempre “pouca coisa”, é sempre menor? Por que escrever ou ler chega a ser para alguns um mantra, um vício, um ópio? Não há respostas definitivas, como sempre. Existem tantas questões envolvendo a busca frenética do ser humano pela palavra, que a própria palavra é incompleta ou insuficiente para explicar nossa paixão por ela. Alfred Doblin, autor do exuberante Berlin Alexanderplatz, certa vez respondeu a uma pergunta que questionava a razão que o levava a escrever. Respondeu: “Não me interessa o livro concluído, apenas o livro que está por vir”.

Para Doblin, escrever é um processo, uma ponte, um caminho que nos leva do presente ao futuro, um fluxo constante de linguagem em que as palavras dão forma à realidade. Quando em 1909 o poeta italiano Filippo Tommaso Marinetti (A Cozinha Futurista) propôs a Doblin a adoção de um método futurista de construção poética, Doblin lhe respondeu: “Cuide de seu futurismo, que eu vou cuidar do meu doblinismo”. Para ele, o caminho não era o método, mas a paixão (“Eu leio, como a chama lê o lenho”).

Parte da resposta sobre nossa ensandecida necessidade de ler e escrever pode ser encontrada na obra de Alberto Manguel, A Cidade das Palavras. Escritor argentino, cidadão canadense, criado em Israel e morando hoje na França, Manguel é um dos mais importantes autores de lingua hispânica, embora tenha aprendido alemão e inglês (línguas em que escreve) antes do espanhol. Trata-se acima de tudo de um “pensador da palavra”. Depois de passar sua adolescência na Argentina, onde atuou como leitor para um cego Jorge Luiz Borges, foi editor em Londres, Paris e Milão. Manguel, aos 62 anos, vive hoje em Mondion (vilarejo francês), numa antiga casa paroquial (anexa a uma igreja do século XII), onde instalou sua biblioteca de 35 mil volumes.

“A Cidade das Palavras” é um ciclo de palestras em que o autor discute o hábito humano de ler, ouvir e contar histórias (para ele essas habilidades são por definição a razão de sermos de fato humanos). Numa entrevista à Revista Veja, em 1999, quando perguntado por que a leitura ainda é tão importante na sociedade, Manguel foi cirúrgico: “A atual cultura de imagens é superficialíssima, ao contrário do que acontecia na Idade Média e na Renascença, épocas também marcadas por uma forte imagética. Pense, por exemplo, nas imagens veiculadas pela publicidade. Elas captam a nossa atenção por apenas poucos segundos, sem nos dar chance para pensar. Essa é a tendência geral em todos os meios visivos. Assim, a palavra escrita é, mais do que nunca, a nossa principal ferramenta para compreender o mundo. A grandeza do texto consiste em nos dar a possibilidade de refletir e interpretar. Prova disso é que as pessoas estão lendo cada vez mais, assim como mais livros estão sendo publicados a cada ano”.

Perguntado se quem lê muito necessariamente escreve bem, Manguel não vacilou na resposta: “Muitos escritores preferem não ler enquanto estão escrevendo, para não influenciar seu trabalho. Mas só há uma forma de aprender a escrever bem: lendo. Lendo você pode descobrir como os escritores fizeram suas obras e ter noção do processo da escrita. Mas não há regras. O escritor inglês Somerset Maugham dizia que “existem três regras para escrever bem. Infelizmente ninguém sabe quais são elas”.

Em outra entrevista, feita no começo deste mês para o jornal El País, Manguel também autor do fascinante Uma História da Leitura, ensaio sobre como a literatura resistiu a tudo e a todos, define bem a ideia central da leitura no século XXI. Instigado sobre as facilidades do mundo contemporâneo e a pasteurização da literatura, ele concluiu: “Vivemos numa época em que valores como brevidade, superficialidade, rapidez e simplicidade são absolutos. Nunca havia sido. Os valores que desenvolveram nossa sociedade foram os da dificuldade (para aprender a lidar com os problemas), da lentidão (para refletir e não agir impulsivamente) e da profundidade (para sabermos investigar um problema). Se abrimos mão desses valores obtemos reações banais, superficiais, que podem ser facilmente manipuladas”. Bingo!

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As fotografias que ilustram esse texto são de autoria do fotógrafo húngaro André Kertész (1894-1985), tiradas entre 1920 e 1970, que integram o livro On Reading. A obra mostra pessoas de diferentes classes e idades, em diferentes partes do mundo e cenários, completamente entregues à atividade e prazer da leitura.

Kelly de Souza é jornalista colaboradora da Revista da Cultura e Blog da Cultura.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Twitter chega à sala de aula como ferramenta para aprender técnica literária


Escola usa regra básica do microblog, o limite de 140 caracteres por mensagem, para que alunos desenvolvam narrativa e concisão em minicontos
18 de outubro de 2010
Reportagem Estadão
http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20101018/not_imp626165,0.php

Alunos do 8ª série do ensino fundamental Talissa Ancona Lopez, Pedro Rubens Oliveira e Davi Yan Schmidt Cunha (à dir.): literatura em microcontos
"O telefone tocou. Seria ele? O que ele queria? Ela já não havia dito que era o fim? Ela atendeu o telefone. Não era ele, era pior." Em apenas 140 caracteres, o permitido para cada post no microblog Twitter, adolescentes aprenderam, em sala de aula, a usar a rede social como plataforma para contar pequenas histórias como essa.

A técnica literária, conhecida como microconto, nanoconto ou miniconto, foi praticada pelos alunos do Colégio Hugo Sarmento no perfil @hs_micro_contos do Twitter.

Para escrever uma história coerente em tão poucas palavras, os estudantes tiveram de ficar atentos à narrativa, à concisão e ao sentido do que era postado, algumas habilidades já dominadas pelos adolescentes, acostumado com a rapidez da internet.

Embora o Twitter seja usado com mais frequência para relatos e comentários do cotidiano, não ficcionais, os microcontos já têm adeptos na rede social. Há perfis totalmente dedicados à técnica e usuários que costumam escrever mini-histórias, como a cantora Rita Lee (@LitaRee_real).

"Cada história precisava ter um começo, meio e fim. Não dava, por exemplo, pra ficar descrevendo o cenário", conta Pedro Rubens Oliveira, de 13 anos, que participou do projeto.

O professor de língua portuguesa do ensino fundamental Tiago Calles, que propôs o exercício na escola, conta que aproveitou os limites de espaço da rede para trabalhar a estrutura da narrativa e as poesias concretas, abordadas em aula, de uma maneira diferente. "O fato de envolver uma outra plataforma interessou os alunos, que se sentiram mais motivados", afirma.

Talissa Ancona Lopes, de 13 anos, conhecia pouco do Twitter antes de usar a plataforma na escola. "Tive um perfil por algum tempo, mas depois excluí", conta. Dona de perfis em outras redes sociais, ela encontrou uma nova utilidade para a rede. "É mais divertido aprender dessa maneira."

A diversão costuma estar associada às redes sociais. Segundo a assessora de tecnologia educacional da Escola Viva, Elizabeth Fantauzzi, os estudantes têm dificuldade para enxergar o Twitter como uma ferramenta de aprendizado. "Para eles, aquilo não pode ser usado em aula, mas é um material muito rico se for aproveitado com um sentido pedagógico", diz.

Tecnologia. Não só a familiaridade com a internet estimulou a exploração do tema em sala de aula, mas também a fluência na linguagem tecnológica dos alunos. Na Escola Viva, estudantes do fundamental fizeram um projeto em que usaram conversas por mensagem de celular para montarem micro-histórias.

"Os adolescentes têm fluência na linguagem digital. Cabe aos professores aproveitar isso e aplicarem em sala de aula", afirma Elizabeth.

A intenção das escolas é transformar a facilidade com a escrita da internet - com seus símbolos e abreviações - em habilidades também nas redações mais acadêmicas. No Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) do ano passado, o desempenho dos estudantes na área de Linguagens e Códigos foi justamente o que mais deixou a desejar. Em nenhum colégio a média de 700 pontos - em uma escala que vai de zero a mil - foi atingida.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Livro: LINGUAGENS ESPECIALIZADAS EM CORPORA: modos de dizer e interfaces de pesquisa



Autoras:
Cristina Lopes Perna, Heloísa Koch Delgado, Maria José Finatto (Orgs.)

Lançamento no Encontro Brasileiro de Lingüística Computacional e Encontro de Lingüística de Corpus - PUCRS
outubro 2010

Disponível no site: http://www.pucrs.br/edipucrs/

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Aprenda a tuitar com o mestre das frases curtas


13/08/2010
Publicação da Livraria da Folha

Se você é acha que frase curta é sinônimo de pouco conteúdo, certamente não conhece Karl Kraus (1874-1936), escritor austríaco que, por suas frases críticas e espirituosas, arrastaria milhares de seguidores no microblog.

Kraus encontrou na brevidade dos aforismos a forma ideal da sátira.
O escritor, cruel com seus adversários --políticos, jornalistas e figuras da cultura vienense--, usou a sátira como poucos na história da literatura.
Sobre o gênero que o tornou famoso, escreveu: "Há escritores que já conseguem dizer em 20 páginas aquilo para o que às vezes preciso de até duas linhas."

"Aforismos" (Arquipélago Editorial, 2010), organizado por Renato Zwick, reúne alguns desses textos curtos e eficientes que passaram mais de 20 anos sem publicação em língua portuguesa.
Boa parte dos escritos foram retirados do jornal "Die Fackel" ("A Tocha", em português), fundado por Kraus em 1899. Conheça alguns de seus aforismos, trechos extraídos do exemplar.
O aforismo jamais coincide com a verdade; ou é uma meia verdade ou uma verdade e meia.

O Diabo é um otimista se acredita que pode tornar os seres humanos piores.

Se devesse acreditar em algo que não vejo, ainda preferia os milagres aos bacilos.

A escola sem notas deve ter sido inventada apor alguém que se embriagou de vinho sem álcool.

"O que o senhor tem contra X?" perguntam geralmente aqueles que têm algo de X.

Que bonito quando uma garota esquece sua boa educação!

Quando uma cultura sente que está chegando ao fim, manda chamar um padre.

Alguns compartilham meus pontos de vista comigo. Mas eu não os compartilho com eles.

Nada é mais insondável do que a superficialidade da mulher.

O amor do próximo não é o melhor, mas em todo caso é o mais cômodo.

A sátira não escolhe nem conhece objetos. Ela surge do fato deles e eles se imporem a ela.

O fraco duvida antes da decisão. O forte, depois.

Os pensamentos são isentos de impostos. Mas acabamos tendo problemas do mesmo jeito.

A psicanálise é aquela doença mental que se toma por sua terapia.

A psicologia é o ônibus que acompanha uma aeronave.


"Aforismos"
Autor: Karl Kraus
Editora: Arquipélago Editorial
Páginas: 208
Quanto: R$ 31,20 (preço promocional por tempo limitado)
Onde comprar: pelo telefone 0800-140090 ou pelo site da Livraria da Folha

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

PRODUÇÃO TEXTUAL NA UNIVERSIDADE


Livro de Désirée Motta-Roth e Graciela Rabuske Hendges

No sistema universitário brasileiro, a política de financiamento de bolsas de iniciação científica, de bolsas de pós-graduação e de projetos de pesquisa se baseia no conhecido ditado "Publique ou suma!" das universidades americanas. Essa pressão para escrever e publicar tem levado alunos, professores e pesquisadores universitários a um esforço concentrado na elaboração de textos de qualidade na forma de artigos para periódicos acadêmicos e livros para editoras como meio de assegurar espaço profissional. Desse modo, na cultura acadêmica, a produtividade intelectual é medida pela produtividade na publicação. Este livro, portanto, tem por objetivo trazer informações sobre a prática acadêmica de publicação, enfocando os gêneros discursivos mais comumente adotados no contexto universitário.

Muitos títulos sugestivos como Redação técnica, Como escrever textos ou Como fazer uma monografia são publicados no Brasil. No entanto, a abordagem de Produção textual na universidade tende a se concentrar não apenas na forma dos textos, mas também no seu conteúdo e na retórica (nos efeitos que se pretende causar no leitor).

Este livro adota a abordagem sociointeracionista do letramento científico e se concentra no desenvolvimento de competências escritas do aluno para interagir com o mundo na posição de escritor e leitor de textos científicos. Sua pedagogia está focada no uso da linguagem para determinada "ação acadêmica" de avaliar, relatar ou descrever informações e dados gerados em pesquisa, para influenciar o leitor e, consequentemente, a prática acadê­mica subsequente de pesquisa e de publicação em nível científico-acadêmico.

Sumário

Nota do Editor
Apresentação
1 Publique ou Pereça
2 Resenha
3 Projeto de pesquisa
4 Artigo acadêmico: introdução
5 Artigo acadêmico: revisão da literatura
6 Artigo acadêmico: metodologia
7 Artigo acadêmico: análise e discussão dos resultados
8 Abstract/Resumo acadêmico
Referências dos exemplos
Bibliografia

sábado, 25 de setembro de 2010

Oficina sobre Escrita Acadêmica - UniRitter



A partir do dia 24 de setembro, com continuidade no dia 1º de outubro, das 13h30min às 17h10min, está sendo oferecida uma Oficina sobre Escrita de Trabalhos Acadêmicos, organizada pelo PPGL - UniRitter.

Os interessados devem comparecer à sala 603 - bloco D, nos horários estipulados.

Será responsável pela Oficina a Profª. Dr. Neiva Maria Tebaldi Gomes.

Endereço:
Campus Porto Alegre:
Rua Orfanotrófio, 555
Alto Teresópolis
Telefone (51) 3230-3333

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Seminário Internacional Linguagem, Interação e Aprendizagem - Uniritter 2010


Interfaces do conhecimento
Prof.ª Dr. Lucia Santaella (PUC/SP)
Prof.ª Dr. Kathrin Rosenfield (UFRGS)
Coordenação: Prof.ª Dr. Leny da Silva Gomes (UniRitter)

Prof. Dr. Kathrin Rosenfield (UFRGS)
Literatura: pelas lentes dos críticos e dos criadores. A propósito da teoria e da crítica literária de J. M. Coetzee

Prof. Dr. Lúcia Santaella (PUCSP)
Novas figuras da razão
Desde o século XIX, depois da invenção da fotografia, do incremento do jornal, do surgimento do cinema e da explosão da publicidade, passo a passo, a era de Gutenberg foi cedendo seu espaço exclusivo, de alta cultura e de linguagem tão perto quanto possível da pureza de meios (a escrita) para linguagens cada vez mais híbridas, de que o cinema e, então, a televisão são exemplos exemplares. Durante mais de três quartos do século XX, o texto escrito, de um lado, mantinha-se como detentor dos valores da ciência, do conhecimento e do saber enquanto, de outro lado, os meios de informação e entretenimento, marcados pela explosão do som e da imagem, tomavam crescentemente conta da paisagem cultural. Entre ambos, a arte mantinha sua soberania sobre o reino da sensibilidade. O advento da Web e da linguagem que nela circula, a hipermídia, trouxe intensas transformações nessa distribuição de papéis e funções culturais. Tudo começou a se misturar. Onde está a informação e onde está o entretenimento, quando se fala em infotenimento? Onde está o logos e onde está a sensibilidade, quando, na ciência, já se fala sobre uma virada icônica que se intensifica nitidamente com a visualização de dados e visualização científica. A nova discursividade constitutiva da visibilidade e a nova identidade lógico-numérica da imagem e também do som coloca-nos diante da emergência de novas figuras da razão, um novo paradigma de pensamento, que refaz as relações entre a ordem do discursivo (a lógica) e do visível (a forma), da inteligência e da sensibilidade.

Seminário Internacional Linguagem, Interação e Aprendizagem - Uniritter 2010



Minicurso - Pensar la transmisión
Prof. Dr. Jorge Larrosa (Universidade de Barcelona/Espanha)

JORGE LARROSA é professor de Filosofia da Educação do Departamento de Teoria e História da Educação da Universidade de Barcelona. Realizou estudos de pós-doutorado no Instituto de Educação da Universidade de Londres e no Centro Michel Foucault da Sorbonne em Paris. Foi professor convidado em várias universidades europeias e latino-americanas. Dentre as suas diversas publicações, destacam-se: La experiencia de la lectura (1996), Pedagogia profana (1998), Ensayos sobre literatura y formación (1999), Habitantes de Babel: Políticas e poéticas da diferença (2001), Maria Zambrano: l’art de les mediaciones (2002), Linguagem e educação depois de Babel (2004), Entre Pedagogia e literatura (2005), A infância vai ao cinema (2006), Miradas cinematográficas sobre la infância: Niños atravesando el paisage (2007).

"Categorías fundamentales para una teoría de la transmisión: la natalidad, la pluralidad, la brecha del tiempo, la continuidad y la discontinuidad, la herencia y el don, el tiempo de la vida y el tiempo del mundo, el vivir y el habitar, la hospitalidad. Venir al mundo. Escenas de transmisión. Escenas de filiación. Agenciamientos. Venir al lenguaje. La transmisión sin la seguridad de la tradición y sin la garantía del futuro."

1. A educação como dispositivo temporal: categorias fundamentais para uma teoria de transmissão: nascimento, pluralidade, a brecha do tempo, continuidade e descontinuidade, herança e dom, tempo de vida e o tempo do mundo, o viver e o habitar, hospitalidade.

2. Para uma Fenomenologia da transmissão: o Vir ao mundo; cenas de transmissão; cenas de filiação; agenciamento; o vir à linguagem.

3. Transmitir sem garantias: a transmissão sem a segurança da tradição e sem a garantia do futuro.

Seminário Internacional Linguagem, Interação e Aprendizagem - Uniritter 2010


Conferência de abertura
As linguagens híbridas das redes digitais: potencialidades e limites
Prof.ª Dr. Lucia Santaella (PUC/SP)

Hipermídia significa a conjunção do hipertexto com a multimídia. O hipertexto, fruto do potencial aberto pelo computador, constitui-se de um texto não-linear composto por fragmentos textuais conectados que vão associativamente compondo campos conceituais por meio de links acionados pelos usuários na medida em que seguem pistas informacionais, clicando em ícones de navegação. A multimídia, por sua vez, constitui-se da mistura de sons, ruídos, imagens de todos os tipos, fixas e animadas, e textos. Desse modo, quando conjugado à multimídia, o hipertexto vira hipermídia porque os campos conceituais que resultam dos links associativos não são exclusivamente verbais, mas podem muito bem complementar o texto com a imagem, esta com o som, aquele com o som e a imagem, enfim, um campo intersemiótico em que todas as misturas são possíveis. A hipermídia, também chamada de metamídia por Lev Manovich, é constituída por uma linguagem altamente híbrida, no sentido de que o computador munido de seus softwares representa a maior parte das outras mídias, inclusive aumentando suas capacidades originais com uma série de propriedades. Portanto, a multimídia é apenas um caso particular de hipermídia. Enquanto a primeira apenas justapõe os conteúdos típicos de mídias tradicionais, na hipermídia, a estrutura convencional da linguagem das mídias precedentes é afetada para a constituição de uma nova linguagem que abre os horizontes para novos processos criativos de pesquisa e divulgação do conhecimento, um tipo de conhecimento que amalgama ciência e arte.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Versão eletrônica do livro ameaça o tradiconal livro em papel

O IBook, uma versão eletrônica do livro ainda nem mesmo foi lançado no Brasil e já ameaça o tradicional livro em papel. Um pesquisador acredita que dentro de cinco anos o livro eletrônico será predominante no país. A Câmara Brasileira do Livro não faz previsões, mas diz que discute a adaptação do mercado editorial as novas tecnologias.
Jornal da Cultura - SP, 23/09/2009




Volto a frase da escritora Regina Drummond:
“Está na dúvida entre o livro digital e o impresso? Fique com os dois!”

Frase da semana

“Está na dúvida entre o livro digital e o impresso?
Fique com os dois”

Autora: Escritora Regina Drummond durante a Bienal do Livro de São Paulo.
Publicado por Tiago Dória, em 21 de agosto de 2010.

Narizinho no iPad:
Publicado por Tiago Dória, em 23 de agosto de 2010

“A Menina do Narizinho Arrebitado“, de Monteiro Lobato, ganhou uma versão interativa para iPad, lançada pela Globo Livros em parceria com a produtora brasileira Lab 360.
O livro-aplicativo estará disponível na App Store até o final do ano.
Um vídeo foi divulgado neste final de semana. Lembra a versão para iPad de outro clássico – Alice no País das Maravilhas, lançada pela Atomic Antelope, em abril deste ano.
Além de publicar alguns rascunhos, em seu blog, Rogério Coelho, responsável pelas ilustrações do livro-aplicativo, conta os bastidores do projeto.
“O processo foi bem diferente de qualquer outro livro, pois além das ilustrações tradicionais, ele inclui animações (…) uma das coisas mais bacanas é que todos recursos interativos são contextualizados, eles não são apenas decorativos como também complementam o texto”.


sexta-feira, 30 de julho de 2010

O futuro da internet, por Pierre Levy


Por: Felipe Polydoro / Redação de AMANHÃ

O grande pensador da web prevê um ciberespaço mais “inteligente”, com linguagens e tecnologias que “não conseguimos entender hoje”
Uma platéia de executivos, publicitários, programadores de software e acadêmicos constatou, nesta segunda (24), no V Fórum de Internet Corporativa, por que o filósofo e pensador do ciberespaço Pierre Levy costuma ser qualificado como um otimista incorrigível na análise das novas tecnologias. Destaque do evento promovido pela Agência Gaúcha de Agências de Internet (AGADi), na PUCRS, Levy é um dos principais teóricos da internet no mundo. Já no início dos anos 90, publicava obras hoje obrigatórias para quem estuda de forma mais profunda e consistente o fenômeno do ciberespaço.
Desde os primeiros livros, a acusação contra Levy é a mesma: excesso de otimismo em relação às novas tecnologias. Na opinião dos seus críticos, o teórico sempre exagerou na dose ao prognosticar os benefícios da tecnologia para a sociedade. Ao criar o conceito de inteligência coletiva, Levy viu na rede mundial de computadores um espaço de aceleração da criação de conhecimento, um ambiente em que internautas livres, independentes das grandes corporações e das instituições tradicionais, poderiam produzir conhecimento e tecnologia. "A internet aumenta as nossas capacidades cognitivas, tanto individuais quanto coletivas", disse Levy em uma palestra falada em um "francês fácil", segundo o próprio filósofo.
De certa forma, todas as iniciativas de conteúdo colaborativo materializam o conceito de inteligência coletiva, a começar pelo Wikipedia. Os detratores, no entanto, sempre acusaram Levy de ignorar o fato de que a internet é também um imenso lixão, repleto de informações inúteis e de baixa qualidade (sem mencionar a pornografia).
Na palestra desta segunda, Levy apresentou uma previsão do futuro do ciberespaço. Já no livro "As Tecnologias da Inteligência", de 1990, o filósofo argumentava que a informática representava, para a linguagem humana, uma revolução comparável ao surgimento da escrita. A toada segue a mesma. Levy acredita que caminhamos para uma nova linguagem dentro da rede. "Qual a maior limitação hoje para a inteligência coletiva? São as línguas. Mesmo com os tradutores automáticos, muitas pessoas não conseguem se comunicar na web", disse.
O próprio Levy admite não saber exatamente como será essa nova língua. O que ele consegue dar são pistas. Para o filósofo - prepare-se que a coisa é abstrata -, o caminho é a codificação de ideias. Conceitos e ideias que se disseminam na cultura contemporânea futuramente vão virar códigos manipuláveis por computadores. "Não podemos entender muito bem hoje essas novas linguagens. Nunca tivemos experiência com nada parecido. Mas se você fosse explicar para alguém do século XIX o que seria a internet, essa pessoa também não conseguiria entender".
Levy apressa-se em avisar que as linguagens mencionadas vão muito além daquilo que, na informática, está se chamando de web semântica - novas tecnologias que permitirão às máquinas entender mais precisamente o sentido dos dados e conectá-los melhor. O que, na prática, representará um passo gigantesco na qualidade da navegação e dos serviços oferecidos na rede.
Levy visualiza um ciberespaço em que será possível simular e representar a inteligência coletiva humana tal qual ela se desenvolve na sociedade offline. Quando isso acontecer, a inteligência coletiva online será o grande motor do desenvolvimento humano. Mais do que isso: quando o mundo intelectual humano for transposto para dentro da web, será possível compreender, afinal de contas, como exatamente funciona a difusão de ideias e a construção de conhecimento nas sociedades. Uma coisa Levy dá como certo: nada disso vai começar a aparecer antes de 2015.

sábado, 24 de julho de 2010

Documentário de 2002, McLuhan’s Wake de Kevin McMahon


O título faz uma referência direta ao ilegível “Finnegan’s Wake” (1939) de Joyce (a obra – intraduzível – tem uma excelente tradução no Brasil pelo corajoso Donaldo Schüler). Li (André Lemos) os dois primeiros volumes e meu prazer estava na forma, nos sons, nas descobertas das palavras escritas em várias línguas e cujos sons davam um sentido coerente em todas elas. A obra de Joyce é citada no documentário pelo próprio McLuhan. No entanto, o filme não explora a relação óbvia do título.


Finnegan’s Wake é uma sinfonia literária, uma obra multimídia “avant la lettre”, uma orgia de símbolos e de línguas, representando a cultura moderna e a emergente cultura midiática. A relação é interessante, como se a difícil leitura do texto de Joyce fosse um espelho da própria dificuldade que temos hoje de “ler” a nossa cultura eletrônica, cultura essa, como o texto de Joyce, marcada pelo excesso de símbolos e de linguagens. O choque entre oralidade, escrita, mídias de massa (impresso, TV, rádio), Web e telefonia, que estamos vivendo hoje, seria uma materialização do Finnegan’s Wake. A dificuldade em ler o livro é a mesma que temos hoje para achar uma luz na confusão em que nos encontramos: convergência das mídias, reconfigurações da indústria cultural, colapsos identitários, subjetivos, políticos, culturais da/pela globalização, excesso de imagens, hiperrealidade…Como afirma McLuhan, só conseguimos enxergar o presente e o futuro do nosso ambiente midiático, olhando para as formas comunicacionais do passado, ou seja, se prestarmos atenção a toda essa confusão. A cibercultura seria assim o Finnegan’s Wake em realização, ao mesmo tempo oral, literário, audiovisual, multimídiático, telemático…mítico. Ler Finnegan’s Wake não é uma experiência apenas visual, mas total, “retribalizando o mundo” (McLuhan). Joyce convoca o leitor a entrar em um ambiente (genialmente construído) de sons, imagens, línguas, mitos…

O documentário mostra a emergência e a aceleração dessa nova cultura “neo-tribal” onde o presente e o futuro só se compreendem com os olhos no passado. É preciso um certo desprendimento já que por estarmos tão imersos nesse ambiente não conseguimos mais ver o que está lá fora. Só podemos ler Finnegan’s Wake se mergulharmos na estrutura mítica, se nos privarmos de algumas certezas e busca por soluções lineares, se nos deixarmos levar pela torrente de palavras e letras complicadamente arranjadas. Talvez o mesmo seja exigido para compreendermos a cultura midiática contemporânea: ver o presente sem deixar de sentir o passado, olhar o futuro sem prescrições, ver os índices da cibercultura como uma língua construída de forma complexa. McLuhan foi um dos primeiros a ver o nosso Finnegan’s Wake global.

Autor: André Lemos

terça-feira, 13 de julho de 2010

SEMINÁRIO INTERNACIONAL LINGUAGEM, INTERAÇÃO E APRENDIZAGEM

O Seminário Internacional Linguagem, Interação e Aprendizagem e o VII Seminário Linguagem, Discurso e Ensino têm como objetivo dar visibilidade à pesquisa sobre a linguagem, afirmando sua importância para a constituição do sujeito, para a construção do conhecimento e para a compreensão das complexas interações socioculturais contemporâneas.
As múltiplas atividades que compõem o evento - conferências, mesas-redondas, minicursos e simpósios – constituem espaços privilegiados para a discussão e o aprofundamento de questões relativas ao campo de pesquisa da linguagem, contribuindo para o intercâmbio de conhecimentos.

Data: 14,15 e 16 de setembro de 2010
Local: UniRitter - Campus Porto Alegre
Rua Orfanotrófio, 555 - Alto Teresópolis

Temáticas dos Simpósios:
Serão selecionados trabalhos para compor simpósios, organizados de acordo com as seguintes temáticas:

Literatura e formação de leitores
Coordenação: Prof.a Dr. Regina Zilberman (UFRGS/UniRitter)-regina.zilberman@gmail.com
Prof.a Dr. Maria da Glória Bordini (UFRGS)

Processos de desenvolvimento da leitura e da escrita
Coordenação: Prof.a Dr. Neiva Tebaldi Gomes (UniRitter) - neiva_gomes@uniritter.edu.br

Linguagem e mediações tecnológicas
Coordenação: Prof.a Dr. Leny da Silva Gomes (UniRitter) – lenyg@uniritter.edu.br
Prof. Dr. Carlos Túlio da Silva Medeiros (UFPel) – tulio@tebrs.com

Letramento e educação de jovens e adultos
Coordenação: Prof.a Ms. Maria Luiza de Souza Moreira – marialuiza.moreira2@gmail.com

Linguagem e subjetividade
Coordenação: Prof.a Dr. Vera Pires (UniRitter) – vera.pires@terra.com.br
Prof.a Dr. Noeli Reck Maggi (UniRitter) – nrmaggi@portoweb.com.br

Literatura e processos de produção cultural
Coordenação: Prof.a Dr. Rejane Pivetta de Oliveira (UniRitter)- repivetta@uniriter.edu.br
Prof. Dr. João Cláudio Arendt (UCS) - jcarendt@ucs.br

Relações entre a expressão gráfica verbal e a visual: estrutura e figuras de linguagem
Coordenação: Prof.Dr. Luiz Vidal de Negreiros Gomes - vidalgomes@uniritter.edu.br

Questões cognitivas e culturais de ensino-aprendizagem de LE
Coordenação: Prof.a Dr. Beatriz Fontana (UniRitter) – bfontana2004@yahoo.com

Literatura, memória e oralidade
Coordenação: Prof.a Dr. Regina da Costa da Silveira (UniRitter)- regina.flausina@gmail.com

Variação e mudança linguística
Coordenação: Prof.a Dr. Maria José Blaskovski Vieira (UFPel) - blaskovskivi@yahoo.com.br

Programação
Data: 14 de setembro de 2010 (terça-feira)
13h30min - Credenciamento 14h às 14h30min - Sessão de abertura e atividade cultural 14h30min às 16h - Conferência de abertura
Notas sobre la voz y la transmisión
Prof. Dr. Jorge Larrosa
Universidade de Barcelona/Espanha 16h às 16h30min - Intervalo 16h30min às 18h – Simpósios 19hmin às 20h30min - Mesa 1
Práticas discursivas e ensino
Prof. Dr. Kanavillil Rajagopalan (Unicamp)
Prof. Dr. Adail Sobral (UCPel)
Coordenação: Prof.a Dr. Vera Lúcia Pires (UniRitter) 20h30min às 21h – Intervalo 21h às 22h30min – Simpósios

Data: 15 de setembro de 2010 (quarta-feira) 13h30min às 16h30min
Minicursos e Oficinas:
Minicurso 1 – Pensar la transmisión
Prof. Dr. Jorge Larrosa (Universidade de Barcelona/Espanha)
Minicurso 2 – Linguística crítica: implicações para o ensino de línguas
Prof. Dr. Kanavillil Rajagopalan (Unicamp)
Minicurso 3 – Leitura e desenvolvimento social
Prof. Dr. José Clemente Pozenato (UCS)
Minicurso 4 – Princípios Bakhtinianos
Prof. Dr. Adail Sobral (UCPel)
Oficina 1 – O texto e a gramática na sala de aula
Prof. Ms. Flávio Lunardi (UniRitter)
Oficina 2 – Os novos Referenciais Curriculares e a preparação de material para aulas de Língua Inglesa.
Prof.a Ms. Anelise Burmeister (UniRitter)
16h30min às 18h - Simpósios 19h às 20h30min - Mesa 2
Leitura: perspectivas culturais
Prof. Dr. José Clemente Pozenato (UCS)
Prof.a Dr. Regina Zilberman (UniRitter/UFRGS)
Coordenação: Prof.a Dr. Rejane Pivetta de Oliveira (UniRitter) 20h30min às 21h – Intervalo 21h às 22h30min - Mesa 3
Interfaces do conhecimento
Prof.a Dr. Lucia Santaella (PUC/SP)
Prof.a Dr. Kathrin Rosenfield (UFRGS)

Coordenação: Prof.a Dr. Leny da Silva Gomes (UniRitter)
Data: 16 de setembro de 2010 (quinta-feira) 13h30min às 16h30min – Minicursos e Oficinas (continuação do dia 15) 17h às 18h30min - Simpósios 19h30min às 21h - Conferência de encerramento
As linguagens híbridas das redes digitais: potencialidades e limites
Prof.a Dr. Lucia Santaella PUC/SP

Informações: UniRitter - Campus Porto Alegre
Rua Orfanotrófio, 555 - Alto Teresópolis
www.uniritter.edu.br/eventos/linguagem/

Evento UniRitter

VII Seminário Institucional de Pesquisa ocorrerá nesta quarta-feira, dia 14/07. O evento inicia às 14 horas no Auditório D. O palestrante deste ano será o professor Rodrigo Costa Mattos - Diretor-Presidente da Fapergs.

terça-feira, 29 de junho de 2010

Cursos de extensão - julho 2010 - UniRitter




VOCÊ QUER INTERAGIR EM LÍNGUA INGLESA (LI)?

Ementa: O papel da interação de um grupo de pessoas com noções rudimentares de Língua Inglesa (LI) como Língua Estrangeira (LE) que se propõe a construir conhecimento no tempo e espaço de uma oficina de seis horas para o uso da língua e capacitação sociolinguística para fazer uso desta.
Ministrante: Maíra Barberena de Mello
Público-alvo: Alunos do UniRitter e demais interessados
Pré-Requisitos: Noções de LI do Ensino Médio
Carga Horária: 06 horas/aula
Local: UniRitter/Porto Alegre
Data e Horário: 13,14 e 15 de julho de 2010, das 19h às 20h40min
Número de Vagas: mínimo 8, máximo 18 alunos

O AUTOR E O NARRADOR NOS ROMANCES À MÃO ESQUERDA E O LOBO ATRÁS DO ESPELHO, DE FAUSTO WOLFF

Ementa: O curso ressalta a importância que o escritor Fausto Wolff tem no cenário literário brasileiro, concentrando-se no estudo de dois de seus romances: À mão esquerda e o Lobo atrás do espelho. Na leitura das obras, enfatiza-se o estudo dos papéis do autor-pessoa e do autor-criador articulados na trama narrativa, tecendo-se considerações acerca das relações entre o biográfico e o ficcional.
Ministrante: Luíz Horácio Pinto Rodrigues
Público-alvo: Alunos dos cursos de Graduação e Pós-Graduação em Letras e demais interessados
Pré-Requisitos: -
Carga Horária: 12 horas/aula
Local: UniRitter/Porto Alegre
Data e Horário: 19, 20 e 21 de julho de 2010, das 19h às 22h40min
Número de Vagas: mínimo 5, máximo 15 alunos


AMBIENTES VIRTUAIS COMO RECURSO PEDAGÓGICO

Ementa: Capacitação e atualização em “Ambientes Virtuais como Recurso Pedagógico”.
Ministrante: Ligia Sayão Lobato Coppetti
Público-alvo: Alunos dos cursos de Pedagogia, de Licenciaturas e profissionais da área da educação.
Pré-Requisitos: Pertencer à área da educação
Carga Horária: 10 horas/aula
Local: UniRitter/Porto Alegre
Data e Horário: 14 e 16 de julho de 2010, das 13h30min às 16h50min, tendo mais 2 horas de EaD
Número de Vagas: mínimo 10, máximo 30 alunos

VOZ E COMUNICAÇÃO

Ementa: A proposta do curso é instrumentalizar o professor e alunos da graduação na área da educação a ter conhecimento sobre o funcionamento da voz e como cuidar da voz durante o exercício profissional.
Ministrante: Miriam Teresinha Pinheiro da Silva
Público-alvo: Professores e alunos de graduação, pós-graduação e Mestrado
Pré-Requisitos: Profissionais da voz (cantores, atores, professores, pastores e padres, advogados, juízes, promotores, repórteres, radialistas, operadores de telemarketing, leiloeiros, políticos, dubladores, vendedores, etc.) e interessados em geral.
Carga Horária: 08 horas/aula
Local: UniRitter/Porto Alegre
Data e Horário: 27,28 e 29 de julho de 2010, das 19h às 22h40min
Número de Vagas: mínimo 10, máximo 30 alunos

Informações:(51)3230 3391

sexta-feira, 18 de junho de 2010

TUITAR - O PRAZER DAS PALAVRAS

Reportagem ZERO HORA - 24 de abril de 2010

http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default2.jsp?uf=1&local=1&source=a2882114.xml&channel=13&tipo=1§ion=1029&edition=14559&template=3898.dwt

CLÁUDIO MORENO

Antes que o estimado leitor desista de ler esta coluna, apresso-me em esclarecer que, apesar do título (alguns moderninhos escreveriam “de o título”, mas eu, para honrar os bons professores que tive, não posso cair nessa armadilha) – apesar do título, repito, referir-se a um fenômeno da internet, pretendo tratar exclusivamente de assuntos de nosso idioma – aliás, como vem acontecendo aqui, sábado sim, sábado não, há quase oito anos. Marta de tal, revisora de texto (“mas de primeira viagem”, acrescenta ela, simpaticamente), quer saber como ficaria em Português o verbo relativo ao Twitter, atualmente uma das formas mais populares de relacionamento na internet. “Minha colega, também revisora, aportuguesou para tuitar, mas eu defendo twittar, respeitando a origem da palavra. Qual das duas o senhor prefere?”.

Nossa revisora – que, ao contrário de muitos de seus colegas, tem a rara virtude de confessar que está em dúvida sobre alguma coisa – acrescenta, na sua mensagem, que um professor de Pernambuco defende a mesma forma que ela, alegando que, sendo Twitter um nome estrangeiro, teríamos de aplicar aqui a “regra da nova ortografia que manda escrever com K, W e Y as palavras derivadas de um nome próprio estrangeiro escrito com essas letras”, como darwinismo (de Darwin) ou kardecista (de Kardec). Pois eu, prezada Marta, vou discordar de ti e do insigne professor, baseado em alguns princípios fundamentais que regulam o processo de aportuguesamento de um vocábulo estrangeiro.

Para os que não pertencem à tribo dos cibernautas, explico que o Twitter é uma rede social que nos permite enviar e receber mensagens curtas (apenas 140 toques – o que corresponde ao texto que escrevi do início deste parágrafo até o parêntese de abrir). Como essas curtíssimas mensagens podem ser comparadas a um breve pio, seus idealizadores batizaram a rede de Twitter, verbo do Inglês que, segundo o Oxford English Dictionary, é uma onomatopeia para designar exatamente a voz dos passarinhos. Pois aí já começa a inana: nos países de língua inglesa existe, para este verbo, a variante tweet. Se simplesmente importássemos (meio à moda galega...) um desses verbos do Inglês, teríamos aqui uma escolha ingrata entre tweetar e twittar (não sei qual dos dois é mais horrendo). No entanto, se fizermos com eles – nota que não importa qual deles – a nacionalização que nossa língua costuma fazer com todos os vocábulos importados, ele vai ingressar aqui necessariamente como tuitar, significando “postar uma mensagem no tuíter”. Esta é a forma que recomendo, assim como recomendo tuíter também para o aportuguesamento do substantivo tweeter, nome dado ao alto-falante para sons agudos, vocábulo corriqueiro para quem trabalha no campo da sonorização de carros e de ambientes.

Outra coisa: aquele professor se refere a uma regra “da nova ortografia” que manda grafar com W os vocábulos derivados de nomes próprios estrangeiros. Para começar, essa regra é velha como a Sé de Braga. Sempre foi assim, desde o Acordo de 1943. O Novo Acordo, na sua desonestidade implícita, anunciou como novidade o que já era velho; sempre se escreveu shakespeariano, kleiniano, wagneriano, etc., seguindo o princípio absolutamente sensato de preservar a forma original dos grandes nomes das ciências e das artes que servem para batizar movimentos, teorias, correntes filosóficas e artísticas, incluindo aí vários epônimos médicos e técnicos que derivam do nome de seus inventores e pesquisadores. Se aportuguesássemos keynesiano para queinesiano – como costumamos fazer com os vocábulos comuns – seria muito difícil reconhecer, neste mostrengo, o nome de Lord Keynes, um dos mais importantes teóricos da história da Economia.

Não me parece, no entanto, que o twitter tenha esse perfil. Ele é apenas uma marca registrada estrangeira que, por sua popularidade, acabou se tornando um vocábulo comum em dezenas de idiomas (e por isso, a meu ver, já merece minúscula). Fenômeno similar ocorreu com Jeep, Teletype, Yo-yo ou Bakelite – que figuram alegremente em nossos dicionários como jipe, teletipo, ioiô e baquelite. Até mesmo nome de gente, quando não se enquadrar entre os nomes da ciência e do mundo da cultura a que nos referimos no parágrafo anterior, passa pelas devidas adaptações ortográficas ao ingressar em nosso léxico: por exemplo, de Lynch extraímos linchar, linchamento, etc.; de Boycott, boicote e boicotar. E assim por diante. Por tudo isso, acho que deverias ficar com tuitar, conjugando-o como um bom e pacato verbo regular: eu tuíto, tu tuítas, ele tuíta – ou ele não tuíta, nem tem vontade de tuitar. A propósito: quanto a mim, eu tuíto, sim, com o codinome de @moreno– – o que se lê, em bom vernáculo, “moreno anderlaine”.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Fotos do Congresso Internacional de Linguagem e Interação II - Unisinos







Alunos do Mestrado de Letras UniRitter participando e interagindo no evento com professores e palestrantes.

Lançamento de livro



A professora Beatriz Fontana lançou o livro Linguagem, Gênero, Sexualidade clássicos traduzidos, juntamente com a profa. Ana Cristina Ostermann no Congresso Internacional de Linguagem e Interação II, na Unisinos.
O livro conta com artigos de Robin Lakoff, Pamela Fishman, Candace West, Don H. Zimmerman, Deborah Tannen, Penelope Eckert, Sally McConnel-Ginet, Anna Livia, Kira Hall e Deborah Cameron. Nele estão representadas três perspectivas teóricas que orientam os estudos sobre as relações entre linguagem, gênero e sexualidade: déficit, dominância e diferença, na fala de homens e mulheres interagindo, além de apresentar a abordagem da diversidade, na noção de performatividade de gênero.
É um livro que mostra a evolução e os desdobramentos dos estudos na área, unindo os interesses de profissionais das áreas da linguagem, da sociologia, da antropologia, da psicologia, da comunicação e da educação em geral, que merece ser conhecido, consultado, discutido e utilizado na vida acadêmica e profissional. Recomendo.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Pais e professores discutem linguagem utilizada na internet:

Notícia:
02/junho/2010

Acesso: http://noticias.terra.com.br/educacao/noticias/0,,OI4466312-EI8266,00.html
(Indicada pelo site da Claro)

"Kra, preciso flr c prof dps. Vamu cmg?" Esta frase, por incrível que pareça, está escrita em português. E a grande maioria dos leitores entende perfeitamente seu significado. Lugar comum em programas de bate-papo como MSN, Gtalk e torpedos de celular, o uso de abreviações para agilizar a escrita de mensagens é cada vez mais frequente. Por conta disso, pais e professores têm trabalhado seus significados de diferentes maneiras, em casa ou em sala de aula.

Uma das principais dificuldades dos educadores é entender o significado dos códigos utilizados neste tipo de comunicação. Professora de Língua Portuguesa do Ensino Fundamental, Letícia Bastos afirma que tem procurado discutir, em sala de aula, as diferenças entre a chamada norma formal ¿ ou culta ¿ da língua e a informal.

"Aos poucos, com o uso contínuo, nós professores acabamos nos adaptando a este novo código de linguagem e, por fim, encontrando formas de adaptar o uso em sala de aula", afirma.

Muitos estudiosos em todo o mundo também têm se preocupado com os rumos da linguagem nestes tempos de expansão da internet. Em seu livro ¿A revolução da linguagem¿, o professor honorário de lingüística da Universidade do País de Gales, David Crystal, explica que por mais que se mude a grafia das palavras, o objetivo de uma mensagem - ser entendido pela pessoa que a recebe - permanecerá inalterado.

Por causa do bate-papo na internet, a psicóloga Jessica Feydit tem redobrado a atenção aos trabalhos escolares e provas da filha, que cursa o oitavo ano do ensino fundamental. Segundo ela, a escola também vem se mostrando bem rígida na hora das correções, avaliando a Língua Portuguesa em todas as disciplinas.

"O Instituto Nicia Macieira, aque no Méier, é uma escola muito tradicional e tem tido muito cuidado com a maneira com que os alunos escrevem. No caso da Jade, a principal dificuldade é com a regras de acentuação, principalmente porque, na internet, esse não é um recurso utilizado" explica.

Para Letícia, ainda é difícil observar os benefícios da linguagem utilizada na internet (também conhecida, popularmente, como internetês) em sala de aula, principalmente por alunos em fase de alfabetização. Segundo ela, essas mudanças na língua podem ser prejudiciais, pois há uma tendência a escrever como se fala.

"É muito difícil tirar marcas de oralidade na escrita e a linguagem da Internet tem essas marcas, suprime as sílabas ao abreviar palavras".

Aluna do sétimo ano do ensino fundamental, a adolescente Tatiana Muniz, de 12 anos, utiliza as ferramentas de bate-papo na internet para se comunicar com os amigos. Fã de programas como o MSN, confessa que comete atrocidades com a Língua Portuguesa na rede, mas procura se policiar em sala de aula.

"Uma vez escrevi um 'axu', ao invés de acho, em um trabalho da escola. Fui repreendida pela professora, mas ela usou meu erro para falar de internet em sala de aula, para os outros alunos. Acho que esse é um jeito mais rápido de conversar com meus amigos, mas sei que na aula tenho que escrever direito", afirma.

Especialistas em linguística ainda não chegaram a um consenso sobre que tipos de mudança esta nova linguagem vai trazer para o bom e velho português (e outras línguas ao redor do mundo). A única certeza que se tem é que algumas alterações devem ser sentidas ao longo do tempo, o que é considerado perfeitamente normal, analisando-se a evolução da língua através dos tempos.

"Sempre há mudanças na língua, pois toda língua 'viva' sofre alteração constante. Sofre influência de palavras estrangeiras (que acabam se 'aportuguesando'), de gírias, de várias coisas. A Internet e sua linguagem também contribuirão para isso", finaliza Letícia.

Novos eventos na área:



1) IX Encontro do Círculo de Estudos Linguísticos do Sul:
Data: 20-22 outubro 2010
Local: Palhoça/SC
Instituição promotora: UNISUL
Envio de trabalhos: até 08 de junho
Informações: http://www.celsul.org.br/unisul/circular.htm


2) IX ENCONTRO DE LINGUÍSTICA DE CORPUS:
Data:8 e 9 de outubro de 2010
Local: Porto Alegre /RS
Instituição promotora: PUCRS
Envio de trabalhos: até 25 de junho
Informações: http://www.pucrs.br/fale/elc_2010.pdf

terça-feira, 18 de maio de 2010

Sugestões de leitura:


Congresso Internacional de Linguagem e Interação - Unisinos


Entre os dias 7 e 9 de junho de 2010, o programa de Pós Graduação em Linguística Aplicada da Unisinos reúne em São Leopoldo especialistas do exterior e de todo Brasil para refletirem sobre as relações entre linguagem e interação. O Congresso Internacional Linguagem e Interação II pretende mostrar como a linguagem, aliada ao estudo da interação, é ferramenta fundamental em diferentes áreas de conhecimento e nas relações pessoais, educacionais e de trabalho.

Dessa forma, a partir da existência de várias abordagens teóricas sobre o tema, o evento dará voz a diversos pontos de vista, ao mesmo tempo em que selecionará trabalhos que consigam conectar reflexão teórica e experiências reais, envolvendo linguagem e interação sob o prisma de várias temáticas e de diferentes realidades sociais.

Estarei apresentando um trabalho: A INTERAÇÃO VIRTUAL E A CONSTITUIÇÃO DE IDENTIDADES, como recorte de meu projeto de mestrado em Letras PPGL Uniritter.
Também representando nosso grupo estará Maira Barbarena de Mello apresentando seu trabalho: A INTERAÇÃO EM UMA SALA DE AULA DE LÍNGUA INGLESA.

É mais um evento que merece ser conferido. A interação entre as várias áreas que estudam e trabalham com a linguagem é fator comprobatóro da riqueza desse evento.
Para conhecer um pouco de sua proposta: http://www.unisinos.br/congresso/linguagem-interacao/

VI SENALE - UCPEL



28, 29 e 30 de abril de 2010 - aconteceu o VI SENALE - Seminário Nacional sobre Linguagem e Ensino – promovido pelo Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Católica de Pelotas.

O tema do VI SENALE – “Linguagens: metodologias de ensino e pesquisa” – se inscreve perpassando e constituindo, de diferentes maneiras, tanto a tarefa pedagógica de professores de língua(s) quanto a de pesquisadores da área das ciências da linguagem. Ambos experimentam procedimentos metodológicos, diferenciados dada a natureza específica de suas atividades, mas têm em comum o trabalho com a linguagem em suas diferentes manifestações. Promover a discussão sobre as implicações da questão metodológica que os envolve, aproximando-os ou distanciando-os, foi a tarefa a que se propos o evento.

No evento participei apresentando o trabalho, INTERAÇÃO NO AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM MOODLE – EAD/UFRGS, recorte do início da minha dissertação de Mestrado em Letras PPGL Uniritter.

Para quem deseja conhecer um pouco desse evento que contou com estudiosos e profissionais conceituados da área: http://www.ucpel.tche.br/senale/apresentacao.htm